Imprensa
A petista-chefe pode seguir os passos de João Goulart, que fugiu do país para não provocar um banho de sangue. Ele sairia do governo, mas do país
Uma das mais bem informadas jornalistas brasileiras, a colunista Mônica Bergamo escreve na edição de sábado, 19, da “Folha de S. Paulo”, que “possibilidade de renúncia de Dilma já não é descartada dentro do PT”.
Segundo Mônica Bergamo, “dirigentes históricos e ligados ao ex-presidente Lula acreditam que” Dilma Rousseff “pode ser levada a uma atitude extrema em caso de total ingovernabilidade do país — o que poderia ocorrer na hipótese de derrota fragorosa do pacote fiscal enviado ao Congresso”.
A repórter acrescenta que tais dirigentes (seus nomes não são mencionados) sublinham que, “ainda que o STF barre um processo de impeachment, a situação do governo pode ficar insustentável. E que Dilma se retiraria para evitar uma conflagração no país. A presidente tem repetido que não renunciará ao mandato em nenhuma hipótese”. João Goulart, em 1964, optou por fugir do país a reagir às forças militares que implantaram a ditadura. Alegou que não queria um banho de sangue. Pode ser o mesmo caminho de Dilma Rousseff, que, porém, não sairia do país.
Mônica Bergamo sugere que, “no PT é feito o cálculo de que Dilma tem cerca de três semanas para virar o jogo e se estabelecer novamente como única alternativa de poder no país até 2018”. Deputados goianos, alguns até apoiam seu governo, como Roberto Balestra, do PP, dizem que dificilmente a petista-chefe escapará do impeachment. Eles dizem que, no momento, o Brasil vive um regime anarquista, quer dizer, sem uma autoridade presidencial eficaz, com credibilidade. A presidente está no Palácio do Planalto, mas não governa mais.
A repórter-colunista da “Folha” faz uma ressalva: “A conta pode mudar caso se confirmem os rumores de que o delator Fernando Baiano poderá arrastar os principais líderes do PMDB, partido de Michel Temer, para o precipício. Nesse caso, a possibilidade de o vice assumir no lugar de Dilma estaria afastada”.
É provável que Mônica Bergamo ainda não tenha lido a “Veja” desta semana, por enquanto na internet. Lá conta-se que Fernando Baiano compromete ainda mais a presidente Dilma Rousseff e Antônio Palocci, ao revelar que negociou 2 milhões para a campanha da petista-chefe, num comitê eleitoral de Brasília, em 2010. O dinheiro foi entregue para um emissário de Palocci, o “Dr. Charles”, em São Paulo. Mas, de fato, tudo indica que Fernando Baiano vai ser um terremoto para parte da cúpula peemedebista.
O ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci pode, assim como José Dirceu, ser um dos próximos presos pela Operação Lava Jato? Não se sabe
A situação da presidente Dilma Rousseff, do PT, fica cada vez mais complicada. Reportagem da revista “Veja”, assinado por Robson Bonin, revela que sua campanha de 2010 teria recebido pelo menos 2 milhões de reais repassados pelo lobista Fernando Soares, o Fernando Baiano [foto abaixo]. O intermediário teria sido o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, que indicou que um de seus assessores, o “Dr. Charles”, receberia o dinheiro. Quem entregou a grana, em São Paulo, no hotel Blue Tree, foi o doleiro Alberto Youssef.
Mas Alberto Youssef disse, várias vezes, que não entregou dinheiro para Palocci. E, como frisa a “Veja”, não estava mentindo. De fato, entregou para o emissário do ex-ministro, o “Dr. Charles”. O depoimento de Fernando Baiano à Justiça corrobora o que havia dito Paulo Roberto Costa e agora é confirmado também pelo doleiro.
Palocci pediu o dinheiro a Fernando Baiano dentro do comitê eleitoral da candidata Dilma Rousseff, em Brasília. Se isto for mesmo confirmado, assinala a “Veja”, “pode se transformar na primeira grande evidência de que o petrolão ajudou a financiar a campanha de Dilma Rousseff. Mais que isso. Se confirmado, estará provado que os coordenadores da campanha sabiam da existência do aparelho clandestino de desvio de dinheiro da Petrobrás, se beneficiaram dele, conheciam seus protagonistas e, no poder, deixaram que tudo continuasse funcionando tranquilamente até o ano passado, quando a Polícia Federal e a Procuradoria da República no Paraná desencadearam a Operação Lava Jato”.
Como uma política e gestora atenta como a presidente Dilma Rousseff não sabia do
desvio de quase 20 bilhões da Petrobrás?, questiona a revista “Veja”.
Antônio Palocci pode ser o próximo preso da Operação Lava Jato? O Dr. Charles pode ser preso? Ainda não se comenta a respeito, mas é uma possibilidade. A ponta do iceberg para comprometer a presidente Dilma Rousseff diretamente pode ter sido encontrada.
O colunista do portal Comunique-se está internado na Santa Casa de Guaratinguetá

Ela recebeu 17 votos. Ele obteve 16 votos. Missão da eleita é agregar as facções da AGL
Lêda Selma foi eleita presidente da Academia Goiana de Letras na quinta-feira, 17. Obteve 17 votos contra 16 de Aidenor Aires.
Dois eleitores de Aidenor Aires — José Mendonça Teles e Cezar Baiocchi — não compareceram por motivo de saúde.
A vitória de Lêda Selma é interpretada pelos escritores como uma vitória dela, que revelou capacidade de articulação, e do presidente Getúlio Targino.
“A missão de Lêda Silva, a partir de agora, é unir os escritores. A disputa gera ‘fraturas’”, disse um escritor ao Jornal Opção. “O presidente de uma academia não pode ter mente belicosa. Ele tem de ser sobretudo agregador.”
Deputado vice-campeão de voto, em São Paulo, o humorista publica o livro “Pior Que Tá Não Fica”, título que é uma síntese do Brasil de Dilma Rousseff
Acordo previa, segundo Lêda Selma, que a vice seria a próxima presidente da Academia Goiana de Letras
A eleição para presidente da Academia Goiana de Letras (AGL) está sendo realizada nesta quinta-feira, 17. Estão disputando Lêda Selma [a primeira, à esquerda, na foto] e Aidenor Aires. “A disputa é democrática, mas havia um acordo que, como vice-presidente, eu seria a próxima presidente”, afirma Lêda Selma. “Romperam o acordo. A vice, eu, era apontada como a candidata natural.”
A escritora sublinha que coordenou sua “campanha” — uma referência aos que a apresentam pura e simplesmente como “a” candidata do presidente da AGL, Getúlio Targino. “Entre meus apoiadores estão, entre outros, Gilberto Mendonça Teles, Bariani Ortencio, Edival Lourenço e Emílio Vieira. Tenho orgulho de ter o apoio de pessoas mais velhas, pois são respeitáveis, com obras de qualidade, mas também tenho apoio de escritores mais jovens, como o Edival Lourenço.”
Luiz Fernando Rocha Lima, Cileide Alves e André Rodrigues estão fora do quadro de comando. O primeiro já havia perdido o cargo de diretor de Jornalismo há algum tempo
As quedas de Cileide Alves, ex-editora-chefe, e André Rodrigues, ex-editor adjunto — foram “promovidos para baixo”; a primeira para o cargo de editora de “Opinião” e o segundo para o cargo de editor de “Arte” —, sinaliza o fim da era de Luiz Fernando Rocha Lima [foto acima] em “O Popular”. Na quarta-feira, 16, o nome de Rocha Lima, o Nando, assim como o de Cileide Alves e André Rodrigues, saiu do expediente do jornal.
Rocha Lima já não era o diretor de Jornalismo há algum tempo. O presidente do Grupo Jaime Câmara, Cristiano Roriz Câmara, o havia afastado.
O triunvirato que de fato manda no jornalismo de “O Popular” é composto do vice-presidente Maurício Duarte, do consultor Eduardo Tessler e do editor-executivo Fabrício Cardoso. Eles são chamados na redação de “os estrangeiros”, porque nenhum é de Goiás.
André Rodrigues também não é mais editor adjunto e o comando passa pelas mãos de Fabrício Cardoso
O consultor Eduardo Tessler [foto acima] reuniu-se com a redação de “O Popular” na quarta-feira, 16, e anunciou as mudanças no comando editorial.
“Promovida para baixo”, Cileide Alves é a nova editora de “Opinião”. Se quiser, foi alertada, pode trabalhar em sua própria casa. A jornalista dificilmente continuará no jornal.
Luciano Martins, Silva Bittencourt e Fabrício Cardoso [foto acima] são os editores-executivos. Na prática, Fabrício Cardoso funcionará como editor-chefe e, como tal, deverá se reportar Eduardo Tessler, ao menos num primeiro momento, e, sobretudo, ao vice-presidente Maurício Duarte. Este reportar-se ao presidente do Grupo Jaime Câmara, Cristiano Roriz Câmara. É a cadeia de comando. André Rodrigues foi rebaixado de editor adjunto para editor de arte. A redação aprovou a mudança e, aliviada, admitiu que Cileide Alves tinha menos prestígio do que a rainha da Inglaterra.
Todas as editorias foram extintas. Repórteres que não apresentarem texto final — ou que cometerem plágio — serão demitidos sumariamente.
Na reunião não foi comentado o assunto, mas a redação ficou sabendo que o salário de Cileide Alves cairá de 25 mil para 15 mil reais.
O doutor em história, um especialista em constituições brasileiras, talvez tenha apresentado os elementos apropriados para Lula da Silva intimidá-lo
O jornalista afirma que está em busca de novos desafios profissionais
O nome de Cileide Alves [foto de seu Facebook] não aparece mais no expediente do jornal “O Popular” — nem como editora-chefe nem como editora opinião. Entre os repórteres do jornal comenta-se que a “promoção para baixo” da profissional é uma sugestão para que deixe a empresa.
O cargo de editor-chefe foi extinto. Os jornalistas Fabrício Cardoso e Silvana Bittencourt assumiram como editores-executivos, mas com as funções de editores-chefes. Os nomes deles aparecem no expediente.

Fabrício Cardoso, Luciano Martins e Silvana Bittencourt são os novos comandantes da redação do jornal do Grupo Jaime Câmara
Cileide Alves foi “promovida” a editora de “Opinião” do jornal “O Popular”. O cargo de editor-chefe, que era ocupado pela jornalista, foi extinto pelo Grupo Jaime Câmara.
Um grupo de consultores, com Eduardo Tessler [foto acima] no comando, assinou um contrato de 1 milhão de reais para fazer o trabalho de modernização da redação e do jornal “O Popular”. Foco total na internet.
O novo projeto gráfico em gestação vai reduzir as dimensões do jornal para economizar papel e facilitar o manuseio.
Fabiana Pulcineli estreou na segunda-feira, 14, como “repórter especial geral”. Vai atuar como repórter linha de frente das edições. Suas matérias serão assinadas na capa quando forem quentes. Suas reportagens serão aproveitadas em todas as editorias. Comenta-se que, além de prestigiar o talento, a cúpula da redação manobrou para retirá-la do centro da editoria de “Política”.