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[caption id="attachment_70718" align="alignnone" width="620"] Cristiano, Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho: o melhor Ronaldo entre os três é mesmo o do meio, o que a votação confirmou | Fotos: Denis Doyle/Getty | Divulgação[/caption]
Uma enquete daquelas sem qualquer utilidade prática, mas interessante, foi divulgada pelo portal Globoesporte.com e mostrou que os tempos atuais podem não contaminar ou fechar totalmente a visão e o julgamento dos analistas. A pergunta foi: quem é o maior dos Ronaldos no futebol? Os nomes em questão foram Cristiano Ronaldo, o CR7; Ronaldo Fenômeno, o maior artilheiro brasileiro em Copas; e Ronaldinho Gaúcho, duas vezes o melhor do mundo.
O português acaba de se tornar campeão europeu, o maior título da história do esporte para seu país. Em vez de ouvir internautas – que, mesmo no Brasil, por causa do enorme número de fãs (por um fenômeno da globalização, os maiores ídolos nacionais entre os jovens, no futebol, são o argentino Messi e o lusitano Cristiano Ronaldo), provavelmente não votariam com isenção –, o portal foi pegar a opinião de ex-jogadores, técnicos e jornalistas especializados de 19 países de todos os continentes.
O resultado foi o mais justo: o Fenômeno ficou com 59,1%; Cristiano, com 36,6%; e Gaúcho com 5,6%. O mais interessante do levantamento foi o fato de ter sido voto aberto – ou seja, os votantes se viram, também, expostos a um tipo de avaliação. De 19 votos de personalidades brasileiras, 13 votaram no Ronaldo brasileiro e 5 no português – nenhum em Ronaldinho. Dois técnicos (Carlos Alberto Parreira e Luiz Felipe Scolari, os que comandaram os dois últimos títulos do País em Copas) e o jornalista Galvão Bueno preferiram não opinar, sendo classificados como “em cima do muro”.
Outros, sem medo de polêmica, se expuseram muito. O ex-craque Tostão, também exímio jogador de palavras – é sem dúvida um dos grandes analistas do futebol no País e o que melhor sabe escrever – justificou assim seu voto em Cristiano Ronaldo: “O Fenômeno foi melhor, pelo repertório, pela inventividade, mas o maior foi Cristiano Ronaldo, pela regularidade, pelas conquistas e pelo tempo maior que esteve (e ainda está) no auge.”
Enquetes, muitas vezes, não são mais do que isso: enquetes. Fomentam polêmicas sem fim, especialmente no esporte. Mas valem exatamente para gerar essas discussões, de que cada um sairá com a mesma opinião que entrou.
No fim, a escolha acaba sendo justa: Ronaldo Nazário de Lima, o “Fenômeno”, foi mesmo o melhor. Ainda que Cristiano Ronaldo seja um grande jogador e tenha se mostrado decisivo para seus clubes e para sua seleção – não fosse pelo desempenho dele, provavelmente o número de Copas disputadas por Portugal seria menor, bem como menor seria o número de finais de Eurocopas –, não há como competir com o histórico e com a saga da carreira do camisa 9 brasileiro. Romper totalmente os ligamentos de ambos os joelhos e, depois disso, ser o artilheiro de uma Copa do Mundo é uma façanha que Cristiano não terá condições de repetir – e creio que nem gostaria. Para tirar a dúvida sobre quem seria “o maior Ronaldo”, o jornalista da ESPN André Kfouri, filho do renomado Juca Kfouri, respondeu de forma bem sensata e prática: “O maior dos Ronaldos? Cristiano tem a melhor carreira, mas Ronaldo Nazário era mais genial. Uma boa maneira de resolver essas situações hipotéticas é responder à seguinte pergunta: qual dos três, no auge, você escolheria para seu time? Eu escolheria o Nazário.” Faz sentido.
E sobre Ronaldinho Gaúcho? Este seria muito maior jogador do que acabou se tornando, diante dos olhos dos críticos, se tivesse encerrado sua carreira há pelo menos cinco anos.

[gallery columns="1" size="large" ids="70723,70722"] Cileide Alves é, sem dúvida, um talento do jornalismo goiano. O problema, bem conhecido no esporte, especialmente no futebol, é que talento, por si só, não garante bom resultado. Por isso, talvez a melhor coisa que tenha acontecido a ela foi ter saído do comando de “O Popular”. Estava, sem saber que estava, acomodada. Na verdade, o “Pop” já tinha aberto mão da jornalista há algum tempo, depois de retirá-la da posição de editora-chefe, deixando-a na “geladeira” nos últimos tempos, de forma um tanto deselegante. Ao mesmo tempo, Cileide começava a dispender energia em outra atividade: a de blogueira. Foi o que ela mesma escreveu ao se despedir da casa a que serviu por 28 anos: “A gente continua se encontrando nas redes sociais e em meu blog medium.com/@cileidealves”. Na semana passada, um texto em seu blog, no portal Medium, chamado “Resposta a uma mãe”, publicado na quinta-feira, 14, havia tido bem mais que uma centena de compartilhamentos, até o fechamento desta edição. Falava do caso de Sandra Eliane Nicolau Gonzaga, a mãe do garoto Bruno Alexandre Nicolau Gonzaga, de 20 anos, que cursava Engenharia na Universidade Paulista (Unip) e foi morto em um acidente que um carro oficial da Prefeitura, que levava o vereador Paulo Borges (PMDB), atropelou a moto que o rapaz conduzia, ao fazer uma conversão abrupta rumo à entrada de um prédio de frente para o Parque Areião, no Setor Marista. O legislador saiu da cena do crime, onde ficou o corpo do motociclista, já sem vida. Também deixou lá o motorista do automóvel, preso nas ferragens e com fratura exposta nas pernas. A mãe desaguou sua tristeza no próprio perfil do filho no Facebook, em um longo desabafo em que, entre caixas altas e baixas, maiúsculas e minúsculas, se podia sentir a força de seu pranto. Queria ela saber quem era aquele “indivíduo” que tinha abandonado a cena em que morria seu filho. Cileide, que também perdeu um filho por acidente, então se encarregou de prestar à senhora e aos leitores esse serviço. Com “timing” de repórter, resgatou a ficha do político Paulo Borges desde o início de sua vida pública, detalhando os cargos por que passou, os proventos que recebia, os escândalos em que já havia se envolvido, as condenações que tinha sofrido e o retorno de votos sempre crescente que, apesar de todas as polêmicas, os eleitores haviam lhe dado em três pleitos consecutivos (4.858 em 2004; 5.320 em 2008; e 7.664 em 2012). O “apesar” envolve, entre vários outros itens, uma prisão, por cinco dias, em fevereiro de 2013, na Operação Jeitinho, desencadeada pelo Ministério Público Estadual (MP-GO), que apurou irregularidades e propinas envolvendo transações na Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma). Em seu retorno à Câmara de Goiânia, Paulo Borges recebera a acolhida oficial, via tribuna, de 19 colegas. Consideravam, então, uma “tortura” o que tinha ocorrido com o peemedebista. Naquela sessão, o vereador Anselmo Pereira (PSDB), hoje presidente da Casa, foi além e, “em nome da cidade” — “sem pedir permissão a nenhum cidadão de Goiânia”, como ressaltou Cileide —, pediu desculpas ao acusado. Ao fim do relato, a jornalista passa a fazer sua análise particular e põe em questão um tema bastante interessante e incômodo: são os eleitores aqueles que acabam por decidir pela permanência de figuras como o tal vereador em seus mandatos. “A condenação em segunda instância e esse trágico acidente ocorrem às vésperas de nova tentativa de Paulo Borges de se reeleger. Das outras vezes, quando ele também enfrentou denúncias no ano eleitoral, o eleitor fez ouvidos moucos e o ajudou a chegar até aqui. De nada adianta as pessoas indignarem-se com os políticos, fechar os olhos à política, se no dia da eleição não tem responsabilidade sobre seu voto.” Diz um velho ditado que corre entre os que deixaram o maior diário de Goiás que, depois de sair do “Pop”, a vida (e a qualidade de vida) só pode melhorar. Talvez não exatamente por ter deixado o jornal, mas por ter levado consigo uma boa bagagem depois de se doar a uma grande estrutura. Longe de lá, Cileide se mostra mais leve para fazer o que mais gosta: jornalismo com pesquisa e análise. Tem procurado se envolver a fundo, presente em eventos que planejam ações em várias searas de Goiânia, da cultura ao planejamento urbano, passando, obviamente, pela política. Ver alguém da qualidade de Cileide “suando a camisa” é auspicioso. Talento com esforço é sempre a melhor das misturas.
É desanimador como o jornalismo feito pelas TVs está, direta ou indiretamente, cada vez mais carregado de tom policialesco. Não é pequena a fatia do tempo gasto com bombas, tiroteios e prisões em telejornais. Se for incluída, ainda, a parte do noticiário político que abrange a Operação Lava Jato e outros fatos do tipo, ver o “Jornal Nacional”, por exemplo, se tornou quase como assistir a uma minissérie como “Swat”, para os mais antigos, ou “CSI”, para os que não são tão velhos. É importante cobrir os fatos policiais que têm de ser noticiados. Mas a dosagem dessa cobertura, sua colocação na escalada e a escolha do bloco em que será inserida, tudo isso diz muito sobre o efeito que se quer realmente produzir por meio daquela informação. Se não tudo, pelo menos muita coisa gira em torno da audiência, dos pontos no Ibope. Violência e escândalos, juntos ou separados, são sempre catalisadores desse objetivo. Que, por sua vez, atrai anunciantes. Resta saber se vale a pena submeter a saúde mental dos que assistem a uma exposição redundante. Não é à toa que uma parcela da população tem revisto seus hábitos em relação à TV, especialmente os canais abertos. Esse tipo de voyeurismo cobra seu preço e muita gente, especialmente de olho nos filhos, não quer pagar para ver. Por isso mesmo, o que é audiência atraída pela exposição de imagens e temáticas escandalosas hoje pode desaparecer no futuro, por não conseguir “reagir” mais. A não ser instigado por cenas ainda mais escandalosas.
Um assessor de alto escalão relatou sobre o dia em que a imprensa salvou seu assessorado de um vexame. Na verdade, “passando recibo”, para ele, de outro vexame. Era o lançamento de uma cartilha importante para o órgão, do governo federal, conta ele. Ocorre que seu chefe não tinha lido absolutamente nada da cartilha que seria divulgada e o informou isso em cima da hora. Despreparo, negligência, chame-se como se quiser a postura do superior. A sorte foi que o despreparo não era só dele: nenhum dos jornalistas presentes à coletiva tinha lido o material. Ficaram “elas por elas”, com todos falando sobre o release e algumas generalidades. “Deus” está nos detalhes, dizia o arquiteto alemão Ludwig Mies van der Rohe. Uma leitura mais atenta, além do fornecido pela assessoria, é a base de uma boa reportagem. Jornalismo investigativo nas coisas micro, o que poderia ter desmascarado um agente público negligente. Mas a imprensa acabou cumprindo o papel que o governo gostaria: apenas declarou as formalidades.

[caption id="attachment_70715" align="alignnone" width="620"] Montagem de Rubinho com camisa: coluna do DM também se “atrasou” | Foto: Divulgação[/caption]
A notícia foi veiculada no Jornal Opção — e na imprensa em geral, diga-se — na sexta-feira, 8: o deputado federal licenciado Thiago Peixoto iria deixar o governo estadual (ocupava a Secretaria de Desenvolvimento Econômico) e voltar ao mandato. A notícia, porém, só chegou na coluna “Fio Direto”, do “Diário da Manhã”, na terça-feira, 12, quatro dias depois. Uma notícia “barrichelliana”: é que o ex-piloto brasileiro na Fórmula 1 (não ex-piloto, porque está na Stock Car, categoria nacional por qual foi campeão no ano passado) ficou conhecido na internet com memes humorísticos que sempre o colocavam se referindo a algo bem atrasado – como desejar “Feliz Natal” na véspera da Páscoa, ou chamar as pessoas para o “Fora Collor”.
A propósito, a fama de lento colou em Rubens Barrichello, mas não procede. Como piloto, foi o melhor brasileiro na F-1 depois dos que conquistaram títulos – Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna, três gênios das pistas.

A australiana Alison Entrekin se incumbiu, ela mesma, de conseguir um financiador para um trabalho estimado para durar cinco anos – 12 vezes mais do que um romance “comum”

[caption id="attachment_70302" align="alignright" width="620"] Reprodução[/caption]
Que o radialista e apresentador Jorge Kajuru sempre preferiu o estardalhaço a usar sua grande competência de comunicador de forma mais assertiva, isso ninguém que o acompanhe tem dúvidas. Que é grande sua capacidade de ser polêmico e gerar fatos que, muitas vezes, não são mais do que factoides, da mesma forma. Também não são gratuitos ou “pura perseguição” os muitos processos de que foi alvo.
Mas a notícia de seu “desaparecimento”, na semana passada, foi, até para um “exagerado” como ele, um ponto fora da curva. No sábado, 2, um alerta desesperado no Twitter, por parte de sua produção, denunciava seu sumiço desde a tarde daquele dia e pedia socorro . Na manhã da segunda-feira, 4, Kajuru reassumia seu perfil na rede social fazendo agradecimentos a apresentadores de TV e dizendo que iria prestar esclarecimentos à polícia e ao Ministério Público, colocando-se, mais uma vez, na condição de perseguido político.
Algumas pessoas costumam deduzir que alguém com o histórico de Jorge Kajuru, se desaparece, significa automaticamente que foi alvo de uma execução, sequestro ou algo similar. Ocorre que, apesar de casos esporádicos de crimes contra a opinião, como o terrível assassinato do radialista Valério Luiz — fato que completou quatro anos na terça-feira, 5, ainda sem julgamento dos réus em primeira instância —, o Brasil é hoje um Estado mais civilizado, em que se busca resolver as diferenças cada vez menos à bala e mais nos barras dos tribunais.
Kajuru armou essa situação? É uma possibilidade. Pode ter ocorrido, realmente, alguma ameaça ou intimidação física? Também existe essa chance, mas pelo desenrolar dos fatos e tratando do perfil do protagonista, é algo bem remoto. O fato é que, ao término da semana passada, nem a polícia nem o Ministério Público sinalizaram ter recebido a visita do comunicador. Ou, se receberam, não houve, desta vez, estardalhaço de nenhuma parte.
Nem da própria “vítima”: na sexta-feira, 8, o apresentador publicou que tinha viajado “sem rumo”, dizendo-se “alertado” por amigos “dos riscos de ficar em Goiânia”. Mas, ao longo dos dias depois de seu “reaparecimento”, não deixou explicações nas redes sociais sobre o que teria falado (ou mesmo se teria falado) às autoridades.

[caption id="attachment_70298" align="alignright" width="620"] Reprodução[/caption]
A pauta da matéria era sobre veículos furtados ou roubados em Goiânia. Mas no “Jornal Anhanguera – 2ª Edição” da segunda-feira, 5, o que “roubou” a atenção da audiência — ou pelo menos daquela audiência atenta às normas gramaticais — foi a presença de um acento grave antes de uma palavra craseada. De gênero masculino.
Na arte (foto) que foi ao ar para mostrar a evolução da criminalidade lia-se “de janeiro à junho de 2015”. Uma desatenção tão “grave” quanto o acento, e que é mais comum do que se pensa no jornalismo — e infelizmente “cada vez” mais comum.
Na verdade, a crase de fato não é o sinal (acento grave), mas o fato — a fusão ou contração de duas vogais. O acento grave apenas indica a presença da crase. Uma das formas de perceber a existência de uma crase é trocar o substantivo feminino por um equivalente masculino e ver se cabe um “ao” no lugar de “à”. Quando a palavra não tem gênero ou é do gênero masculino — caso de “junho” ou de qualquer outro mês —, nem se deveria entrar em discussão. Muito menos aparecer na tela da TV.
Durante anos, um colega jornalista era especialista em crasear a expressão “a partir”. Seu tradicional “à partir” dava bastante trabalho a seu editor de Esporte em um diário de Goiânia, apesar dos constantes puxões de orelha.
O especial “Volta Olímpica”, apresentado pelo canal fechado Sport, da Globosat, mostrou o que os Jogos Olímpicos fizeram com a cidade espanhola, que sediou o evento em 1992. O programete começa com o repórter Felipe Diniz apresentando Barceloneta, uma praia de cinco quilômetros de extensão que nasceu com as Olimpíadas. Antes dos anos 90, o local era inacessível, tomado por uma linha de trem, além de fábricas e galpões que compunham a paisagem. Jornalismo esportivo bem feito traz, também, informação além do esporte. No caso, a série especial do Sportv, fazendo o contraponto com as edições antigas dos Jogos, deixa claro aos brasileiros mais críticos a baixa qualidade dos investimentos realizados e as escolhas erradas que fizeram os organizações da Rio 2016. Dois anos depois da Copa do Mundo, o Brasil está passando novamente por um acontecimento mundial da mais alta importância sem que tenha feito disso um motivo para se transformar, de alguma forma. O legado não será nada muito além de algumas conquistas pontuais, como o acréscimo na mobilidade urbana. Nada que impeça ou justifique episódios vergonhosos, como a queda de um trecho da Ciclovia Tim Maia, por uma onda do mar — o que causou a morte de duas pessoas — e a admissão do fracasso total na limpeza da Baía de Guanabara, cuja revitalização plena era um dos principais compromissos assinados para receber as Olimpíadas.
Algumas rádios da capital, como a Difusora Goiânia (640 AM) e a Interativa (94,9 FM) conservam a tradição de dar a voz a seus ouvintes. Mas o clima de tensão entre correntes políticas, principalmente com questões envolvendo a Operação Lava Jato e o impeachment da presidente (agora afastada) Dilma Rousseff (PT), tem tornado o que era para ser uma via democrática de liberdade de expressão em palanques de ódio. Quem possui o mínimo de bom senso tem feito algumas reflexões sobre o crescimento desse tipo de discurso, que contém opiniões como “bandido bom é bandido morto” e “alguém poderia fazer um favor ao Brasil e explodir o Congresso”. No caso, o “problema” não está nos veículos de comunicação, mas nos próprios ouvintes, que se sentem animados a, cada vez mais, reproduzir opiniões que trocam completamente a razão por um sentimento de crença absoluta na própria verdade. A dialética se perdeu em algum lugar e, sem ela, não se pode construir qualquer debate que mereça ser chamado assim.
Estou lendo o livro “Tu És Pedro — Uma Biografia de Pedro Ludovico” (Kelps, 571 páginas), do jornalista Hélio Rocha. Trata-se de uma pesquisa alentada. A história do fundador de Goiânia é muito bem contada e escrita. A obra será lançada na terça-feira, 5, às 19h30, no Palácio das Esmeraldas. A pesquisa é imperdível.
Trecho do livro
A cultura do jovem Pedro Ludovico
Pedro Ludovico aprendeu francês porque essa era quase uma obrigação dos estudantes de Medicina de sua época, pois a literatura médica inexistia em português e era farta em francês. E acabou ele apreciando muito, também, a literatura francesa, gostando principalmente de Victor Hugo, impressionou-se muito com o romance ‘Os Miseráveis’, de forte conteúdo social.
Pedro apreciou bastante o espanhol Miguel de Cervantes por causa do livro ‘Dom Quixote de La Mancha’.
Pedro leu, também, filósofos, influenciando-se bastante de Espinosa, de quem se valeu nos conceitos bem relação a Deus. (Página 47)

[caption id="attachment_21142" align="aligncenter" width="620"] Presidente dos EUA, Barack Obama | Foto: Michael Reynolds/EPA/Agência Lusa[/caption]
Jornalistas brasileiros tendem a ver os Estados Unidos como a pátria da liberdade, quando se trata da ação do governo em relação à imprensa. Mas não é bem assim. O site The Intercept, editado por Glenn Greenwald, divulgou documentos confidenciais do FBI indicado que a polícia federal dos EUA pode espionar (escutas) jornalistas sem autorização da Justiça.
Se é suspeito de espionagem, ou se estiver contribuindo com o serviço secreto de outro país, o jornalista poderá ser grampeado pelo FBI. Porém, as coisas não funcionam com regras muito bem definidas. O jornalista que estiver investigando ações ilegais ou mesmo legais (mas de interesse público) do governo americano poderá, se apontado como suspeito de espionagem, ser investigado e grampeado pelo FBI.
É quase um Obamagate, a imprensa está em polvorosa, mas tudo indica que Barack Obama se tornou uma espécie de James Bond da política: tem licença para quase tudo — espionar, grampear e, até, matar adversários dos Estados Unidos (ah, claro, no exterior).
É provável que os oito anos de Barack Obama na Presidência sejam considerados, quando for possível fazer um balanço qualificado e objetivo, como dos mais letais da história dos Estados Unidos.
Há dois Barack Obama. O mais acentuadamente público é adepto de uma retórica humanista, até meio angelical. O estadista dos bastidores, adepto da realpolitik, não pensa duas vezes em autorizar assassinatos de adversários no exterior. O atenuante é: “Estamos matando terroristas”. Ainda não se fez a contabilidade, mas é provável que o número de inocentes mortos pelos militares e agentes americanos é muito maior do que o número de terroristas mortos.
Há livros de qualidade sobre a ação militar dos Estados Unidos no exterior, mas falta um livro detalhado sobre o assassinato de inocentes em decorrência de ações americanas no Oriente Médio e na África. É provável que, assim que surgir um Raul Hilberg dos tempos contemporâneos, se poderá falar numa espécie de genocídio americano crudelíssimo. Os mortos árabes e africanos são menos lembrados (e até nada lembrados) do que os mortos europeus e americanos. É como se não existissem, é como se não fossem gente. É como se fossem não-seres — indivíduos descartáveis. Parece discurso de esquerdista? Quem escreve isto nada tem de esquerdista, mas também não adere à cegueira interessada dos que avaliam que, na luta contra o terrorismo, vale tudo — inclusive matar inocentes, desde que no Oriente Médio e na África, terras de supostos bárbaros liquidáveis.

Relação de Dylan Klebold e Eric Harris, os adolescentes que mataram alunos de uma escola nos Estados Unidos, pode ser definida como uma “loucura a dois”, como sugeriu Jacques Lacan para o caso das irmãs Papin
“Entre a Lagoa e o Mar” relata o rompimento com o Partido Comunista, o trabalho do profissional na redação do Estado e a fúria de um Mesquita contra a ditadura

Racismo do editor do blog Conversa Afiada “esconde” o fato de que se tornou companheiro de jornada do PT contra o PSDB