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Em audiência pública realizada no dia 25, no Plenarinho da Assembleia, o secretário de Planejamento e da Modernização da Gestão Pública, Joaquim Carlos Parente Junior, apresentou aos parlamentares o balanço de cumprimento das metas fiscais do governo, referentes ao terceiro quadrimestre de 2013 e aos primeiro e segundo quadrimestres de 2014. O secretário exibiu um painel considerando o desempenho anual da execução orçamentária e financeira de cada trimestre em separado, com destaque para o comportamento da receita, das despesas e do resultado nominal e primário e também da dívida consolidada líquida. De acordo com o relatório resumido de execução orçamentária e de gestão fiscal rerente ao primeiro quadrimestre de 2013, o Estado teve um superávit orçamentário de R$ 326,75 milhões. Já o balanço da receita geral do Estado de 2013 (incluindo os recursos de todas as fontes) teve uma frustração do Fundo de Participação Estadual (FPE) de R$ 95,37 milhões. Para o primeiro quadrimestre de 2014, o Estado apresentou, de acordo com o secretário, um superávit de R$ 339,5 milhões, com frustração de R$ 53 milhões do FPE. Já o segundo quadrimestre de 2014 teve um superávit orçamentário de R$ 469 milhões, com frustração de FPE de R$ 124 milhões.

[caption id="attachment_21905" align="alignright" width="620"] Luciane Hoepers: suspeita de operar esquema com fundos de pensão[/caption]
A CPI que investiga irregularidades nas operações financeiras do Igeprev apresentou vários requerimentos convocando diversos personagens a explicar suspeitas de ilegalidades nas aplicações do Instituto de Previdência do Estado. Os parlamentares querem ouvir o coordenador-geral de auditoria Alex Alberto Rodrigues e o auditor Wanderlei Bergani, ambos servidores do Ministério da Previdência Social (MPS), sobre investigação referente às denúncias no instituto tocantinense.
Também foi apresentado pedido de convocação de Luciane Lauzimar Hoepers, suspeita de oferecer propina a prefeitos para que investissem dinheiro de fundos de pensão de servidores municipais em títulos podres. Há duas semanas, foram convocadas e convidadas a depor a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Poza, e a delegada da Superintendência da Polícia Federal de Brasília, Andréia Pinho Albuquerque. A data para o comparecimento das duas ainda não foi definida.
Com o intuito de pedir informações sobre investigações e demais procedimentos referentes às denúncias que envolvem as aplicações do Igeprev, a CPI apresentou requerimentos endereçados ao Ministério Público Estadual (MPE), ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), à Procuradoria da República no Estado do Tocantins (PRE-TO) e à Superintendência Estadual da Polícia Federal do Tocantins. Todas as demandas serão apreciadas na sessão de terça-feira, 2 de dezembro, e só após aprovação terão validade jurídica e poderão ser encaminhadas aos objetos de suas solicitações.
Líder da oposição na Câmara Municipal de Palmas,o vereador Iratã Abreu (PSD) estranhou a afirmação do prefeito Carlos Amastha (PP) à imprensa, recentemente, de que conseguiu nos últimos dois anos aumentar a arrecadação do município sem ter recorrido ao aumento de impostos. O parlamentar lembrou que não só houve aumentos excessivos de impostos, como de taxas também. “Fizemos, inclusive, abaixo-assinado contra o aumento do IPTU. Mas, além dele, o município reajustou o ISSQN, ITBI e inúmeras taxas que impactaram, entre outros setores, o da construção civil em Palmas”, frisou Iratã ao salientar que agora mais uma taxa deverá ser paga pelo contribuinte: a do estacionamento rotativo.
Os vereadores peemedebistas Rogério Freitas, Emerson Coimbra e Joel Borges apresentaram, na semana que passou, um Voto de Congratulação à senadora Kátia Abreu (PMDB) por sua indicação ao Ministério da Agricultura. O voto foi subscrito pelos parlamentares José do Lago Folha Filho, Valdson da Agesp, Joaquim Maia, Cleiton Cardoso, Lúcio Campelo, Júnior Geo, Gerson da Mil Coisas, Marilon Barbosa, Iratã Abreu, Milton Neris e Pastor João Campos. Na justificativa do voto, os vereadores argumentaram que a senadora Kátia reúne competência, coragem e determinação, além de ser ela a primeira mulher a assumir a presidência da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O prefeito de Gurupi, Gurupi, Laurez Moreira (PSB), promoveu uma reunião, recentemente, com representantes de vários segmentos da sociedade gurupiense, juízes e outras autoridades. O objetivo da reunião foi colher subsídios para a formulação de uma pauta de reivindicação da cidade a ser apresentada para o governador eleito Marcelo Miranda (PMDB) e ao governo federal. “Acreditamos que com a junção de esforços de todos vamos avançar de forma significativa, nas ações para conseguirmos importantes conquistas para a nossa cidade”, espera o prefeito Laurez Moreira (PSB). Durante a reunião, o presidente da subseção da OAB na cidade, Albery César Oliveira, externou a preocupação quanto a questão da segurança pública. Ele defende investimentos necessários para a melhoria das instalações físicas do Presídio Agrícola de Cariri, bem como das demais unidades prisionais de Gurupi.

[caption id="attachment_21900" align="alignright" width="620"] Reprodução/ Rede Globo[/caption]
A ditadura civil-militar instalada em 1964 plantou no inconsciente coletivo dos brasileiros o sentimento de que autoridade e autoritarismo são a mesma coisa. O em geral equilibrado “Profissão Repórter”, da TV Globo, ao mostrar como funcionam as escolas militares de Goiás, pode ter reproduzido o equívoco. Paradoxalmente, as escolas foram mais uma vítima da ditadura.
Nas escolas militares, há uma disciplina férrea? É provável que a palavra “férrea” deva ser retirada, pois o que há, e falta em muitos lugares, é disciplina — sem adjetivos. Apresentado por um dos mais categorizados repórteres patropis, Caco Barcellos, o “Profissão Repórter” pode ter incorrido a erro ao informar, baseado em depoimentos suspeitos, que nas escolas militares os professores de história são proibidos de falar em “ditadura militar” e são obrigados a nominar o “golpe de Estado” de 1964 de “revolução”. O depoimento de alunos e ex-alunos, explicitado na reportagem “Profissão Repórter sobre colégios militares de Goiás é criticado nas redes sociais”, de Alexandre Parrode — mais preciso e justo do que o programa global e dando voz às pessoas que sabem das coisas que ocorrem lá —, indica que não há “censura” e “dirigismo” histórico-cultural.
ode ser que, algum dia, um militar comentou que, ao falar do período, seria “mais adequado” chamar o golpe de revolução? É possível, mas não há uma orientação educacional específica — uma espécie de “correção” — e os livros indicados para os colégios não distorcem os fatos. Embora, se apresentassem a nuance de que a esquerda chama o que aconteceu entre março e abril de 1964 de “golpe” e a direita denomina de “revolução”, os livros não estariam errados. Pelo contrário, estariam contemplando a contradição que existe na sociedade.
Outra questão merece registro. Se os colégios militares contribuem para alta aprovação nos vestibulares — se as notas de seus alunos são superiores às de muitos colégios, até particulares, no Enem —, é sinal de que os professores e diretores militares não estão distorcendo os livros e a história “oficial” (que é a cristalizada nos livros didáticos). Como não há nenhuma informação de que os alunos dos colégios militares estão sendo “reprovados” nas provas de história, nos vestibulares e no Enem, isto significa que estão aprendendo aquilo que se ensina nas salas de aula. Os livros de história e as provas dos exames são feitos, em regra, por pesquisadores mais afeitos ao pensamento das esquerdas. Neles, portanto, não há registro de que o golpe de 64 é apontado como revolução e, sublinhamos, não há informação de que alunos dos colégios militares estejam contestando as provas externas (vestibulares e Enem) e repetindo o que “aprenderam” nos supostos livros “dirigidos” ou em salas de aula. A turma de Cacos Barcellos nem mesmo percebeu a contradição do material que expôs.
O que concluir? Que na intenção de fazer jornalismo crítico, praxe no “Profissão Repórter”, a Globo equivocou-se. Mera bola fora de um programa muito bom e de um profissional, Caco Barcellos, que merece o respeito dos colegas e dos telespectadores.
E mais: talvez tenha chegado a hora de admitir que todos os males do Brasil não são resultado da ditadura iniciada em 1964 e extinta em 1985, com a transição para o regime civil. Todos os problemas do País — que tem mais de 500 anos, a se contar a partir da chegada dos portugueses — não foram gerados por 21 anos de ditadura.

[caption id="attachment_21895" align="alignright" width="250"] Biografia de Luís Carlos Prestes é excelente, pois se trata de uma grande análise da história do Brasil no século 20, mas pode ter exagerado ao se referir ao senador Totó Caiado[/caption]
Há uma biografia excelente na praça, um grande painel da história do Brasil no século 20. “Luís Carlos Prestes — Um Revolucionário Entre Dois Mundos” (Companhia das Letras, 536 páginas), de Daniel Aarão Reis, de 68 anos, professor da Universidade Federal Fluminense e doutor em História pela Universidade de São Paulo, é um livro excepcional, muito bem escrito e com rara fluência.
Ao fim da leitura, não se percebe que o líder comunista ficou maior, mas também não ficou menor. Sua grandeza, que por certo há, está devidamente assentada. Com virtudes e defeitos apontados, porém nuançados.
Em que pese seu equilíbrio e pesquisa rigorosa, incontestáveis, há uma citação ao senador Totó Caiado, avô do deputado federal e senador eleito por Goiás Ronaldo Caiado (DEM), que merece nuance e contraditório.
Na página 78, ao apresentar a história da Coluna Prestes, Daniel Aarão escreve: “Totó Caiado, grande senhor de terra de Goiás, inauguraria um padrão que mais tarde seria retomado, em larga escala, pelos senhores do Nordeste, e da Bahia em particular, com seus ‘batalhões patrióticos’: roubava e pilhava, vendendo depois o produto do saque em mercados legais e ilegais. O próprio Bertoldo Klinger escreveria relatórios denunciando o latifundiário e solicitando a dissolução de suas ‘tropas’”.
Referenciado como “grande senhor de terra” e “latifundiário”, Totó era senador e tinha influência na política de Goiás e nacional, o que não é mencionado pelo livro. Relatos da época, por amplos e oficiais que sejam, merecem contraste com outras fontes, tanto documentais quanto historiográficas. Tudo indica que a única fonte de Daniel Aarão são os “relatórios” de Bertoldo Klinger.
Historiador rigoroso, Daniel Aarão poderia ter ampliado sua pesquisa com uma consulta ao livro “Poder e Paixão — A saga dos Caiado” (Cânone Editorial, de 2009), de Lena Castello Branco. A doutora pela Universidade de São Paulo escreveu um estudo criterioso e alentado (nasceu clássico), nem pró nem contra, sobre a família Caiado. Assim como a biografia de Prestes, o que se pode dizer é que se trata de uma obra nuançada, que situa, com precisão, os personagens na sua época e mostrando, com mestria, que os conflitos políticos e pessoais do tempo em que viveram podem distorcê-los, para menos ou para mais. Não há registro cabal — não politizado; inclusive a imprensa se prestou ao papel de “combatente”, quer dizer, de agente parcial — de que Totó Caiado “roubava e pilhava”. As referências da pesquisa séria e não comprometida com os conflitos da época — Caiado versus Pedro Ludovico (pós-1930) — dão conta de que se tratava de um homem decente.
Na próxima edição, para recompor o equilíbrio histórico entre as “partes”, para que a história não se torne a hegemonia de uma delas, vale acrescentar a história devidamente ampliada por Lena Castello Branco. Com a distância de 90 anos, vale trocar a paixão pela razão, incorporando a versão de uma parte propositadamente esquecida e, com certa frequência, não respeitada. Um livro tão bom quanto o de Daniel Aarão não pode ficar, por uma falha mínima, “manco”.
Abílio Wolney, de Dianópolis, é citado nas páginas 92 e 99.
Phyllis Dorothy James, que a Inglaterra e o mundo conhecem como P. D. James, morreu na quinta-feira, 27, aos 94 anos. A escritora inglesa, com seu detetive Adam Dalgliesh, personagem de 14 dos seus 20 romances policiais, se tornou uma grande dama da literatura policial. Porém, era um pouco mais do que isto. Era uma escritora notável, de primeira linha e, tecnicamente, irrepreensível. P. D. James escrevia muito bem e com uma imaginação poderosa. Seus livros têm uma arquitetura impecável, sem arestas. É capaz de segurar o leitor, da primeira à última linha, e sempre surpreendendo-o. Há por trás das histórias, às vezes aparentemente simples — sobretudo quando se termina a leitura —, uma inteligência fina, matemática, psicológica e filosoficamente competente. Ela tinha uma percepção sólida de como funciona a mente do homem. Algumas de suas obras lembram, aqui e ali, sólidas sessões de análise, nas quais se escava fundo, por associações livres ou não, como pensam e agem os criminosos e, ao mesmo tempo, os investigadores dos assassinatos. Um detetive escolado precisa, antes de tudo, pensar como perito, criminoso e, às vezes, criminalista. Sua imaginação costuma estar colada à dos marginais, para entendê-los e, claro, prendê-los. Não contente em escrever romances policiais refinados, e eventualmente até maliciosos — se o editor arrancar a capa do livro, retirando o nome P. D. James, o leitor poderá pensar muito bem que se trata de um prosador masculino —, P. D. James publicou um livrinho delicioso e perspicaz, “Segredos do Romance Policial” (Três Estrelas, tradução de José Rubens Siqueira). Em escassas 184 páginas — o leitor fica pedindo mais —, explica, com mestria, o que move os romances policiais e como os gênios do ramo montam suas histórias. “O Enigma de Sally”, de 1962, é seu primeiro romance. Atualmente, seus livros são publicados no Brasil pela Companhia das Letras, com traduções de qualidade. P. D. James sempre vendeu bem, porque a literatura policial é, no geral, aquela que impulsiona as demais literaturas, atraindo e formando novos leitores. Mas a independência financeira só foi alcançada mesmo com “Sangue Inocente”, da década de 1980, pelo qual ganhou uma fortuna, para os padrões ingleses e da época: 380 mil libras pelos direitos vendidos a uma editora e mais 145 mil libras do cinema. Era, P. D. James, superior a outras estrelas do romance policial, como Agatha Christie, Ruth Rendell e Patricia Highsmith? Difícil dizer; as quatro são excelentes. Para o meu gosto, P. D. James fica um tantinho acima de Agatha Christie, a pioneira, e é um par de Raymond Chandler, Dashiell Hammett e Georges Simenon (que é brilhantíssimo). Alguns livros de P. D. James publicados no Brasil: “Causas Nada Naturais”, “Uma Certa Justiça”, “O Crânio Sob a Pele”, “O Farol”, “Mente Assassina”, “Mortalha para uma Enfermeira”, “Morte de um Perito”, “Morte em Pemberley”, “Morte no Seminário”, “Paciente Particular”, “O Pecado Original”, “Sala dos Homicídios”, “A Torre Negra”, “Trabalho Impróprio para uma Mulher”. O leitor por certo perceberá, na literatura da autora, uma certa qualidade uniforme. Não há quedas bruscas de qualidade. Escritores iniciantes deveriam ler seus livros para aprender (ou aperfeiçoar) como se estrutura um romance com tudo no lugar.
O general Castello Branco comandou a derrubada do presidente João Goulart, entre 31 de março e 1º de abril de 1964, e, em 26 de novembro do mesmo ano, operou a retirada de Mauro Borges, do PSD, do governo de Goiás. Eram amigos e, apesar das pressões da linha dura do general Costa e Silva, tentou protegê-lo. Mas Castello Branco optou por ficar com os militares e afastou o líder goiano. A reportagem “Há 50 anos, Mauro era deposto”, de Sara Queiroz, jornalista do “Pop” (quarta-feira, 26), é confusa e contém pelo menos três erros. Diz que “Castelo” Branco era coronel. Era general (marechal) e a grafia correta do nome é Castello. Pelas regras estabelecidas pela cúpula das Forças Armadas, o presidente precisava ser general, não podia ser coronel. O nome é Almir Turisco, não “Turísco” (não tem acento), vice-governador do marechal Ribas Júnior. Há um trecho confuso: “Algumas semanas depois [da queda] os apoiadores negociaram a retirada das acusações criminais contra Mauro na própria Assembleia em troca do então presidente da Casa, Iris Rezende, não se tornar o governador nos anos restantes”. Será que a repórter crê mesmo que os militares, ao derrubar um político que era coronel do Exército, iriam permitir que outro civil, de matiz populista, assumisse o poder? Não deve acreditar. Talvez saiba que, para evitar que Iris Rezende disputasse o governo adiante, decidiram cassá-lo. Numa entrevista a Renato Dias, do “Diário da Manhã”, o presidente da Associação dos Anistiados de Goiás (Anigo), Marcantonio Dela Côrte, assinala: “Mauro Borges tentou entrar para a história como vítima do golpe de 1964, mas ele apoiou os militares e queria permanecer no poder”. No artigo “Por Goiás, pelo Brasil”, Mauro Borges Teixeira Neto, num texto respeitoso mas incisivo, contesta Dela Côrte. Mas é fato que, depois de ter apoiado a posse de João Goulart, em 1961, Mauro Borges passou a se opor ao presidente, se aliou aos militares e apoiou o golpe de 1964, que deve ser considerado civil-militar. Como não deixou o governo, em abril de 64, e nem ameaçou renunciar depois, antes conquistando um habeas corpus para tentar manter-se no poder, é plausível, como sublinha Dela Côrte, que Mauro Borges queria continuar, apesar do regime militar. Um trecho da fala de Dela Côrte — “Mauro tentou entrar para a história como vítima do golpe de 1964” — é interessantíssimo e merece, de fato, uma discussão mais ampla. Talvez, no lugar de golpe, fosse menos impreciso sugerir “regime civil-militar” ou “ditadura civil-militar”. Da ditadura, mas não do golpe em si, foi mesmo “vítima”. Foi cassado. O apoio ao golpe não diminui a estatura de Mauro Borges como político e gestor. Ele ficará na história como o administrador que, no estilo de Getúlio Vargas, trabalhou para organizar o Estado, para criar mecanismos públicos de incentivo ao crescimento econômico e ao desenvolvimento. Era um político excepcional, mas, de fato, apoiou o golpe de 64 e só “contestou” os militares depois de afastado.
Denilson Monteiro e Eduardo Nassife lançam, pela Editora Casa da Palavra, o livro "Chacrinha — A Biografia". O curioso é que, antes, Chacrinha era o nome de seu programa. "O Cassino da Chacrinha" era o nome do programa. Porque a rádio em que trabalhava ficava numa chácara, ou seja, numa chacrinha. Por isso "da" e não "do" Chacrinha. Em seguida, Abelardo Barbosa passou a ser chamado de Chacrinha e o nome pegou, tornando-se sua marca.
O corretor de imóveis Cláudio Martins da Silva foi assassinado, na semana passada, por Jefferson Alves Neves, Luiz Henrique Pires de Oliveira e Angela Cristina de Oliveira. Não se sabe, com precisão, qual a participação de cada um no crime. Cláudio Martins foi morto com 25 facadas. Jefferson Alves, Luiz Henrique e Angela Cristina têm passagem pela polícia por roubo e furto, segundo o “Pop”, ou, segundo “O Hoje”, “por roubo, receptação e tráfico de drogas”. Cláudio Martins, Jefferson Alves, Luiz Henrique e Angela Cristina saíram para usar crack. Para roubar o automóvel, os três criminosos decidiram matar Cláudio Martins. A nota cômica, em meio a uma notícia trágica, ficou por conta do repórter Saulo Humberto, do “Diário da Manhã” (quinta-feira, 27), que escreveu: “Os três [criminosos] foram enquadrados por laticínio (roubo seguido de morte)”. Você leu bem, “não” é latrocínio, e sim, segundo o “DM”, laticínio. Os jornais apresentam pequenas contradições. O “Pop” anota que o nome do morto é Cláudio Martins da Silva, que teria 31 anos. “O Hoje” e o “Diário da Manhã” dizem que é Cláudio Martins Silva, sem o “da”, e asseguram que tinha 33 anos. O “Pop” relata que os criminosos estavam num automóvel C4 preto, mas não esclarece que era da vítima. “O Hoje” revela que o Citröen C-4 era de Cláudio Martins.

[gallery type="slideshow" ids="21800,21801"] O Jornal Opção foi premiado duas vezes na 10ª edição do prêmio do Sistema da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) de Comunicação: o repórter Marcos Nunes Carreiro ficou em terceiro lugar na categoria Jornal Impresso, com a reportagem “A onda de construções que tomou Goiás pode estar com os dias contados”; e na categoria fotojornalismo, o repórter fotográfico Fernando Leite também conquistou a terceira colocação, com foto publicada na reportagem “Goiás é o novo trevo econômico do Brasil”. Com essas premiações, a equipe do Jornal Opção chega a seis prêmios conquistados em 2014.

Em 2011, um texto escrito por Ademir Luiz fez grande sucesso entre os leitores do Jornal Opção. Confira:
Roberto Gómez Bolaños, apelidado, num exagero quase perdoável, de “Pequeno Shakespeare”, é o criador de uma das mais sutis, brilhantes e temíveis representações do inferno em qualquer das artes: o seriado “Chaves”
Ademir Luiz
Especial para o Jornal Opção
Sartre escreveu em sua famosa peça “Entre Quatro Paredes”, de 1945, que “o inferno são os outros”. Não existe uma definição universalmente aceita sobre o conceito de inferno na tradição teológica ocidental. Segundo o historiador Jean Delumeau, no livro “Entrevistas Sobre o Fim dos Tempos”, o catolicismo tradicional, apoiando-se em Santo Agostinho, apregoava a “existência de um lugar de sofrimento eterno para aqueles que tiverem praticado um mal considerável nessa vida e dele jamais se tenha arrependido”. Essa noção, um tanto incongruente com a imagem de um Deus misericordioso, não prosperou fora do imaginário popular, sendo substituída pela solução do Purgatório, desenvolvida no século II, sobretudo, por Orígenas. Ninguém mais estaria condenado para sempre, embora, excetuando-se os santos, todos tivessem que passar por um período variável de purificação, com a garantia da salvação ao final. Santo Irineu discordava. Para ele, “os pecadores confirmados, obstinados, se apartaram de Deus, também se apartaram da vida”. Portanto, após o julgamento final, os condenados seriam simplesmente apagados da existência.
A polêmica continuou pelos séculos dos séculos, com novos debatedores: Tomás de Aquino, Lutero, Joaquim de Fiore. Na literatura, Dante e Milton criaram visões poderosas do inferno. O trio de condenados de Sartre, os cenobitas sadosmasoquistas de Clive Barker e os pecadores amaldiçoados de Roberto Bolaños são recriações contemporâneas perturbadoras.
Sim, Roberto Bolaños. Não, não se trata do falecido ficcionista chileno Roberto Bolaño (1953–2003), autor do calhamaço “2666”. O Bolaños com S é um artista infinitamente superior. Refiro-me ao ator, escritor e diretor mexicano Roberto Gómez Bolaños, apelidado, num exagero quase perdoável, de Chespirito, ou “Pequeno Shakespeare” à mexicana. Ele é o criador de uma das mais sutis, brilhantes e temíveis representações do inferno em qualquer das artes: o seriado “Chaves”. Se, conforme ensinou Baudelaire, “a maior artimanha do demônio é convencer-nos de que ele não existe”, podemos concluir que esse mesmo demônio não iria apresentar seus domínios por meio de estereótipos: escuridão, chamas, tridentes, lava. Em “Chaves”, verdadeiramente, “o inferno são os outros”.
Bolaños encheu sua criação de sinais que devem ser decodificados para que se revele seu verdadeiro sentido de auto moralizante. O primeiro e mais importante é o título. Originalmente, o seriado chama-se “El Chavo Del Ocho”, ou traduzindo do espanhol: “O Moleque do Oito”. Ninguém sabe o verdadeiro nome do protagonista, que nunca foi pronunciado. Chamam-no apenas de “Moleque”. O nome próprio Chaves é uma adaptação brasileira, uma corruptela da palavra “chavo”. É certo que um “chavo”, ou “moleque”, é quem faz molecagens; quem subverte a ordem do que seria moral e socialmente aceito como correto. Em livre interpretação, o “moleque” é um pecador. Portanto, o seriado trata de pecados. Não de pecados mortais, pois do contrário dificilmente seus personagens gerariam simpatia, mas, com certeza, de pecados capitais.
Ao contrário do que muitos acreditam, o protagonista não mora em um barril, mas na casa número 8. Sendo órfão e morador de rua, foi recolhido por uma idosa, que jamais foi mostrada; e que talvez não exista. Se existir é a morte materializada, pois habita o 8. Basta deitar o numeral 8 que obtemos o símbolo do infinito. A morte é infinita, pois não há vida antes da vida e após a vida volta-se a condição anterior. A vida pode ser medida pelo tempo, o antes e o depois é, por definição, infinito. O nada infinito, a graça infinita ou a purgação infinita.
Essa vila do “8” nada mais é do que um pedaço do Inferno, especialmente preparado para receber seus hospedes, mortos e condenados no julgamento final. Uma variação cômica de “Entre Quatros Paredes”, onde duas mulheres e um homem (além de um mordomo... mas o comunista Sartre não considerou o representante da classe proletária um personagem pleno) são obrigados a se suportarem mutuamente pela eternidade, num ciclo infindável de acusações e violência. Não é difícil imaginar a cena: Chiquinha chuta a canela de Quico e faz seu pai pensar que o menino foi o agressor, enervado Seu Madruga belisca Quico, que chama Dona Florinda, que acerta um tapa no vizinho gentalha, que descarrega a raiva no Moleque, que atinge o Seu Barriga quando ele chega para cobrar o aluguel. Enquanto isso, o professor Girafales, queimando de desejo, bebe café, com um buquê de rosas no colo, sem desconfiar a causa, motivo, razão ou circunstância de tanta repetição.
O cenário é um labirinto rizomático, sem centro, começo nem fim. Saindo da vila caem em uma rua estreita que leva a um pequeno parque, um restaurante e uma apertada sala de aula. As variações, como Acapulco, são exceções que confirmam a regra. O universo dos personagens se resume a esse espaço claustrofóbico, onde um ambiente leva a outro que leva a outro que leva a outro, indefinidamente.
Os pecados que cometeram em vida transparecem em suas características, medos e frustrações. Chaves, o Moleque, sempre faminto, cometia o pecado da gula. Glutão inveterado, sua preferência por sanduiche de presunto indica desprezo pelas leis de Deus, que proibiu o consumo de porco, esse animal sujo e de pé fendido. Inimigo de qualquer autoridade moral, apelidou seu professor de “Mestre Linguiça”, outra referência a malfadada iguaria suína.
Seu Madruga, que têm muito trabalho para continuar sem trabalhar, cometia o pecado da preguiça. Exigem redobrados esforços suas estratégias de fuga, para não pagar os indefectíveis 14 meses de aluguel. Que nunca se tornam 15 meses, denotando que a passagem do tempo está suspensa. Não é necessário lembrar que 7 + 7 é igual a 14 e que, na tradição crística, 70 x 07 simboliza o infinito. Da mesma forma que o 8, o símbolo de adição deitado torna-se o de multiplicação. Deus mora nos detalhes.
A ganância de Seu Barriga é óbvia. Quem mais cobraria o aluguel mensal praticamente todos os dias? Os golpes que o Moleque lhe aplica sempre que chega a vila faz parte de sua punição. O fato de possuir como veículo uma Brasília amarela liga-o imediatamente ao país Brasil, indicando que em vida deve ter se envolvido em escândalos de corrupção. Terry Gilliam não escolhe títulos ao acaso.
O pequeno marinheiro Quico, o menino mais rico da vila, é movido pela inveja. Sempre que vê um de seus pobres vizinhos se divertindo com um surrado brinquedo, cobiça aquela alegria simplória e vai buscar um dos seus, sempre maior e melhor, mas que nunca lhe dá satisfação. O brinquedo do outro, mesmo sendo obviamente inferior, sempre lhe parece mais interessante. Um círculo vicioso de inveja, jamais saciada.
Chiquinha é marcada pela personalidade intolerante, raivosa. Imitando o Pateta, usava o automóvel como uma arma potencializadora de sua ira. Morrendo em uma briga de trânsito, na vila, tenta fazer o mesmo com o triciclo. Não foram poucas as vezes que atropelou pés e brinquedos. Mas a musa que canta a ira do poderoso Aquiles não se ocupa da ira insignificante de Francisquinha. Sendo a menor e fisicamente mais fraca da vila, só lhe resta chorar, chorar e chorar.
Dona Florinda e o Professor Girafales foram libertinos do porte do Marquês de Sade e Messalina (ou os próprios). Mestres na arte da luxúria, acabaram condenados a eternidade de abstinência sexual. Frigida e impotente, a mente almeja, mas o corpo não acompanha. Consomem infindáveis xícaras de café que, com propriedades estimulantes, alimentam ainda mais o fogo que não podem debelar. O professor Girafales fuma em sala de aula não porque “El Chavo Del Ocho” foi gravado antes da praga politicamente correta, mas devido ao fato dele ser portador do célebre cacoete pós-coito de acender um cigarro, fazer um aro de fumaça no ar e perguntar “foi bom para você?”. Incapaz de cumprir a primeira parte do ritual erótico, involuntariamente reproduz a segunda. Não por acaso, a trilha sonoro de seus encontros é a mesma de “... E o Vento Levou”. A frase final do filme é “amanhã será outro dia”. Na vila, sempre haverá outro dia e outra xícara de café.
Dona Clotilde, a bruxa do 71, padecia de extrema vaidade. O gênio de Bolaños teve a sutileza de convidar uma ex-miss, a espanhola Angelines Fernández, para interpretar a personagem. Novamente o signo de uma condenação eterna aparece: 71 nada mais é do que 7+1=8. O animal de estimação de Dona Clotilde, significativamente chamado de Satanás, chama atenção para outro elemento importante. A presença de diversos demônios errantes na vila. Trata-se de uma besta transmorfa. Em alguns episódios satanás é um gato, em outros um cão. Diferente do paradoxo do coelho-pato de Jastrow, Wittgenstein e Thomas Kuhn, que servia ao desenvolvimento da razão, o gato-cão é uma representação do misticismo, o cão em “pessoa”.
Em 1589 o teólogo Peter Binsfeld, no livro “Binsfeld’s Classification of Demons”, estabeleceu que cada um dos sete pecados capitais possui um patrono infernal. Sintomaticamente, Lúcifer, nome pelo qual muitos chamam satanás, gera a vaidade. Os outros são Asmodeu que gera a luxúria, Belzebu a gula, Mammon a ganância, Belphegor a preguiça, Azazel a ira e Leviatã a inveja. Não nos enganemos: eles rondam a vila. Aparecem circunstancialmente, para promover desordem, dor e tentação.
Se o gato-cão Lúcifer/Satanás ajuda a difundir o boato de que Dona Clotilde é uma bruxa, me parece óbvio que a bela menina Paty e sua tia Glória são Belzebu e Belphegor metamorfoseados em súcubos, demônio sexuais femininos, prontos para atiçar outros apetites no Moleque e tirar Seu Madruga de seu estado de letargia. Por sua vez, o galã de novelas Hector Bonilla, que visitou a vila, nada mais é do que Asmodeu na forma de um íncubo, demônio sexual masculino, com a missão de tumultuar a relação do casal de libertinos castrados. Nhonho é Mammon, instigando o pai avaro a gastar. Popis é Azazel, esmerando-se em despertar a ira de Chiquinha com sua futilidade enervante. Godinez é Leviatã atiçando a inveja de Quico, com suas respostas tão certeiras quanto involuntárias ao Mestre Linguiça. Figuras de pouca relevância como Dona Neves, Seu Furtado, os jogadores de ioiô, os alunos anônimos na escola, os clientes do restaurante, o pessoal do parque e do festival da boa vizinhança, além de outros coadjuvantes, são entidades demoníacas menores, com a função de criar a ilusão de normalidade.
De fato, os frequentadores da vila parecem inscientes de sua condição. Os adultos por serem alto-centrados. As crianças por estarem duplamente amaldiçoados, regredidos a condição infantil, talvez como espelho da imaturidade emocional que os levaram a conduta pecadora. Enquanto muitas pessoas sonham em possuir a experiência da maturidade em um corpo jovem, eles mantiveram o corpo que possuíam na hora da morte, mas quase sem nenhuma experiência. Essas são as sutilezas da burocracia infernal.
O carteiro Jaiminho, em sua função de portador de mensagens, é o único representante do lado de cá. Um médium que tenta fazer contato com essa outra dimensão. Seu constante estado de fadiga é resultado do esforço sobre-humano necessário para cruzar as dimensões. Prova disso é a descrição que Jaiminho dá de sua terra natal, Tangamandápio. A despeito de existir de fato, sendo localizada a noroeste do Estado mexicano de Michoacán, trata-se de uma alegoria. Segundo o carteiro, tudo em Tangamandápio é colossal. Seria maior do que Nova York e teria uma população de muitos milhões de habitantes. O que poderia ser tão grande? Obviamente, ela não se refere a uma única localidade isolada, mas a todo o planeta; a terra dos vivos. As cartas que transporta são psicografias e a bicicleta que nunca larga, apesar de não saber andar, nada mais é do que um totem, ao estilo de “A Origem”, necessário para que possa voltar para realidade.
Em “El Chavo Del Ocho”, Bolanõs, o Camus asteca, criou sua própria versão do mito de Sísifo. O Moleque e companhia estão condenados a empurrar inutilmente por uma ladeira íngreme essa imensa pedra chamada cotidiano, que sempre rola de volta, obrigando-os ao tormento do eterno retorno. A pedra de Quico é quadrada, não rola, desliza. É cômico, apesar de trágico.
Ademir Luiz é doutor em História.
Fonte: Revista Bula

Um embate foi criado entre a vereadora Lucia e o secretário Francisco, que achou desrespeitosa a ação da vereadora, que de acordo com ele, invadiu o Cais sem autorização
Em mais uma ação de regularização na Região Noroeste, Agehab leva benefícios ao Jardim Curitiba - que recebe pacote de obras do PAC-2
[caption id="attachment_21864" align="aligncenter" width="620"] Foto: Agehab[/caption]
Os moradores do Jardim Curitiba recebem neste sábado (29/11), do Governo de Goiás, praça construída pela Agência Goiana de Habitação (Agehab), com infraestrutura e equipamentos para prática de esporte, ginástica, recreação infantil e convivência das famílias.
Localizada no Jardim Curitiba III, entre as ruas JC-65 com a JC-66, a praça integra um conjunto de obras de reurbanização em andamento no bairro, que, de acordo com o Estado, levará mais conforto, segurança e qualidade de vida para as famílias. A inauguração está marcada para as 9 horas e o governador Marconi Perillo (PSDB) é esperado.
São 7 mil metros quadrados de área construída, iluminação moderna, pista de caminhada, quadra de esportes e parque infantil. As obras fazem parte do programa de regularização fundiária plena do bairro, executado pela Agehab com o Casa Legal – Sua Escritura na Mão e parceria da Caixa Econômica Federal.
Além das escrituras registradas dos imóveis, os moradores serão beneficiados com a construção de Centro de Educação Infantil (CMEI), Centro Comunitário, asfalto, redes de esgoto e galerias para escoamento da água das chuvas. Estas obras estão em fase de conclusão.
“Estamos completando a regularização de 13 bairros da região Noroeste, onde já entregamos quase 8 mil escrituras. Trabalhamos para entregar ainda este ano escrituras do Jardim Curitiba. Tudo dependerá da agilidade do registro em cartório. Com as escrituras do bairro concluiremos a legalização da região Noroeste. O Curitiba começa a receber as obras de reurbanização do processo de regularização plena”, frisa o presidente da Agehab, Luiz Stival.
O bairro também será beneficiado com a construção de um Centro de Cultura e Convivência, com anfiteatro para 300 pessoas, e 315 moradias para famílias que ocupam áreas de risco ou preservação ambiental. O investimento na reurbanização do Jardim Curitiba é superior a R$ 50 milhões, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2). A previsão é de que as primeiras 2,4 famílias do Jardim Curitiba (I, II, III e IV) recebam ainda este ano as escrituras de seus imóveis. Já foram entregues pela Agehab na região Noroeste de Goiânia cerca de 8 mil escrituras do Casa Legal, beneficiando 9 bairros.
Amigos da praça
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