Movimentos radicais contribuem para o atraso da humanidade e matam indivíduos criativos

04 outubro 2014 às 11h28

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As sociedades evoluem de maneira continua. As descontinuidades sociais, as inflexões políticas bruscas, as revoluções radicais, nunca foram de molde a produzir a grandes e permanentes progressos em qualquer corpo social. Ao contrário, no mais das vezes serviram como fator de atraso para esses progressos. A Revolução Francesa, a Revolução Soviética, o nazismo, o fascismo e a Revolução Cubana serviram apenas para trazer sofrimento ao povo que teoricamente pretendiam fazer progredir, ou para frear um desenvolvimento lento mas seguro que num tempo mais longo, organicamente, tenderia a corrigir injustiças ou desigualdades.
Os países escandinavos (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia) nunca sofreram, ao longo de sua história recente, esses abalos revolucionários, embora tivessem experimentado as agruras das guerras europeias. Estão os cinco, hoje, entre os 25 Estados de maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).
Observe o leitor que quando falo de revolução radical, não me refiro à guerra movida por outro Estado, que em geral é de curta duração e não dirigida à alteração do tecido social. Falo dos movimentos, em geral internos, que se propõem a criar um “homem novo”. Esses movimentos sociais, em geral deflagrados com o pretexto de destruir uma quase sempre falsa “elite opressora” e “libertar o povo”, acabam gerando uma verdadeira elite que passa, ela sim, a exercer por muito tempo a mais cruel das opressões, criando no povo de que se diz “a vanguarda” milhões de vítimas inocentes, aqueles que não querem ou não sabem como se tornar o “novo homem”.
A elite pode ser a nobreza, como na Revolução Francesa, ou um segmento racial, como os judeus no nazismo. Em geral, qualquer subconjunto social que detenha parcela de poder ou riqueza pode ser tachado de “elite” e ser demonizado sob acusação de “opressão”: banqueiros, proprietários de terras, industriais, religiosos, donos de meios de comunicação. Eles costumam pagar caro por terem construído com seu trabalho algo maior e mais duradouro. Pode ser considerado “elite” até algo difuso, ou quase inexistente, como no Peronismo: “Tudo que não seja o trabalhador”.
Os EUA cresceram, e chegaram à posição de maior economia do planeta por um processo contínuo de exercício democrático, acumulando conquistas sociais, corrigindo desvios (como o racismo), com tolerância e contida presença do Estado na vida dos indivíduos e das famílias. E com muito trabalho e muita dedicação. Sem revoluções.
Se um operário alemão hoje desfruta de mais conforto e lazer de melhor qualidade do que desfrutava, 140 anos atrás, o rei Ludwig II da Baviera, um dos soberanos mais ricos de que se tem notícia, não o deve ao nazismo, pois sua elevação econômica, tecnológica e social foi uma conquista dentro da democracia, e obtida apesar dele, nazismo, e do comunismo, responsáveis um pela guerra e outro pela ocupação.
Felizmente, por um processo natural de fadiga humana, esses processos radicais chegam a um ponto de exaustão. Implodem, amontoando internamente os escombros de sua experiência social, como na Revolução Francesa, são esmagados, como no nazismo, ou explodem em vários pedaços como na União Soviética.
O fundamentalismo islâmico parece ser um desses movimentos dispostos a modificar a sociedade. Só que o “novo homem” que pretende criar obedece a um figurino antigo, próximo àquele da Idade Média. Terá que ser culturalmente atrasado, obediente até a morte, humilde ao extremo, temeroso de um Deus implacável e de uma elite religiosa que aplica sem piedade a lei mais dura desse Deus que tudo dirige e tudo vê. Felizmente, essa pretensa experiência terá lugar, se é que o terá, a dezenas de milhares de quilômetros daqui.
O mesmo não podemos dizer do bolivarianismo, aqui vizinho, que já está nos contaminando, suprema ignorância que também quer ver surgir na América Latina um “homem novo”, só que sob a efígie de uma caricatura como Hugo Chávez. E o “homem novo” bolivariano é também um homem velho, aquele que sofreu sob Stálin ou sob Mao-Tsé-tung toda a sorte de indignidades que pode uma criatura humana experimentar.
Uma revolução radical pode fazer mal a muitos povos (o nazismo fez mal ao mundo quase todo. O comunismo fez e faz), mas faz mais mal a seu próprio povo. Traz dentro de si a própria destruição. A Alemanha tinha a tecnologia mais avançada do mundo no século 20, até que o nazismo fosse implantado em 1933. Os cérebros dele fugidos para os EUA permitiram que fosse construída ali a bomba atômica com que Hitler poderia ter vencido a guerra.
Lavoisier (1743-1794) — o pai da Química — foi um dos maiores cientistas da humanidade. Introduziu a balança como instrumento básico dos laboratórios, descobriu a composição da água, formulou a teoria exata da combustão. Emitiu o conceito químico, hoje erroneamente generalizado, de que “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Tinha estudos avançados, que não chegou a publicar. No período do Terror (1792-1794), na Revolução Francesa, Lavoisier foi preso. Como vinha de família rica, só podia ser parte da “elite”.
Levado ao tribunal revolucionário, uma farsa, pois já se sabia condenado, Lavoisier ouviu do presidente Coffinhall: “A Revolução não precisa de sábios!”. Foi guilhotinado no dia seguinte, 8 de março de 1974. Houve uma comoção geral em todos os círculos científicos europeus. O grande matemático italiano Lagrange, contemporâneo de Lavoisier, comentou que mais de um século seria preciso para que surgisse uma cabeça como a que o Terror havia feito rolar em um segundo. Assim são as revoluções.
Cardozo merece ir para o Supremo?
O notório Paulo Abrão aprontou mais uma. Como se sabe, o secretário nacional de Justiça é distribuidor e defensor da “bolsa ditadura”, mecanismo criado para distribuir generosas quantias de dinheiro público a torto e a direito (menos para vítimas de terroristas de esquerda), sob o pretexto de indenizar quem se diz perseguido pelo regime militar. Regime que ele chama de “ditadura”, como se fosse comparável a uma verdadeira ditadura, como a cubana.
Como denunciou a revista VEJA, esse cidadão esteve na Polícia Federal, em horário extra expediente, na tentativa de obter dados sobre um processo em segredo de justiça, envolvendo a candidata Marina Silva. Ao que consta, não teve êxito. Teria feito isso de moto próprio ou a mando do chefe, o ministro José Eduardo Cardozo? Vale dizer: a malandragem ilegal foi simples ou dupla? E José Eduardo Cardozo ambiciona a cadeira no Supremo que foi de Joaquim Barboza. No critério petista, tem qualidades para a pretensão.
Exportador brasileiro não recebe da Argentina
Os exportadores brasileiros para a Argentina não estão recebendo por suas mercadorias. Fala-se em mais de 4 bilhões de dólares em atraso.
A loja de dona Kirchner está quebrada e não paga seus fornecedores. E ficamos presos ao Mercosul enquanto o Chile, por exemplo, que não se amarrou nesse complicado mercado, faz seus acordos bilaterais de comércio.
Liberação do porte de armas
Notícia dos EUA: o Estado de Illinois liberou, em julho deste ano, o porte de armas para seus cidadãos.
Na maior cidade do Estado, Chicago, a criminalidade caiu em mais de 20% e o número de assassinatos em mais de 50%, desde então. Uma notícia de entristecer qualquer desarmamentista.
Mais uma inversão de valores
Em Cascavel, no Paraná, um homem de 76 anos, José Peixoto, e seu filho reagiram a um assalto. Conseguiram desarmar um dos bandidos (era um casal) e baleá-los. Os meliantes morreram e o filho de Peixoto, também baleado, está hospitalizado.
A delegada Mariana Vieira efetuou a prisão de Peixoto, que foi algemado para o cárcere. Aguarda a alta do filho para prendê-lo também. É a inversão total e completa de valores. As esquerdas estão exultantes.