Suspeita de tortura afasta diretor e 4 agentes do presídio de Caldas Novas

24 junho 2023 às 14h59

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A Justiça determinou o afastamento imediato do diretor da Unidade Prisional de Caldas Novas e de quatro agentes penais. A medida foi tomada devido a suspeitas de prática de tortura contra os detentos, após o Ministério Público de Goiás (MPGO) apresentar um pedido cautelar.
Eles ficarão afastados de suas funções pelo período de 180 dias, pois há manifestações de que a permanência deles poderia prejudicar a coleta de provas e perpetuar as condutas ilícitas sob investigação, conforme apontado pelo MPGO.
De acordo com o promotor de Justiça Sávio Fraga e Greco, titular da 6ª Promotoria de Caldas Novas, no dia 10 de junho, os policiais penais investigados haviam agredido um preso e ordenado que ele caminhasse pelo corredor da ala da unidade prisional, com o claro objetivo de permitir que outros detentos o agredissem.
Todas as ações foram registradas por câmeras internas de segurança do local. O promotor descreveu uma situação como “um verdadeiro absurdo, que aconteceu diante dos olhos de pelo menos três membros da equipe de plantão naquele dia. Parece que essas pessoas estavam se divertindo ao assistir à cena.”
As imagens também mostrariam os presos utilizando bastões para agredir a vítima, com o conhecimento dos policiais penais, sem que nenhuma medida tenha sido tomada até o momento. O MP destacou que a omissão por parte da direção da unidade também deve ser investigada.
Na decisão, a juíza responsável pelo caso garantiu que é dever do Estado garantir o cumprimento adequado e digno das penas dos presos, incluindo a segurança e a autoridade.
O promotor informou que nos próximos dias deverá apresentar uma denúncia criminal contra os investigados, após a apuração completa das condutas e omissões envolvidas.