Thiago Peixoto diz que, se assumir a Presidência, Michel Temer quer mudar o pacto federativo
16 abril 2016 às 12h44
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O deputado federal Thiago Peixoto, do PSD, afirma que a sociedade brasileira vive um momento complexo: o declínio de uma corrente política, o Partido dos Trabalhadores, e o nascimento de uma nova força política — que ainda não se sabe o que é exatamente. Mas, de algum modo, embora não seja uma volta ao passado, relembra a coalizão política que arrancou o Brasil da crise em 1992, com o impeachment do presidente Fernando Collor. Naquele período, o PMDB e o PSDB se uniram e deram uma nova configuração política e econômica ao país. “Portanto, não se trata, agora como antes, apenas de um projeto de poder, e sim de um projeto de nação”, afirma.
Na semana passada, Thiago Peixoto conversou duas vezes com o vice-presidente da República, Michel Temer, que assume a Presidência se o impeachment for aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado. “Temer está sereno e faz aquilo que a presidente Dilma Rousseff não faz: ouve seus interlocutores com o máximo de atenção e recebe todo o mundo político que circula em Brasília. Ele está sereno e se comporta como um diplomata. Sobretudo, tem ideias de como terá de administrar para recuperar a economia e restaurar a credibilidade do governo.”
Temer disse a Thiago Peixoto que, antes de pensar em reforma tributária e outras, planeja, evidentemente se se tornar presidente, fazer a reforma que governadores e prefeitos estão pedindo há anos: a reconfiguração do pacto federativo. Hoje, admite, a União fica com a parte do leão e entrega as migalhas para Estados e municípios. “Trata-se de um homem lúcido, que sabe o que deve fazer.”
O que impressiona, sublinha Thiago Peixoto, é que “todo mundo” está procurando Temer, que os deputados, senadores e governadores preferem chamar de Michel. “As pessoas dizem que se trata de um político qualificado e que tem visão de Estado.” Numa conversa, o senador Cristovam Buarque disse ao parlamentar goiano que vai votar pela admissibilidade do impeachment, mas que não sabe se votará pelo impedimento. Ele frisa que há indícios de que o Senado vai admitir o impeachment.