Notícias

Encontramos 138547 resultados
Governo Dilma planeja extinguir incentivos fiscais mas rejeita discutir o pacto federativo

Guerra fiscal é uma expressão pejorativa para definir algo que é positivo para o crescimento e o desenvolvimento dos Estados, os incentivos fiscais. Sem eles, Bahia, Ceará, Goiás, Tocantins, Pernambuco e Mato Grosso seriam meras colônias de São Paulo

Prefeito de Minaçu demite servidores e prefeito de Alto Horizonte segue pelo mesmo caminho

A quebradeira é geral nas prefeituras de Goiás. O prefeito de Minaçu demitiu a maioria dos servidores públicos. O prefeito de Alto Horizonte, devido à queda da arrecadação de 10 milhões para 6 milhões de reais, também vai demitir funcionários. O problema é que o mercado dos dois municípios não têm condições de absorver, de imediato, os afastados. Crise social à vista.

Político garante que Juraci Martins vai ser “condenado” pelo Tribunal do Júri

Folclore corrente em Rio Verde: dois políticos, um do PSD e um PSDB, conversam animadamente na porta da prefeitura quando um deles, de supetão, dispara: — Você está sabendo que o prefeito Juraci Martins vai ser condenado pelo Tribunal do Júri?” — Não estou sabendo, não. O que sei é que Juraci Martins, um homem de bem e extremamente pacífico, não matou ninguém. — Você está enganado. Ele matou sim, e todos já estão sabendo, exceto você. — Então, caro amigo, desembucha: quem, afinal, Juraci Martins matou. — Ora, caro amigo, ele matou uma cidade, Rio Verde.

Articulador político garante que Anselmo Pereira não está cumprindo acordos

De um hábil articulador político: “O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Anselmo Pereira, até agora não honrou os compromissos que garantiram a sua vitória”. O recado, meio enviesado, não explica exatamente quais foram os compromissos. “Nada de irregular”, garante a fonte. “São compromissos políticos.” Sabe-se que, sem o apoio deste articulador, dificilmente Anselmo Pereira teria sido eleito.

Irista ortodoxo diz que Iris Rezende está no jogo para 2016, mas não para 2018

De um peemedebista irista linha ordotoxa: “Iris Rezende está no jogo para a disputa eleitoral de 2016. Mesmo que ele não dispute, a campanha vai passar por suas mãos. Mas posso garantir que ele estará fora do jogo em 2018. Neste ano, com 85 anos, ele estará aposentado, em definitivo”.

“Goiânia não resiste a mais uma gestão do PT”, diz ex-vereador Marcelo Augusto

Pré-candidato a prefeito de Goiânia pelo PHS, o ex-presidente da Câmara Municipal da capital Marcelo Augusto frisa que quatro candidatos devem concorrer em 2016. “Iris Rezende deve ser candidato pelo PMDB. Vanderlan Cardoso tende a disputar pelo PSB, quem sabe com o apoio do PSDB. Adriana Accorsi é o nome mais cotado, por sua popularidade, para ser candidata pelo PT.” Marcelo Augusto, articulador político dos mais hábeis, sublinha que “Goiânia não resiste a mais uma gestão do PT”. “A campanha de 2016, aposta o líder do PHS, vai ser marcada pelo fato de que o eleitor vai querer, acima de qualquer coisa, expulsar o PT da Prefeitura de Goiânia. Quem estiver associado ao prefeito Paulo Garcia vai sair chamuscado, ele está contaminando todos os seus aliados. Por isso, aos poucos, o PMDB está se afastando. No momento apropriado, os peemedebistas vão chutar o balde e o próprio Paulo Garcia, dizendo mais ou menos assim: ‘Não temos nada com isso, não’”.

A estranha pressa do Planalto em defender Graça contra os procuradores da República

Entre um mandato e outro, alguma coisa já mudou nas duas primeiras semanas do novo governo: Dilma falou menos e deixou que ministros se expressassem

Ao jogar Lula contra a presidente, Marta ameaça a revanche contra os dois em São Paulo

[caption id="attachment_26261" align="alignnone" width="620"]Alexandre Padilha: candidato bancado por Lula fracassou em São Paulo | Foto: Euza Fiúza/ABr Alexandre Padilha: candidato bancado por Lula fracassou em São Paulo | Foto: Euza Fiúza/ABr[/caption] A quase dois anos das eleições municipais em 2016, a senadora e ex-ministra Marta Suplicy caminha com determinação para ser candidata a prefeita, sobretudo, contra o PT em São Paulo. Quanto à chance de ser eleita contra o PSDB que domina o Estado há 20 anos e tem mais quatro pela frente, ainda é cedo para se prever. Mas Marta poderá se aliar aos tucanos, é claro, para abater o PT rumo a 2018. A fúria com que a senadora pediu demissão à presidente Dilma como ministra da Cultura, em novembro, confirma-se no estardalhaço da entrevista que concedeu há uma semana. A fala continua a ecoar por conta da força das palavras, mais os desdobramentos visíveis na tessitura da manifestação. Há dois meses, Marta apresentou sua carta de demissão a Dilma. A presidente a leu, devolveu e pediu que a ministra esperasse sua volta de uma reunião econômica em Doha, capital de Qatar. Mal a companheira colocou os pés no avião presidencial, a ministra mandou entregar a carta no Planalto. Agressivo, o documento incluía um desafio à presidente recém-reeleita: “Todos nós, brasileiros, desejamos, neste momento, que a senhora seja iluminada ao escolher sua nova equipe de trabalho, a começar por uma equipe econômica independente, experiente e comprovada, que resgate a confiança e credibilidade ao seu governo e que, acima de tudo, esteja comprometida com uma nova agenda de estabilidade e crescimento para o nosso país. Isto é o que hoje o Brasil, ansiosamente, aguarda e espera.” Agora, veio a entrevista à repórter Eliane Cantanhêde em que Marta Suplicy joga Lula contra Dilma, confirma suas manobras para convencer o ex a lançar-se candidato a presidente contra reeleição da companheira no ano passado, critica a assessoria presidencial e a direção do PT, e determina a todo o aparelho petista: — Ou o PT muda ou acaba. A explosão de Marta apresenta como estopim a escolha do desafeto Juca Ferreira a ministro da Cultura, último pouso da senadora na Espla­nada, onde ocupou antes o Turismo depois da reeleição de Lula. Mas o desenho da fala na entrevista expõe o projeto pessoal de voltar a disputar postos majoritários em São Paulo sem ser pressionada a ceder a vaga a companheiros. À procura de um novo partido, Marta tem um trunfo: pode surfar no massacre que o PT sofreu no Estado com a derrota do companheiro inexperiente Alexandre Padilha, bancado por Lula. Em terceiro lugar, com apenas 18,2% dos votos, Padilha ajudou a abrir o caminho à reeleição de Geraldo Alckmin, que garante aos tucanos 24 anos de poder contínuo no Estado. Agora desponta a eleição a prefeito. A força de Marta está na capital. Ali, o frustrado Padilha recebeu ralos 7% dos votos a governador. Na campanha, a então ministra da Cultura tentou ajudar. Numa carreata, subiu num caminhão para ficar ao lado de Dilma e do candidato, mas o presidente do PT, Rui Falcão, mandou apear e subir no caminhão que vinha atrás. O troco da senadora em Falcão veio na entrevista. “O Rui traiu o partido”, fulminou Marta sem explicação. Ao longo do ano passado, a discreta, mas real, pressão interna no partido para lançar Lula contra Dilma não tocou Falcão, que hoje assume posições, no PT, mais dilmistas do que lulistas. É um dos sintomas de esvaziamento de Lula, que não pode mais se impor sozinho. Apesar de tudo, a falta de respaldo pelo ex é mais uma garantia de que o PT não acolheria nova candidatura de Marta a prefeita. Ela, que nunca contou com Dilma, embora fosse sua ministra – na verdade, nem queria contar, preferiu ser alguém à parte e por isso apoiou a volta do lulismo ao poder.

Prefeito de Posse diz que não é um dos piores de Goiás e apresenta lista de obras

O Jornal Opção entrevistou 20 políticos, recentemente, e pediu que indicassem os 20 piores prefeitos de Goiás. O critério era a qualidade (ou a falta de qualidade) de suas gestões. O prefeito de Posse, o dentista José Gouveia (Pros), apareceu na lista. Na semana passada, um de seus auxiliares, Márcio Passos, entrou em contato com o jornal com o objetivo de expor a posição da prefeitura. O auxiliar afirma que “os 20 eleitores possivelmente não têm amplo conhecimento do que está acontecendo em Posse. Há buracos em algumas ruas? Sim há, mas pouquíssimos, e devido às chuvas. Mas muito menos do que em gestões anteriores. E há uma operação tapa-buraco em ação. Na área de saúde, nós vamos inaugurar, em 2015, três PSF [Programa de Saúde da Família”, afirma Márcio Passos. “Nós já havíamos inaugurado um. Este ano vamos inaugurar uma creche para 300 crianças. E vale dizer que as obras são de qualidade.” O Ambulatório Médico de Especialidades “já foi licitado. A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) está licitada, com 1,760 milhão de reais já na conta”. José Gouveia, segundo Márcio Passos, “vai entregar 700 casas populares de qualidade para as pessoas mais pobres de Posse. As casas têm infraestrutura completa. São 40 milhões de reais de investimento, gerando mais de 200 empregos. A prefeitura deve entregá-las até 2016”. Márcio Passos afirma que “José Gouveia é um político do bem, que não briga com os adversários e está mais preocupado em servir à sociedade. Ele é leal. Na campanha passada, trabalhou forte para o governador Marconi Perillo”.

O caminho da senadora para castigar os donos do PT que não lhe dão a atenção devida

[caption id="attachment_26258" align="alignnone" width="620"]Senadora Marta Suplicy entorna o caldo no PT e busca jogar Lula contra Dilma em nome de seu projeto | Foto: Gervásio Baptista/Agência Brasil Senadora Marta Suplicy entorna o caldo no PT e busca jogar Lula contra Dilma em nome de seu projeto | Foto: Gervásio Baptista/Agência Brasil[/caption] Se Lula conseguir reeleger, em São Paulo, o impopular prefeito Fernando Haddad, a quem elegeu em 2012 numa das preterições a candidaturas da senadora Marta Suplicy, poderá aliviar o prejuízo que sofreu com o vexame da derrota de seu candidato a governador pelo PT, Alexandre Padilha, em outra preterição à ex-ministra da Cultura. O desempenho precário do PT, em São Paulo, no universo das eleições do ano passado, desde a presidencial, ajuda a minar o poder do ex-presidente perante o Planalto. O tucano Aécio Neves recebeu 64% dos votos dos paulistas, contra 36% para Dilma. Veja-se que a reeleição poderia cair ali: a diferença, no país, a favor da presidente sobre Aécio foi de 3,28%. Por isso, a prefeitura paulistana tem tudo para ser a prioridade municipal de Lula no próximo ano. Ele, que precisa de duas coisas: mostrar força ao Planalto rumo a 2018; e atender à gana pessoal contra sucessos eleitorais tucanos. Ainda mais neste momento em que o PSDB tem a garantia de visto de permanência por 24 anos contínuos no Palácio dos Bandeirantes. Aí entra o fator Marta Suplicy. Se ela sair mesmo candidata a prefeita por outro partido ou apoiar algum concorrente para participar da derrota da reeleição de Had­dad, terá uma revanche e tanta. Contra Lula e Dilma, os donos do PT, que não gostam dela, embora o ex mantenha relações pessoais com a companheira. Mais na frente, na eleição presidencial, se o candidato da presidente for o paulista Aloizio Mercadante, chefe da Casa Civil, Marta terá mais uma razão para estar do outro lado. “Mer­cadante é o inimigo”, comunicou na entrevista que concedeu há uma semana: “Mercadante mente quando diz que Lula será o candidato em 2018. Ele (Mercadante) é candidatíssimo e está operando nessa direção desde a campanha (2014), quando houve um complô dele com o Rui (Falcão, presidente do PT) e o João Santana (marqueteiro do Pla­nal­to) para barrar Lula.” Ainda sobre o ex, referência direta da senadora na entrevista para paparicar o companheiro e hostilizar Dilma, Marta definiu a posição dele no poder central desde a reeleição da sucessora: — O Lula está fora. Total­mente fora. E o que Lula tem a ver com a fala da ainda companheira Marta Suplicy que tenta aprofundar o desencontro político entre ele e Dilma? Nada a ver. Nem interessa a Lula procurar mais conflito com a sucessora, pois o seu plano para retomar o Planalto em 2018 precisa do apoio de Dilma, que não parece animada com o projeto do companheiro. A entrevista de Marta apoia-se em Lula para fustigar a presidente. Até com incoerência relativa, pois foi o ex-presidente quem torpedeou a ideia da companheira em ser candidata do PT a prefeita em 2012, quando preferiu Haddad. O mesmo filme que se repetiu no ano passado: Lula cortou a vontade de Marta em ser candidata ao governo, ficou com Padilha. Mas o que é incoerência relativa, no jogo político? No caso atual de Marta, é oportunismo com dose de cinismo. Ela valoriza Lula para se desforrar de Dilma. Atrevida, Marta, ministra da Cultura no ano passado, desafiou a presidente que a nomeou e procurou Lula com insistência para estimular o ex a ser candidato contra a reeleição da outra companheira.

Prefeito José Gouveia deve enfrentar José Eliton ou Humberto Silva em Posse

As discussões políticas em Posse começam a ficar acaloradas. O prefeito José Gouveia é candidato à reeleição e já está conversando com os aliados e planeja conquistar novos aliados, para ampliar sua base político-eleitoral. O advogado José Eliton Figuerêdo, pai do vice-governador José Eliton Jr., é uma das principais apostas do PP. Mas Humberto Silva também está colocando seu nome para a disputa. O PT pode bancar o empresário Ivon Valente.

A conta de luz de Dilma caiu na real, dois anos depois daquela festa de janeiro de 2013

Na última quarta-feira, completaram-se dois anos desde que a presidente Dilma assegurou a promessa de uma redução média de 20,2% na conta de luz. “No início de 2013, a conta de luz ficará até 16,2% mais barata para as residências e até 28% para as indústrias, dependendo do nível de tensão”, prometia dois meses antes, quando comemorou: — Será a maior redução nas tarifas de energia elétrica já registrada no Brasil. Naquele novembro de 2012, em seu programa de rádio, a presidente passou a afirmar que, todos os meses, a conta de luz se tornaria uma prova impressa de “menos gastos para as famílias e mais competitividade para nossas indústrias, que poderão oferecer produtos mais baratos para toda a população”. A promessa se tornou possível em 14 de janeiro de 2013, com a publicação da sanção de Dilma à lei que renovou as concessões de distribuição e geração de eletricidade que venceriam a partir deste 2015. Turbinada pela concessão de subsídios fiscais do governo a empresas da área, a nova lei, prometeu, derrubaria o preço da conta de luz e estimularia o consumo de outros produtos. Nove dias depois, a presidente comemorou em cadeia nacional com televisão e rádio. “Com essa redução de tarifa, o Brasil, que já é uma potência energética, passa a viver uma situação ainda mais especial no setor elétrico”, contava com a queda do custo da energia e o aumento da produção elétrica: “Esse movimento simultâneo nos deixa em situação privilegiada no mundo. Isso significa que o Brasil vai ter energia cada vez melhor e mais barata, significa que o Brasil tem e terá energia mais do que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo.” A queda do governo na real estava impressa em uma entrevista do novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, nos jornais da última quarta-feira — outro 14 de janeiro, mas diferente do anterior porque, agora, aconteceu apenas duas semanas depois da posse de Dilma em novo mandato presidencial. O ministro anunciou que chegou o momento do “realismo tarifário” na conta de luz. A realidade passou a surgir com força na cobrança da eletricidade desde a reeleição da presidente em outubro, mas deve se tornar mais dramática ao longo deste ano. Na avaliação da equipe do Ministério da Fazenda, deve subir em torno de 30% desde janeiro a dezembro. Com isso, haveria o impacto de 0,9% na inflação medida pelo IPCA. Se o governo espera que a inflação anual não passe do teto da meta de 6,5%, o choque elétrico na da conta pode queimar 7,2% desse limite. É o preço que a equipe econômica paga pelo corte do subsídio de R$ 9 bilhões que iria para o setor elétrico neste ano. O ministro Levy parece estar preparado para colocar o dedo na tomada. O realismo tarifário conta com alguma concessão à inflação neste primeiro ano de novo governo. O lucro seria político. A incolumidade das contas públicas poderia significar pontos ganhos na conquista de confiança pela nova política econômica, como no corte de subsídio. Dilma? Não diz nada. Porém, o novo ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, recomendou moderação aos consumidores. “Não é racionamento”, tentou acalmar os clientes da eletricidade. “Ela existe, mas é cara”, argumentou a respeito da nova bandeira tarifária, sistema que cobra mais caro de quem consome mais. Ele quer que cada um planeje o seu consumo para pagar menos na conta. l

Sebastião Macalé assume presidência da OAB-GO no lugar de Henrique Tibúrcio

Devido à renúncia do então presidente, o ex-jogador de futebol assume o cargo até o mês de novembro, quando haverá nova eleição

O deus do riso não é Deus nem Maomé. É o próprio humor, que só funciona se não puder ser contido

[caption id="attachment_26247" align="alignleft" width="620"]O humor do “Charlie” e o humor do brasileiro Chico Caruso: ninguém, nem mesmo políticas totalitárias, pode conter os artífices do riso O humor do “Charlie” e o humor do brasileiro Chico Caruso: ninguém, nem mesmo políticas totalitárias, pode conter os artífices do riso[/caption] Não existe humor reverente. Quando a favor aproxima-se da publicidade e, portanto, deixa de ser humor. Portanto, quem não aprecia a vida apresentada de modo escrachado e transgressor — arrancando-nos do lugar comum para exibir o inusitado, aquilo que provoca o riso e, às vezes, irrita — deve passar ao largo. O humor de verdade é quase sempre ofensivo e contundente — daí incomodar tanto e não há como enfrentá-lo, exceto com graça ou, como no caso dos inimigos dos criadores do “Charlie Hebdo”, com violência, sobretudo física. O humor não funciona quando é ideológico, e incomoda tanto a direita quanto a esquerda e o centro político. O humor agrada porque é criado para desagradar. Sua função, se há uma, não é mudar o mundo ou fazer as pessoas mudarem de posição, mas sim fazer rir — riso solto ou contido — todos, desde que não fanáticos. Acredito que até fanáticos, num momento relax, riem do humor corrosivo. Porém, na presença de outros fanáticos, atacam as charges e seus criadores com, digamos, volúpia. Excesso de violência — de ódio por alguma coisa ou alguém — é paixão recalcada. Para o humorista, chargista ou não, deus não é o dos árabes, Maomé, ou o dos cristãos, Deus. É o humor. Por isso não se deve, para não perder tempo, cobrar limites dos humoristas, categoria à qual pertencem os chargistas. Imaginem os escritores Oscar Wilde, Bernard Shaw, H. L. Mencken e Nelson Rodrigues “contidos”, sem poder escrever seus fabulosos textos e frases politicamente incorretos. Bem, se fosse possível “segurá-los”, no seu tempo, os leitores atuais certamente não estariam citando o quarteto. O terreno da arte e do humor é o da liberdade total, ainda que isto, em tese, seja uma quimera. O humor, de tão radical e libertário — infenso a qualquer controle —, está a um passo da “ilegalidade”. Na última edição do “Charlie”, Maomé aparece na capa com um cartaz com os dizeres “Je Suis Charlie” (“Eu Sou Charlie”), com uma lágrima nada furtiva saltando, como se, digamos, fosse a culpada do assassinato de dez chargistas e jornalistas e dois policiais, em Paris. Chico Caruso deu uma sugestão para “os colegas do ‘Charlie’”: uma charge na qual, acima da caricatura de Maomé, está escrito: “Este não é Maomé”. Abaixo, “isto não é um desenho de humor!” (Não deixa de ser comovente a fila quilométrica para comprar o “Charlie Hebdo” pós-tragédia. As pessoas querem, antes de tudo, um souvenir. Fico a pensar: a revista “Realidade” que saiu com Fidel Castro na capa, em 1959, deve ter vendido acima da média, quem sabe com filas nas bancas. Quantos, 56 anos depois, guardam seu exemplar? Poucos, certamente. Meu exemplar, herança do meu pai, Raul Belém, resiste bravamente numa gaveta, ao lado da “Veja” número 1.)

Como os goianos conseguiram construir negócios que extrapolam as fronteiras do Estado

Goiás tem atualmente empresas que dominam o mercado em seus respectivos segmentos. As causas desse desenvolvimento são muitas, entre elas a mudança na visão de mercado por parte dos empreendedores