Uma secretária municipal de Saúde de São Simão, em Goiás, foi acusada de encomendar bonecos de ‘vodu’ para usar contra autoridades locais. Segundo investigações, ela teria gasto R$ 5 mil. Por causa do “trabalho espiritual”, a mulher foi processada por crime de ameaça. Recorreu na Justiça comum, mas perdeu. Daí decidiu apelar para ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Na Corte Superior, a decisão foi pela anulação do inquérito. “Não há no caderno processual nenhum indício de que a profissional contratada para realizar o ‘trabalho espiritual’ procurou um dos ofendidos a mando da paciente, com o propósito de atemorizá-los”, citou a relatora, ministra Laurita Vaz.

Segundo o processo, com a quebra do sigilo telefônico e telemático dos computadores da secretária de Saúde, Laize Helena Peixoto, foi possível identificar que ela teria encomendado a “morte” de quatro pessoas por meio de ‘vodu’. De acordo com o inquérito, nos celulares da acusação havia textos, áudios e imagens que comprovariam a suposta tentativa de crime. A  secretária teria repassado a pessoa para executar rituais fotos do promotor local, do presidente da Câmara municipal, de um jornalista e até do delegado de polícia.

Motivação do ‘vodu’

O motivo do ódio de Laize contra as quatro pessoas teria sido uma investigação contra o prefeito do município. Ele era alvo de uma acusação de crimes sexuais contra menores. A secretária não teria gostado da repercussão e optou em apelar para a prática de “magia negra”.