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Faltou planejamento para produzir documento a ser entregue ao CNJ

O TJ-GO tem até 31 de março para apresentar o plano estratégico 2015–2020 ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Embora o site do tribunal tenha informado que até o dia 20 de fevereiro magistrados, servidores e público externo — órgãos ligados ao meio judiciário, como a OAB-GO e Ministério Público Estadual (MP-GO) — poderiam opinar pelo endereço eletrônico www.tjgo.jus.br/swot e responder o questionário, o que não foi possível. Este colunista tentou diversas vezes acessar o questionário, mas a página da internet pedia um código para o procedimento. Lamentável situação, principalmente quando se trata de planejamento — ou falta dele.

Novo ouvidor-geral do TJ-GO quer fazer gestão mais participativa

[caption id="attachment_29028" align="alignleft" width="620"]Foto: Wagner Soares/TJ-GO Foto: Wagner Soares/TJ-GO[/caption] O novo ouvidor-geral do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) será o desembargador Luiz Eduardo de Sousa (foto), que terá como sua suplente a desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis. Luiz Eduardo de Sousa frisou que a Ouvidoria é o canal de comunicação da sociedade com o TJ-GO e é por meio deste espaço que o cidadão pode manifestar críticas, fazer denúncias, elogios, dar sugestões e receber informações relacionadas aos serviços prestados pelo tribunal. “Espero uma gestão mais participativa e colaborativa para que possamos desenvolver um bom trabalho e, assim, saber os pontos fortes e fracos da instituição”, declarou.

Rápidas

  1. Flávio Buonaduce Borges se diz arrependido de ter disputado vaga com a tesoureira eleita da OAB-GO, Márcia Queiroz. Passada a ressaca, Buonaduce percebe que foi conduzido a um processo que, independentemente do resultado, seria prejudicial a si mesmo. Agora é recuperar o fôlego para tentar se viabilizar dentro do grupo.
  2. Outro conselheiro que está sendo conduzido a se candidatar a vice-presidente é Antônio Carlos Monteiro da Silva, na contramão do discurso da necessidade de consenso para o provimento das vagas de vice-presidente e secretário-geral adjunto.
  3. A tendência é haver consenso na escolha dos nomes que comporão a diretoria da OAB.

Prefeitura realiza ação itinerante em Trindade

Programa Trindade em Ação percorrerá todas as regiões da cidade, disponibilizando serviços para mudar a realidade dos bairros

Com patrocínio milionário de ditador, Beija-Flor é campeã do carnaval carioca

Alexandre Parrode

Passe Livre Estudantil será mantido e ampliado

O reajuste da passagem do transporte coletivo em Goiânia tem gerado polêmica desde que foi anunciado no dia 13 deste mês. Apesar de especulações sobre a possibilidade do reajuste afetar o programa Passe Livre Estudantil (PLE), o secretário de Governo, Henrique Tibúrcio, informou que o benefício está mantido. “O acesso ao Passe Livre nada tem a ver com o reajuste da passagem. Haverá um impacto financeiro para o governo estadual, é claro, mas os estudantes continuarão recebendo o crédito”, enfatizou. Tibúrcio informou, ainda, que o governador Marconi Perillo (PSDB) quer ampliar o programa a Anápolis e Catalão neste ano. Proposta foi compromisso de campanha da reeleição do tucano em 2014.

Elias Vaz diz que Vanderlan fica no PSB e quer Paço

“Menino dos olhos” da política goianiense atual, Vanderlan Cardoso não deverá sair do PSB. É o que diz o vereador Elias Vaz. De acordo com o pessebista, mesmo flertando com PSDB e PMDB, o ex-prefeito de Senador Canedo não tem planos de deixar a legenda socialista. “Não há nenhuma possibilidade de ele sair do partido. Ele mesmo me falou isso”, alega o vereador. No entanto, vacinado no quesito “terceira via”, Vanderlan quer compor alianças para não ser candidato nanico, caso saia candidato à Prefeitura de Goiânia. Quem quiser compor com Vanderlan terá que “se aliar”. Ou seja, aceitar ser vice do PSB. O único partido com o qual Elias Vaz diz não querer papo é o PT. “Quem caminhar com eles já perdeu. A administração de Paulo Garcia é negativa para qualquer candidatura”, arrematou.

Com patrocínio milionário de ditador, Beija-Flor é campeã do carnaval carioca

[caption id="attachment_29003" align="alignnone" width="620"] Homenagem à ditadura: Beija-Flor e o tirano Teodoro Obiang | Fotos: Embaixada Guine Equatorial e Marco Antonio Cavalcanti/Riotur[/caption] A Beija-Flor de Nilópolis surpreendeu mais uma vez e foi consagrada campeã do carnaval carioca de 2015. Alegria e sentimento de dever cumprido na Baixada Fluminense, não fosse a enorme polêmica em que a escola se envolveu. Com o enredo  “Um Griô conta a história: um olhar sobre a África e o despontar da Guiné Equatorial. Caminhemos sobre a trilha de nossa felicidade”, a Beija-Flor teria recebido uma bagatela de R$ 10 milhões do ditador da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo — que está no poder há 35 anos e foi eleito pela Forbes um dos homens mais ricos do mundo — para homenagear o País, que figura na lista dos mais miseráveis do planeta. Tentando evitar que a imagem da agremiação fosse ligada a uma das ditaduras mais sangrentas do planeta, a escola teria feito referência à Africa e só falou diretamente da Guiné Equatorial em duas passagens do samba. Oficialmente, “apenas” R$ 5 milhões teriam sido recebidos. O embaixador da Guiné Equatorial no Brasil desfilou em um dos carros da escola, enquanto o vice-­presidente e filho do ditador, Teodoro Obiang Mangue, dançava e cantava o samba enredo acompanhado de membros do governo. De acordo com informações de quem esteve na Sapucaí, ele ficou em um camarote particular com cerca de 50 convidados. Com essa vitória, a Beija-Flor conquista o 13º título do grupo especial do carnaval carioca e continua sendo a maior campeã da era do Sambódromo. O intérprete oficial da escola, Neguinho da Beija-Flor, debochou da polêmica e chegou a sugerir que as pessoas deveriam “agradecer” a contravenção, pois foi ela que “organizou” o carnaval, considerado, hoje, como “o maior espetáculo audiovisual do planeta”.

Caiado e iristas querem manter aliança PMDB-DEM em 2016

[caption id="attachment_29007" align="alignnone" width="620"]Iristas começam a fomentar aliança anti-PT: Caiado é prioridade | Foto: Divulgação Iristas começam a fomentar aliança anti-PT: Caiado é prioridade | Foto: Divulgação[/caption] O senador Ronaldo Caiado (DEM) esteve em Goiânia na última quinta-feira, 19, e se reuniu com peemedebistas na casa do ex-governador Iris Rezende para discutir estratégias e alianças para as próximas eleições. Estiveram presentes, além do democrata, os deputados estaduais Ernesto Roller, Bruno Peixoto, José Nelto e Adib Elias, o vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano, o presidente regional do PMDB, Samuel Belchior, a ex-deputada federal Dona Iris, além do próprio Iris Rezende. No encontro, os iristas deixaram claro que querem manter a aliança com o senador nas próximas eleições. Roller chegou a mandar recado ao PT, afirmando que Caiado é o aliado preferencial do PMDB e que “os demais partidos que concordarem com isso serão bem-vindos”. Friboisistas — que defendem aliança aos moldes do Governo Federal — discordam veementemente.

Assembleia e Câmara iniciam nova legislatura

A Assembleia Legislativa de Goiás e a Câmara Municipal de Goiânia deram início oficial aos trabalhos da nova legislatura na última quinta-feira, 19. Como quase tudo no Brasil, as Casas de Leis goianas só “voltaram a funcionar” no pós-carnaval. No entanto, ambas as sessões solenes foram mornas e não muito produtivas. Na Alego, destaque para mais um discurso caloroso da oposição contra a administração do governador Marconi Perillo (PSDB), feito pelo petista Luis Cesar Bueno. Já na Câmara, debate girou em torno do veto do prefeito Paulo Garcia (PT) à data-base dos servidores municipais — que deverá ser derrubado, caso base não apresente alternativa.

Autorizada operação da Norte-Sul em Goiás

A Agência Nacional de Trans­portes Terrestres (ANTT) liberou na última quarta-feira, 18, a  operação comercial da Ferrovia Norte-Sul no trecho entre Anápolis (GO) e Gurupi (TO). Ao todo, são aproximadamente 500 quilômetros de ferrovia. A resolução nº 4596 divulgada no último dia 11, foi publicada no Diário Oficial e já está em vigor. De acordo com o texto, a autorização é para transporte de cargas com velocidade máxima dos trens de 40 quilômetros por hora. O trecho é operado pela empresa Valec. Após 27 anos desde seu lançamento, a Norte-Sul foi finalizada em maio do ano passado e inaugurada pela presidente Dilma Rousseff (PT) ao lado do governador Marconi Perillo (PSDB). O trecho — que ainda não está finalizado — ligará Anápolis a Palmas, capital do Tocantins.

Lula teme a voz rouca das ruas pelo impeachment de Dilma Rousseff como um obstáculo em 2018

Contra a crise econômica, presidente e o ex decidem desafiar a resistência do PT ao ajuste fiscal que reduz direitos trabalhistas

Começou a mudança na cabeça da presidente depois de ir a São Paulo pedir conselho

[caption id="attachment_29004" align="alignleft" width="620"]Dilma faz café da manhã e mostra no cardápio os ajustes fiscais  l  Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil Dilma faz café da manhã e mostra no cardápio os ajustes fiscais l Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil[/caption] Como Lula recomendou, a presidente Dilma deu um passo em direção à aproximação com o deputado E­duardo Cunha (PMDB) depois da eleição à presidência da Câmara há duas semanas. Na última sexta-feira, ela concordou com a correção da tabela do imposto de renda em 4,5%, oito dias depois da conversa com Lula. Ao eleger-se na Câmara, Cunha propôs aqueles 4,5% como condição para o Congresso não derrubar o veto à correção de 6,5% aprovada pelos congressistas. A­gora, depois do recuo no fim da se­mana, a presidente terá novas oportunidades para comprovar, na prática, a dedicação de mais atenção aos deputados e senadores proposta por Lula. A primeira impressão é a de que Dil­ma não parece disposta a ir ao cor­po a corpo com políticos. Pre­fere ter­ceirizar os acordos parlamentares, entregar as conversações políticas a mi­nistros sem a presença da presidente. A tendência ficou exposta no pla­nejamento tático de contatos nesta semana. A terça-feira, 24, dia de votações no Congresso, será tão importante que o Planalto convidou os líderes aliados para dois eventos no palácio, quase sociais, com direito à presença de cinco ministros. Entre eles, os da Fazenda e do Planejamento, Joaquim Levy e Nelson Barbosa. Pela manhã, café com os líderes do Se­nado. A seguir, os líderes da Câmara merecem almoço – efeito Cunha. Mas Dilma não deverá se sentar à mesa em nenhum momento, a não ser que decida fazer uma surpresa, que poderia ocorrer no almoço, para reabilitar líderes cujas tropas ajudaram a eleger Eduardo Cunha, como aconteceu no PT. Até o meio da semana, o planejamento incluía apenas o café da manhã. Ao qual os líderes da oposição seriam convidados. Ao final, foram alijados. No cardápio, o ajuste fiscal que corta direitos trabalhistas, a ser votado com a presença de um segmento social caro ao PT, as lideranças sindicais. A diferença é que os sindicatos estarão na oposição. Eles fazem barulho e pressionam, mas não votam. O palácio precisará dos votos da oposição e da lealdade do PT e do PMDB para não aumentar o rombo nas contas públicas. A negociação do governo, na me­sa de café, ficará por conta dos cinco ministros. Mas o que eles poderão fazer é alertar sobre o prejuízo que o governo teria com derrotas no arrocho fiscal. Se a presidente não ceder em alguma coisa, como cargos no governo, terá de confiar no gogó de Lula para convencer petistas e aliados. Mais um evento quase social. No dia seguinte, quarta-feira, deve ocorrer o segundo café da manhã na semana apenas para os senadores e deputados aliados. Eles serão importantes na negociação sobre o comando da nova CPI da Petrobrás. O bloco formado pelo PMDB com mais 11 partidos que participaram da eleição de Cunha não deseja a hegemonia do PT. Naquele momento, o Planalto sa­be­rá como o Congresso se comportou nas votações da véspera. Se for o ca­so, poderá tentar o adiamento da ins­talação da CPI, que Cunha programou para o dia seguinte, quinta-feira. Se tudo correr bem na terça, o café de quarta será a oportunidade para Dilma tentar consolidar a recomposição da base com a formação de uma CPI que inspire confiança ao palácio. Será o momento, então, de distribuir aos partidos os cargos no segundo escalão. A presidente conhecerá melhor quem lhe ofereceu votos na preliminar do ajuste fiscal. Poderá conhecer melhor a tropa, mas não terá segurança, tão cedo, quanto à força com que poderá contar no Congresso de forma consolidada. A posição do Planalto é frágil. As tropas descontentes com a parte que lhes coube no latifúndio da Esplanada terão oportunidades constantes para espernear.

Cotado para a vaga no Supremo, o ministro da Justiça tropeça nas próprias pernas

[caption id="attachment_29000" align="alignleft" width="620"]Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quer passar de oráculo de petroleiros a juiz do petrolão no Supremo Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, quer passar de oráculo de petroleiros a juiz do petrolão no Supremo Foto: Valter Campanato/ Agência Brasil[/caption] Como se fosse um golpe de ironia, Joaquim Barbosa acentuou a crise que complica a vida do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, candidato à vaga que o primeiro deixou aberta no Supremo Tribunal Federal há sete meses ao aposentar-se antes da hora. “Nós, brasileiros honestos, temos o direito e o dever de exigir que a presidente Dilma demita imediatamente o ministro da Justiça”, tuitou Barbosa ainda na noite do sábado anterior, dia 14, assim que se soube de reuniões de Cardozo com advogados que defendem empreiteiros enrolados com o petrolão. A intimação de Barbosa a Dilma pela demissão do ministro engrossou a pressão contra Cardozo. Desde então, o ministro disparou uma série de declarações e entrevistas para explicar seu comportamento, mas que serviram apenas para ampliar a crise com apoio de advogados que também não pararam de discursar. Es­creveram até artigo em jornal. A inédita insistência de Car­dozo em explicações ajudou na descoberta de outros contatos com empreiteiros e seus advogados. O nervosismo incontrolável reafirma a impressão de que não deseja se queimar no Ministério da Justiça e, com isso, incinerar uma carreira possível no Supremo – quem sabe na vaga de Barbosa? Como ele poderia deixar de ser oráculo de petroleiros e passar a julgador do petrolão no Supremo? Como ministro da Justiça chamado em socorro de empresários acusados de corrupção, ele não entendeu que possui responsabilidade sobre a Polícia Federal, mas não é o orientador dela nem do Minis­tério Público. “Tenho a confiança da presidente Dilma”, desabafou Cardozo na quinta-feira. Se, ministro da Justiça, Cardozo sente necessidade dizer que tem a confiança da presidente, não é mais nem o fim da picada: a picada terminou bem antes. E Dilma? Não se sente arrastada para a crise de desvio de conduta do ministro da Justiça? Cardozo não fez bom negócio ao receber o lobby de advogados criminalistas que defendem empreiteiros acusados de suborno no petrolão sem que os contatos constassem em sua agenda no ministério. O ministro agiu às escondidas, mas, duas semanas depois, ainda está explicando o seu comportamento sem convencer. “É direito de um advogado ser recebido e eu os receberei”, teimou o ministro. “Só na ditadura isso não se admite”, enviesou-se na fala. Acontece que Cardozo não é uma autoridade comum. É responsável pela Polícia Federal, que participa da apuração do crime. Além disso, responde pelos contatos do governo com o Supremo Tribunal Federal, onde correrá parte do julgamento. Por enquanto, os empresários estão distantes do Supremo. Estão presos em Curitiba, nas mãos do juiz federal Sérgio Moro, responsável pela formação do processo. É “intolerável que emissários dos dirigentes presos e das empreiteiras pretendam discutir decisões judiciais com autoridades políticas”, antecipou Moro um juízo que estará implícito em seu julgamento.

O risco da expectativa otimista que Cardozo injetou em empreiteiros e seus advogados

[caption id="attachment_28998" align="alignleft" width="620"]Sérgio Moro estranhou, com razão, cerco de empreiteiros ao ministro Sérgio Moro estranhou, com razão, cerco de empreiteiros ao ministro[/caption] Ao procurar o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a defesa de empreiteiros acusados de corromper agentes públicos no petrolão recebeu dele uma expectativa otimista quanto ao futuro de seus clientes que o próprio oráculo terá dificuldade em satisfazer. Ainda mais se os contatos entre eles vão se revelando com suas tramas. “Ele não é o responsável pelas investigações”, estranhou o juiz federal Sérgio Moro o cerco ao ministro pelos advogados de empreiteiros que estão presos em Curitiba. Encarcerados na Polícia Federal sob a responsabilidade de Moro, que, naturalmente, tende a considerar suspeitos os movimentos da defesa dos seus hóspedes. O fato é que os empresários se animaram porque Cardozo, via advogados, repassou otimismo ao dono da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa, um dos presos. Depois de receber o recado, Pessoa decidiu adiar a ideia de oferecer-se à delação premiada. O recuo do colega da UTC coloca em compasso de espera toda a clientela disponível à delação no petrolão. Mas o que Cardozo prometeu? Disse que um fato novo surgiria neste pós-carnaval com impacto favorável aos acusados pelo petrolão. É o mesmo período prometido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para a remessa ao Supremo de denúncias contra políticos às voltas com o assalto à Petrobrás. A lista pode envolver a oposição, o que seria bom ao governo. Quando um empreiteiro evita a delação, é bom para o governo porque reduz a possibilidade de novas denúncias contra os seus quadros. Se as suspeitas rondam a oposição, os governistas sorriem porque não se sentem sozinhos na berlinda. Porém, qual seria a boa nova capaz de convencer Ricardo Pessoa a adiar a ideia de delação? Poderia ser o envolvimento do governo na articulação de uma saída para evitar que as empreiteiras paguem pela corrupção dos empreiteiros, como a presidente Dilma já andou falando. O empresário ou executivo dele se lascaria agora, mas os negócios futuros da empresa não seriam prejudicados. Dilma já falou também em preservar empregos na clientela do PT. Se for por aí, o ministro Cardozo teria a chance de assegurar o controle do governo sobre a execução da decisão. Porém, as cartas se embaralham se o jogo envolver denúncia contra partidos que há muito tempo estão fora da órbita do poder federal. Uma busca sobre a era PSDB correria o risco de desagradar a empreiteiras, pois novos fantasmas poderiam sair do armário. A expectativa confortadora do PT de Lula e Dilma é a descoberta de fantasmas tucanos ocultos nas gavetas da história. Ainda na sexta-feira, a presidente renovou aquele discurso de que seria melhor os investigadores e juízes procurarem antecedentes na era FHC. Bem que poderia ser essa a missão de Cardozo no Ministério da Justiça. Se for, deu no que deu.

Sobre o Acordo Minsk II

Se vigorar, salvará muitas vidas, mas deixará o presidente russo, Vladimir Putin, com o gosto da vitória

Jogo de gente grande

O PT dificilmente conseguirá manter a Prefeitura da capital, em 2016, mas aposta em Anápolis. Maguito quer continuidade em Aparecida. Base aliada vai à guerra

Livro comprova a ligação do narcotraficante Pablo Escobar com governo cubano de Fidel e Raúl Castro

[caption id="attachment_28988" align="alignleft" width="620"]Livro revela que Pablo Escobar funcionava como Estado paralelo Pablo Escobar e seu filho, Juan Pablo, em frente à Casa Branca, em Washington. Mais tarde, foi caçado e morto pela polícia e paramilitares Livro revela que Pablo Escobar funcionava como Estado paralelo (à esquerda)
Pablo Escobar e seu filho, Juan Pablo, em frente à Casa Branca, em Washington. Mais tarde, foi caçado e morto pela polícia e paramilitares (à direita)[/caption] “Pablo Escobar — Ascensão e Queda do Grande Traficante de drogas” (Planeta, 383 páginas, tradução de Eric R. R. Heneault e Olga Cafalcchio), do jornalista e ex-prefeito de Medellín Alonso Salazar, é um livro devastador. Ao investigar a história, Salazar revela uma teia corrupta que, enquanto quis, manteve o narcotraficante vivo. Pablo Escobar mandou matar candidato a presidente, Luis Carlos Galán, juízes, empresários, jornalitas, rivais e ex-aliados. Sequestrou políticos e empresários. Inundou o mundo com a cocaína produzida na Colôm­bia e, mesmo todos sabendo que era traficante, chegou a ser parlamentar. Mudou leis, travou a aprovação de um projeto de lei que propunha a extradição de traficantes de drogas para os Estados Unidos. Comprava políticos, policiais, empresários, artistas famosos, jogadores de futebol. Era temido e admirado. Participou de um carnaval no Rio de Janeiro, saiu com mulatas e tinha predileção por mulheres virgens. Um de seus sócios, Pablo Correa, “‘importou’ uma mulata para aumentar seu harém”. Quando avaliou que pretendiam matá-lo, negociou com o governo, por intermédio de advogados e políticos, e se entregou. Na prisão, comportava-se como rei. Mandava em todos, até no diretor. Ao perceber que poderiam matá-lo na penitenciária, escapou com facilidade. Na verdade, o local era um esconderijo bem protegido, e não uma prisão de verdade. Pablo Escobar se tornou um poder paralelo e começou a incomodar as elites da Colômbia. Formou-se uma coalizão entre o governo, forças policiais (parte havia sido corrompida), paramilitares, Estados Unidos e até o Cartel de Cali para caçar e matar o poderoso chefão (seu filme predileto era “O Poderoso Chefão”, de Francis Ford Coppola; os “padrinhos” mafiosos Vito e Michael Corleone eram suas inspirações). O motivo? Pablo Escobar se tornara incontrolável. Era Executivo, Legislativo, Judiciário e Carrasco. Todos passaram a temê-lo — inclusive os aliados. Em 1993, depois de isolá-lo, matando, prendendo ou cooptando seus aliados, a polícia o matou. O livro documenta as relações da esquerda colombiana com Pablo Escobar, que, por sinal, se dizia esquerdista. O Movimento 19 de Abril manteve relações estreitas com o narcotraficante. Líderes do M-19 admiravam o criminoso e eram idolatrados pelo ser que se julgava uma espécie de Estado em forma de homem. O Luís XIV da cocaína. A ligação com a esquerda colombiana explica a conexão de Pablo Escobar com os sandinistas na Nicarágua e os comunistas de Fidel Castro e Raúl Castro. O narcotraficante também mantinha ligação com o panamenho Manuel Noriega, que, de amigo, se tornou inimigo dos Estados Unidos. “Não há ninguém mais perigoso que um ex-amigo”, escreveu Pablo Escobar sobre a relação de Noriega e com os EUA. Na década de 1980, o Cartel de Medellín se aproxima do governo de Cuba. O relato de Salazar: “Pablo fizera contato com oficiais cubanos que lhe permitiam operar através da ilha — ponto geográfico estratégico para o envio de cocaína aos Estados Unidos —, por isso ficou surpreso quando um de seus homens no Panamá lhe anunciou que outro oficial cubano, o capitão Martínez, das Forças Armadas Revolucionárias, queria fazer negócios com ele”. Tony de la Guardia, primeiro, e o general Arnaldo Ochoa, em seguida, mantinham contato com os homens de Pablo Escobar. “Em abril de 1988, homens de Pablo, entre eles Fernando, o Negro Galeano, reuniram-se em Havana com” os oficiais La Guardia e Arnaldo Ochoa. “Foram recebidos em instalações militares, transportados em carros oficiais, alojados em casas de luxo e convidados a recepções com personalidades como o ministro da Defesa, Raúl Castro. Os oficiais e os homens de Pablo, em reuniões privadas, especularam sobre a possibilidade de fabricar dólares e instalar um laboratório de coca em Angola. Ao regressar a Medellín, os homens contaram a visita a Pablo. Pelas condições nas quais haviam sido atendidos, acreditavam que se tratava de contatos do mais alto nível. Concordaram em bombardear cocaína com avião nos limites das águas jurisdicionadas de Cuba, de onde seria recolhida por lanchas rápidas que a levariam até as praias dos Estados Unidos.” A operação era semanal. A CIA informou o presidente Bill Clinton de que Cuba estava envolvida com o Cartel de Medellín. Clinton, que mantinha relações cordiais com Fidel Castro, o avisou. A partir daí, com receio de um escândalo internacional — afinal, associar-se com traficantes de cocaína não é politicamente correto —, o governo do ditador decidiu punir aqueles que negociavam com Pablo Escobar. Arnaldo Ochoa, um herói para os cubanos, e Tony de la Guardia foram fuzilados. Fidel Castro “tirou” o corpo fora, disse que não sabia de nada e pegou Arnaldo Ochoa para bode expiatório — escondendo a informação de que Raúl Castro havia se encontrado com integrantes do Cartel de Medellín, em Cuba. As relações de Cuba com o Cartel de Medellín começaram a desandar. Pablo Escobar mandou Yaír, ex-guerrilheiro do M-19 e amigo dos cubanos, “para apresentar suas queixas à alta hierarquia”. No entanto, o governo de Fidel Castro “afirmou enfaticamente desconhecer qualquer transação com narcotraficantes. (...) Mas membros do Cartel continuaram presumindo que pelo menos Raúl Castro, cujo filho viajava com frequência a Medellín, estivesse a par de tudo”. O que se sabe é que pelo menos 6 toneladas de cocaína do Cartel de Medellín circularam no território cubano — com destino aos Estados Unidos. Entre as décadas de 1980 e 1990, a economia de Cuba estava quebrada. Os dólares do Cartel de Medellín eram, portanto, bem-vindos. E se a cocaína era para “prejudicar” um país inimigo, os imperialistas Estados Unidos, menos mal. Esta, possivelmente, era a tese dos irmãos Castro. Ganhavam dinheiro fácil dos colombianos e “sujavam” a abominável terra dos americanos. Porém, com a descoberta pela CIA e ante a possibilidade de escândalo internacional, os irmãos Fidel e Raúl Castro recuaram e arranjaram um grupo de “culpados”. Reportagem da revista GQ esclarece assassinato da modelo Wendy Chavarriaga Gil Na introdução do livro “Pablo Escobar — Ascensão e Queda do Grande Traficante de Drogas” (Planeta, 383 páginas, tradução de Eric R. R. Heneault e Olga Cafalcchio), o jornalista Alonso Salazar J. assinala: “Inventei um personagem, Arcángel, em cuja boca coloquei opiniões que alguns dos protagonistas não querem assumir publicamente. Arcángel também foi útil, do ponto de vista narrativo, para apresentar alguns fatos que poderiam comprometer judicialmente aqueles que os revelaram”. A revista “Gentlemen’s Quartely” (GQ) publicou uma reportagem, “O pistoleiro de Escobar”, assinada por Harold Abueta, que gera uma dúvida: Arcángel seria John Jairo Velásquez Vásquez, o Popeye [foto acima], o homem que, sozinho, matou cerca mais de 250 pessoas? (Seria um compósito de duas ou mais pessoas?) Não se pode dizer com certeza. Mas há coincidências. O poderoso chefão do Cartel de Medellín, Pablo Escobar, era mulherengo, mas amava a mulher Victoria e os dois filhos, Juan Pablo e Manuela. O narcotraficante tinha uma lei: “Não ter filhos fora do matrimônio”. Quando uma de suas namoradas ficou grávida, ele disse, de maneira ríspida: “Não quero que você tenha o filho”. A jovem replicou: “Quero tê-lo”. “Não, não pode”, bradou o narcotraficante. A garota planejou ter o filho nos Estados Unidos. O relato de Salazar: Pablo Escobar “fez um sinal e, de um dos quartos, saíram Pinina, Yuca, Arcángel e um médico. A mulher não entendia nada. Prenderam-na à força. Pablo saiu para não ouvir os grupos e as súplicas dela. Aplicaram uma injeção e, dopada, levaram-na ao posto médico da fazenda. Seus homens, assassinos de sangue-frio, sentiram náuseas e vertigem quando o médico começou a extrair o feto. Nesse episódio, Arcângel reviveu os vídeos que os padres apresentaram no colégio, em que se viam pequenos fetos destroçados no ventre da mãe e se qualificava o aborto como uma ofensa a Deus, e ele se lembra de ter se trancado no banheiro para vomitar, exausto e horrorizado”. Arcángel conta: “Ela tinha que estar muito apaixonada ou muito ansiosa porque depois se casou com um italiano e batizou seu primeiro filho de Pablo Emilio. Seu final foi triste: envolveu-se com um dos bandidos de Pablo, que a matou em um ataque de ciúme”. O repórter Harold Abueta publica uma versão mais abrangente e com nomes sobre o caso narrado no livro de Salazar: “Popeye fazia o que fosse preciso para cumprir as ordens de Escobar. Nenhuma morte, porém, foi tão dolorosa quanto a de Wendy Chavarriaga Gil, que Escobar mandou assassinar. Modelo deslumbrante, Wendy foi amante de Escobar, por um período, e acabou ficando grávida. Fiel ao seu princípio de jamais ter filhos fora do casamento, o chefe do narcotráfico não tolerou a notícia. Popeye conta o seguinte: Escobar, que mantinha um zoológico em sua fazenda, pediu ao veterinário responsável pelos animais que realizasse um aborto em Wendy”. Em seguida, segundo “GQ”, “Wendy se apaixonou por Popeye, com quem começou um relacionamento. ‘Eu a amava profundamente’, conta [Popeye]. Tempos mais tarde, Vásquez e Escobar descobriram que a mulher, como vingança pelo aborto que não queria ter feito, tinha virado informante do chamado ‘bloco de busca’— grupo criado em 1992 pelo então presidente da Colômbia, César Gaviria, com o objetivo de capturar Pablo Escobar vivo ou morto. (...) Quando soube que Wendy estava envolvida com o bloco, o capo encarregou Popeye de sua mais difícil tarefa: assassinar a modelo. Mas o matador dos matadores, o assassino mais temido da Colômbia, não conseguiu cumprir a ordem com as próprias mãos. Popeye mandou cinco homens para matar Wendy. Marcou um encontro com ela num café e ficou observando de longe, enquanto a moça falava no telefone. Os matadores se aproximaram e deram-lhe um tiro na testa. O episódio confirmou a lealdade de Popeye ao chefe”. Trecho do livro O carnaval de Pablo Escobar com mulatas no Rio de Janeiro Por Alonso Salazar J. “Estreando seu reinado, Pablo viajou ao Rio de Janeiro para passar o carnaval com dez amigos, entre os quais se encontravam o Negro Galeano [Fernando Galeano], Pelusa Ocampo, Jorge Luis Ochoa, Gustavo Gaviria, Pablo Correa e o Rei do Malboro. Reuniu entre eles 500 mil dólares e enviou a um de seus homens para que ele organizasse tudo. Ficaram hospedados no Hotel Meridien, alugaram cinco Rolls Royce e uma limusine. Assistiram a partidas de futebol no Estádio do Maracanã, compraram joias, fecharam o show mais importante da cidade para uma sessão privada. A dança do samba, as cadeiras balançando, ombros sensuais, acelerou seu sangue e o desejo. Visitaram as melhores fazendas dos arredores do Rio. Na imprensa brasileira uma manchete sobre o excêntrico grupo: ‘Colombianos se divertem no Rio’. Eles haviam previsto uma viagem de iate com a apresentação particular de garotas, mas a publicidade alertou Gustavo Gaviria. ‘Eu não vou. De repente fazem um atentado contra nós e acabam com a máfia colombiana’, disse. ‘Mas está tudo pago’, protestou Pablo. ‘Não importa, mas não vamos nos arriscar’, insistiu e convenceu Pablo a voltar. Pablo Correa, que vivia com várias amantes sob o mesmo teto, ficou tão entusiasmado que ‘importou’ uma mulata para aumentar seu pequeno harém. Pablo, que nessa época estava em sossego e prosperidade em sua Fazenda Nápoles, durante uma festa lembrou-se com desejo do movimento dos quadris das garotas. E disse ao seu piloto: ‘Vá me trazer umas mulatas de um cabaré do Brasil’. Olhando para o relógio, ele respondeu: ‘Dentro de quinze horas estou de volta’. De fato, voltou com o avião carregado de garotas típicas de carnaval, com bundas portentosas que, agitadas de maneira singular, fazem qualquer plateia entrar em transe. Enquanto se enlevava com as mulatas, Pablo foi avisado de que sua mulher, dona Victoria, estava indo para Nápoles em seu helicóptero. O Chefão levou um susto. Ordenou imediatamente que desaparecessem com as provas da farra e que as convidadas subissem em suas bagagens no avião. Quando sua mulher chegou, tudo estava em ordem, e, quando enfim partiu, Pablo mandou que o avião, que ficara dando voltas durante umas três horas sobre os céus de Nápoles com as dançarinas, aterrissasse de novo.” (Páginas 98 e 99. O título colocado no texto é de responsabilidade do Jornal Opção) Próxima edição merece uma revisão mais bem cuidada O jornalista Alonso Salazar J. escreve muito bem, de maneira fluente, sem rebuscamentos — o que facilita a tradução. Porém, aqui e ali, há alguns problemas de revisão. Nada graves. Na próxima edição, convém passar um pente fino para corrigir os erros. Trecho truncado: “Um homem que por sua aparência — baixinho, magrinho e vestido sem graça. Dava a impressão de ser um joão-ninguém”. É possível que o texto correto é assim: “Um homem que por sua aparência — baixinho, magrinho e vestido sem graça — dava a impressão de ser um joão-ninguém”. Outro trecho truncado: “Os homens de Pablo seguiam as pegadas do coronel Franklin. Calle Pichincha, nos arredores do estádio de futebol de Medellín”. É provável que o texto apropriado é: “Os homens de Pablo seguiam as pegadas do coronel Franklin, na Rua Pichincha, nos arredores do estádio de futebol de Medellín”. “Para servir de intermediário, Pablo lhe enviou um homem apelidado de o Médico — um tipo de grandote, mas bem louro.” O que isto significa, não sei: haveria contradição entre ser alto e louro? “Acredito que seja possível falar com a embaixada e que eles colaborem com a paz na Colômbia outorgando visas à minha família.” Seriam vistos? “A impunidade com o qual os Pepes agiam obrigou alguns funcionários dos Estados Unidos a cuidar da saúde.” Simplesmente não dá para entender o que está escrito. Porque não fica explícito se algum funcionário ficou doente dadas as ações dos paramilitares. “Há quem afirma que não somente sabiam.” É possível que “afirme” seja mais adequado. A concordância na frase “parte desses oficiais o faziam” talvez deva ser trocada para “parte desses oficiais o fazia”. Os tradutores escrevem “nos limite”. A tradução diz: “Assassinaram-se tantos juízes e magistrados”. Seriam juízes e desembargadores? Ou juízes e ministros da Suprema Corte? Da forma como foi traduzido, fica-se com a impressão de que juízes não são magistrados. “O Mexicano foge durante vários dias pela área do Magdalena Médio; Pablo insiste em que não saía de seu território”, escrevem os tradutores. No lugar de “saía”, o apropriado é “saia”. “O próprio Pablo, antes de morrer, responsabilizou Fidel Castaño por todos os ataques contra a esquerda”, anota o autor do livro. Como ninguém diz nada “depois de morrer”, o trecho “antes de morrer” deveria ter sido cortado. Uma alternativa seria escrever “pouco antes de morrer”, mas aos tradutores não cabem modificar o original, exceto, quem sabe, acrescentar uma nota de rodapé. Na frase “quartel da policia”, esqueceram o acento em polícia. Ao menos duas vezes, fala-se em “chá de rapadura”. Pode ser que na Colômbia exista, quem sabe até no Brasil, mas, para mim, soou estranho. Seria melaço, melado ou caldo de cana? Vale também trocar “fiscal” por promotor ou procurador de justiça. Há outros problemas, como falta de acento em “aí” e falta de vírgulas. Mas o livro de Salazar Alonso, excelente, sai incólume.

Visando fortalecimento em 2016, PSDB deve renovar diretório municipal

[caption id="attachment_28981" align="alignnone" width="620"]Valto Elias: Partido precisa renovar; Alexandre Baldy: Nome forte tucano | Fotos: Fernando Leite/Jornal Opção Valto Elias: Partido precisa renovar; Alexandre Baldy: Nome forte tucano | Fotos: Fernando Leite[/caption] O partido do governador Mar­coni Perillo (PSDB) nunca conseguiu ter um projeto político municipal vitorioso em Anápolis. A cidade que, em todos os pleitos estaduais, tem dado votação expressiva ao líder tucano, contraditoriamente ainda não teve nenhuma experiência no Executivo do município. Com o objetivo de fazer a primeira gestão tucana na prefeitura, o PSDB vai renovar o diretório local com a finalidade de trazer novos quadros e diretrizes políticas, para que a sigla chegue em 2016 em condição de protagonista. Atualmente, o PSDB conta com dois vereadores dos 23 que elencam o Legislativo municipal: Fernando Cunha, que se licenciou para assumir a Superintendência Executiva do Produzir e Miriam Garcia. Ao contrário de outras legendas que já começaram a traçar metas de quantos vereadores precisam eleger, os tucanos não dizem em números, porém não escondem o desejo de avançar sobre mais vagas na Câmara Municipal. Em março, o partido fará sua primeira reunião de 2015 para definir a nova diretoria. Segundo o presidente municipal do PSDB, Valto Elias, o foco da sigla no momento é a renovação da direção partidária. Por­tanto, até setembro, as filiações de novos quadros e lideranças será a ação prioritária tendo em vista a formação de chapas ao próximo pleito. “Estamos filiando várias lideranças e vamos filiar mais. Algumas conversas estão em cursos, mas vamos priorizar no momento o fortalecimento da sigla”, afirma. Até agora, o PSDB anapolino tem conversado com lideranças do PPS, PV, PSDC e PSL. A primeira le­genda, comandada por André Al­meida, um militante histórico do par­tido com matiz socialista e presidido nacionalmente por Roberto Freire, estaria praticamente fechada para caminhar ao lado dos tucanos em 2016. Segundo Valto Elias, o momento é de fazer política de boa relação, ou seja, conversar com o maior número possível de partidos para a formação de uma chapa ampla no ano que vem. “São várias legendas que estão na órbita com possibilidade de acertos, apesar de ainda estar cedo, pois nem mesmo formatamos um novo diretório do PSDB.”

Governo tucano

Não é segredo que o governador Marconi tem como missão em 2016 fazer prefeitos em Goiânia, Apare­cida de Goiânia e Anápolis. Justa­mente os três maiores municípios goianos que, atualmente, são administrados pelo PT e pelo PMDB — dois dos principais adversários políticos do Palácio das Esmeraldas. Para e­quilibrar este cenário, Anápolis deverá ser uma questão de honra aos tucanos. Segundo Valto Elias, o partido reconhece a fragilidade de nun­ca ter ocupado uma administração na prefeitura, contudo, um projeto local é visto como possível e viável, na medida em que a legenda abra diálogo com a sociedade e ve­nha agregar novas lideranças e quadros. O primeiro passo foi dado com a eleição de um deputado federal anapolino pelo PSDB — Alexandre Baldy.  Além disso, outro grande passo para coesão e fortalecimento do partido foi a vinda do casal Adhemar e Onaide Santillo. “Politicamente foi uma grande aquisição já que a experiência, e a estampa política, explicam o quantitativo eleitoral no qual eles representam”, ressalta Valto Elias. Outro quadro relevante apontado pela presidente municipal é o pastor e superintendente de Indústria e Comércio do Estado, Vitor Hugo de Queiroz. “Temos quadros e um cenário novo para o partido, portanto teremos candidatura própria para 2016.”

“Mais do mesmo” resume com precisão o que é o “novo” site de O Popular

Pouco afeito ao debate de ideias, o “Pop” ainda não percebeu a profunda cone­xão entre forma e conteúdo. Nas reformas gráficas, tanto do jornal quanto do site — que não virou portal, ao contrário do que deveria ser —, seus criadores preocupam-se com a forma, com um suposto embelezamento, com vistas a criar facilidades para os leitores, mas não mexem no conteúdo. O conteúdo do “Pop” é o mesmo, não mudou nada. Há outro problema, no caso do jornal goiano, aparentemente insolúvel. Por enquanto, o site está “aberto”, mas, de­pois, devem voltar a fechá-lo. Jornais regionais só se tornam conhecidos no país se forem abertos. Como alguém de São Paulo vai assinar o jornal se não consegue aces­sá-lo? O acesso de parte significativa do conteúdo, e de maneira permanente, pode tornar o jornal conhecido. Jornalistas de outros Estados ligam com frequência para a redação do Jornal Opção para discutir alguma notícia e colher informações. A maioria não conhece o “Pop”. Pode-se abrir tudo? “Fo­lha de S. Paulo”, “Es­tadão” e “O Globo” não abrem tudo — os dois pri­meiros chegam a im­pedir que os textos sejam copiados pelos leitores —, mas a­brem uma parte significativa pa­ra não-assinantes. Sobretudo, man­têm portais inteiramente abertos à consulta dos leitores. O “Pop” não tem um portal, e sim um site que, de tão francis­ca­no, fica aquém do jornal impresso, e libera pouco material. “Síntese” sobre o “novo” site do “Pop”: mais do mes­mo.

Vale a pena ler o livro e ver o filme Uma Longa Viagem. É sobre o indivíduo na Segunda Guerra Mundial

42743279“Uma Longa Viagem” (Planeta, 267 páginas, tradução de Solange Pinheiro), do escocês Eric Lomax, é um livro de memórias muito bem escrito (“The Railway Man” é o título em inglês). O início, em que fala de sua paixão por trens de ferro, é uma delícia. O filme de Jonathan Teplitzky não se preocupa com toda a história, mas captura bem a participação de Lomax na Segunda Guerra Mundial. Capturado pelos japoneses, Lomax é torturadíssimo. Mas sobreviveu — com traumas — e viveu 93 anos (morreu em 2012). Ele e um de seus principais carrascos se reconciliaram mais tarde. No filme, o ator Colin Firth interpreta à perfeição o complexo, traumatizado e civilizado Lomax. Disseram que o filme é “açucarado”. Não é. Retrata o que de fato aconteceu. No livro “A Segunda Guerra Mundial”, o historiador inglês Antony Beevor relata que japoneses chegaram a comer americanos.