Bastidores
Parte da oposição, com o senador Ronaldo Caiado na linha de frente, tentou identificar o governador de Goiás, Marconi Perillo, com ações anti-impeachment. Não deu certo. A bancada marconista votou em pelo impedimento da presidente Dilma Rousseff. Dos 17 deputados federais de Goiás, apenas um, Rubens Otoni, votou contra o impeachment.
Não se sabe se por brincadeira, mas Alexandre Baldy teria dito para um colega deputado que seu nome, a partir de agora, é Alexandre “Caiado” Baldy. O presidente do PTN em Goiás chegou a postar um vídeo no Facebook em que conversa animadamente com o senador Ronaldo Caiado, do DEM, sobre o impeachment. Um irmão de Alexandre Baldy, Joel Santana Braga, é filiado ao DEM e ligado a Ronaldo Caiado. Em Anápolis, trabalha pela candidatura de Pedro Canedo, do DEM.

O prefeito afirma que, mesmo na crise, a empresa continua contribuindo para o desenvolvimento de Catalão
[caption id="attachment_63757" align="alignleft" width="620"] Flávia Morais: sim ao impeachment | Foto: Ananda Borges/Câmara dos Deputados[/caption]
Três deputados federais goianos garantem que a deputada federal Flávia Morais, do PDT, optou pelo impeachment.
Os deputados afirmam que, entre as ordens do PDT e os eleitores, optou pelos segundos.
O jornalista Iúri Rincón Godinho gravou um vídeo dos bolivianos que foram brecados pela Polícia Rodoviária Federal quando se dirigiam a Brasília. A história de um congresso imobiliário, tudo indica, é mero pretexto.
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O impeachment é uma guerra, na Câmara dos Deputados e nas ruas. Mas também é uma festa. Na rua, há protestos e alguma diversão. Conta-se, inclusive, quem vota contra e a favor do impeachment
O repórter Iúri Rincón Godinho mostra o que está acontecendo no domingo, 17, em Brasília. Por enquanto, o clima está tranquilo
A capital está em paz. A Brasília real não está nos jornais e nem passa na tv. Parece que não está nem aí com a Dilma

[caption id="attachment_63920" align="alignright" width="620"] Thiago Peixoto e Michel Temer: o deputado percebe o vice-presidente como um político capaz de retirar o país da crise política e econômica | Fotos: Fernando Leite / Jornal Opção / Marcelo Camargo / ABr[/caption]
O deputado federal Thiago Peixoto, do PSD, afirma que a sociedade brasileira vive um momento complexo: o declínio de uma corrente política, o Partido dos Trabalhadores, e o nascimento de uma nova força política — que ainda não se sabe o que é exatamente. Mas, de algum modo, embora não seja uma volta ao passado, relembra a coalizão política que arrancou o Brasil da crise em 1992, com o impeachment do presidente Fernando Collor. Naquele período, o PMDB e o PSDB se uniram e deram uma nova configuração política e econômica ao país. “Portanto, não se trata, agora como antes, apenas de um projeto de poder, e sim de um projeto de nação”, afirma.
Na semana passada, Thiago Peixoto conversou duas vezes com o vice-presidente da República, Michel Temer, que assume a Presidência se o impeachment for aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado. “Temer está sereno e faz aquilo que a presidente Dilma Rousseff não faz: ouve seus interlocutores com o máximo de atenção e recebe todo o mundo político que circula em Brasília. Ele está sereno e se comporta como um diplomata. Sobretudo, tem ideias de como terá de administrar para recuperar a economia e restaurar a credibilidade do governo.”
Temer disse a Thiago Peixoto que, antes de pensar em reforma tributária e outras, planeja, evidentemente se se tornar presidente, fazer a reforma que governadores e prefeitos estão pedindo há anos: a reconfiguração do pacto federativo. Hoje, admite, a União fica com a parte do leão e entrega as migalhas para Estados e municípios. “Trata-se de um homem lúcido, que sabe o que deve fazer.”
O que impressiona, sublinha Thiago Peixoto, é que “todo mundo” está procurando Temer, que os deputados, senadores e governadores preferem chamar de Michel. “As pessoas dizem que se trata de um político qualificado e que tem visão de Estado.” Numa conversa, o senador Cristovam Buarque disse ao parlamentar goiano que vai votar pela admissibilidade do impeachment, mas que não sabe se votará pelo impedimento. Ele frisa que há indícios de que o Senado vai admitir o impeachment.

[caption id="attachment_63918" align="alignright" width="620"] Eduardo Machado e Virmondes Cruvinel: os integrantes do PHS e do PPS são mencionados para vice[/caption]
O deputado estadual Virmondes Cruvinel disse ao Jornal Opção que se colocou à disposição do PPS tanto para disputar a Prefeitura de Goiânia quanto a vice. “Mas é preciso frisar que não estou me oferecendo para ser vice — tanto que estou articulando em pelo menos dez cidades do interior, bancando candidatos a prefeito, com o objetivo de disputar a reeleição em 2018. Ser vice não depende de mim, e sim da coligação e do candidato majoritário.”
Virmondes Cruvinel está acompanhando Vanderlan Cardoso na pré-campanha em bairros e encontros com segmentos organizados. “Percebo que Vanderlan tem ideias objetivas sobre como administrar a capital. É, de fato, um gestor.” O parlamentar é visto como “agregador” e atrai um “voto novo” para Vanderlan Cardoso — o de parte das juventude e de setores da sociedade, como empresários, sobretudo os mais jovens. Além disso, se for vice, sedimenta a aliança entre o PSB e o PPS.
O presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, também é cotado para ser vice de Vanderlan Cardoso. “Não fui convidado, mas a aliança com o PSB e o PPS agrada ao PHS”, afirma.

[caption id="attachment_63917" align="alignright" width="620"] Vanderlan Cardoso, Lúcia Vânia, Marcos Abrão, Eduardo Machado, Alexandre Baldy, Simeyzon Silveira, Virmondes Cruvinel e Deivison Costa[/caption]
Com a perspectiva de que, para o segundo turno, não irão dois candidatos populistas — há um aposta geral que, se postular o mandato, Iris Rezende (PMDB) irá para o segundo turno —, e sim um gestor, com formação técnica, contra um populista, Vanderlan Cardoso (PSB), Giuseppe Vecci (PSDB), Francisco Júnior (PSD) e Luiz Bittencourt (PTB) estão reforçando seus times e se preparam para colocar todos os titulares em campo. Os quatro têm perfis de gestores, são capazes e técnicos com ampla visão política — não são monotemáticos nem exploram a violência, a miséria das pessoas, para ganhar eleições. São humanistas e conseguem atrair a classe média.
No momento, quem está saindo na frente, em termos de agregar aliados e partidos, é Vanderlan Cardoso. Articulando com habilidade e discrição, tendo como parceiros básicos a senadora Lúcia Vânia (PSB), o deputado federal Marcos Abrão (PPS) e o deputado estadual Virmondes Cruvinel (PPS), o pré-candidato do PSB está trabalhando para montar uma ampla frente político-eleitoral. Líderes de seis partidos — PSB, PPS, PTN, PT do B, PSC e PHS — estão dialogando sobre uma composição para 2016, com reflexos em 2018.
O presidente nacional do PHS, Eduardo Machado, cotado para ser vice de Vanderlan Cardoso, mantém conversas avançadas com o pré-candidato e seu entorno. O deputado federal Alexandre Baldy, presidente do PTN em Goiás, planeja apoiar o pré-candidato do PSB. Deivison Costa, do PT do B, está conversando com a cúpula socialista. O PSC do deputado Simeyzon Silveira já está fechado com a coligação PSB-PPS.
Por que novos grupos políticos estão se agrupando em torno de Vanderlan Cardoso? Porque, dizem, estão apostando que irá para o segundo turno contra Iris Rezende. Seus líderes afiançam que o pré-candidato do PSB é mencionado pelo povão e pelas classes médias como um gestor eficiente, tanto por sua experiência como prefeito de Senador Canedo quanto como administrador de várias empresas em Goiás, Pará e Bahia. “Não é falsa a ideia de que quem conhece aprecia Vanderlan Cardoso”, afirma Marcos Abrão. “Ele é consistente”, afirma Virmondes Cruvinel.
O PHS de Eduardo Machado e o PTN de Alexandre Baldy pretendem irmanar-se tanto na eleição de 2016 quanto na de 2018. Os dois políticos avaliam que a aliança formatada pelo PSB e pelo PPS tem em vista a eleição para prefeito, este ano, mas também têm um projeto de poder para 2018. A estrutura que Lúcia Vânia e Marcos Abrão estão montando no interior e na capital articula um pensamento político mais amplo. Trata-se de um projeto de poder. Lúcia Vânia tanto pode ser candidata a senadora quanto a governadora em 2018. Ao mesmo tempo, se disputar o Senado, pode abrir espaço para um político jovem, como Alexandre Baldy, disputar o governo do Estado.

[caption id="attachment_63914" align="alignright" width="620"] Lucas Vergílio diz que Carlos Antônio é traidor[/caption]
O deputado estadual Carlos Antônio, em busca de estrutura política para disputar a Prefeitura de Anápolis, trocou o Solidariedade pelo PSDB. Em seguida, ofereceu-se para contribuir na organização do SD no município. Mas o deputado federal Lucas Vergílio não quer nem saber de ouvir o nome do neotucano. “Carlos Antônio não tem palavra e não dá para confiar em quem não tem palavra. Não queremos seu apoio para reorganizar o SD e tampouco vamos apoiá-lo para prefeito. Ficamos sabendo que iria sair do partido pelos jornais. Comportou-se como ‘traidor’ e nosso partido não apoia ‘traidores’.”
Lucas Vergílio diz que Carlos Antônio começou a trai-lo já na campanha de 2014. “Ele prometeu que iria me apoiar em Anápolis, mas depois fiquei sabendo que bancou, além da minha, outra candidatura.” O deputado frisa que o SD tem o apoio da Força Sindical no município e um vereador que apresenta como “qualitativo” — Amilton Filho.

O quadro político de Mineiros começa a ficar mais claro. O PSDB definiu seu nome: Neiba Barcellos vai disputar a eleição pra prefeita. Ela une o partido. Flávia Vilela, do SD, frisa que será candidata, mas há quem aposte que vai compor com Neiba. Ressalva: PSDB e SD não têm entusiasmo pela aliança.
O grupo do presidente da Faeg, José Mário Schreiner, pode bancar Flávia para prefeita. Ela é mulher de Ionaldo Vilela, presidente do Sindicato Rural e aliado de Schreiner. O vereador Ernesto Vilela, que trocou o PMDB pelo PDT, apresenta-se como pré-candidato, mas é sobretudo o anti-Agenor Rezende. Este, prefeito do município, vai para a reeleição.
A ida do PT para o governo de Agenor Rezende provocou uma crise com o DEM, que rompeu com o prefeito. A petista Ivane Campos, cotada para disputar a prefeitura, é mencionada também para vereadora ou vice do peemedebista.

O deputado estadual Luis Cesar Bueno (PT) afirma que a pré-candidata do PT a prefeita de Goiânia, Adriana Accorsi, tem luz e voo próprios. “Como é popular, até por ter sido delegada, e tem prestígio na sociedade, Adriana tende a surpreender aqueles que avaliam, errado, que o petismo perdeu força na capital. Há uma crise, é certo, mas o PT sempre deu a volta por cima, sobretudo ao apresentar candidatos qualitativos e respeitados pela sociedade. Adriana, ao mesmo tempo que é leve, é uma política que tem conteúdo. Num momento em que não querem renovar, optando por velhos políticos e vícios, Adriana é um sopro de renovação. O PT e ela darão o seu recado na capital. Estamos ‘vivos’, e com consistência.”

[caption id="attachment_63910" align="alignright" width="620"] Rogério Azeredo: vice rompeu com a prefeita e é candidato a prefeito[/caption]
Na semana passada, um político da Cidade de Goiás disse ao Jornal Opção: “Não dá para entender por qual motivo uma cidade como a nossa, que tem tudo para dar certo, inclusive por ser turística, não tem administrações eficientes há vários anos. Há gestores corruptos, inertes ou francamente incompetentes. Esperávamos muito de Selma Bastos, mas a petista, embora seja uma pessoa idônea, está decepcionando como administradora. É bem intencionada, mas não sai do lugar”.
Por discordar das ações de Selma Bastos, seu vice, Rogério Azeredo, rompeu e vai disputar a prefeitura pelo PPS (deixou o PSD junto com Virmondes Cruvinel). O PSDB tende a bancar Gustavo Isaac, que já perdeu duas eleições. Joaquim da Farmácia e Rogério Azevedo estudam a possibilidade de compor. O PMDB pode lançar Biné Curado (que está doente) ou um de seus irmãos.