Baldy, se ficar com Canedo, vai bancar Caiado pra governador. Se apoiar Carlos, estará com José Eliton

14 maio 2016 às 23h51
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O deputado federal do PTN demonstra que quer se tornar um player político e não apenas um liderado do grupo que está no poder

O deputado federal Alexandre Baldy queria ser ministro do governo de Michel Temer. Mas seu partido, o PTN, não conseguiu bancar um nome no primeiro escalão, nem mesmo o de sua vice-presidente, Renata Abreu. Mas é fato que o jovem parlamentar goiano mantém-se prestigiado junto ao presidente da República, sobretudo porque foi um dos principais articuladores do impeachment na Câmara dos Deputados. Atuando ao lado do ex-deputado federal Sandro Mabel, numa parceria muito bem-sucedida, jogou pesado pelo afastamento da presidente Dilma Rousseff.
O que quer, a partir de agora, Alexandre Baldy? Na verdade, gostaria de disputar o governo do Estado já em 2018. Porém, como ainda não tem experiência política suficiente e não está “enraizado” em todo o Estado, há quem aposte que deveria ser candidato a prefeito de Anápolis. Se ganhar, e se fizer uma administração eficiente, consolida-se para o futuro — talvez para uma disputa governamental em 2022. Entretanto, se perder, reduz parte de sua força política. Mas tornará seu nome mais conhecido e enraizado na cidade, que poderá comprovar, na prática, que tem mesmo interesse por seus problemas e não a usa tão-somente para fitos eleitorais.
Alexandre Baldy está articulando para duas eleições — a de 2016 e a de 2018. Em Anápolis, como candidato ou apoiador, tem força política. Pode tornar Carlos Antônio e Pedro Canedo, se apoiar um ou outro, mais fortes. Seu apoio a um candidato no município colocará em jogo o que pensa do pleito de 2018. Se ficar com Carlos Antônio, sinaliza-se que poderá compor com o vice-governador José Eliton, que deve ser o candidato a governador do PSDB, e com o governador Marconi Perillo, que tende a disputar mandato de senador. Porém, se apoiar Pedro Canedo, do DEM, ou Eli Rosa, do PMDB, Alexandre Baldy estará sinalizando que, em 2018, vai caminhar com o senador Ronaldo Caiado (DEM) ou com o deputado federal Daniel Vilela (PMDB) ou com os dois.
Na sua tentativa de delimitar e ocupar espaço, sobretudo ao deixar o PSDB e assumir o comando de um partido, o PTN, Alexandre Baldy está deixando um recado aos políticos de proa de Goiás: não quer ser rebanho e planeja indicar que postula um caminho de independência ou de certa independência. Planeja ser um player político, um líder, e não uma peça do jogo dos outros políticos.
(Na segunda foto, Alexandre Baldy compõe mesa com Ronaldo Caiado, num encontro da Associação dos Magistrados de Goiás, Asmego)