Bastidores

[caption id="attachment_38479" align="aligncenter" width="620"] Aécio Neves: denúncias de que recebeu dinheiro de empreiteiras pode impedi-lo de tentar um projeto nacional em 2018 | Foto: Reprodução[/caption]
A Operação Lava Jato deslustrou o PT e começa a manchar a imagem dos principais líderes do PSDB — o senador Aécio Neves, o ministro das Relações Exteriores, José Serra (teria sido favorecido por uma conta na Suíça, na qual a Odebrecht teria depositado 23 milhões de reais), e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Este é o menos atingido. Mas Aécio e Serra dificilmente terão condições de disputar a Presidência da República em 2018.
Aécio Neves, um dos primeiros atingidos, dificilmente terá condições de participar de um projeto político nacional. Por isso, em Minas Gerais — Estado no qual o governador Fernando Pimentel (PT) está desgastado e corre o risco de ser condenado pela Justiça e preso —, o que se comenta é que o tucano está se preparando para disputar o governo, em 2018.
Geraldo Alckmin, ainda não enlameado e depois de ter conseguido eleger o prefeito de São Paulo, João Dória, é o mais forte candidato do PSDB a presidente. Mas, se não for possível, deverá postular o Senado.

A título de curiosidade, um pesquisador acrescentou, numa pesquisa recente, a pergunta: “Em quem você votará para senador em 2018?” Demóstenes Torres ficou atrás apenas do governador Marconi Perillo e bem à frente de Maguito Vilela, Lúcia Vânia, Magda Mofatto, Jovair Arantes e Wilder Morais.
Alguns partidos já se movimentam para conquistar o “passe” do ex-senador Demóstenes Torres. Partidos pequenos e de médio porte.

Os deputados federais Sandes Júnior (PP) e Thiago Peixoto (PSD) frisam que Jovair Arantes (PTB) têm condições de ser eleito presidente da Câmara dos Deputados.
Jovair Arantes é o político que une o centrão e não tem resistência na esquerda e na direita. Mas sabe que, assim que se lançar, será bombardeado. Ele avalia que vale a pena correr o risco.
Mas vai enfrentar a “gula” por poder do PSDB. A cúpula nacional sugere que o presidente da Câmara dos Deputados deve ser do partido. Trabalham para Carlos Sampaio, de São Paulo, e Antônio Imbassahy, da Bahia.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tenta mudar as regras do jogo para disputar a reeleição. Mas, segundo Sandes Júnior, não conseguirá fazê-lo. “Não dará tempo.”

O presidente da República, Michel Temer, puxou as orelhas do assessor especial Sandro Mabel, sugerindo que, antes de propor determinadas medidas, o consulte.
A questão é que, quando propôs uma medida para beneficiar a Hypermarcas — empresa criada e dirigida por um goiano, João Alves de Queiroz (Júnior) —, Sandro Mabel não era assessor do peemedebista. Era deputado federal pelo PMDB.

Ao retirar a Polícia Federal das investigações sobre a polícia do Senado, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, mandou dois recados.
Primeiro, o fato de o presidente do Senado, Renan Calheiros, ter chamado o juiz que autorizou a investigação da polícia do Senado — que estaria sendo chamada de James Bond de Brasília — de “juizeco”, apesar de ter desgostado os magistrados, não gerou ressentimento. Zavascki priorizou a ação institucional, não corporativa.
Segundo, após ter dado uma demonstração de descortino e moderação, Teori Zavascki está livre para pedir, se necessário, a prisão de Renan Calheiros.
Macaco velho, dos mais escolados, Renan Calheiros deve ter percebido isto. Mas fingiu que obteve uma vitória. Na verdade, o senador alagoano sabe, mais do que ninguém, que é a próxima caça. Na sequência de Dilma Rousseff e Eduardo Cunha.

Comenta-se que um deputado federal de Goiás será “enrolado” pela delação premiada da Odebrecht. Mas seu nome ainda não circula nas praças.

"Lógica, comportamento ordenado e premeditação são indicadores de improbabilidade de psicose”, diz o psiquiatra Lúcio Malagoni

[caption id="attachment_78922" align="alignleft" width="300"] Projeto de 2003 foi aprovado depois de 13 anos[/caption]
Aprovar um projeto na Câmara dos Deputados é uma tarefa de Hércules. O deputado Sandes Júnior, do PP, apresentou um projeto em 2003 com o objetivo de a União conceder pensão às 555 vítimas do acidente radioativo do césio 137, em Goiânia (ocorrido em 1987).
O projeto só foi aprovado em 2016 — treze anos depois —, após a morte de algumas das vítimas.
Aprovado em todas as comissões da Câmara dos Deputados, o projeto será levado ao plenário. Se aprovado, irá à sanção do presidente Michel Temer. Nesta semana, o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, acompanhará Sandes Júnior numa audiência com o presidente da Câmara dos Deputados.
O tucano e o pepista vão pedir empenho de Rodrigo Maia na aprovação do projeto, de caráter eminentemente social.

A morte de Rodriguinho Carvelo comoveu a cidade, que o admirava como guerreiro

Márcio Cecílio é apontado como o que articula mais e pertence ao PSDB. Issy Quinan é uma revelação como gestor. A barreira para Paulinho Sérgio é o DEM
Cinco prefeitos vão disputar a presidência da Associação Goiana de Municípios (AGM) em fevereiro de 2017: Issy Quinan, de Vianópolis; Itamar Leão, de Sanclerlândia; Kelson Vilarinho, de Cachoeira Alta; Márcio Cecílio Ceciliano, de São Miguel do Passa Quatro, e Paulinho Sérgio de Rezende, de Hidrolândia.
[caption id="attachment_78607" align="aligncenter" width="300"] Issy Quinan: PP[/caption]
1 — Issy Quinan. É a revelação política do PP goiano. Apontado como gestor competente, recebeu uma prefeitura arrasada, mas conseguiu recuperá-la em quatro anos. Foi tão bem-sucedido que, na disputa deste ano, não apareceu adversário para enfrentá-lo. É bancado pelo senador Wilder Morais, mas o número de prefeitos do partido, 24, é pequeno.
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Itamar Leão: PSDB[/caption]
2 — Itamar Leão. Eleito este ano, foi prefeito há alguns anos, e, considerado como um dos mais criativos, chegou a receber prêmio nacional do Sebrae. Pertence ao PSDB e é ligado ao governador Marconi Perillo. Já foi presidente da AGM. É apontado como um dos mais fortes postulantes.
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Kelson Vilarinho: PSD[/caption]
3 — Kelson Vilarinho. Prefeito reeleito, pertence ao PSD de Vilmar Rocha e Thiago Peixoto. Representa um município de escassa projeção, mas é um político articulado.
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Paulinho Sérgio: DEM[/caption]
4 — Paulinho Sérgio de Rezende, reeleito prefeito, é mencionado como um político habilidoso (e foi goleiro do São Paulo, reserva de Rogério Ceni durante oito anos, e do Vila Nova). O problema é seu partido, o DEM. O PSDB, o PSD e o PP, para citar apenas três partidos da base aliada, dificilmente apoiarão um candidato do DEM. O PMDB pode apoiá-lo, mas, se o fizer, vai derrotá-lo.
[caption id="attachment_78614" align="aligncenter" width="300"]
Márcio Ceciliano: PSDB[/caption]
5 — Márcio Cecílio Ceciliano é um dos favoritos. Como ex-presidente da AGM, conhece a maioria dos políticos goianos, articula por música e é bem próximo do governador Marconi Perillo. Pertence ao PSDB, o que é um de seus trunfos.
Ressalva
Um dos problemas dos prefeitos que assumem a presidência da AGM é que, por vezes, descuidam dos municípios para os quais foram eleitos para administrar. A associação é vista como trampolim para projetar políticos, mas a maioria que a presidiu não cresceu em termos estaduais.

Muitos dos eleitos pelos dois partidos não são adversários do tucanato. Disputaram pela oposição por divergências locais

Num voo entre Cuiabá e Goiânia, Cristovam Buarque elogiou a gestão competente e enxuta do governador tucano

A missão do governador de Goiás seria pacificar os beligerantes José Serra, Geraldo Alckmin e Aécio Neves

Ex-prefeito critica adversário por defender parcerias administrativas com o governador Marconi Perillo. Prefeitos eleitos pelo PMDB apoiam