Projeto de lei quer obrigar aviso sobre mudanças digitais em fotos de pessoas
19 março 2023 às 12h39
COMPARTILHAR
Um projeto de lei apresentado no Senado no início do mês quer tornar obrigatória a publicação de advertência em anúncios que contenham imagens digitalmente modificadas para alterar características físicas de pessoas. E a exigência valeria para outdoors, painéis digitais, publicações patrocinadas em redes sociais ou sites e peças publicitárias difundidas pela TV, jornais e revistas.
De acordo com a redação do projeto, será caracterizada imagem digitalmente modificada qualquer uma que utilize ferramentas digitais para alterar características físicas de pessoas presentes nas fotos. Quando isso acontecer, a seguinte advertência, por escrito, deverá constar na peça publicitária: “Atenção, imagem retocada para modificar a aparência física da pessoa retratada”.
A justificativa do projeto de lei traz estudos que mostraram que o uso das redes sociais podem ter ligação com sintomas de depressão, principalmente em mulheres. “A autoestima e imagem corporal estão entre os fatores que explicam as associações observadas”, afirma o texto, que ainda destaca que as pesquisas provam que as mídias sociais aumentam a insatisfação de adolescentes com a própria imagem.
Caso o texto seja aprovado, os anúncios que não cumprirem a exigência da nova lei serão enquadrados como propaganda enganosa e estarão sujeitos às penalidades previstas do Código de Defesa do Consumidor.
O projeto é da senadora Teresa Leitão (PT-PE). Para seguir tramitação no Congresso, o texto aguarda despacho do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Feito isso, a proposta segue para discussão nas comissões permanentes.
Em países como França e Noruega esse tipo de regulamentação já está em vigor. A mais severa é a lei norueguesa, que abrange inclusive influenciadores digitais, que podem até ser presos ou pagar multa caso não informem a seus seguidores que as imagens utilizadas nas redes sociais passaram por edição. A justificativa do Parlamento norueguês é que esse tipo de publicação contribuiu para que jovens queiram buscar cada vez mais precocemente procedimentos estéticos e cirurgias plásticas.