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O Estado vive um momento preocupante, com baixos investimentos e capacidade de endividamento comprometida. Assim, o novo governante precisará fazer algumas intervenções para o Tocantins crescer

Stefan Zweig ao escrever seu ensaio “Erasmo, grandeza e decadência de uma ideia”, em 1928, talvez pressentisse que já traçava, de certo modo, o seu perfil e o destino que iria cumprir
O segundo turno para governador do Distrito Federal terá, tudo indica, o senador Rodrigo Rollemberg, do PSB, e o médico Jofran Frejat, do PR. O primeiro é bancado por Marina Silva e o segundo por José Roberto Arruda. Agnelo Queiroz, o Agnulo, deve ficar fora do processo, dada sua rejeição de quase 50%, a mais alta do país.
Representantes do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde de Goiás (SindSaúde) se reuniram com o prefeito João Gomes (PT) para debater propostas de melhoria salarial para os agentes comunitários e de endemias. O prefeito garantiu que, nos próximos dias, seja encaminhado à Câmara Municipal, o projeto de lei que prevê o piso salarial nacional, no valor de R$ 1.014. “Esses diálogos fazem com que o município avance no Plano de Cargos e Carreira”, afirmou o secretário de Saúde, Luiz Carlos Teixeira, presente na reunião. O piso nacional e a gratificação complementar são ressaltadas pelo secretário como formas de valorizar os colaboradores e garantir uma prestação de serviços qualificada aos anapolinos. “Agora estamos trabalhando a questão das portarias ministeriais para melhorar ainda mais a qualidade não só do plano, mas também das necessidades dos servidores”, complementou. Segundo João Gomes, a administração prioriza a busca em conjunto com a Câmara Municipal por melhorias para categoria. “Estamos sempre abertos ao diálogo para conhecer as necessidades de cada um e, assim, continuar nosso trabalho de valorização”, conclui.
O município anapolino aplicou 29,53% de seu fundo na área da educação e 18, 37% na saúde. O dado foi apresentado na terça-feira, 30, na Câmara Municipal de Anápolis, em reunião quadrimestral, entre representantes da prefeitura e da Casa. O encontro é realizado em cumprimento à Lei de Responsabilidade Fiscal (LFR) e tem a proposta de informar a população quanto aos investimentos da administração municipal e de garantir mais transparência nos serviços prestados à cidade. “Desde 2009, promovemos audiências públicas para que todos participem e entendam nossas metas fiscais, que priorizam sempre o desenvolvimento do município”, afirmou o secretário municipal da Fazenda, José Roberto Mazon. O prefeito João Gomes destacou que, com o diálogo sobre as prioridades de Anápolis, os investimentos são melhor avaliados e, assim, a prefeitura pode continuar promovendo ações que, de fato, beneficiem a cidade.

Há dois anos, a maioria da oposição não acreditava nem na possibilidade de Marconi se candidatar à reeleição. Sempre foi assim, mas, hoje, ele não só chega às urnas outra vez como tem possibilidade de vencer já no 1º turno
O tempo e espaço no cronômetro dos três presidenciáveis com chance de chegar aos votos do segundo turno dentro de três semanas
Rodrigo Normando
Discordo do artigo “Discípula de Paulo Freire assassina Machado de Assis” (Jornal Opção 2028), de José Maria e Silva. É um texto voraz em defender um cânone da literatura universal através de violência verbal e arrogância. Esta foi minha impressão ao ler o texto: “alguém quebrou o meu brinquedo”. Àqueles que concordam com a crítica e com o autor, peço minhas desculpas, mas, sem sombra de dúvida, discordo de umas boas vírgulas do que li. Não esqueçam de que a adaptação da obra não é para vocês, universitários, formados em Letras ou amantes da literatura como ela veio ao mundo. A adaptação é destinada aos estudantes do ensino médio que não dão a mínima para Machado de Assis e nem para livros em geral. Nem todos são assim, no entanto é evidente que a maioria esmagadora vai à escola porque é obrigada a ir. É com o intuito de aproximar aquilo que já é absurdamente distante da realidade desses jovens que a adaptação é feita; são leitores novos, que frequentam a escola e não têm o costume de ler ou que já a concluíram décadas atrás e estão, por sinal, sem qualquer contato com a literatura. Faço a vocês uma pergunta objetiva e clara: é tão mais importante que se leia a obra integralmente, sem adaptações ou o termo que preferirem, e não a compreendam com o mesmo ardor e paixão que aqueles que, como eu e vocês, têm na literatura a fonte de renda, do que adaptá-la e levar a história ao alcance de milhões de leitores em formação para que a compreendam? Faço-me valer das muitas adaptações que li para sustentar que todas tiveram um papel formidável para que eu, quando me sentisse pronto, arrancasse a obra integral das prateleiras e a lesse, mas dessa vez com o amor que hoje tenho. Caros amigos, adaptar é um passo para levar ao leitor em formação o interesse pela obra e não, de forma alguma, disputar com a obra original um patamar de igualdade dentro da literatura universal. Verifiquem, em uma escola pública de ensino médio, quantos alunos não preferiram a adaptação, quando em primeiro contato com a obra em si; e verifiquem, também, quantos outros alunos, após lerem a adaptação, não se interessam em ler a versão original. Não se trata de matar a obra, mas, sim, de abrir caminho para que ela possa existir em meio a contemporaneidade.
Rodrigo Normando é escritor.
E-mail: [email protected]
“Não é com beijaço que vão conseguir espaço”

“É ótimo que a Amazon passe como um trator sobre as editoras”
Epaminondas Silva A Amazon passará por cima de livrarias e editoras brasileiras feito um trator? Isto é ótimo. Ela demitirá profissionais de editoras? Excelente. Ela pode vir a prejudicar o lançamento de títulos em português? Torço por isso. Alguém ainda pode nutrir a ideia ingênua que Gutenberg inventou os tipos móveis por amor à leitura. Isto é tão verdade quanto Henry Ford inventou a linha de produção por amor aos carros. O efeito colateral destas duas invenções foi a expansão de mercado de consumo dos respectivos itens. Mas o objetivo era dinheiro. A experiência do Kindle é excelente. Claro que há ainda um ou outro ludista que até hoje não aderiu ao CD pela experiência inegualável do vinil. Mas um livro no Kindle é capaz de transformar leitores diletantes em constantes e leitores constantes em traças. Tem gente que há de achar isto ruim, porque a Amazon é predadora. A entrada da Amazon no Brasil levou uns bons três anos desde o anúncio da primeira previsão, em parte do empenho das editoras em evitar que o meteoro que ela representa as leve à extinção. É um bando de acendedores de lanterna a gás lutando contra a eletricidade. Quem não conhece a história está condenado a repetir seus erros. A Amazon vai dominar tudo? Outra lição da história: Microsoft rodava em 90% dos computadores do mundo. Tablets e smartphones estão destruindo este monopólio; Yahoo era um grande mecanismo de busca. Google o destronou humilhantemente. A questão é só criatividade. Editoras e livrarias brasileiras nunca pareceram demonstrar que investem nesta seara. O custo é virar asfalto para a Amazon. Mas nada impede que a Amazon sirva-lhes de asfalto no futuro. Vai depender do quanto estão dispostos a sair da zona de conforto em explorar os pobres leitores brasileiros, com lançamentos focados em blockbusters e cobrando uma fortuna pela cauda de dinossauro — isto é, quando o livro procurado está disponível nesta cauda. Não raro, alguém tem de ir buscá-lo lá fora. Onde? Na Amazon. E-mail: [email protected]“Editorial é análise perfeita de Iris”
Joãomar Carvalo de Brito O Editorial “O que Roosevelt e Churchill têm a dizer ao ressentido Iris Rezende” (Jornal Opção 2046) é uma análise perfeita do ex-governador, mas também das circunstâncias históricas, que estão determinando mais uma derrota do PMDB e prejudicando aliados. Joãomar Carvalho de Brito é jornalista e professor aposentado da UFG. E-mail: [email protected][caption id="attachment_17008" align="alignright" width="620"] Aécio Neves cresceu nos últimos e voltou ao páreo
Marina Silva viu seu fôlego acabar, mas tem chance[/caption]
O tucano Aécio Neves ou Marina Silva (PSB/Rede)? A definição da dupla que iria ao segundo turno presidencial com Dilma Rousseff é o suspense que ficará até a noite de hoje, quando as urnas abrirem a boca depois de uma semana com sucessivas pesquisas de opinião eleitoral até o último momento.
Aos poucos, Aécio se aproximou da cotação marineira, sendo que a diferença entre eles caiu a cada uma das seis rodadas divulgadas pelo Datafolha desde setembro. Na primeira delas, Marina tinha a vantagem de 20 pontos. A diferença a favor da candidata chegou a três pontos na quinta-feira, 2. Ao mesmo tempo, outras seis avaliações do Ibope viram a vantagem marineira cair de 18% para 5%.
As perdas marineiras da época foram arrebatadas por Dilma? É possível, nas contas aritméticas das pesquisas. No Datafolha, a reeleição cresceu 5%. No Ibope, a presidente subiu 3%. Esses números demonstram, de quebra, que a pontuação de Dilma teria chegado ao teto e parado por ali no intervalo de um mês, numa indicação forte de segundo turno.
Retornemos à aritmética. As perdas sucessivas de Marina justificariam os ganhos não apenas de Dilma, mas também de Aécio. Se ela perdeu 17 pontos no Datafolha e 13 no Ibope, Aécio ganhou sete no primeiro e quatro no segundo. Dilma faturou, respectivamente, 5% e 3%.
A soma do lucro de Dilma e Aécio, juntos, foi a oito pontos no Datafolha e sete no Ibope. Como Marina emagreceu 17% e 13%, respectivamente, a sobra possivelmente a favor dos dois principais concorrentes é de nove pontos no Datafolha e seis no Ibope.
Portanto, o espólio de Marina pode explicar o avanço numérico da concorrência. Considere-se ainda que cada um dos dois institutos de pesquisa trabalha com a margem de erro de 2%, que pode ser para cima ou para baixo.
No período, no Datafolha, os votos nulos ou brancos caíram de 6% para 5%. Os indecisos desceram de 7% também para 5%. Os outros sete candidatos, somados, caíram de 5% para 3%. Entre eles, a perda geral foi traumática. Proporcionalmente, a evasão de eleitores chegou a 20%.
Na mesma época, no Ibope, os nulos ou brancos subiram um ponto: foram a oito. Os indecisos subiram dois pontos, foram a sete. Os outros candidatos, somados, subiram de dois pontos para três, numa expansão de 50%.
Enfim, as votações dos três candidatos nas pesquisas de quinta-feira, 2. O Datafolha atribuiu a Dilma o estacionamento em 40%. Marina desceu três degraus em uma semana e ficou com 24%. Aécio subiu outros três no período e chegou a 21 – empate técnico com Marina. A rejeição a Dilma foi a 32%; Marina, 15%; e Aécio, 21%.
No Ibope, também no intervalo de uma semana, Dilma subiu de 32% para 40%, numa coincidência com o placar do outro instituto. Marina, desceu de 29% para 24%, como no Datafolha. Aécio continuou estacionado em 19%, taxa inferior em dois pontos em relação ao outro instituto. A rejeição a Dilma ficou em 37%; Marina, 31%; e Aécio, 32%.
[caption id="attachment_17004" align="alignright" width="620"] Delação premiada do ex-diretor da Petrobrás Paulo Roberto Costa assustou a presidente, inclusive nos debates[/caption]
De tanto ouvir falar em corrupção no governo, a presidente Dilma Rousseff (PT) incorporou a palavra ao vocabulário de referência a obras da própria gestão. “Todo mundo pode cometer corrupção”, respondeu Dilma ao ser questionada sobre os escândalos na Petrobrás e ação eleitoral dos Correios a favor de sua reeleição, na noite do debate da TV Globo, iniciado na quinta-feira, 2.
A corrupção não é novidade, mas chama a atenção o fato de que Dilma abandonou, naquela noite, o uso do eufemismo malfeito quando se refere a roubo de dinheiro público na era PT. “Não quero no governo quem esteja comprometido com malfeito'”, prometeu demitir pessoas delatadas pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa como membros de corrupção na Petrobrás.
No contexto de uma entrevista exclusiva em oito de setembro, a presidente incluía o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, teoricamente gestor da Petrobrás e que sumiu de circulação há um mês, desde que vazou a delação de Costa ao Ministério Público e à Polícia Federal. Talvez ele apareça hoje para votar em Edison Lobão Filho (PMDB) ao governo do Maranhão.
“Eu demiti esse ex-diretor que agora está envolvido”, repetiu Dilma, na Globo, a mentira sobre Paulo Roberto Costa, que propalou antes em outro debate na TV Record. Na realidade, Costa pediu demissão da diretoria de Abastecimento da petroleira, como consta de registro em ata de uma reunião do conselho administrativo da empresa. A anotação inclui elogios do conselho a Costa.
Afastou-se em abril de 2012, mas continuou a participar do cotidiano da Petrobrás, no governo Dilma. Mesmo sem operar formalmente, Costa, amigo de Lula desde que o petista passou a trabalhar no Planalto em 2003, recebeu pelo menos 228 telefonemas da empresa. A informação consta de relatório sobre a quebra de seu sigilo bancário.
Às vésperas da eleição de hoje, surgiram informações que comprometem o esquema empresarial de Lula e o PT. Uma delação de Costa indicou que, entre 2010 e 2011, recebeu depósito de 23 milhões de dólares (R$ 57 milhões) em sua conta na Suíça. O dinheiro saiu das empreiteiras OAS e Odebrecht, sócias na montagem da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
Outro vazamento da Polícia Federal informou que a empreiteira Camargo Corrêa pagou R$ 40,9 milhões a duas empresas controladas pelo doleiro Alberto Youssef para lavar dinheiro arrecadado na corrupção da Petrobrás, GFD Investimentos e MO Consultoria. A manobra incluiria uma triangulação com a empresa Sanko Sider.
O doleiro Youssef seguiu o exemplo de Paulo Roberto, conterrâneo paranaense, e aderiu, na quinta-feira, à delação premiada para reduzir a pena de punição pelos rombos na Petrobrás, inclusive com a devolução de dinheiro. Os vazamentos da fala de Youssef prometem irrigar a campanha da oposição num provável segundo turno da eleição presidencial.
[caption id="attachment_17000" align="alignright" width="620"] A acusação, às vésperas da votação, diz que o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, foi a BH estruturar campanha petista[/caption]
O projeto de poder do PT esbarra novamente em corrupção na operação dos Correios. Em maio de 2005, os tucanos, na oposição ao governo Lula, montaram no Congresso a CPI dos Correios, gerada a partir de uma fita de vídeo onde um empresário gravou a entrega de propina ao dirigente Maurício Marinho, indicado pelo PTB do Rio para garantir a governabilidade pelo PT.
Era tão pouco dinheiro que coube no bolso do paletó de Marinho. Mas no andar da carruagem, revelou-se o escândalo da formação da base aliada ao Planalto a partir da compra, com dinheiro público, de apoio no Congresso. Era tanto dinheiro que a CPI dos Correios mudou de nome. Passou a ser CPI do Mensalão e deu no que deu. O PT assume o crime até hoje.
Havia tanto requinte que a expressão mensalão foi criação do próprio denunciante do plano, o então deputado Roberto Jefferson, presidente do PTB e responsável pela indicação de Marinho como arrecadador de dinheiro para o partido nos Correios. Entregou o esquema para se defender. Hoje, Jefferson cumpre pena em presídio no Rio por conta de seu mensalinho.
Agora, se descobriu que o PT, sem ser discreto, mobilizou o pessoal dos Correios em Minas para apoiar a reeleição da presidente e a escolha do companheiro e petista histórico Fernando Pimentel a governador. A ideia é forçar a derrota no Estado do presidenciável e mineiro Aécio Neves (PSDB) e seu candidato ao governo, Pimenta da Veiga.
Com essa ideia na cabeça, o presidente da estatal, companheiro Wagner Pinheiro, deixou Brasília e foi a Belo Horizonte participar de uma reunião eleitoral com funcionários da empresa para instruí-los a agir na campanha. No auditório lotado, Pinheiro se integrou à plateia para seguir uma exposição do companheiro e deputado estadual Durval Angelo sobre o trabalho.
Em sua fala, Angelo atribuiu os 40% de apoio com que a reeleição da presidente conta em pesquisas no Estado são possíveis por causa do “dedo forte dos petistas dos Correios”, mobilizados a seu favor. “Se nós hoje temos a capilaridade da campanha do Pimentel e da Dilma em toda Minas Gerais, isso é graças a esta equipe dos Correios”, comunicou o deputado.
A presença de Pinheiro autorizou a abordagem da mobilização eleitoral, mas o próprio disse em Brasília, diante de toda a direção nacional da estatal que não havia nada de mais naquela reunião porque era noturna, fora do expediente. Atribuiu a repercussão do caso a Aécio Neves:
— A candidatura dele está atacando a imagem institucional dos Correios, tentando manchar a imagem junto à população brasileira.
Aécio levou a questão para a campanha eleitoral no país junto com a denúncia de que os Correios boicotaram a entrega em Minas de 5,6 milhões de correspondências a eleitores do PSDB em Minas. Ao mesmo tempo, a estatal teria favorecido a distribuição de 4,8 milhões de panfletos do PT pelo Estado de São Paulo.
Num eventual segundo turno presidencial, o caso continuará na campanha com o PDSB de Aécio ou o PSDB/Rede de Marina Silva. Ambos denunciaram a ação dos Correios ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Acusam a presidente Dilma de manipular eleitoralmente a estrutura dos Correios.
Área construída subirá de 2,1 mil m² para 5,3 mil m². Grupo Gerir, que administra a unidade, destaca esforços do município

O vereador sustenta que o PT de Goiás vive uma esquizofrenia política. Ele diz que o principal prefeito do partido no Estado não apoia o candidato Antônio Gomide, mas, sim, Iris Rezende (PMDB) para governador

As sociedades evoluem de maneira continua. As descontinuidades sociais, as inflexões políticas bruscas, as revoluções radicais, nunca foram de molde a produzir a grandes e permanentes progressos em qualquer corpo social. Ao contrário, no mais das vezes serviram como fator de atraso para esses progressos. A Revolução Francesa, a Revolução Soviética, o nazismo, o fascismo e a Revolução Cubana serviram apenas para trazer sofrimento ao povo que teoricamente pretendiam fazer progredir, ou para frear um desenvolvimento lento mas seguro que num tempo mais longo, organicamente, tenderia a corrigir injustiças ou desigualdades.
Os países escandinavos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia) nunca sofreram, ao longo de sua história recente, esses abalos revolucionários, embora tivessem experimentado as agruras das guerras europeias. Estão os cinco, hoje, entre os 25 Estados de maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Observe o leitor que quando falo de revolução radical, não me refiro à guerra movida por outro Estado, que em geral é de curta duração e não dirigida à alteração do tecido social. Falo dos movimentos, em geral internos, que se propõem a criar um “homem novo”. Esses movimentos sociais, em geral deflagrados com o pretexto de destruir uma quase sempre falsa “elite opressora” e “libertar o povo”, acabam gerando uma verdadeira elite que passa, ela sim, a exercer por muito tempo a mais cruel das opressões, criando no povo de que se diz “a vanguarda” milhões de vítimas inocentes, aqueles que não querem ou não sabem como se tornar o “novo homem”.
A elite pode ser a nobreza, como na Revolução Francesa, ou um segmento racial, como os judeus no nazismo. Em geral, qualquer subconjunto social que detenha parcela de poder ou riqueza pode ser tachado de “elite” e ser demonizado sob acusação de “opressão”: banqueiros, proprietários de terras, industriais, religiosos, donos de meios de comunicação. Eles costumam pagar caro por terem construído com seu trabalho algo maior e mais duradouro. Pode ser considerado “elite” até algo difuso, ou quase inexistente, como no Peronismo: “Tudo que não seja o trabalhador”.
Os EUA cresceram, e chegaram à posição de maior economia do planeta por um processo contínuo de exercício democrático, acumulando conquistas sociais, corrigindo desvios (como o racismo), com tolerância e contida presença do Estado na vida dos indivíduos e das famílias. E com muito trabalho e muita dedicação. Sem revoluções.
Se um operário alemão hoje desfruta de mais conforto e lazer de melhor qualidade do que desfrutava, 140 anos atrás, o rei Ludwig II da Baviera, um dos soberanos mais ricos de que se tem notícia, não o deve ao nazismo, pois sua elevação econômica, tecnológica e social foi uma conquista dentro da democracia, e obtida apesar dele, nazismo, e do comunismo, responsáveis um pela guerra e outro pela ocupação.
Felizmente, por um processo natural de fadiga humana, esses processos radicais chegam a um ponto de exaustão. Implodem, amontoando internamente os escombros de sua experiência social, como na Revolução Francesa, são esmagados, como no nazismo, ou explodem em vários pedaços como na União Soviética.
O fundamentalismo islâmico parece ser um desses movimentos dispostos a modificar a sociedade. Só que o “novo homem” que pretende criar obedece a um figurino antigo, próximo àquele da Idade Média. Terá que ser culturalmente atrasado, obediente até a morte, humilde ao extremo, temeroso de um Deus implacável e de uma elite religiosa que aplica sem piedade a lei mais dura desse Deus que tudo dirige e tudo vê. Felizmente, essa pretensa experiência terá lugar, se é que o terá, a dezenas de milhares de quilômetros daqui.
O mesmo não podemos dizer do bolivarianismo, aqui vizinho, que já está nos contaminando, suprema ignorância que também quer ver surgir na América Latina um “homem novo”, só que sob a efígie de uma caricatura como Hugo Chávez. E o “homem novo” bolivariano é também um homem velho, aquele que sofreu sob Stálin ou sob Mao-Tsé-tung toda a sorte de indignidades que pode uma criatura humana experimentar.
Uma revolução radical pode fazer mal a muitos povos (o nazismo fez mal ao mundo quase todo. O comunismo fez e faz), mas faz mais mal a seu próprio povo. Traz dentro de si a própria destruição. A Alemanha tinha a tecnologia mais avançada do mundo no século 20, até que o nazismo fosse implantado em 1933. Os cérebros dele fugidos para os EUA permitiram que fosse construída ali a bomba atômica com que Hitler poderia ter vencido a guerra.
Lavoisier (1743-1794) — o pai da Química — foi um dos maiores cientistas da humanidade. Introduziu a balança como instrumento básico dos laboratórios, descobriu a composição da água, formulou a teoria exata da combustão. Emitiu o conceito químico, hoje erroneamente generalizado, de que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Tinha estudos avançados, que não chegou a publicar. No período do Terror (1792-1794), na Revolução Francesa, Lavoisier foi preso. Como vinha de família rica, só podia ser parte da “elite”.
Levado ao tribunal revolucionário, uma farsa, pois já se sabia condenado, Lavoisier ouviu do presidente Coffinhall: “A Revolução não precisa de sábios!”. Foi guilhotinado no dia seguinte, 8 de março de 1974. Houve uma comoção geral em todos os círculos científicos europeus. O grande matemático italiano Lagrange, contemporâneo de Lavoisier, comentou que mais de um século seria preciso para que surgisse uma cabeça como a que o Terror havia feito rolar em um segundo. Assim são as revoluções.
Cardozo merece ir para o Supremo?
O notório Paulo Abrão aprontou mais uma. Como se sabe, o secretário nacional de Justiça é distribuidor e defensor da “bolsa ditadura”, mecanismo criado para distribuir generosas quantias de dinheiro público a torto e a direito (menos para vítimas de terroristas de esquerda), sob o pretexto de indenizar quem se diz perseguido pelo regime militar. Regime que ele chama de “ditadura”, como se fosse comparável a uma verdadeira ditadura, como a cubana. Como denunciou a revista VEJA, esse cidadão esteve na Polícia Federal, em horário extra expediente, na tentativa de obter dados sobre um processo em segredo de justiça, envolvendo a candidata Marina Silva. Ao que consta, não teve êxito. Teria feito isso de moto próprio ou a mando do chefe, o ministro José Eduardo Cardozo? Vale dizer: a malandragem ilegal foi simples ou dupla? E José Eduardo Cardozo ambiciona a cadeira no Supremo que foi de Joaquim Barboza. No critério petista, tem qualidades para a pretensão.Exportador brasileiro não recebe da Argentina
Os exportadores brasileiros para a Argentina não estão recebendo por suas mercadorias. Fala-se em mais de 4 bilhões de dólares em atraso. A loja de dona Kirchner está quebrada e não paga seus fornecedores. E ficamos presos ao Mercosul enquanto o Chile, por exemplo, que não se amarrou nesse complicado mercado, faz seus acordos bilaterais de comércio.Liberação do porte de armas
Notícia dos EUA: o Estado de Illinois liberou, em julho deste ano, o porte de armas para seus cidadãos. Na maior cidade do Estado, Chicago, a criminalidade caiu em mais de 20% e o número de assassinatos em mais de 50%, desde então. Uma notícia de entristecer qualquer desarmamentista.Mais uma inversão de valores
Em Cascavel, no Paraná, um homem de 76 anos, José Peixoto, e seu filho reagiram a um assalto. Conseguiram desarmar um dos bandidos (era um casal) e baleá-los. Os meliantes morreram e o filho de Peixoto, também baleado, está hospitalizado. A delegada Mariana Vieira efetuou a prisão de Peixoto, que foi algemado para o cárcere. Aguarda a alta do filho para prendê-lo também. É a inversão total e completa de valores. As esquerdas estão exultantes.
Sem Marconi Perillo e Iris Rezende, o espaço político de Goiás será ocupado por nomes que começaram a se mostrar já nas eleições deste ano