O general Tomás Paiva, comandante do Exército, afastou as acusações de fraude no processo eleitoral. Segundo ele, os militares não identificaram qualquer falha nas urnas elétricas. A declaração foi dada a oficiais do Comando Militar do Sudeste, em 18 de janeiro, durante uma reunião.

Um áudio do encontrado, às vésperas dele assumir o comando, foi gravado por um participante e divulgado nesta semana pelo podcast Roteirices. Na gravação, Paiva salienta que houve interferência política de Jair Bolsonaro nas tropas.  

A apuração do ano passado deu vitória ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No ano passado, representantes das Forças Armadas participaram da fiscalização do pleito a convite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Ele (Bolsonaro) teve mais votos nessa eleição do que ele teve na outra. Então, a diferença nunca foi tão pequena. Foi mínima. E aí o cara fala assim: ‘pô, general, mas teve fraude’. Nós participamos de toda a fiscalização, fizemos relatório, fizemos tudo. Constatou-se fraude? Não”, frisou Tomás.

Eleições 2022

Em relação ao pleito do ano passado, o comandante enfatizou que a ficou a “sensação” de que houve irregularidades devido o resultado bastante apertado da vitória de Lula sobre Bolsonaro. Por outro lado, ele reforçou que os militares se incumbiram de fiscalizar o processo e nada foi constatado.  

“Essa sensação ficou porque foi apertada. Mas do ponto de vista do trabalho realizado pelo Exército, não aconteceu nada, não teve nada, tanto que teve o relatório do Ministério da Defesa, que foi emitido e que fala: ‘olha, o processo não foi encontrado nada daquilo que foi visto”, reforçou.

Tomás comentou na reunião que o mesmo processo eleitoral que elegeu Lula para o Palácio do Planalto permitiu um Congresso Nacional e governadores conservadores. Entretanto, o militar se refere à vitória do petista como um resultado que “infelizmente para a maioria de nós foi indesejado”.