Bastidores
A assessora de Imprensa da deputada estadual Adriana Accorsi, Geralda Cunha Teixeira Ferraz, contesta a “Petistas dizem que hoje Luis Cesar e não Adriana Accorsi seria o candidato a prefeito de Goiânia”, publicada na coluna Bastidores no domingo, 31. Seu texto é publicado integralmente abaixo.
[caption id="attachment_57196" align="alignnone" width="620"] Deputados estaduais Luis Cesar Bueno e Adriana Accoris: pré-candidatos do PT | Fotos: Edilson Pelikano / Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
“Os quatro mandatos de Luís César não deram capilaridade para ele na capital”
Geralda Cunha Teixeira Ferraz
Nos preocupa quando um "experimentado" petista da capital usa esse veículo de comunicação para fazer afirmações que em nada contribuem em um processo construtivo de debates na escolha de um nome para disputar a prefeitura de Goiânia, nesse ano de 2016, onde ao final dele precisaremos de um PT forte e unido.
Quando o petista(?) diz: “Hoje, como a deputada Adriana Accorsi não tem possivelmente nenhum delegado, se houver uma disputa na convenção, é provável que Luís Cesar Bueno obtenha pelo menos 70% dos votos dos delegados do partido e, assim, seria definido como o candidato do PT a prefeito de Goiânia”, há que se fazer uma análise que o experimentado petista da capital não fez: De como se deu o PED (Processo de Eleição Democrática) 2013, que elegeu os Delegados ao Encontro Municipal.
A primeira questão é se os delegados eleitos no PED 2013 serão ainda convocados para definir os rumos do PT no processo eleitoral de 2016, ou se fará uma eleição para a escolha dos delegados que farão o debate do processo de escolha do candidato e da política de alianças do PT. Se sim, teremos nova eleição e a configuração interna fica zerada começando o jogo no famoso zero a zero.
Se a resposta for não, não teremos nova eleição e fica valendo os delegados eleitos no PED 2013. A análise responsável e inteligente a ser feita é: No PED 2013 houve uma composição de 80% das forças internas do PT de Goiânia no que ficou conhecido como o Chapão da CNB. Luís César Bueno, que é do Movimento PT e compõe uma pequena parte desse "chapão", foi contemplado com 70% dos votos. Hoje a realidade é outra, o ano é 2016. A conjuntura que uniu em torno do seu nome para o PT municipal em 2013, não é a mesma de hoje, para as eleições municipais de 2016.
[caption id="attachment_55233" align="alignnone" width="620"]
Adriana Accorsi: a mais bem votada deputada do PT em Goiás e Goiânia[/caption]
Vale lembrar que a deputada Adriana faz parte de uma das correntes que apoiaram o presidente do PT municipal Luis Cesar Bueno, em 2013, e que este apoio não se estende automaticamente para 2016. O "experimentado" petista somou 2+2 e a soma deu 22. Saiu de uma premissa errada e chegou a um resultado desastroso para quem pensa, ou pensa que pensa política.
Em números absolutos, sem olhar a inserção social do nome Adriana Accorsi e a aceitação de seu nome nas camadas populares da capital, dos 43.424 votos, a 5ª mais votada de Goiás, 31.528 votos foram de eleitores de Goiânia e dos 20.290 de Luís César, a pior votação dos deputados eleitos do PT, apenas 6.363 foram dados por eleitores da Capital. Desses números absolutos, como fonte de informação primária, os experimentados petistas deveriam fazer uma análise mais fundamentada, para além das paixões.
Com os dados acima, para levá-los a pensar, importante que façam uma reflexão sobre a afirmação de que “Luís Cesar tem quatro mandatos de deputado estadual, dois de vereador e é o presidente do PT metropolitano". Não é preciso fazer uma análise mais profunda, para entender que os quatro mandatos de Luís César não deram capilaridade para ele na capital, e que a capilaridade eleitoral de Adriana é cinco vezes maior que a de do Luís Cesar, e, deve ser levada em consideração em qualquer análise.
Agora, grave mesmo nessa disputa menor é afirmar que: "... ao contrário de Adriana Accorsi, nunca esteve filiado ao PSDB”. Se esse "segundo petista" tivesse um mínimo de informação, ou tem e acha necessário esconder, saberia que Adriana jamais foi filiada a outro partido e que nunca se desfiliou do PT. Ela é servidora de carreira do Estado como delegada de polícia e que sua carreira exitosa na Polícia Civil a levou em cargos de projeção dentro da Segurança Pública, sem no entanto, desviar de sua história política nem de seus princípios.
Geralda Ferraz é chefe de Comunicação do Gabinete da deputada estadual Delegada Adriana Accorsi.
[caption id="attachment_55342" align="aligncenter" width="620"] Iris Rezende e Waldir Soares: pesquisas sugerem que as demais campanhas vão girar em torno do Sol, quer dizer, dos possíveis candidatos do PMDB e do PSDB (ou de outro partido)[/caption]
A política de Goiânia se move a partir de dois pontos — Iris Rezende, do PMDB, e Waldir Delegado Soares, do PSDB. Pesquisas de intenção de voto feitas por um grupo político, a partir de vários cruzamentos, indicam que, se o peemedebista-chefe desistir da disputa — optando por bancar o vice-prefeito de Goiânia, Agenor Mariano, ou o deputado Bruno Peixoto, dois jovens —, o deputado federal Waldir Soares passa de 30% e se torna o primeiro colocado. Acrescente-se que a ascensão do delegado não “puxa” nenhum outro candidato, quer dizer, nenhum deles, nem mesmo Vanderlan Cardoso, chega a 20%. O delegado isola-se na liderança, cristalizando-se como nome definido para o segundo turno — isto, frise, se o nome de Iris Rezende não estiver no páreo.
Quando se retira Waldir Soares do páreo, Iris Rezende cresce e há, inclusive, a possibilidade de que seja eleito no primeiro turno, dado o fato de que nenhum dos outros candidatos se aproxima dele. Por isso pode ser estratégico manter o delegado no páreo, sobretudo para segurar o crescimento de Iris Rezende. Este “empacou” em 30% devido ao fenômeno Waldir Soares. Na região Noroeste, para citar um exemplo pesquisado, o peemedebista aparece à frente, mas com o tucano colado.
Quem fez as pesquisas alerta para que o quadro exposto acima seja examinado com o máximo de cuidado. Porque a campanha eleitoral — com as pessoas podendo examinar as propostas e observar se os candidatos têm credibilidade para levá-las à prática — não começou. Iris Rezende e Waldir Soares, registram as pesquisas, são os dois nomes mais conhecidos, superando inclusive Vanderlan Cardoso, que já foi candidato a governador, e Luiz Bittencour, que disputou a Prefeitura de Goiânia duas vezes.
As pesquisas registram que um dos problemas de Waldir Soares é sua brutal rejeição na classe média. Não que ela o avalie como “corrupto” ou “mau político”. É que não o percebe como seu representante.

[caption id="attachment_57722" align="aligncenter" width="620"] Vilmar Rocha, Paulo Garcia e Thiago Peixoto: alianças políticas devem ser pensadas para 2016 mas também para 2018[/caption]
O presidente do PSD em Goiás, Vilmar Rocha, afirma que o encontro dele e do secretário de Gestão e Planejamento do governo do Estado, Thiago Peixoto, com o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT, tem sido mal interpretado. “Não fizemos acordo político algum, mas há possibilidade de uma aliança política para o segundo turno na disputa pela Prefeitura de Goiânia. Para o primeiro turno, não é possível acordo com o PT e com qualquer outro partido, exceto, claro, se quiserem apoiar o nosso candidato a prefeito, que deve ser Francisco Júnior ou Virmondes Cruvinel. Mas não faz mal algum conversar com líderes dos partidos no primeiro turno. É prova de civilidade. E devemos pensar em 2016 e em 2018. Embora as histórias das eleições sejam diferentes, há conexões entre elas.”
No segundo turno, qualquer que seja o candidato, o PSD deve compor uma frente com o PT e partidos da base governista contra Iris Rezende — isto se o peemedebista for candidato e se for para o segundo turno.
Vilmar afirma que “Paulo Garcia é um político do bem e quer manter diálogo conosco. As relações dele com o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, são cordiais”.
Da conversa com Paulo Garcia, Vilmar diz que percebeu que o candidato do PT a prefeito deve ser uma “novidade” — e não os nomes já colocados, como os deputados Adriana Accorsi e Luis Cesar Bueno. O petista-chefe quer surpreender o eleitorado goianiense.
O presidente do PSD está conversando com vários políticos, como Vanderlan Cardoso, pré-candidato do PSB a prefeito de Goiânia. “Fiquei com a impressão de que Vanderlan não pretende ser candidato a qualquer custo e não quer ir para a disputa sozinho, sem uma aliança política mais consolidada.”
A conversa com Júnior Friboi deixou patente para Vilmar que o empresário não abandonou seu projeto político. “O empresário tem seus negócios, pretende investir neles, mas não desistiu da política. Mora em Goiás, tem negócios no Estado e pretende dar sua contribuição política aos goianos.”
Em Anápolis, Vilmar conversou com o prefeito João Gomes, do PT. “Queremos lançar candidato no município, mas o PSD é um partido que não arromba portas abertas.”
A próxima conversa de Vilmar será com Giuseppe Vecci, um dos pré-candidatos do PSDB a prefeito de Goiânia. O pessedista avisa: “Não queremos ser vice de ninguém”.
Sobre os pré-candidatos do PSD a prefeito de Goiânia, Vilmar frisa que tem orgulho de lançar um candidato a prefeito de qualidade e que tem o perfil moderno da capital. “Não é qualquer partido que tem nomes qualificados como Francisco Júnior e Virmondes Cruvinel. Nós, da direção do partido, deixamos a decisão para os dois. Eles vão se reunir e definir qual será o candidato. Estão motivados e têm profunda identidade com a cidade.”

O primeiro turno com vários candidatos é selva pura. Ninguém alisa ninguém. Costuma-se sugerir: “Os candidatos da base aliada a prefeito de Goiânia não vão se atacar e vão criticar basicamente Iris Rezende”. Quem fizer isto indicará que entende muito de bom-mocismo mas pouco de política. É óbvio que o peemedebista-chefe vai ser criticadíssimo, até para que se tente evitar que vá para o segundo turno, ou, se for, que não vá em circunstâncias muito favoráveis.
Porém, como é o favorito para chegar ao segundo turno, por certo haverá uma batalha selvagem para tentar ser o nome escolhido pelos eleitores para enfrentá-lo.
Waldir Soares, não se sabe por qual partido, vai criticar Giuseppe Vecci, do PSDB. Este vai criticar Vanderlan Cardoso, do PSB. Este vai criticar Luiz Bittencourt, do PTB. Este vai criticar Adriana Accorsi (ou Luis Cesar Bueno), do PT. Esta vai criticar Virmondes Cruvinel (ou Francisco Júnior), do PSD. Este vai criticar todos os outros e vice-versa. Quem quiser posar de santinho tende a ficar fora do páreo. O eleitor prefere candidatos propositivos, mas não dá para ser propositivo o tempo inteiro numa campanha eleitoral.

[caption id="attachment_48185" align="alignleft" width="300"] Os preferidos do PT, Luis César e Adriana Accorsi | Fotos: Marcos Kennedy[/caption]
Dois petistas disseram ao Jornal Opção que a imprensa praticamente não compreende como se define um candidato a prefeito pelo PT.
“Hoje, como a deputada Adriana Accorsi não tem possivelmente nenhum delegado, se houver uma disputa na convenção, é provável que Luis Cesar Bueno obtenha pelo menos 70% dos votos dos delegados do partido e, assim, seria definido como o candidato do PT a prefeito de Goiânia”, afirma um dos mais experimentados petistas da capital. “Luis Cesar tem quatro mandatos de deputado estadual, dois de vereador e é o presidente do PT metropolitano. É um político forjado dentro da máquina partidária e, ao contrário de Adriana Accorsi, nunca esteve filiado ao PSDB”, diz o segundo petista. “A base banca o deputado.”
A Executiva do PT, depois de reunião com o prefeito Paulo Garcia, sugere que pretende “manter a unidade do partido” e, se possível, definir “o” pré-candidato depois do carnaval. “No PT, desde sempre, ninguém se torna candidato a partir de notas de jornal”, afirmam os petistas.

Secretário de Gestão e Planejamento do governo de Goiás, o deputado federal Thiago Peixoto (PSD), está entusiasmado com o Uber (o serviço é de qualidade, os automóveis são limpos e confortáveis). Mas não deixa de acompanhar as discussões políticas. “Nós temos dois pré-candidatos a prefeito que conhecem Goiânia como poucos — os deputados Francisco Júnior e Virmondes Cruvinel. Eles têm forte ligação com os segmentos organizados da capital e são políticos criativos, modernos.”
Instado a comentar o nome do PSDB para prefeito de Goiânia, Thiago Peixoto diz que, como pertence a outro partido, não é apropriado envolver-se nos assuntos alheios. Mas admite que o nome mais cristalizado é o do deputado federal Giuseppe Vecci, que tem uma história ao lado do governador Marconi Perillo. Sobre Waldir Soares: “Fiquei com a impressão de que sairia do PSDB para ser candidato por outro partido”. Ele aposta que Iris Rezende será o candidato do PMDB.
Chico Buzina vai bancar candidatos a prefeito em Anicuns, Nazário e Avelinópolis

O deputado federal Daniel Vilela deve assumir a presidência do PMDB no início de fevereiro. O deputado estadual Paulo Cezar Martins deve ser indicado para a vice. José Nelto é cotado para ser o secretário-geral ou o tesoureiro (180 mil reais por mês do Fundo Partidário). Se não aceitar compor, o irismo tende a ficar fora da direção do partido.
Se eleito pela executiva para presidir o PMDB, Daniel Vilela ficará dois anos no comando, com possibilidade de reeleição. Porém, se for disputar o governo em 2018, deixará a presidência para um aliado.

A direção do PT em Goiânia organizou uma lista com o nome de 72 pré-candidatos a vereador. A lista, ao final, será refinada para pouco mais de 50 postulantes. A cúpula petista avalia que uma chapa consistente para vereador é meio caminho andado para fortalecer o candidato a prefeito. Marina Sant’Anna deve ser um dos nomes fortes para a disputa.

A política de Itaberaí estava polarizada entre o prefeito Roberto Silva, do PSD, e a ex-prefeita Rita de Cássia, do PSDB — ambos da base do governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB. Mas o ex-prefeito Wellington Baiano — que não pode disputar eleição, pois é inelegível — está convencendo José Ronaldo a disputar a prefeitura. Resta saber se, ao final, o médico, conceituado no município, vai aceitar um ficha suja coordenando seu palanque, quer dizer, sua campanha. Porém, se confirmado o apoio do senador Ronaldo Caiado, do DEM, ele se tornará um postulante consistente. Definida sua candidatura como nome da terceira via, é possível que a base governista tente um pacto entre Silva e Cássia.

Há um consenso em Brasília: o presidente do Pros, o goiano Eurípedes Júnior, não percebe, mas vai acabar se estrumbicando. Ele brigou com a bancada nacional do partido, comprou avião e helicóptero com o Fundo Partidário e vai acabar sendo acionado judicialmente. Um deputado, seu desafeto, afirma que ele estaria utilizando o helicóptero para sair de Planaltina, onde mora, para frequentar Brasília. O uso seria particular, e não partidário.

O PT, com Adriana Accorsi, Luis Cesar Bueno, Edilberto Dias (ou outro nome), não vai alisar Iris Rezende na campanha para prefeito de Goiânia. Sempre que Iris atacar a gestão de Paulo Garcia, ou o governo de Dilma Rousseff — tentando “tirar o corpo fora”, depois de anos irmanado com o PT —, os petistas vão criticá-lo de maneira implacável. O dossiê contra o peemedebista, quase concluído, é devastador. O cacique teria deixado a prefeitura com dívidas de mais de 400 milhões de reais.

O prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira, disse aos seus aliados que, com mais de 30 anos de vida política, jamais desistirá de seus projetos políticos e pessoais. Por isso será candidatíssimo à reeleição em 2 de outubro. Misael Oliveira é um desses fenômenos políticos: é mais bem avaliado como gestor do que como político. Administrador que trabalha e tem o que mostrar, por vezes, por ser ríspido e não gostar de jogar conversa fora, não é bem visto em termos estritamente políticos. Agora, Misael Oliveira está mais afável e, sobretudo, não fica em seu gabinete. Ele está acompanhando os trabalhos de seus auxiliares com frequência e conversando diretamente com as pessoas, sem intermediários. “O Misael faz obras, reorganizou as finanças da prefeitura, mas precisa mostrar o que faz e se tornar mais acessível”, afirma um marqueteiro.

O senador Wilder Morais passava a impressão que estava em Brasília apenas cuidando de seus negócios ou passeando de barco no Lago Paranoá, ao lado de belas garotas Bastou contratar o jornalista Nilson Gomes — craque que entende de jornalismo, de política e de marketing político — e, aos poucos, está mostrando o que de fato faz em Brasília. Claro que permanece pensando nos seus negócios, porque é empresário, mas está conseguindo mostrar que tem conseguido ajudar vários prefeitos de Goiás, e sem discriminá-los por filiação política ou ideologia. Nilson Gomes elaborou um longo dossiê sobre o assunto. Wilder Morais prova, como dizem os publicitários qualificados, que não basta fazer — é essencial mostrar o que se faz.

Numa visita ao Jornal Opção, o marqueteiro Ademir Lima, um dos mais experimentados quando o assunto é eleição municipal, garante que o prefeito de Goianira, Miller Assis (PSD), será reeleito. Ademir Lima diz que, ao contrário do que se publica, Miller Assis tem “muito o que mostrar durante a campanha”. O prefeito não seria uma nulidade administrativa, frisa o marqueteiro. O problema é saber se Miller Assis terá tempo para recuperar sua imagem. No momento, Carlão Alberto Oliveira, do PSDB, desponta como franco favorito.