Bastidores
O presidente da Assembleia Legislativa, Helio de Sousa (DEM), vai demitir, no dia 31 de janeiro, mais de 2.300 comissionados. Alguns devem voltar; outros, não. Sousa quer um Legislativo com o custo um pouco menos alto. Os comissionados eram indicados por políticos que perderam mandato e não têm mais influência na Assembleia. Os demitidos abrirão espaço para os indicados pelos novos deputados.

Enil Henrique, Sebastião Macalé e Alexandre Caiado disputam a presidência da OAB-Goiás na quarta-feira, 4. Só votam os conselheiros.
Por ser mais articulado, por manter mais contato com os advogados, de várias categorias, Enil Henrique é apontado como favorito.
Trata-se do presidente que vai concluir o mandato de Henrique Tibúrcio — até novembro deste ano, quando serão convocadas eleições gerais, abertas a todos os filiados à Ordem.
O eleito na quarta-feira será o candidato natural na disputa do fim do ano. Porém, para chegar forte na segunda disputa, terá de pacificar sua própria base. Senão será presa fácil para a oposição de Lúcio Flávio, Leon Deniz e Paulo Teles.
Esboça-se, cada vez mais, a tese de que o eleitorado goianiense quer um “Marconi Perillo 2” para administrar a capital. Noutras palavras, quer um gestor criativo, que não fique só reclamando de problemas imaginários, mas sem resolver os problemas reais. Com várias obras em Goiânia, sobretudo na área de saúde (hospitais, além do funcionamento eficaz das organizações sociais), lazer e infraestrutura (duplicação das rodovias que saem da capital e viadutos), o governador Marconi Perillo, do PSDB, tem uma face mais visível e positiva do que a do prefeito Paulo Garcia, do PT.
Petistas acreditam que, “por falta de experiência política”, é mais fácil enfrentar Jayme Rincón (PSDB), em 2016, do que um candidato como Vanderlan Cardoso (PSB). Os mesmos petistas sugerem que a exposição intensiva de Jayme Rincón pode ser um biombo para esconder uma possível candidatura de Giuseppe Vecci ou Vanderlan Cardoso pela base governista. Ao contrário do que os petistas pensam, Jayme Rincón, se candidato a prefeito de Goiânia, dará muito trabalho. Porque, além de gestor experimentado, é consistente no debate político. E é o novo, sobretudo, o novo consistente, com garra. Mais: o governador Marconi Perillo não está blefando quando sugere aos seus interlocutores que Jayme Rincón é um candidato que vale a pena apoiar.
O Jornal Opção ouviu um jornalista, três políticos, dois empresários e um escritor e pediu que listassem os favoritos para vereador em Anápolis. É possível que alguns favoritos não tenham sido citados e é quase certo que alguns dos mencionados nem mesmo serão candidatos — caso de Onaide Santillo (PSDB), Ridoval Chiareloto (PSDB), Valto Elias (PSDB), Pedro Canedo (PP) e Antônio Gomide (PT). Porém, como foram listados, aparecem como favoritos. Enquete não é pesquisa e, portanto, não tem qualquer valor científico. O universo de entrevistados também é restrito. O pastor Elysmar Veiga pode ser candidato a prefeito ou a vice. A lista: Amilton Batista Filho/PSC Antônio Gomide/PT Dinamélia Rabelo/PT Elysmar Veiga/PHS Fernando Cunha/PMDB Frei Valdair/PTB Jean Carlo/PTB José de Lima/PDT Letícia Silva/PT Luiz Lacerda/PT Maurão Severiano Miriam Garcia/PSDB Onaide Santillo/PSDB Pedro Canedo/PP Ridoval Chiareloto/PSDB Sírio Miguel/PSB Ubiratan da Silva Lopes Valto Elias/PSDB Vander Lúcio Barbosa/sem partido Wilson Oliveira/DEM
O prefeito João Gomes começou titubeante. Não por incompetência, e sim por lealdade ao ex-prefeito Antônio Gomide. O petista menos erado não queria destruir o legado do gestor anterior, por isso quase não aparecia e não desenvolvia uma marca. Agora, mais sólido no cargo, Gomes começa a deslanchar, a se posicionar. Em 2016, ele sabe que vai enfrentar uma pedreira.
Alexandre Baldy, com seu estilo calmo e ponderado, é um articulador habilidoso, dos mais capazes de montar uma rede ampla de apoio. Por ser jovem, com a imagem de dinâmico, inovador e bem-sucedido, por ser a aposta dos eleitores de Anápolis.
A se disputa se dará entre dois empresários, ambos atentíssimos. A campanha tende a ser menos agressiva, dado o fato de Gomes e Baldy serem empresários e, por isso, pouco dados a esquemas pirotécnicos e à violência verbal. A campanha tende a ser mais cerebral e, portanto, mais técnica. Claro que, aqui e ali, vai pintar alguma agressividade, mas possivelmente não será o núcleo eixo central da campanha.
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João Gomes / Foto:Fernando Leite/ Jornal Opção[/caption]
A grande vantagem, para o anapolino, é que tanto Gomes quanto Baldy são gestores. Anápolis, em quaisquer circunstâncias, estará em mãos competentes.
Uma curiosidade: os sobrenomes do petista e do tucano começam e terminam com consoantes e são vogais — “o” e “a” — a segunda letra de cada um.
Por motivo de contenção de despesas, o governo de Goiás só deve voltar a anunciar a partir de junho deste ano. Em caráter emergencial, atendendo alguma utilidade pública, pode publicar algum anúncio. Pelo menos dois diários da capital já estão enfrentando sérios problemas financeiros — inclusive com greves no setor gráfico. O principal anunciante em Goiás permanece sendo o Estado. Não há uma cultura empresarial sólida em Goiás de que é preciso anunciar tanto para divulgar os produtos, consolidar marcas e, mesmo, contribuir para fortalecer os jornais e emissoras de rádio e televisão.
Na disputa de 2016, no lugar da futrica e da intriga, o eleitorado de Goiânia, o mais politizado do Estado, vai observar, com atenção redobrada, o cartel dos candidatos. O que não for gestor será escanteado. Ataques abaixo da linha de cintura, sem objetivos construtivos, não serão muito levados em conta. Ressalve-se que aquele que tiver telhado de vidro e não conseguir reagir à altura, ao ser criticado, também será deixado pelo caminho. Acima de tudo, o eleitorado está buscando consistência e gestores que melhorem a vida, de fato, dos indivíduos.
Na semana passada, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, disse a um repórter do Jornal Opção que o candidato do PT à sucessão deve ser, na verdade, uma candidata. A política mais próxima de Paulo Garcia é a deputada estadual Adriana Accorsi, que, devido ao tema da segurança pública, é popular na capital. Ela é delegada da Polícia Civil. Há quem diga que o paulo-garcismo quer bancá-la para vice de Iris Rezende. De fato, se o peemedebista-chefe for o candidato, aí Paulo Garcia tende a lutar, dentro do PT, para bancar seu vice — que poderia mesmo ser Adriana Accorsi. No entanto, se o candidato do PMDB não for Iris Rezende, o petismo, o de Paulo Garcia, vai tencionar para que o candidato a prefeito seja do PT, Adriana Accorsi, com um vice do PMDB, talvez o próprio Agenor Mariano, atual vice. Aos que apontam o desgaste de sua gestão, Paulo Garcia avalia que, além de ter muitas obras, seu capital político vai crescer entre 2015 e 2016. Quem avaliá-lo como “morto” politicamente vai se surpreender, aposta.
Na semana passada, para evitar o embate na disputa pela presidência da OAB-Goiás, o grupo de Miguel Cançado-Henrique Tibúrcio tentou emplacar a candidatura de Flávio Buanaduce Borges. Porém, com duas candidaturas consolidadas, a de Enil Henrique e a de Sebastião Macalé, não será fácil bancar Flávio Buanaduce (que teria revelado simpatia por Enil Henrique), que não se mostrou um articulador hábil.
Se Agenor Mariano é apontado como o mais confiável e leal, o mesmo os políticos próximos de Iris Rezende não dizem do deputado Bruno Peixoto. Eles até admitem que Peixoto é mais articulado do que Agenor, mas não confiam em sua independência em relação ao tucanato. O irismo tem percebido que o parlamentar tem se posicionamento de maneira firme, mas avalia que isto pode ser uma posição tática, não cristalizada. Ele estaria jogando. O irismo prefere Agenor Mariano para comandar o PMDB de Goiânia. É o recado do irismo. Mas pode engolir Peixoto? Pode, sim, se perceber que não vai conseguir derrotá-lo. O pai de Peixoto, Sebastião Peixoto, é amigo de Iris Rezende. Não resta a menor dúvida. Mas o homem de confiança do ex-prefeito é mesmo Agenor.
Iris Rezende confidenciou a dois políticos que não quer e não vai finalizar sua história com uma derrota política. Por isso deve disputar a Prefeitura de Goiânia. O peemedebista-chefe não quer sair do PMDB. Porém, se perder o comando do partido, é provável que migre para um partido menor, como o PRP de Jorcelino Braga. Ressalte-se que Iris Rezende não pensa no assunto, mas aliados admitem que, se se sentir boicotado, não vai ficar quieto.
Perguntado por um repórter do Jornal Opção se tem conversado com Iris Rezende sobre a sucessão em Goiânia, o prefeito Paulo Garcia deu um sorriso desconfiado e disse que não. “Vou procurar Iris na próxima”, anuiu. Iris Rezende permanece como o principal conselheiro de Paulo Garcia. O peemedebista tem insistido para que o petista concentre-se na gestão, mostre o que está fazendo e não deixe de responder às criticas dos adversários e da sociedade. O segundo conselheiro de Paulo Garcia é o professor Osmar Magalhães. Em termos técnicos, o terceiro é o médico Nelcivone Melo, um homem ponderado e muito bem informado. Paulo Garcia também ouvido Olavo Noleto, que, depois de anos no Palácio do Planalto, adquiriu muita experiência política. Sabe, por exemplo, como administrar uma crise, para torná-la menos impactante.
As obras do Parque Macambira-Anicuns ainda não foram dimensionadas com precisão pela imprensa de Goiânia, que parece não compreendê-las direito. Trata-se de uma requalificação urbanista geral da cidade, de maneira integrada, e não apenas parques ambientais isolados. Tanto que mais de 140 bairros serão favorecidos — na verdade, quando estiver concluído, vai beneficiar toda a cidade. Outro aspecto pouco enfocado. Fala-se comumente que as obras do Macambira-Anicuns estão paralisadas. Não estão. Podem até não ser rápidas, mas as obras continuam. E há uma obra subterrânea, para evitar erosões e assoreamentos, que é gigantesca. As canalizações dos córregos estão de vento em popa. Outro detalhe: por causa da dimensão do parque, que cria mais qualidade de vida, com mais verde preservado, com áreas cada vez mais públicas, de convívio social, as construtoras já começam a construir edifícios nas várias regiões beneficiadas. Na semana passada, o prefeito mostrou parte das obras a um grupo de jornalistas e publicitários, explicitando o gigantismo do projeto, mas era visível que os convidados estavam boiando. Não por incompetência, mas porque ninguém tem mesmo conhecimento preciso do que se trata, exceto talvez o prefeito e Nelcivone Melo. É provável que estejam deixando passar batido uma das maiores, senão a maior, obras da história da capital.
A ex-prefeita Neiba Barcelos (PSDB) disse ao Jornal Opção Online que será fácil, mamão com açúcar, derrotar o prefeito de Mineiros, o alquebrado e distante Agenor Rezende. A tendência é que Agenor Rezende, um gestor ausente, desses que mantém poucos contatos com a sociedade e entende muito pouco, quase nada, de comunicação moderna, seja mesmo derrotado. Porém, na campanha, há, sempre, o peso da máquina. Subestimar Agenor Rezende pode não ser um bom negócio. Mas de fato a população já diz, com todas as letras, que, com Neiba Barcelos, era feliz e não sabia. A vitória de Agenor Rezende, em 2012, foi menos uma vitória sua e muito mais uma sinalização de que havia fadiga de material em relação ao grupo de Neiba Barcelos, que estava no poder há oito anos (e seu marido já havia sido prefeito anteriormente). Mas o eleitor de Mineiros, moderno e consciente, parece ter entendido que às vezes trocar por trocar, apostando no velho contra o novo, nem sempre é um bom negócio. Na próxima eleição, deve ganhar aquele que se apresentar como inteiramente diferente de Agenor Rezende, quer dizer, mais gestor e mais atento às coisas e acontecimento de Mineiros. Os eleitores querem um prefeito presente, criativo, contemporâneo das pessoas da cidade. Hoje, pelo contrário, a economia de Mineiros avança, de maneira acelerada, porém, a política, no lugar de acompanhá-la, contribui para certo travamento.