Tocantins

Presidente da OAB-TO defende que os candidatos sejam cobrados por aquilo que prometem em campanha

[caption id="attachment_15080" align="alignleft" width="620"] O programa eleitoral de Sandoval Cardoso partiu para o ataque contra Marcelo Miranda[/caption]
A equipe de marketing do governador e candidato à reeleição, Sandoval Cardoso (SDD), na tentativa de dar sobrevida à campanha do candidato, que patina e não chega nem a 30% das intenções de votos nas pesquisas, resolveu atacar o concorrente Marcelo Miranda (PMDB) no programa eleitoral da televisão, na semana passada. Acusou o peemedebista de superfaturamento de pontes quando era governador do Estado.
Marcelo, por sua vez, questionou a eleição indireta que conduziu Sandoval ao governo, e disse que não adianta o governador tentar se desvencilhar da ligação com o ex-governador Siqueira Campos (PSDB) para passar ao eleitorado que é um moço que não tem rabo preso. E ironizou ao perguntar quantos votos Sandoval teve para governador, lembrando que sua eleição contou com o respaldo de mais de 340 mil eleitores. “O que o eleitor vai decidir é se quer o siqueirismo, ou se quer um governo mais perto das pessoas”, lançou Marcelo.
O prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PP), saiu do salto e baixou o nível definitivamente. Estopim curto, o prefeito não suportou ser classificado de demagogo pelo deputado e candidato a vice-governador na chapa de Marcelo Miranda (PMDB), Marcelo Lelis (PV), por ter decidido se mudar para o bairro Taquari em plena campanha eleitoral. Amastha reagiu nas redes sociais utilizando um vocabulário de baixo nível: “Tremendo cara de pau; me chama de demagogo. Vagabundo que nem estudou nem trabalhou para virar gente. Desqualificado, apenas na mamata pública”.
A folha de pagamento dos servidores públicos estaduais atingiu o patamar de 68,77% da receita corrente líquida no mês de agosto, o que demonstra um inchaço e fere a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabelece o limite de 49%. Naquele mês foram gastos R$ 308 milhões, sinal de que há um excesso de contratos especiais e de cargos comissionados.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE), 27 candidatos desistiram de levar o projeto adiante, por falta, principalmente, de estrutura financeira para sustentar a campanha eleitoral. No rol das desistências, 19 postulantes ao Legislativo estadual e quatro a federal.
Comenta-se à boca miúda que o prefeito Carlos Amastha (PP) já não está mais na campanha do governador Sandoval Cardoso (SDD). Será que tem alguém querendo ser mais importante que o rei?
O candidato a governador pelo Pros, senador Ataídes Oliveira, lançou como principal bandeira de campanha a exótica idéia de criar uma Central Única de Compras e Contratações (CUCC) para coibir práticas de corrupção no governo. “A corrupção é hoje o maior problema do Tocantins, que tira o dinheiro de áreas prioritárias como saúde, educação e segurança pública”, justificou recentemente, durante entrevista à rádio CBN.
“O Tocantins pode dar muito certo, mas está andando a passos lentos”. A frase de efeito é da candidata ao governo pelo Psol, Eula Angelim, dita quando foi sabatinada pela OAB-TO. Isso porque, segundo ela, há um alto nível de corrupção. “O nosso partido e a nossa candidatura não será objeto de troca”, completou a candidata, cujo partido não fez coligação com nenhuma outra agremiação política.
E caso seja eleito, Ataídes disse que a tal CUCC funcionará no próprio Palácio Araguaia, ao lado do gabinete do governador. Na sua avaliação, a corrupção no Tocantins absorve cerca de 30% da receita. E reiterou: “A corrupção no nosso Estado é um câncer que precisa ser combatido.”
Andam dizendo por aí, em conversas de boteco, que o deputado estadual Sargento Aragão (Pros) daria um excelente secretário de Segurança Pública. O raciocínio tem lógica: Aragão, candidato a senador, não teria êxito nas urnas, ficando sem mandato e poderia ser muito bem aproveitado num eventual governo de Marcelo Miranda (PMDB). Seria um bom xerife, brincam os analistas de plantão.
“Eu sei que o senhor vai ganhar, mas vão deixar o senhor assumir?” perguntou uma eleitora ao candidato Marcelo Miranda (PMDB), em suas andanças pelo interior do Estado. A resposta do peemedebista foi objetiva: “Não suportamos mais essa mentira e quem a está espalhando, sabe que já perdeu a eleição”. E lançou o desafio curto e grosso ao adversário Sandoval Cardoso: “Sai do tapetão e vem disputar no voto.”
O deputado estadual Marcelo Lelis (PV), candidato a vice-governador na chapa de Marcelo Miranda (PMDB), poderá disputar pela terceira vez a prefeitura de Palmas em 2016. Obviamente, o deputado sairia fortalecido politicamente caso o peemedebista ganhe as eleições. Entretanto, a situação inspira uma incógnita: Marcelo Lelis arriscaria a disputa municipal deixando a Assembleia Legislativa nos dois últimos anos apenas para talvez assumir o governo?
As 24 cadeiras da Assembleia Legislativa podem ser renovadas em, no mínimo, 40%. Pelo menos é o que apostam os cabos eleitorais mais aguerridos, tanto do lado governista quanto da oposição. Só para se ter uma ideia: seis dos atuais parlamentares com assento naquela Casa de Leis, já estão fora do páreo: Josi Nunes e Freire Júnior são candidatos a deputado federal; Aragão a senador, Marcelo Lelis, candidato a vice de Marcelo Miranda, e Iderval Silva e José Geraldo desistiram de suas candidaturas.
A senadora Kátia Abreu considerou, na semana que passou, desrespeito à população do Estado, aos servidores públicos e ao Legislativo a decisão do governo de pedir mais 60 dias de prazo para apresentar os documentos solicitados pela CPI do Igeprev. Na semana retrasada, Kátia entregou ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, documento cobrando agilidade nas investigações da Polícia Federal nas aplicações irregulares do Igeprev, que podem dar um prejuízo de R$ 1,14 bilhão no fundo dos aposentados, o que equivale a 42% dos R$ 2,7 bilhões de patrimônio do Igeprev, de acordo com os seus cálculos.

Marcelo Miranda fala em combater desvios de recursos públicos e otimizar gastos, enquanto Sandoval Cardoso garante que sua principal proposta é ouvir a população