Bastidores

Vice-presidente da Fundação Ulysses Guimarães, vinculada ao PMDB, estava à frente da Secretaria de Aviação Civil. Dilma não teria sido comunicada sobre decisão até o momento

Secretário de Finanças teria pedido demissão e pode deixar o cargo já em janeiro. Prefeito nega

Chamado pelos políticos de “Delegado Waldir do Jornalismo”, o apresentador do “Balanço Geral” é extremamente popular
Alegando doença, Paulo Cezar Martins e Adib Elias não compareceram para encontro com senador do DEM
O Tribunal de Contas da União encontrou indício de favorecimento da empresa

José Nelto diz que o parlamentar do PMDB "está travado, com problemas de coluna"

O ex-presidente da OAB é uma das apostas tanto do tucano-chefe quanto do vice-governador, José Eliton
Os dois engenheiros falaram sobre a sucessão em Goiânia, discutiram a crise política e econômica nacional
O deputado do PSDB garante que o PT “instalou” um processo de “corrupção desenfreada” no país

[caption id="attachment_53042" align="aligncenter" width="620"] Jayme Rincón, Giuseppe Vecci, Waldir Soares e Edward Madureira: falta de tradição política pode ser um trunfo na disputa eleitoral de 2016 | Fotos: Jornal Opção / reprodução / Facebook[/caption]
Há um paradoxo, em trânsito, na política de Goiânia: Iris Rezende, do PMDB, é o favorito para a disputa da prefeitura, segundo todas as pesquisas de intenção de voto. Ao mesmo tempo, especialistas — como marqueteiros, pesquisadores e políticos — sugerem que, como não tem conexão com o novo e tem um desgaste político e pessoal fortemente dimensionado, pode, ao final da disputa, ainda que no segundo turno, ser um candidato não tão difícil de ser derrotado, surpreendendo o discurso tradicional dos articulistas de jornais.
Fala-se que Iris Rezende é “velho”. De fato, é, pois faz 82 anos em 22 de dezembro deste ano. Mas seu problema, do ponto de vista dos eleitores modernos, não é a idade — pois, como se sabe, trata-se de um homem saudável e ativo, que faz exercícios físicos quase todos os dias —, e sim de mentalidade. O peemedebista-chefe parou no tempo.
Registra-se aqui um folclore político — e, insistamos, trata-se de folclore político — do tempo em que era prefeito de Goiânia. O jornalista Rodrigo Czepak teria perguntado: “O seu gabinete vai cuidar pessoalmente do Twitter do sr?” Iris Rezende teria respondido: “Não. Coloque-o na Secretaria de Comunicação”. O repórter teria insistido: “Como assim?” Ao que o gestor municipal teria respondido: “Se o funcionário não serve para você, demita-o”. A história é apenas para ilustrar que o ex-prefeito da capital “parou” no tempo. Ele deixou, há muito, de ser contemporâneo dos atuais goianienses. É um homem do passado que vive angustiado no presente. É por isso que os goianos rejeitaram-no três vezes para o governo do Estado.
Mas o “problema” não é Iris Rezende isoladamente — quer dizer, não é sua pessoa. A percepção do eleitorado de Goiânia é aguçada e a tendência é que aposente os políticos tradicionais na eleição de 2016 — até para evitar que “cheguem” às eleições de 2018. Num momento em que alguns políticos profissionais estão sendo presos, figuras carimbadas, mesmo que não envolvidas em escândalos, como é o caso do peemedebista, saem chamuscadas.
O próximo prefeito de Goiânia pode ser um político que não tem tradição política. Os que têm tradição política — como Iris Rezende — tendem a se “afundarem”. Observe-se que a expectativa do eleitorado da capital mudou em relação a Vanderlan Cardoso. Quando aparecia como “oposição”, a expectativa lhe era favorável. Como deixou de ser apocalíptico e passou a ser integrado — buscando espaço na base do governador Marconi Perillo —, o líder do PSB deixou de ser novidade e se tornou, aos olhos dos eleitores, uma figura tradicional. Ressalte-se que as comunicações agora são muito rápidas. De um dia para outro faz-se e destrói-se uma reputação.
O espaço para políticos que não são vistos como políticos — como Jayme Rincón, Giuseppe Vecci, Waldir Delegado Soares e Edward Madureira — está aberto. Há uma rodovia do tamanho da BR-153 aberta para eles.
Giuseppe Vecci (PDB), Jayme Rincón (PSDB) e Edward Madureira (PT) são técnicos, mas com visão política. O terceiro um pouco menos, pois é mais técnico. Os três têm o perfil do político cobiçado pelo eleitorado de Goiânia. Não são populistas, são gestores eficientes e criativos. São modernos e contemporâneos dos atuais goianienses. Eles estão no presente, falam para os homens do presente e sabem criar expectativas para um futuro relativamente objetivo. O trio nada tem a ver com fantasias irrealizáveis.
Luiz Bittencourt, do PTB, pode ser uma surpresa, porque, embora seja um político tradicional, é visto como novidade pelo eleitorado. Seu discurso técnico e sua presença ativa e sem tergiversações — não tem o discurso enviesado de Iris Rezende (cujo “sim” às vezes é “não” e cujo “não” às vezes é “sim” — ou nada) — podem ser trunfos. Ele faz uma mediação interessante entre a política e a tecnocracia e tem tutano para enfrentar figuras coroadas. Outro Luis, o Cesar Bueno, do PT, tem perfil parecido com o de Luiz Bittencourt, mas não tem seu discurso ágil. A petista Adriana Accorsi tem simpatia, mas falta molho no discurso. Sua fala é insossa e demonstra insegurança.

[caption id="attachment_53039" align="aligncenter" width="620"] Sílvio Fernandes, Joel Santana Braga, Armando Vergílio e Agenor Mariano: um deles pode ser o vice de Iris Rezende em 2016[/caption]
O presidente do DEM em Goiânia, o médico anestesista Sílvio Antônio Fernandes Filho, sócio do Hospital Premium-Centro de Medicina Avançada (está construindo outro hospital, na Avenida D, no Setor Marista), é cotado para ser o vice de Iris Rezende na disputa pela Prefeitura de Goiânia em 2016. Ligado ao senador e ortopedista Ronaldo Caiado, médico ortopedista, Sílvio Fernandes é jovem e é apontado como um empresário arrojado. Ao lado do cacique peemedebista — que tem o dobro de sua idade —, seria um elemento triplo de renovação. Primeiro, pela idade. Segundo, por não ser um político tradicional. Terceiro, por ser bem-sucedido fora da política.
Na verdade, nas conversas reservadas, no seu escritório, Iris Rezende tem sugerido quatro nomes para vice. No caso de chapa pura, o vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano — porque é apontado como “leal” —, é o preferido do peemedebista-chefe para vice. É hors-concours (o ex-prefeito da capital o trata menos como “afilhado” e mais como “filho”, tal a identidade entre ambos). Porém, como há as questões de tempo de televisão e a necessidade de agregar outras forças partidárias, estuda-se outras possibilidades.
O Solidariedade, sondado para indicar o deputado federal Lucas Vergílio, tende a apresentar outro nome, o de Armando Vergílio. Há quem diga que, como “não” forneceu a grana prometida na campanha de 2014, quando foi vice de Iris Rezende na disputa pelo governo do Estado, o empresário do setor de seguros estaria rompido com o peemedebista. A ex-deputada federal Iris Araújo insiste que o vice ideal é Lucas Vergílio, porque, se o marido for eleito, ocuparia a vaga do jovem parlamentar em Brasília.
Joel Santana Braga, ex-presidente do DEM em Goiânia, é frequentemente apontado como possível vice de Iris Rezende. O jovem político mantém relacionamento positivo com o peemedebista, mas, no momento, está mais interessado em coordenar a possível candidatura de um irmão, o deputado federal Alexandre Baldy, a prefeito de Anápolis.

[caption id="attachment_52201" align="aligncenter" width="620"] Fachada do Nexus -- sob investigação | reprodução[/caption]
Não há dúvida de que o Secovi é sério. Mas urbanistas e arquitetos criticam o fato de que teria dado um prêmio de sustentabilidade para um empreendimento imobiliário que ainda nem foi construído. Premiou-se a intenção e, ainda assim, uma intenção mignon. Os edificadores do Nexus, obra da Construtora Consciente, de Ilézio Inácio Ferreira, e da JFG Empreendimentos, de Júnior Friboi, garantem que a obra, quando concluída, vai recolher água da chuva, terá vidros especiais e calçada politicamente correta. É pouco, muito pouco.
Como se trata de uma obra gigante, se o Nexus não oferecer estacionamento gratuito, o que certamente não fará, as ruas do entorno ficarão repletas de veículos estacionados, o que vai prejudicar ainda mais a mobilidade urbana dos setores Oeste, Marista e Sul.
Sustentabilidade se tornou uma palavra da moda e, de tanto uso, perdeu seu verdadeiro sentido. O termo, para valer alguma coisa, precisa ter sentido efetivo, amplo, incrustado na realidade. Não é o caso do Nexus, uma obra que vai provocar congestionamentos, caos urbano. A palavra que o define não pode ser outra: insustentável.
O Secovi, ao premiar o Nexus, ignorou, de maneira olímpica, o fato de que um perito constatou que o Estudo de Impacto de Vizinhança pode ter sido falsificado pela Consciente — ou pela empresa contratada pela construtora — e, por isso, Ilézio Inácio Ferreira está sendo investigado pelo Ministério Público.
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Ilézio Inácio Ferreira e Júnior Friboi: os sócios do megaempreendimento | Foto: Henrique Alves[/caption]
Em sociedade tudo se permite? É o que está sugerindo o Secovi, ao premiar o Nexus. Pode-se falar que se está criando uma espécie de República do Cinismo em Goiânia? Não fosse o Secovi uma instituição da maior seriedade e competência, de amplos serviços prestados à capital, a conclusão seria inteiramente afirmativa. Agora, a premiação, que soa como uma espécie de desagravo, se não piora a imagem do premiado Nexus — já por demais corroída —, piora sobremaneira a do seminal Secovi.
Há algo de errado no Reino da Dinamarca — diria o bardo britânico William Shakespeare. Mas o Ministério Público — este, sim, de uma seriedade exemplar — vai descobrir o que é e, daí, por certo vai denunciar Ilézio Inácio Ferreira e Júnior Friboi à Justiça.

[caption id="attachment_46596" align="aligncenter" width="620"] Governador Marconi e vice, José Eliton, no comando do Inova Goiás | Foto: reprodução[/caption]
Pode-se dizer que 2015 foi o ano do governador de Goiás, Marconi Perillo, e de seu vice-governador, José Eliton. O tucano, no seu 4º mandato de governador, está consolidado. Pode-se falar em vários trunfos de José Eliton. Ao se filiar ao PSDB e se tornar integrante do círculo político de Marconi Perillo, carimbou seu passaporte para a disputa do governo em 2018.
Mas um de seus principais trunfos foi escapar da pecha de “vice-sombra”. Ao assumir a mais importante secretaria do Estado, a de Desenvolvimento Econômico, que engloba várias estruturas, da Indústria à Agricultura, o jovem mostrou que tem capacidade de gestão. Provou que é um gestor eficiente e, por isso, comanda alguns dos mais importantes programas do governo, como o Inova Goiás.
Ao mesmo tempo, indicando ser um articulador político eficiente, é um dos responsáveis pela reaproximação de Jovair Arantes com o governador Marconi Perillo. Pode-se dizer que José Eliton é o político ano.

O Jornal Opção ouviu seis líderes do PMDB de Goiânia e perguntou: “O PMDB vai romper oficialmente com o PT quando e por quê?” Todos responderam que o rompimento se dará em abril de 2016. “Nós sabemos que companheiros de jornada do partido dependem de cargos na prefeitura e, por isso, não vamos apressar o rompimento. Porém, como o PMDB não quer mais compor com o PT em Goiânia, o anúncio oficial do rompimento será feito em abril do próximo ano”, admite um deputado.
Outro peemedebista é peremptório: “O PMDB ‘elegeu’ Paulo Garcia para prefeito e agora quer retirar o PT do poder”. Um ex-vereador inquire: “Se o PT nacional, com seus múltiplos escândalos, vai derrotar seus principais candidatos nos Estados, por que nós vamos carregar o caixão do petismo?”
“O PT acabou em Goiânia. Está morto e enterrado, sobretudo devido à crise nacional. O PMDB quer se livrar do ‘karma’ negativo, mas precisa esperar os aliados que querem continuar na prefeitura”, afirma um deputado. “Não vamos sair da prefeitura agora porque ajudamos a eleger Paulo Garcia”, diz um quase-irista. O vice-prefeito Agenor Mariano garante que não renuncia ao cargo, mas está 100% rebelado com o prefeito Paulo Garcia.

O deputado federal Waldir Delegado Soares caminha para trocar o PSDB pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB). Motivo: o parlamentar planeja disputar a Prefeitura de Goiânia e percebe que suas chances são mínimas se permanecer no PSDB. “Esclareço que, antes de tomar qualquer decisão, vou ter uma longa conversa com o governador Marconi Perillo. Ele quer conversar comigo e eu quero conversar com ele. Mas procede que, se a cúpula do PSDB barrar minha candidatura, com qualquer tipo de tática, saio e disputo mandato por outro partido”, sublinha Waldir Soares. “De fato, fui convidado para me filiar ao Partido da Mulher Brasileira, que me garante legenda para a disputa da Prefeitura de Goiânia. Mas ainda não tomei a decisão de mudar de partido. O Partido da Cidadania também me convidou. Se conseguir o registro, é provável que conquiste o apoio de pelo menos 40 parlamentares”, anota o delegado-deputado.