Após a recente decisão da Justiça que condenou o empresário e ex-dirigente do Atlético Goianiense, Maurício Sampaio, a pagar quase R$ 800 mil à viúva do radialista Valério Luiz por danos morais e materiais, além de uma pensão até dezembro de 2032, os três filhos do comentarista esportivo estão se preparando para também entrar com um processo indenizatório contra Sampaio.

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Ao Jornal Opção, o advogado Valério Luiz Filho informou que deve acionar a Justiça ainda no segundo semestre deste ano para pedir o mesmo valor no qual a madrasta, Lorena Nascimento e Silva de Oliveira, foi vitoriosa. A ação, no entanto, irá se expandir aos demais envolvidos no crime: o policial militar reformado Ademá Figueiredo Aguiar Filho, o empresário Urbano de Carvalho Malta e o comerciante Marcus Vinícius Pereira Xavier.

“A Lorena já entrou há algum tempo, mas eu decidi esperar as condenações para realmente entrar. Vamos pegar essa condenação com base, acredito que é um parâmetro razoável”, afirmou Valério Luiz.

O advogado diz que irá pedir o mesmo valor de indenização para os quatro condenados, de cerca de R$ 800 mil cada. O filho do radialista acredita na decisão da Justiça favorável à família e que o processo deve ser mais rápido do que o da viúva do pai, que entrou com a ação em 2015.  

“Pagamento de indenização cível é um efeito. Quem é condenado, automaticamente, já gera obrigação de pagar uma indenização cível. Para a gente [filhos] é bem mais rápido porque já existe uma condenação criminal”, explicou. 

O Jornal Opção entrou em contato com a defesa de Maurício Sampaio e Ademar Figueiredo para que se posicionassem, mas não obteve retorno. A reportagem não conseguiu localizar as defesas de Urbano de Carvalho e Marcos Vinicius.

Indenização da viúva

Maurício Sampaio foi condenado pela Justiça a indenizar a viúva do radialista Valério Luiz. O ex-mandatário do Atlético Goianiense foi sentenciado a 16 anos de prisão por encomendar o assassinato do jornalista. 

O valor inicial das indenizações foi calculado em R$ 784 mil, mas terá de ser corrigido pelo INPC e com juros de 1% ao mês a partir de agosto de 2012, um mês após a morte de Valério. Já a pensão está avaliada em R$ 2.666,66. Além disso, Maurício terá de pagar mais R$ 8 mil, também com correção monetária desde agosto de 2021, por despesas que Lorena teve à época. 

Inicialmente, Lorena pedia R$ 5 milhões em indenização por danos morais, mais pensão até 2037 no valor de R$ 10 mil, mais a correção monetária. Cabe recursos tanto por parte do empresário como da viúva. A decisão, assinada pelo juiz Fernando Ribeiro de Oliveira, da 20ª Vara Cível de Goiânia, foi publicada no último domingo, 25. 

Maurício está preso desde o dia 20 de junho, quando o crime estava às vésperas de completar 12 anos. Ele travou um longo processo judicial que contou com diversos recursos e reviravoltas em instâncias diferentes. A condenação final ocorreu apenas em novembro de 2023. Maurício foi sentenciado por ser o mandante do assassinato de Valério, ocorrido após o radialista tecer críticas à diretoria do Atlético Goianiense.

Valério foi morto pelo policial militar reformado Ademá Figueiredo Aguiar Filho, que também está preso. Já o empresário Urbano de Carvalho Malta e o comerciante Marcus Vinícius Pereira Xavier, condenados por ajudar Ademá e Maurício na execução do crime, foram condenados a 14 anos de prisão e aguardam em liberdade a tramitação final do processo.