Opção cultural

“A tetralogia napolitana compila em suas mais de 1.700 páginas um retrato, se não fidedigno, ao menos muito próximo da história da Itália, a partir do pós-guerra”

O escritor americano Edgar Allan Poe descreveu o conto “O jovem mestre Brown” como "produto de um intelecto realmente imaginativo”

Escritor cosmopolita, dialogando com literaturas do mundo todo, Delermando sabe que fantasmas não são privilégio apenas de casarões góticos franceses ou charnecas inglesas

O papagaio Zé, da pá-virada, chamou um homem de “filha da p...”. O brutamontes enfiou a faca no Gouveia, acreditando que era o autor do xingatório

Fernanda Teixeira Ribeiro superou 168 concorrentes de 15 países, a maioria de sexo masculino. Lançado no país de Camões, o livro chega ao Brasil em 2025

Osgood Perkins é um cineasta que cada vez mais se posiciona em um patamar de muito destaque no cinema de terror contemporâneo

Ouvi no restaurante, enquanto almoçava, que agosto é o mês do desgosto, relato relacionado aos incêndios diversos ocorrendo no país. Senti vontade de fazer uma observação à mulher, dizendo-lhe que agosto é também tempo da florada de ipês, cega-machados, mangueiras... Não desperdicei as pérolas e fiz delas um colar para adorno do meu silêncio. E outra que a conversa não era comigo

A biografia do escritor e professor Pedro Gomes inclui as interpretações de Gilberto Mendonça Teles e Bernardo Élis e um conto inédito

A obra “aborda temas do cotidiano e questões pessoais, como envelhecimento e feminilidade, por intermédio da poesia”

Timothy Snyder diz sobre “A Terra Inabitável’, de David Wallace Wells: “Se você não quer que nossos netos nos odeiem, você precisa ler este livro”

“Pergunte a Shakespeare”, do filósofo Cesare Catà, passa longe da receita de bolo dos livros de autoajuda. É um livro sério

Para o italiano Dante Alighieri as estrelas são uma estrada larga para Deus. Para o irlandês James Joyce obviamente não

Benjamin definia que uma política revolucionária deveria ser “a organização do pessimismo” — um pessimismo em todas as linhas: desconfiança quanto ao destino da liberdade e do povo europeu

Por Catherine Moraes
Essa música, é, com certeza, a que eu mais ouvi depois que o Matheus nasceu. A voz dos Veloso tocou baixinho no quarto dele e mais que isso, tocou grandão no meu coração. Eu, que nunca quis ser a mãe de um homem, tô aqui apaixonada pelo presente que Deus me deu. Quando a Cecília nasceu, uma Catherine morreu pra nascer outra que nunca mais seria igual. Agora, outra versão surge e o mistério é se reconhecer. Todo homem precisa de uma mãe. O que eu não sabia, é que eu também precisava de você.
Eu chorei ao descobrir a gravidez. Chorei de novo quando peguei sozinha o teste de sexagem fetal e li masculino. Deus, eu seria capaz de ser mãe de um homem? Lá no fundo eu sabia a resposta. Claro que sim. E foi aí que conversando sobre isso, uma amiga me disse: “Que bom que você vai ser a mãe de um menino. É de mães como você que homens precisam. É a certeza de que vamos mudar as próximas gerações”. Será? Será que em um mundo machista e homofóbico com homens que não conseguem fazer serviços básicos ou assumir responsabilidades pequenas e são pra sempre chamados de meninos, que eu, euzinha conseguiria fazer diferente?
Mas aí o Matheus nasceu e eu descobri o óbvio: antes de ser um homem, ele é um bebê. Não tem um segredo enorme. E se eu fizer o mesmo que eu fiz com a Cecília? Se eu encher ele de amor, afeto e dar a oportunidade de ele administrar os próprios sentimentos. E se eu ensinar que depois de comer o prato precisa ir pra pia e que a gente precisa ser gentil com as pessoas? E se ele perceber que na nossa casa não existem serviços de homem ou de mulher e que quando o pai e a mãe, exaustos, param de trabalhar, eles se unem para uma faxina. Será que ele aprende olhando? vivendo?
Barriga, dois irmãos.
Eu sempre quis ter dois filhos, desde quando adolescente eu brincava imaginando o futuro. Eu queria casar, queria ser mãe, ter uma família, viajar, me formar. E eu sempre me imaginei mãe de menina: brincar de boneca, maquiagem, usar as mesmas roupas e sapatos como eu fiz com a minha mãe, com a minha irmã. Mas eu achava que não ia rolar, que essa vontade era grande demais pra acontecer.
Escolhemos o nome Matheus quando engravidei pela primeira vez. Se fosse menina, a gente escolhia depois. Lá no fundo do meu coração, eu sonhava com a minha garota. E ela veio, confirmada com 12 semanas: Cecília. Pronto, eu que cresci numa casa cheia de mulheres, trazia mais uma ao mundo. Meu sonho estava ali no meu colo e hoje está completando 9 anos.
Mas eu queria outro filho, outra filha. Guardei roupas que amarelaram. Perdi as contas da quantidade de testes de gravidez. Escolhi o nome: Maria. E levei 6 anos para tentar e pra desistir dela. Doei tanto, vendi roupas, sapatos e enxoval para depositar o dinheiro na poupança da Cecília. Refiz a rota, mudei de planos, marquei pra colocar um DIU. Criei uma nova lista de desejos. E foi aí que Matheus apareceu. Eu precisei desistir da Maria para que o Matheus viesse. E que bom que ele veio.
Eu sei que o amor por um filho nasce de diversas formas. O meu nasceu na barriga de ambos, mas se fortaleceu ali, no parto. Mas ainda não era um amor completo. A gente ama ainda mais quando se conhece, quando se entende. Comigo essa regra também funciona para as crianças, as minhas crianças. Eu amo os dois a cada dia mais. E quando parece que não cresce mais, esse amor transborda.
Que você, meu menino, seja um homem digno de orgulho e que eu seja a mãe que você precisa e merece! Te amo!
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