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[caption id="attachment_30079" align="alignleft" width="620"] Divulgação[/caption]
Sandes Júnior (PP) apresenta o programa “Na Hora do Almoço”, na TV Goiânia, de 12 às 12h30, com notícias gerais, defesa do consumidor e entretenimento. Desde agosto no ar, já obtém uma audiência média de 3%. O deputado federal, que fazia sucesso no rádio, como líder de audiência, agora avança na televisão. É tido como o Midas da comunicação.

Editora lança clássicos da crítica literária do autor do romance Lolita
A causa da ELA: proteínas neuronais se aglomeram criando um composto tóxico, o que torna as células motoras doentes e depois provocam sua morte
A previsão é que a economia do país caia entre 2,5% e 3%. Mas a revista aposta que, por ter o apoio do PT, Nelson Barbosa pode acertar o Ministério da Fazenda

O jornalista foi editor da revista “Veja”, do “Jornal do Brasil”, de “O Dia” e do “Jornal Nacional”

A jornalista, autora do best seller internacional “O Fim do Homem Soviético”, diz que, ao visitar Moscou, ficou surpresa ao ver policiais, militares, políticos e gente comum rezando pelas armas nucleares russas
“Em Busca do Tempo Perdido — Dicionário de Nomes & Lugares” (Biblioteca Azul, 189 páginas, tradução de Carla Cavalcanti e Silva), de Michel Erman, não é uma obra exaustiva. Mas contribui para o entendimento da principal obra do escritor francês Marcel Proust. O crítico Carlos Augusto Silva escreveu o “Dicionário Proust — As Personagens de Em Busca do Tempo Perdido”.
Os livros do francês Michel Erman e do brasileiro Carlos Augusto Silva, parecidos mas diferentes, se complementam. Assim, um não é melhor do que o outro. O único problema é que a obra do segundo não está disponível nas livrarias. Muito do que você tem medo de perguntar, para não parecer não-proustiano, é respondido, de maneira competente e sintética, pelas duas obras.
Os dicionários não são obras para especialistas, mas nem mesmo os especialistas têm memória de elefante e, por isso, precisam consultar livros de referência — como é o caso. São trabalhos muito bem-feitos, escritos, com o máximo de clareza e alto espírito de síntese, por proustianos consumados.
Mas o que vale a pena mesmo é a leitura do “tratado literário” de Proust, que deve ser lido devagar, para que se possa apreciar como o autor (um detalhista, até miniaturista) constrói a história e os personagens, como sua linguagem “lenta” — com períodos longos e, por vezes, enviesados — a conta e, claro, as (múltiplas) histórias em si. Proust é um “país” que precisa ser visitado e desvendado. Os dicionários ajudam, aqui e ali, a esclarecer a respeito de algumas coisas, pessoas, lugares.
Transcrevo um verbete do livro de Michel Erman:
“Charlus [Palamède, barão de] — Nascido em 1839, é irmão caçula do duque Basin de Guermantes e da senhora Marsantes. Suas atitudes e sua conversação traduzem a consciência elevada que tem de sua classe social, na qual, entretanto, não se mantém isolado, em razão de uma inteligência superior e de suas inclinações homossexuais. É um verdadeiro conhecedor da obra de Balzac e de pintura em geral. Seu personagem está associado a toda temática perversa do romance (voyeurismo e sadomasoquismo em particular). É o que o torna grande, pois à lei social e aos julgamentos dos outros, opõe sempre sua própria lei, mas será isso também a causa de sua decadência.
“A homossexualidade do barão aparece pouco a pouco nas conversas das pessoas que lhe são próximas e ao longo da educação existencial do herói. Quando do primeiro encontro entre eles, o herói, com dezessete anos, não compreende o que seu olhar manifesta de pulsional [vol. 2, 392-3]. Charlus é o tipo de homem-mulher, a exemplo do Vautrin de Balzac. É um homossexual que elogia a virilidade mas há nele uma parte da feminidade; a sociedade do Faubourg o apelida ‘Memé’. Essa ambiguidade, que remete ao mito platônico do andrógino [vol. 4], tal como exporto no ‘Banquete’, é fonte de angústia. Para se desfazer dela, o barão se pretende mestre do absoluto do desejo, que ele exprime frequentemente na violência, como Vautrin, que foi a causa do suicídio de Lucien de Rubempré. Humilhado e enganado pelo pianista Morel, que ele sustentou (na ‘Busca’, todo ser amado é um ser em fuga), Charlus começará sua descida aos infernos. Com o tempo, o sentimento amoroso transformado em pureza no seu coração sofredor transformará a violência em doçura. Depois, ele abandonará sua soberba para se entregar às práticas masoquistas no bordel de Jupien. Durante a guerra, sua personalidade social conhecerá transformações; a senhora Verdurin dirá dele: ‘Não vê ninguém, ninguém o percebe’ [vol. 7, p. 97]. Em 1919, na matinée em casa da princesa de Guermantes, o herói o considera ‘a majestade shakespeariana de um rei Lear’ [vol. 7, 199]. Charlus é incontestavelmente um personagem trágico.” (Páginas 36 e 37)

Nada li de tão impressionante sobre negociatas quanto o livro-bomba “Política, Propina e Futebol — Como o ‘Padrão Fifa’ Ameaça o Esporte Mais popular do Planeta” (Objetiva, 334 páginas), de Jamil Chade. O repórter do “Estadão” esmiúça a corrupção de Joseph Blatter, Jérôme Valcke, Jack Warner, Ricardo Teixeira, José Maria Marin, entre outros. Trata-se de corrupção universalizada.
O ex-governador Alcides Rodrigues é citado como articulando lobby para atrair jogos da Copa de 2014 para Goiás. Quando o Brasil foi definido como sede da copa, em 30 de outubro de 2007, vários governadores foram a Zurique comemorar. Entre eles, segundo o livro, Alcides Rodrigues (então no PP), de Goiás; Aécio Neves (PSDB), de Minas Gerais; José Roberto Arruda (então no DEM), do Distrito Federal; Cid Gomes (então no PSB), do Ceará; Ana Júlia Carepa (PT), do Pará; Sérgio Cabral (PMDB), do Rio de Janeiro.
O irlandês Conor McGregor, Leopold Bloom, deve ser o próximo adversário de Rafael dos Anjos, Riobaldo Tatarana
Herb Dean parou a luta no momento certo, para evitar que o lutador brasileiro fosse massacrado

Escritor cubano relança edição revista do livro “A Autobiografia de Fidel Castro”, que irritou o ditador, e diz que escapou da prisão na ditadura porque recebeu apoio de García Márquez, William Styron e Bill Clinton

[caption id="attachment_54882" align="alignright" width="620"] George Steiner e Rubens Figueiredo: o primeiro é filósofo, ensaísta e crítico literário de primeira linha e o segundo é um escritor e tradutor notável[/caption]
O escritor e tradutor Rubens Figueiredo concedeu entrevista supimpa à revista “Brasileiros”. Devemos a ele as notáveis traduções de “Guerra e Paz” e “Anna Kariênina”, de Liev Tolstói; de uma coletânea de contos de Anton Tchekhov; de “Oblómov”, de Ivan Gontcharóv, e “Pais e Filhos”, de Ivan Turguêniev. Tradutores exímios, como é o caso, são porta-vozes privilegiados de culturas-línguas.
Rubens Figueiredo faz uma crítica pertinente tanto a Joseph Frank, biógrafo de Dostoiévski, quanto ao filósofo e crítico George Steiner, mas excede e se torna grosseiro ao discordar do segundo. “Joseph Frank chama Dostoiévski de democrata, liberal e moderado contra todas as evidências que o próprio livro que ele escreveu apresenta. E tem um livro horrível (“Tolstói ou Dostoiévski: Um Ensaio Sobre o Velho Criticismo”) do George Steiner, aquele crítico medonho, vergonhoso, que mostra Dostoiévski como representante da liberdade, da democracia, do progresso e Tolstói como retrógrado, tudo porque a União Soviética fez o movimento contrário, ou seja, prestigiava Tolstói e desconfiava do Dostoiévski — com certa razão. Ele chega a dizer que Tolstói é o grande inquisidor no livro do Dostoiévski (“Os Irmãos Karamázov”). Isso é George Steiner, considerado um grande crítico internacional, mas que é um picareta, um farsante”.
De fato, no caso de Tolstói, George Steiner mostra-se “equivocado” — Isaiah Berlin, Vladimir Nabokov e Harold Bloom escreveram sobre o autor com mais percuciência. Entretanto, se errou a respeito dos dois russos, George Steiner acertou sobre vários outros escritores. Sobretudo, não é “picareta” nem “farsante”. Rubens Figueiredo, brilhante como escritor e tradutor, perde-se como crítico. Em parte, pelo menos.

Eis um livro que não pode faltar nas estantes (ou nos computadores) dos jornalistas e dos leitores que se interessam por política internacional: “SwissLeaks — Revelação sobre a Fraude Fiscal do Século” (Estação Liberdade, 240 páginas, tradução de Guilherme J. F. Teixeira), de Gérard Davet e Fabrice Lhomme, repórteres investigativos do jornal francês “Le Monde”.
O escândalo financeiro que abalou o HSBC na Suíça, mostrando que figuras impolutas de vários países, como o Brasil, mantinham contas secretas no exterior, é rastreado minuciosamente pelos repórteres. Brasileiros como o bicheiro Capitão Guimarães, a recém-falecida atriz Marília Pêra, os apresentadores de televisão Jô Soares e Ratinho estão na lista dos felizardos milionários que têm ou tinham contas na Suíça.
O técnico em informática Hervé Falciani, insuspeito funcionário do HSBC, colheu dados, sigilosa e organizadamente, durante o ano de 2006 e, em seguida, com o apoio de jornais de vários países — no Brasil, “O Globo” e o “UOL” (Fernando Rodrigues fez jornalismo de primeira linha) foram os principais divulgadores, num excelente trabalho (inclusive sem preconceito contra os ricos, mostrando que, em alguns casos, não havia ilegalidade alguma) —, divulgou a história de que cerca de 180 bilhões de euros tinham pelo menos origem suspeita, senão ilegal. Os fatos ainda estão sendo esquadrinhados.
O prefácio da edição patropi é do jornalista Ismael Pfeifer, que situa o caso dos brasileiros com contas no HSBC suíço. A Receita Federal continua investigando caso a caso.

Um livro brilhante está de volta às livrarias. “Caminhos de Goiás — Da Construção da Decadência aos Limites da Modernidade”, de Nasr Chaul, sai numa edição primorosa pela Editora UFG.
Parece trabalho da Cosac Naify e da Companhia das Letras. A obra refaz a história e a historiografia de Goiás. Meras 291 páginas produzem uma revolução nos estudos de história do Estado, dialogando e refutando, com elegância, interpretações arraigadas, como a tese de economia e sociedade decadentes, sobretudo nos séculos 18 e 19.
O que Chaul revela, com um texto fluente, rigoroso mas sem a pompa acadêmica, é que a decadência é um mito, paciente e articuladamente construído por historiadores, viajantes-escritores e, mais tarde, políticos. Pós-Revolução de 1930 era preciso insistir na tese da decadência para justificar e legitimar (tornar aceitável) o novo processo de modernização.
Os prefácios são de Paulo Bertran — cujo texto é de historiador-escritor, tal a delicadeza da prosa — e José Carlos Sebe Bom Meihy, da Universidade de São Paulo.
Nash Chaul está se aposentando da Universidade Federal de Goiás. Uma pena. A UFG, onde estudei Filosofia e Jornalismo, perde um excelente professor. Fui seu aluno no curso de História da Universidade Católica de Goiás, no início da década de 1980.
É do tipo de mestre apaixonado pelo que faz e que, notadamente, consegue transmitir a paixão para os alunos. Outra de suas virtudes é que escreve muito bem. A qualidade de seu texto — que deve muito à literatura e à música — lembra, e não vagamente, estudiosos brilhantes como Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Evaldo Cabral de Mello.
Revista vai trabalhar com equipe de oito profissionais. Diretora de redação afirma que Editora Spring não fará novas demissões