Bastidores
Conta-se que eleitores queriam presentear o deputado estadual Ernesto Roller, pré-candidato a prefeito de Formosa pelo PMDB, com um terno para a posse, em 1º de janeiro de 2017. Mesmo apontado como favoritíssimo, até pelo arqui-inimigo Tião Caroço Monteiro, Ernesto Roller teria pensado bem e dito: “Ninguém ganha eleição por antecipação. Assim, vamos deixar esse negócio de terno da posse para depois das eleições”. Atitude inteligente e perspicaz.
As oposições goianas são as primeiras a chegarem atrasadas com críticas que são “vitaminas” fortificantes para o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Estridentes, disseram que as estradas goianas estavam esburacadas. Algumas, de fato, estavam. Outras, de responsabilidade do governo federal, permanecem abandonadas. No lugar de ficar rebatendo críticas das oposições, aderindo à política rasteira e improdutiva da picuinha, Marconi Perillo aplicou 34 milhões de reais na recuperação emergencial de mil quilômetros de rodovias destruídas pelas chuvas e pelo uso intensivo de veículos pesados. A Agetop informa que as estradas estarão em boas condições em 60 dias.
O governador de Goiás, Marconi Perillo, fez questão de ligar para cumprimentar Bruno Araújo, do PSDB de Pernambuco. O deputado federal deu o voto decisivo do impeachment. Os tucanos são amigos.
Joãozinho Balestra deve ser candidato a deputado federal em 2018. Depois de oito mandatos, Roberto Balestra tende a se aposentar.
Esperto, parece que esperando alguma reação, o deputado Jair Bolsonaro, do PSC do Rio de Janeiro, escondeu-se atrás de alguns deputados e recebeu apenas 30% da cusparada de Jean Wyllys, do PSOL do Rio de Janeiro. Um deputado do Sul do país e um parlamentar goiano, evangélico, dividiram o restante da cusparada. Irritado, o parlamentar do Cerrado chegou a passar álcool nos locais atingidos pela “incontinência” de Jean Wyllys.

Um deputado federal goiano garante que Jair Bolsonaro e Jean Wyllys se odeiam e, ao mesmo tempo, se amam. “Eles nunca saem de perto um do outro. Fica-se com a impressão de que se trata de um casal brigão, mas ligado por uma teia invisível de dependência psicológica”, afirma o parlamentar do Cerrado.
Parte da oposição, com o senador Ronaldo Caiado na linha de frente, tentou identificar o governador de Goiás, Marconi Perillo, com ações anti-impeachment. Não deu certo. A bancada marconista votou em pelo impedimento da presidente Dilma Rousseff. Dos 17 deputados federais de Goiás, apenas um, Rubens Otoni, votou contra o impeachment.
Não se sabe se por brincadeira, mas Alexandre Baldy teria dito para um colega deputado que seu nome, a partir de agora, é Alexandre “Caiado” Baldy. O presidente do PTN em Goiás chegou a postar um vídeo no Facebook em que conversa animadamente com o senador Ronaldo Caiado, do DEM, sobre o impeachment. Um irmão de Alexandre Baldy, Joel Santana Braga, é filiado ao DEM e ligado a Ronaldo Caiado. Em Anápolis, trabalha pela candidatura de Pedro Canedo, do DEM.

O prefeito afirma que, mesmo na crise, a empresa continua contribuindo para o desenvolvimento de Catalão
[caption id="attachment_63757" align="alignleft" width="620"] Flávia Morais: sim ao impeachment | Foto: Ananda Borges/Câmara dos Deputados[/caption]
Três deputados federais goianos garantem que a deputada federal Flávia Morais, do PDT, optou pelo impeachment.
Os deputados afirmam que, entre as ordens do PDT e os eleitores, optou pelos segundos.
O jornalista Iúri Rincón Godinho gravou um vídeo dos bolivianos que foram brecados pela Polícia Rodoviária Federal quando se dirigiam a Brasília. A história de um congresso imobiliário, tudo indica, é mero pretexto.
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O impeachment é uma guerra, na Câmara dos Deputados e nas ruas. Mas também é uma festa. Na rua, há protestos e alguma diversão. Conta-se, inclusive, quem vota contra e a favor do impeachment
O repórter Iúri Rincón Godinho mostra o que está acontecendo no domingo, 17, em Brasília. Por enquanto, o clima está tranquilo
A capital está em paz. A Brasília real não está nos jornais e nem passa na tv. Parece que não está nem aí com a Dilma

[caption id="attachment_63920" align="alignright" width="620"] Thiago Peixoto e Michel Temer: o deputado percebe o vice-presidente como um político capaz de retirar o país da crise política e econômica | Fotos: Fernando Leite / Jornal Opção / Marcelo Camargo / ABr[/caption]
O deputado federal Thiago Peixoto, do PSD, afirma que a sociedade brasileira vive um momento complexo: o declínio de uma corrente política, o Partido dos Trabalhadores, e o nascimento de uma nova força política — que ainda não se sabe o que é exatamente. Mas, de algum modo, embora não seja uma volta ao passado, relembra a coalizão política que arrancou o Brasil da crise em 1992, com o impeachment do presidente Fernando Collor. Naquele período, o PMDB e o PSDB se uniram e deram uma nova configuração política e econômica ao país. “Portanto, não se trata, agora como antes, apenas de um projeto de poder, e sim de um projeto de nação”, afirma.
Na semana passada, Thiago Peixoto conversou duas vezes com o vice-presidente da República, Michel Temer, que assume a Presidência se o impeachment for aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado. “Temer está sereno e faz aquilo que a presidente Dilma Rousseff não faz: ouve seus interlocutores com o máximo de atenção e recebe todo o mundo político que circula em Brasília. Ele está sereno e se comporta como um diplomata. Sobretudo, tem ideias de como terá de administrar para recuperar a economia e restaurar a credibilidade do governo.”
Temer disse a Thiago Peixoto que, antes de pensar em reforma tributária e outras, planeja, evidentemente se se tornar presidente, fazer a reforma que governadores e prefeitos estão pedindo há anos: a reconfiguração do pacto federativo. Hoje, admite, a União fica com a parte do leão e entrega as migalhas para Estados e municípios. “Trata-se de um homem lúcido, que sabe o que deve fazer.”
O que impressiona, sublinha Thiago Peixoto, é que “todo mundo” está procurando Temer, que os deputados, senadores e governadores preferem chamar de Michel. “As pessoas dizem que se trata de um político qualificado e que tem visão de Estado.” Numa conversa, o senador Cristovam Buarque disse ao parlamentar goiano que vai votar pela admissibilidade do impeachment, mas que não sabe se votará pelo impedimento. Ele frisa que há indícios de que o Senado vai admitir o impeachment.