Bastidores
A deputada Flávia Morais tem sugerido que não vai mais bancar seu marido, George Morais, para prefeito de Trindade. A presidente do PDT planeja enfrentar o prefeito Jânio Darrot (PSDB). Detalhe: embora Flávia Morais tenha apoiado a candidatura de Marconi Perillo, em 2014, é certo que o tucano-chefe vai subir apenas no palanque de Jânio Darrot. Motivo: o prefeito nunca abandonou o governador, nem nos seus piores momentos.
O grande adversário do prefeito de Nerópolis, Fabiano da Saneago (PSDB), na disputa de 2016, será mesmo o ex-prefeito Gil Tavares (PRB). O problema básico de Gil Tavares é, do ponto de vista da imagem, sua suposta ligação com o empresário Carlos Cachoeira.
Quem viu o deputado Manoel Oliveira (PSDB) dando “piti” na garagem da Assembleia Legislativa, na semana passada, ficou impressionado. Um parlamentar da oposição conta que, parecendo uma criança, Manoel Oliveira, com mais de 70 anos, gritava: “Eu quero o meu Corolla! Eu quero o meu Corolla! Eu quero o meu Corolla!” Parecia birra de menino de 6 anos. Ocorre que, como não faz parte da Mesa Diretora da Assembleia, Manoel de Oliveira não tem direito a um Corolla, e sim a um Megane.
O presidente da OAB-Goiás, Enil Henrique, recém-eleito para um mandato-tampão, tem dito que não vai disputar a reeleição em novembro deste ano. Porém, se colocar a casa em ordem, pode receber uma convocação para ser candidato. Acredita-se que Flávio Buonaduce, professor universitário e advogado atuante, é capaz de agregar as forças descontentes da OAB Forte, talvez até Sebastião Macalé.
As oposições querem usar a questão da dívida para tentar ganhar a eleição na OAB. Porém, se este for o único discurso, Lúcio Flávio, o possível candidato, se não lhe puxarem o tapete em cima da hora, pode não ser assimilado pelo eleitorado. Digamos que, equacionada a dívida — explicada já está —, as oposições continuarão dizendo o quê? Lúcio Flávio, se quiser ter alguma chance de ser eleito, tem de apresentar um projeto alternativo. Falar de dívida não é o mesmo que proposta e projeto.
De um petista histórico, ao comentar a expulsão dos vereadores Tayrone di Martino e Felisberto Tavares: “Quer dizer que, no PT, ‘roubar’ pode. Ser apontado como suspeito de envolvimento com quadrilhas que assaltaram a Petrobrás, também pode. Mas não se pode, em defesa da sociedade, votar contra um IPTU exorbitante”. De fato, nunca se ouviu uma crítica do prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, e do presidente do PT metropolitano, Luis Cesar Bueno, ao criador do mensalão, José Dirceu, e ao tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, apontados como envolvidos nos malfeitos da Petrobrás.
A editora-chefe de “O Popular”, Cileide Alves, viajou com a equipe do governador Marconi Perillo para a Europa. Estaria “alegrinha da silva”. Consta que Cileide Alves já teria até desistido de escrever uma tese de doutorado sobre Iris Rezende — seria uma biografia — e estaria pretendendo produzir um livro sugerindo que o Tempo Novo fez uma revolução “silenciosa” em Goiás. Silenciosa? Pode-se até provar que se fez uma revolução, mas não que tenha sido silenciosa. Como o presidente Juscelino Kubitschek, o tucano-chefe gosta de revoluções barulhentas, empolgantes. O fato é que o meio político, sobretudo petistas e peemedebistas, aposta que Cileide Alves “marconou”. Na redação de “O Popular” era considerada, ao lado de Fabiana Pulcineli, como a última “resistente”. Mas não procede que a “moicana” já estaria usando um broche do PSDB. “Aí seria demais!”, diz um petista. Pelo contrário, a editora publicou uma excelente entrevista com o governador Marconi Perillo — isenta e crítica, o que prova seu valor profissional.
O jornalista Iúri Rincón Godinho, publisher da Contato Comunicação, começa a pesquisa para escrever uma mega biografia de Henrique Santillo, que foi senador e governador de Goiás. O jornalista pretende produzir a biografia de sua vida, quer dizer, alentada, muito bem documentada, com o objetivo de lançá-la nacionalmente. Henrique Santillo deixou um diário manuscrito e a família teria mandato digitá-lo. O texto seria um retrato preciso de sua vida. O material, que está com seus filhos, deve ser essencial para a biografia a ser escrita por Iúri Rincón.
O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Anselmo Pereira, eleito vereador oito vezes, está preparando suas memórias políticas. Será um livro alentado. Anselmo Pereira, que deve publicar as memórias — na verdade, uma autobiografia — no final deste ano ou no começo de 2016, vai contar histórias extraordinárias de sua vida política. A obra fará revelações surpreendentes (e até picantes) sobre o próprio vereador, sobre colegas e líderes políticos de Goiás. “A obra não terá informações escandalosas, mas se aterá à verdade dos fatos”, afirma o mais longevo vereador da capital.
O prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, confidenciou a dois políticos e a um auxiliar que, se Iris Rezende for candidato na capital, vai trabalhar para bancar a deputada Adriana Accorsi como sua vice. A surpresa é que, segundo o petista, a aliança terá o aval do deputado federal Rubens Otoni, antes tido como apóstolo de candidatura própria. Na campanha passada, Rubens Otoni “dobrou” em algumas cidades com Adriana Accorsi. Desde então, os petistas mantêm um relacionamento político cordial. A tese que o petista-chefe está repassando para os aliados é a seguinte: PMDB e PT, se disputarem eleições separados, vão se tornar “alimentos eleitorais” para o tucanato, que conta com uma estrutura muito maior.
Não será nenhuma surpresa se Leonardo Lins deixar a presidência da Celg brevemente (alega que, como sua mulher está doente, planeja voltar para Recife). Há duas hipóteses para substitui-lo. A Eletrobrás enviaria outro técnico — o que é mais factível — ou o PMDB e o PT, com apoio político nacional, por exemplo de José Sarney (que, embora decadente, continua agindo nos bastidores), indicaria um técnico local. Chegou-se a falar no advogado Carlos de Freitas (ou Antônio Gomide), que, embora funcionário da Celg, atua como procurador geral da Prefeitura de Goiânia. A direção da Celg será composta por sete executivos — quatro da Eletrobrás e três do governo de Goiás. Os indicados pelo governador Marconi Perillo (PSDB) são: Elie Chidiac, vice-presidente; Orion Andrade, diretor comercial; e Humberto Eustáquio, diretor técnico (a Eletrobrás tentou “derrubar” o terceiro). Uma coisa é consensual no mercado: sob o comando da Eletrobrás, os serviços da Celg pioraram.
A deputada distrital Liliane Roriz ameaça deixar o PRTB. Mas o presidente do partido no Distrito Federal, o empresário Luiz Estevão — cumpre pena no regime semiaberto (trabalha numa imobiliária de um amigo e dorme na cadeia) —, teria revelado que ele e a parlamentar assinaram um contrato draconiano. Se abandonar o partido, ela terá de pagar-lhe o salário que recebe como deputada durante um ano. E se a jogada for considerada crime eleitoral?
Na quinta-feira (19/2), possivelmente, o governador Marconi Perillo, do PSDB, deve se reunir com Vanderlan Cardoso, do PSB, e o prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira, do PDT, para discutir a eleição para a Prefeitura de Goiânia. Se depender de Misael, Vanderlan disputará a prefeitura da capital com o apoio do tucano-chefe.
A ligação do vice-presidente da República, Michel Temer, com Júnior Friboi é umbilical. O líder não aprovou a articulação de Iris Rezende, que usa prepostos como Samuel Belchior e Bruno Peixoto (ambos devem favores a Friboi), para expulsar o empresário do PMDB. Iris não desistiu e continua trabalhando para expulsar Friboi. Só não esperava que o empresário reagisse de maneira enfática. Os epígonos de Iris articularam uma reunião, para decidir o expurgo, após ouvir do decano que Friboi, se pressionado, desiste e cai fora. Desta vez, pelo contrário, reagiu e ainda contou com o apoio do deputado federal Daniel Vilela, que falou em nome do grupo liderado por Maguito Vilela. Porém, ao apoiar Friboi, Temer sugeriu que o empresário seja mais incisivo e participante dos acontecimentos do partido. Friboi frisa que, desta vez, quer assumir o controle do partido.
Júnior Friboi garantiu a Michel Temer que, convocadas eleições, vai disputar a presidência do PMDB goiano. Ele conta com o apoio de vários líderes — como os prefeitos de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, de Jataí, Humberto Machado, de Porangatu, Eronildo Valadares, de Guapó, Luiz Juvêncio, dos dois deputados federais do partido, Daniel Vilela e Pedro Chaves, do deputado estadual Paulo Cezar Martins, do ex-deputado federal Marcelo Melo, do médico Paulo do Vale, entre muitos outros. Mas o que se teme é que, conquistado o apoio, Friboi abandone todos na chapada e vá cuidar de seus negócios (o Frigorífico Mataboi). No caso de disputa limpa, sem jogo sujo, Friboi derrota, até com facilidade, o candidato de Iris Rezende. Friboi tem condições de derrotar o próprio Iris. Porém, este vai fazer o possível para conseguir o expurgo do empresário. Porque, se não consegui-lo, será uma derrota. Se Friboi for eleito presidente do PMDB, atropelando-o, não restará a Iris sair do partido, talvez filiando-se ao PRP de Jorcelino Braga ou assumindo o controle do PTN (que, doente, Francisco Gedda teve de abandonar). Mas Iris não está morto e sabe jogar pesado. E está jogando, sem parar um minuto, contra Friboi.