Após mais de um mês do resultado das eleições deste ano, o presidente Jair Bolsonaro (PL) reconheceu que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomará posse em 1º de janeiro. Integrantes do núcleo duro de Bolsonaro revelaram ao site Metrópoles que o grupo já discute estratégias para a retomada do poder.

Neste momento, a principal estratégia é manter fiel os senadores eleitos neste ano. Isso para eles disputarem os governos estaduais em 2026 para fazerem palanques para Bolsonaro. Em contrapartida, eles receberiam declarações de apoio do presidente nos próximos anos.

Os bolsonaristas calculam que ao menos um terço dos senadores devem tentar um cargo de governador. Nesse grupo, estariam os bolsonaristas recém-eleitos para o mandato de oito anos. Os parlamentares têm o privilégio de concorrer a outros mandatos sem perderem o cargo, retomando para o Congresso Nacional.

Eleições municipais

Parte do grupo bolsonarista opta pela antecipação desse processo com as disputas municipais em capitais estratégicas, em 2024. Dentre as quais: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. A tática é semelhante à utilizada pelo PT em 2020. Embora sem chances, o partido lançou candidaturas próprias nessas cidades. Os petistas não venceram em nenhum dos municípios, no entanto reforçou a mensagem em defesa de Lula.

A estratégia do núcleo duro é deixar Bolsonaro em evidência ao longo dos próximos quatro anos. O temor é que neste período outros nomes da direita ganhem força, como Tarcísio de Freitas e Romeu Zema. Na avaliação é que com o Congresso mais conservador, Lula terá muita dificuldade e a oposição ganhará holofotes.