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Grupo Imagem reúne quadros miméticos em Clowns-tô-folia, nos palcos do Sesc Centro

[caption id="attachment_32001" align="alignnone" width="620"]Foto: Luria Correa Foto: Luria Correa[/caption] O espetáculo “Clowns-tô-folia”, do grupo Imagem – Artes Integradas, reúne quadros miméticos clownescos, que contam histórias de amor e humor. São cenas cotidianas da vida, com desajeito e descontrole: um vendedor de bonecas e sua solidão amorosa; um casal de amores brutos; um atleta e sua academia aberta e uma boneca com sua procura pelo amor ideal. O Grupo tempera “Clowns-tô-folia” com artes circenses, descansado pela cultura de massa e adoçado com gotículas de ironia, e apresenta o amor sob o olhar inocente e imediato do palhaço. Os ingressos custam R$ 10, a inteira. Serviço Grupo Imagem – Artes Integradas Espetáculo: Clowns-Tô-Folia Data: 5 de abril (domingo) Horário: 17h

Iphan realiza 10ª edição do Concerto de Páscoa na cidade de Goiás

Parte da programação da Semana Santa, concerto será apresentado pelo grupo Academia dos Renascidos [caption id="attachment_31993" align="alignnone" width="620"]Divulgação Divulgação[/caption] O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério da Cultura, por meio de sua Superintendência em Goiás, promove mais uma edição do Concerto de Páscoa, realizado tradicionalmente no Sábado Santo, como parte da programação da Semana Santa na cidade de Goiás. Essa será a 10ª vez que o evento é realizado, sempre na Igreja do Rosário, e, neste ano, conta com a apresentação da Academia dos Renascidos. O grupo, fundado em 2010, é liderado pela pianista Andréa Teixeira e o tenor Alberto Pacheco. O nome Academia dos Renascidos é uma homenagem à Academia Brasílica dos Renascidos, formada em 1759, em Salvador (Bahia), com o objetivo de fomentar a produção literária da cidade. É com essa mesma proposta que a pianista e o tenor conduzem o grupo, destacando o repertório de câmara ou de salão produzido durante o antigo império luso-brasileiro, apresentando modinhas, lundus, hinos e recitativos de salão. “Assumimos como compromisso pessoal fazer pelo menos uma estreia moderna por concerto”, destacam os músicos, referindo-se às músicas que são encontradas em arquivos e resgatadas para a atualidade dentro do repertório da Academia. A apresentação faz parte de uma extensa programação que envolve a Semana Santa no município, englobando as tradições do calendário católico. Além do Iphan, o Concerto de Páscoa conta ainda com o apoio da Prefeitura Municipal de Goiás, do Restaurante Flor de Ipê, do escritório de advocacia Felicissimo Sena e Advogados S/S e da Diocese de Goiás. Serviço Concerto de Páscoa Data: 04 de abril de 2015 (Sábado Santo) Horário: 18h Local: Igreja do Rosário – Cidade de Goiás

Demóstenes Torres, ao atacar Ronaldo Caiado, pode colocar o PMDB no colo do PT de Paulo Garcia

O PMDB de Iris Rezende estava abandonando o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT. Agora, deve deixar Ronaldo Caiado na chapada. Pelo visto, os peemedebistas terão de iniciar uma DR com Paulo Garcia e reabilitar a relação com o petismo.

Grupo de Teatro Arte & Fatos apresenta “Os Avessos”, no Sesc Centro

[caption id="attachment_31989" align="alignnone" width="620"]Foto: Layza Vasconcelos Foto: Layza Vasconcelos[/caption] Yago Rodrigues Alvim O Grupo de Teatro Arte & Fatos, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), leva para os palcos do Sesc Centro o espetáculo “Os Avessos”. A narrativa enlaça a história de Guimarães Rosa, do conto “Sorôco, sua mãe, sua filha”. Numa jornada sem volta, rumo ao hospício de Barbacena, mãe e filha veem loucos e sãos sendo apartados. Vale saber a que lado elas pertencem, afinal: quem são os loucos, quem são os sãos? Quão distantes estão de nós? Pois, “a loucura enche os vazios da vida, solta fogos de artifícios, escancaram os horizonte”. É às 20 horas desta quinta-feira, 2, e os ingressos custam R$ 10, a inteira. Serviço Grupo de Teatro Arte & Fatos Espetáculo: Os Avessos Data: 2 de abril (quinta-feira) Horário: 20h Classificação: 14 anos

Maxley e eu

[caption id="attachment_31981" align="alignnone" width="620"]Reprodução (Enaaa/DeviantArt) Reprodução (Enaaa/DeviantArt)[/caption] Paulo Lima Max foi, de longe, o cachorro mais especial que eu tive. Soa injusto –– e é mesmo, reconheço –– eleger um cachorro dentre tantos que passam por nossas vidas, como que desconsiderando o fato inequívoco de que cada qual é particularmente especial do seu jeito. Mas, calma lá, eu logo explico. Primeiro, vamos falar do animalzinho. Max era o que se podia chamar de “filhote da promessa”. A expressão tem um componente meio evangélico, mas se justifica. Durante anos, um tal Maxley, pintor de paredes que morava num bairro próximo, sonhou possuir uma cadelinha para homenagear o primeiro amor de sua vida, dois anos mais velha, de nome Janaína, ou Jana, como era mais conhecida. Homenagear... em termos. Na verdade, queria se vingar mesmo. Era ainda um menino nos seus quinze anos bem vividos, no auge do romantismo adolescente que, de tão ingênuo e pulsante, rivaliza com a libido da puberdade, quando descobriu tardiamente que a cachorra, quer dizer, a namorada, compartilhava seu amor –– e outras coisas mais –– com metade dos meninos do bairro, e muitos outros além dele. Além da desilusão, pagou muitos micos por conta desse amor multicorrespondido pela fogosa companheira. Se fosse nos dias de hoje, a forma como foi alvo dos comentários jocosos dos colegas durante meses seria um exemplo bem acabado do famoso bullying. Pois bem: seu vizinho, dono de um ferro velho, prometeu lhe dar o último exemplar da última prenhez da Vadinha, nome de uma cadela já bem experimentada que, por mais de uma década, ajudou a povoar o bairro de pulguentos das mais variadas raças. E assim fez. Mas não ocorreu exatamente como o planejado. Antes de dar o suspiro final, Vadinha ainda pôde lamber a derradeira cria de cor meio bazé, meio sei-lá-o-quê, cuja saliência abaixo do umbigo denunciava a chegada de um machinho. Teve que ficar com ele. Mas não é de ver que o danadinho tinha lá seus encantos? Acabaram se afeiçoando de verdade e o dono resolveu dar-lhe o próprio nome. Foi aconselhado pela esposa a dar uma abreviada e, bobo que não era de questionar a patroa, passou a chamá-lo simplesmente de Max. Em tempo: a esposa dele era da Assembleia de Deus, daí aquele blablablá todo da promessa lá de cima. Infelizmente, a relação entre os dois durou pouco. Três meses depois, o patrão foi mordido por uma cadela sem dono que vadiava por aquelas bandas –– ironia do destino? –– e não deu trela para os conselhos da digníssima, que insistiu até onde pôde para que ele tomasse vacina contra a raiva. Não tomou, e pagou caro por questionar a esposa pela primeira vez. Dona Glória não tinha escolha. Para sustentar seis filhos, precisaria abrir mão de pequenos luxos, e ter um cão era um deles. Bateu em muitas portas até chegar à minha, chorou, implorou, pediu perdão a Deus e foi embora depois que eu me comovi com sua história. Depois me bateu aquele arrependimento, mas aí foi Deus que não quis me ouvir. Fiquei com o peludinho e seu pequeno defeito de fábrica sobre o qual comentarei depois. Tive apenas três cachorros em vida. Todos eles fantásticos. O primeiro, Teseu, era grandalhão e abobalhado. Seu tamanho metia medo em quem não o conhecesse, o que foi de muita utilidade a casa nas tantas vezes em que eu era obrigado a viajar e deixá-la sozinha. Os filhos dos vizinhos se ocupavam de alimentá-lo nesses tempos difíceis. Eles sabiam que brabeza não morava ali, muito pelo contrário. Era uma criatura festiva que, mesmo tendo contraído câncer, ainda sorria pra todo mundo se esquecendo da própria dor. Foi duro ter que sacrificá-lo. Encrenca foi o segundo. O nome era esse mesmo e quem o conheceu assinava embaixo. Perseguia motoqueiros e bicicleteiros –– naquela época não havia os termos ciclista e byker –– latindo com raiva contra todos que passassem na frente do seu focinho. Quase perdi um emprego por conta desse seu mau humor desgracento quando o carteiro resolveu pular meu endereço para não ter que encarar e sair correndo do cachorro da raça latidor-mordedor. Naquele dia, trazia ele a cópia de um contrato que eu deveria passar ao meu chefe depois de uma boa revisada. Sorte que o carteiro benevolente deixou a correspondência duas casas depois, nas mãos da Norminha, a gostosona do bairro, por quem ele nutria intenções suspeitas e, cá entre nós, eu e a torcida do Flamengo também. Apesar de ter nascido com a pá virada, Encrenca era um doce comigo. Obediente, nunca alterou a voz –– ou melhor, o latido –– quando se dirigia a mim. Quando eu estava por perto, meus amigos chegavam sem medo e até brincavam com ele, passando a mão na cabeça, coisa que o safado particularmente gostava muito. Foi numa manhã de terça, sol a pino, que levou um pipoco de um jornalista manquitola, o Orlando, que de segunda a sexta ia pro trampo na garupa da moto do cunhado, também colega de jornal. Me contaram que ele já estava de saco cheio de todo dia ver o bicho se aproximando, com a bocarra quase lhe alcançando a perna doente, e decidiu pôr fim ao desassossego. Sua mira foi precisa. O pobre cão não agonizou, o que me deu um certo conforto, quando me lembrei de tudo o que passei com Teseu. Mas, o que fez o Max ser o mais especial? Finalmente vou dar a tão esperada explicação. Além de absurdamente bom de faro e de ouvido, ele era, por assim dizer, um cão vidente! Tudo bem... Vou ser mais claro. Aquele bicho parece ter nascido com o dom de prever o futuro. Sei que é meio redundante esse lance de “prever o futuro”, mas, considerando que os economistas deste país não conseguem prever nem o passado, o pleonasmo tem lá os seus méritos. Ainda mais em se tratando de um cachorro de verdade, e não de um político cachorro, redundâncias à parte. Seu dom espiritual ou algo parecido funcionava –– seria esse o verbo certo? –– mais ou menos assim: antes que alguma coisa ruim me acontecesse, lá estava o Max me livrando do perigo. Uma vez, numa calçada cheia de tapumes isolando o lote ao lado, ele estacou na minha frente e não deixou que eu seguisse adiante de jeito nenhum. Tentei dar a volta, puxando-o pela coleira, ralhei com ele, e nada. Pois no minuto seguinte caiu um amontoado de tijolos da construção do edifício atrás do muro de tábuas, arrebentando na calçada poucos metros à minha frente. Escapei por muito pouco. Tudo não teria passado de mera coincidência se, no mesmo dia, ele não me tivesse mordido a barra da calça antes de eu atravessar a rua, me atrasando por cinco segundinhos, prazo em que um carroceiro perdeu o controle do seu veículo e o conjunto cavalo-carro-de-madeira, tudo junto e misturado, passou por cima da minha sombra projetada à frente. Se o Max não tivesse me retardado o passo... Certo. Você dirá: ele apenas prestou atenção no cenário em volta e, por instinto, tomou atitude de proteção ao dono. Concordo, em termos. O pequeno de fato agia como meu protetor, um verdadeiro anjo da guarda canino. Mas, como explicar a outra vez em que ele fingiu de doente para eu não sair de casa e, horas depois, fiquei sabendo que o ônibus que eu tomava sempre no mesmo horário bateu com um caminhão, pegou fogo e mais de vinte pessoas partiram dessa pra outra melhor? Pois, presságios como esses ocorriam com tanta frequência que eu passei até a andar com medo sem o Max por perto... Claro, nem tudo era nóia na nossa relação. Tínhamos uma convivência normal, de gente comum pra cachorro comum. Quando precisava chamar a atenção dele, o chamava de Maxley, seu nome original, carregando no acento sobre a sílaba “ley”. Ele entendia e vinha de cabeça baixa, como um garoto que apronta na escola e se encaminha para a sala da Diretora, esperando pelo pior. Quando queria vê-lo alegre, chamava-o de forma silábica, cantando como na fala dos paulistas: Máa-quis! E lá vinha ele com o rabo balançando, que na linguagem universal da espécie significa: “Você nem imagina o quanto me faz feliz!”. E tinha mais motivos para ele ser o meu preferido. Não conheci e nunca ouvi falar de um cachorro que fosse diariamente à banca de revistas buscar o jornal, trazendo-o na boca em troca de um cafuné. Mesmo o Encrenca, que adorava esse mimo, jamais se dignou ir lá me fazer esse agrado. Menos mal... Com aquele seu estilo enervado não conseguiria mesmo chegar até o destino sem ter corrido atrás de metade da vizinhança... Falando nisso, antes que surja a pergunta, já vou adiantando: Max era de raça pura, sim. Um vira-lata puro. Não se lhe notava nenhum traço de ascendência nobre. Nada, nada. Era um tomba-lata legítimo e parecia se orgulhar disso. A mim não fazia diferença: nunca vi cachorro como produto e nunca me passou pela cabeça vendê-lo. Por isso nunca fiz propaganda de seu comportamento, digamos, profético, na expectativa de despertar interesses e faturar em cima. Fomos feitos um para o outro, ou pelo menos eu queria acreditar nisso, e ele também. Dizem que toda história triste tem um final feliz e vice-versa. Num sábado de agosto, dia de feira naquele canto afastado de Porto Velho, na calorenta e úmida Rondônia, Max tentou me salvar uma vez mais. Mas, naquele dia, as coisas não saíram como de costume. Começaram uma briga na banca de pasteis, alguém sacou de uma arma e começou a atirar a esmo. Eu era um dos esmos que estavam na linha de tiro. A vontade de me proteger foi tamanha que, ao pular sobre o pistoleiro eventual, meu herói acabou provocando novo disparo e o resto já deu para intuir. Acho que agora, definitivamente, está bem entendido. Aprovem ou não, o Maxley –– o pequeno grande Max! –– vai ser sempre lembrado como o cachorro mais querido. Pois, passados quase cinco anos do incidente criminoso, e apesar do seu defeitinho de fábrica –– já ia esquecendo de dizer, ele era cego de nascença –– até hoje meu bom companheiro faz questão de trazer o jornal do dia e depositar no meu túmulo. Paulo Lima é, desde 1988, publicitário e escritor nas horas vagas desde sempre.

Índice de Confiança de Serviços registra mínima histórica em março

Foi registrada queda de 12,1% entre fevereiro e março. É a terceira redução consecutiva, com menor índice desde 2008

A partir de hoje, empregador terá de pedir seguro-desemprego pela internet

Empresas deverão preencher os requerimentos apenas por meio do aplicativo Empregado Web, disponível no Portal Mais Emprego

Torneio de MMA e muay thai reúne atletas de todo o Brasil em Goiânia

Serão seis disputas de cinturão em jogo tanto no boxe tailandês quanto nas artes marciais mistas no ginásio Rio Vermelho

McGregor está se comportando como se fosse Muhammad Ali. Mas José Aldo não quer ser George Foreman

Os espíritos de W. B. Yeats e James Joyce se encontram, em Dublin, e, depois de falarem de poesia e prosa, avaliam que Colm Tóibín e John Banville são escritores acima da média, mas não escreveram um romance superior a “Ulysses”. Yeats e Joyce, que apreciava boxe — a sétima arte —, concluíram, depois de muito discutir se Henry James e T. S. Eliot eram ingleses nascidos nos Estados Unidos, que Muhammad Ali ganhou de George Foreman, dono da maior pegada da história do boxe, no Zaire, em 1974, não porque fosse muito melhor, e sim porque era mais inteligente. Ali começou a ganhar a “batalha” — contada por Norman Mailer no delicioso livro “A Luta” — fora do ringue. Todos os dias, de maneira infalível, dizia à imprensa e às pessoas que derrotaria Foreman, que este era galinha morta. Foreman ouvia e não conseguia absorver as críticas. Quando subiu ao ringue, estava quase derrotado, moralmente abatido, sem graça. Não lutou mal, mas estava irreconhecível, quase um zumbi, ou um autômato. A “abelhinha” Ali, mais frágil, porém mais ágil, “picava” e saía. Chegou a ser acossado, mas a famosa pegada de Foreman parecia habitante de Marte. Foreman-Golias acabou nocauteado, de maneira vexatória, por Ali-Davi. Depois de examinarem a luta de Ali e Foreman, que os dublinenses mais sábios chamam de o massacre da serra elétrica, Yeats e Joyce consultaram Rhoodes Lima — o nome não poderia ser mais adequado para um narrador de lutas de MMA — e concluíram, obedecendo à lógica implacável do brasileiro, que o “psicológico” é decisivo no octógono. Sigmund Schlomo Freud, morto em 1939 mas assombrando a todos, por vias do inconsciente coletivo e dos sonhos, não entende direito o que Roodes Lima — o nome, insistimos, é um colosso — quer dizer com “psicológico”. Porém, os sábios que assistem as lutas de artes marciais mistas (o curioso é que, com alguns gladiadores, não há MMA, e sim boxe, ou jiu-jítsu. Há lutas unidimensionais) entendem o que narrador diz ou quer dizer. O que é psicológico? Bem, o psicológico é o psicológico. O que isto quer dizer mesmo? Nada e, ao mesmo tempo, tudo. Traduzindo, pois Roodes Lima é quase um Joyce do MMA, o que se quer dizer mesmo? Simples: que um sujeito entrou com a cabeçorra (e aquelas orelhas quase de Shrek) mais leve e focada do que seu adversário. Há, de fato, lutadores que entram no octógono quase derrotados. Uns entram vitoriosos e, assim, saem mesmo vitoriosos. Júnior Cigano, quando luta com Cain Velasquez, entra derrotado e sai massacrado. Quanto mais tem medo de apanhar, dada a fragilidade de seu “psicológico”, mais apanha. José Aldo e Conor-mcgregor Com tanta conversa atravessada, Yeats não sabe mais sobre o que estava conversando com Joyce. Seria sobre o “sim” de Molly Bloom — que dava mole? — ou a respeito dos chifres de Leopold Bloom? Não. A enrolação toda tem a ver com a luta do brasileiro José Aldo, espécie de Ulisses homérico, contra o irlandês Conor McGregor, um Stephen Dedalus do octógono, tão beberrão, quem sabe, quanto Joyce (ou pai deste), mas que se veste, oh!, como Oscar Wilde (aquele que beijou Walt Whitman na boca). É um dândi de língua grande. O que pretende Conor McGregor ao se portar e ao se postar como vencedor antes da luta? A explicação, se há, é prosaica: o jovem impetuoso deve ter lido “A Luta”, o livraço de Norman Mailer, e se considera o Ali branco da Irlanda. McGregor, que prefere esperar Godot a Janot, nada tem de beócio. É inteligente e esperto. Talvez até espertíssimo. Ele está tentando, com o “sistema psicológico” de Ali, diria o indefectível Rhoodes Lima, derrotar o patropi José Aldo antes mesmo da luta. Criar um “clima” de já ganhei. Yeats avalia que é assim mesmo: luta-se com as armas disponíveis. E, como Joyce sugere em “Finnegans Wake”, a língua é a arma mais letal da história. Porém, Hemingway, que não estava na história, mas foi chamado às pressas para dotar este texto surrealista de mais contenção, disse (quase clamando) para Yeats e Joyce: “Amigos, como sugerem o Rhoodes Lima e o craquíssimo Luciano Andrade, o Wilson Baldini ou o Eduardo Ohata do MMA, José Aldo não é galinha morta e suas declarações são verdadeiros torpedos”. O autor de “Por Quem os Sinos Dobram” tem razão: José Aldo, pós-joyciano, pôs banca e, leitor, em Dublin, a cidade de Joyce, Samuca Beckett e McGregor, cantou de galo, como James, o Joyce, se avaliava como cantor, até de algum mérito. Não posso mentir. Ao ler, talvez no Universo Online, o tedioso UOL (um texto sobre MMA mais parece literatura de José Mauro de Vasconcelos — simplória mas atraente), que José Aldo havia se intitulado “rei de Dublin”, e exatamente em Dublin, ri (só não gargalhei porque lembrei-me de Simão Bacamarte e corei) e passei a vê-lo como bandeirante. McGregor estava provocando e saiu sem lã, pois José Aldo, o Ulisses tropical, disse, com palavras literárias, lembrando Shakespeare: “Não me afeta em nada [as palhaçadas calculistas de McGregor]. Isso não é nada para mim. Não é nada! Eu sou o campeão! Você não é nada [olhando para McGregor]! Eu cheguei aqui, sou o rei, cheguei e trouxe o sol para esta cidade! Trouxe o sol para vocês sorrirem!”. Confesso, Rayana Caetano, Candice Marques, Frederico Jayme, Rafael Theodor Teodoro, Ricardinho Tavares, que ouvi uma voz de barítono, aparentemente a de Yeats, dizendo: “Um poeta como José Aldo já começa ganhando”. Pô, um cara que chega e leva o sol, para iluminar a Dublin de Joyce, acaba de reescrever “O Retrato do Artista Quando Jovem”. McGregor, que começava a derrotar José Aldo longe do octógono, afetando seu “psicológico” — perdoe o Rhoodes Lima e o Luciano Andrade, mr. Freud —, desesperou-se. Um irlandês desesperado em Dublin é, de certa maneira, um personagem de “Ulysses” (ou um personagem de Oscar Wilde, talvez “Dorian Gray”), perdido nas ruas ou no (ou fora do) octógono. McGregor, deixando de ser um personagem de Joyce para se tornar um personagem do delicioso e sujo romance “Um Safado em Dublin”, de J. P. Donleavy (um Joyce com a boca um pouco mais suja, com uma linguagem ágil, filha do criador de “Dublinenses”), decidiu tomar à força o cinturão de José Aldo. O UOL, meio patrioteiro — e, admito, até gostei da patriotada, pois estou torcendo por José Aldo e apreciando o jogo circense armado pelo habilíssimo Dana White, um personagem de Charles Dickens perdido nos Estados Unidos, como se fosse um personagem da americana Donna “Dickens” Tartt, a de “O Pintassilgo” —, publicou que McGregor “roubou” o cinturão do brasileirinho feio mas charmoso. O’Keefe, personagem de “Um Safado em Dublin” — ou “The Ginger Man” —, na página 40, é explícito: “É disso que eu gosto a respeito da Irlanda, tão aberta no que diz respeito a ódios”. Mas o ódio de McGregor é circense, é show, é espetáculo. É marketing. Calculando que José Aldo não iria reagir — suas palavras foram cortantes (levar o sol para Dublin, Deus!, Joyce não faria melhor; talvez Yeats, poeta dos melhores) —, McGregor disse, ou melhor, gritou: “Ele não vai fazer nada, assim como hoje não fez nada. Ele disse que faria alguma coisa (se eu o tocasse), e não fez nada!” Entretanto, noutra provocação inteligente, e na terra de Joyce, um escroque de gênio, José Aldo torpedeou: “Foi tranquilo, já esperava [o clima hostil], principalmente pelo fato de eles não terem ídolo, não terem nada. Não foi nada, isso não é nada! Nunca vai ser nada. Não senti nada, o máximo que ele pode fazer é isso, porque na próxima vez que estivermos frente a frente, vou bater muito na cara dele”. Desconcertante. Não aprecio a palavra fã, que é meio bocó, mas não há como não admirar as palavras de José Aldo — o Oswald de Andrade do MMA. Pô, fico criticando o UOL, com seus textos tediosos, e acabei fazendo um texto longo, xaropesco, sobre José Aldo, espécie de Macunaíma às avessas e o primeiro adepto da antropofagia do MMA. Ele “devorou” a Irlanda e, junto, McGregor. Joyce comentou com Yeats: “Putisgrila, poeta, quem diria: um brasileiro, que nem é leitor de Guimarães Rosa, aquele que escreveu o ‘Ulysses’ dos trópicos, acabou canibalizando um irlandês”. O MMA levou a Semana de Arte Moderna para Dublin. Joyce está “certo”. McGregor perdeu o primeiro round. Até agora, José Aldo não parece nada abalado. Mas o irlandês deve ter ficado assustado com sua verve. Eu, que me assusto com Joyce e Beckett, quase sempre, fiquei estupefato com o verbo quente do lutador brasileiro. Seu “psicológico” — para citar mais uma vez a fera Rhoodes Lima e a bela Kyra Gracie Guimarães — está em ordem. Eu, claro, já estou colocando meu protetor bucal e pondo minhas luvas. À espera dos próximos quatro rounds. Evoé!

Bomba atômica de Demóstenes Torres contra Ronaldo Caiado contém só um erro

O artigo-tirambaço “Ronaldo Caiado: uma voz à procura de um cérebro”, do ex-senador Demóstenes Torres, ex-DEM, é muito bem formulado e, detalhe, foi escrito por ele mesmo, que tem cultura e não precisa de ghost-writer. O ex-primeiro-amigo do senador Ronaldo Caiado cita Fouché, Shakespeare, Carlos Lacerda, “O Menino do Dedo Verde” (livro de Maurice Druon), Zelig (o filme de Woody Allen). Num texto de uma página, com as ideias articuladas com lógica e estocadas ferinas, só encontrei um erro: “O jornal ‘Diário da Manhã’ de Goiânia, publicou uma matéria”. Não há vírgula entre “Goiânia” e “publicou”. No caso, não se deve separar o sujeito do verbo, da ação.

Veja 10 momentos em que jornalistas não seguraram a emoção e caíram no choro

Após repercussão do choro de Sandra Annemberg, Jornal Opção elenca dez momentos que provam que a âncora não é a única a se emocionar em frente às câmeras

“O PPL quer lançar Jorge Kajuru para prefeito de Goiânia”, diz José Neto

“Se o PPR não quiser bancar a candidatura do radialista Jorge Kajuru a prefeito de Goiânia, o PPL pode lançá-lo”, afirma José Neto. O presidente do PPL é taxativo: “Nenhum partido que quer se fortalecer pode desprezar um candidato de ampla densidade eleitoral como Jorge Kajuru. Os partidos pequenos têm de perceber que precisam investir em candidatos a prefeito e vereador”.

‘Governo desceu na boquinha da garrafa pra se reeleger, agora Ana Carla terá que segurar o tchan’, diz Zé Nelto

De acordo com deputado, governador deixou déficit de mais de R$ 1 bilhão no fim do ano passado e a secretária da Fazenda vem realizando uma política fiscal equivocada

Demóstenes rebate Caiado: “Minha agonia está no fim, a dele apenas começando”

No novo texto, ex-senador sugeriu que o democrata irá perder, "nos dias próximos", o mandato como senador e acrescentou que situação de ambos será resolvida na Justiça

Ana Carla Abrão: “Com nosso ajuste fiscal, Goiás sairá antes e melhor da crise”

Secretária da Fazenda foi à Assembleia para apresentar revisão na Lei das Diretrizes Orçamentárias 2015: déficit mensal goiano atual é de 440 milhões de reais