Ex-esposa e filhos de empresário investigado por fraudes na Goinfra são soltos pela Justiça

05 fevereiro 2025 às 08h26

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A Justiça revogou nesta terça-feira, 4, a prisão da ex-esposa, do ex-enteado e do filho de Marcus Emmanoel Chaves Vieira, administrador da Prime Construções. A empresa foi alvo de uma operação da Polícia Civil de Goiás (PC-GO) por suspeita de fraudes em contrato com a Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra). O empresário já havia sido solto na última segunda-feira, 3.
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Eles foram encarcerados durante a Operação Obra Simulada, deflagrada em janeiro, suspeito de participar do esquema que desviou mais de R$ 10 milhões, conforme a PC. Lideranças da empresa, ex-servidores e servidores ativos da Goinfra e até o ex-diretor da autarquia, Lucas Vissoto, também foram presos.
A juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães, da 1ª Vara das Garantias, afirmou na decisão que não havia mais razão para manter o cárcere de Rosana Crisóstomo Ribeiro (ex-esposa), Marcus Emmanoel Chaves Vieira Junior (filho) e Weslley Crisóstomo Nogueira da Silva (exenteado), visto que eles colaboraram com as investigações durante os interrogatórios.
“Resta evidenciado que a prisão temporária dos investigados não se mostra mais necessária para o andamento das investigações”, destacou a magistrada.
Em nota, a defesa dos investigados disse que não recebeu qualquer tipo de intimação da polícia antes e que todos prestaram depoimento depois de se apresentarem espontaneamente à polícia (veja nota completa abaixo).
Operação
A Operação Obra Simulada investiga um contrato de mais de R$ 27 milhões entre a Goinfra e a empresa Prime Construções, com sede no Distrito Federal. A ação foi deflagrada no dia 28 de janeiro e resultou em 114 mandados em Goiânia, Anápolis e no Distrito Federal, incluindo a prisão do ex-presidente Lucas Vissoto e do proprietário da empresa, José Francisco.
Segundo as investigações, o contrato envolvendo a Goinfra estava previsto para a construção de 14 postos da Polícia Militar Rodoviária Estadual, nove aeródromos, dois pontos dentro do Palácio Pedro Ludovico Teixeira e um dentro da própria Goinfra. No entanto, além das suspeitas de desvio de dinheiro, a agência não poderia realizar as obras.
Ainda de acordo com a PC, o contrato investigado inicialmente era de R$ 5 milhões para “manutenção preventiva e corretiva”. No entanto, com o acréscimo de aditivos, o montante passou para R$ 22 milhões e depois para R$ 27 milhões. O acordo também mudou a natureza para “obras e serviços de engenharia”, o que é irregular.
Nota da defesa de Rosana, Marcus e Werslley
“O advogado Alexandre Lourenço reforça que nenhum dos investigados recebeu qualquer tipo de intimação da polícia antes e que todos prestaram depoimento depois de se apresentarem espontaneamente à polícia. Segundo o advogado, eles continuam à disposição das autoridades para colaborar com a elucidação dos fatos e para que a investigação seja justa e correta”.