Bastidores

Peemedebistas do alto escalão mandam avisar ao senador Ronaldo Caiado, do partido Democratas, que só poderão apoiá-lo para governador de Goiás se ele se filiar ao PMDB, em 2017. Mesmo assim, ressaltam que não lhe darão garantia total de que será o candidato a governador. O que se comenta entre membros do Democratas é que Caiado, com o apoio de Iris Rezende, vai se filiar ao PMDB e vai trabalhar para convencer Daniel Vilela a ser seu vice.

O PSB nacional convidou o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, para se filiar a ser candidato a vice numa chapa com o PSDB na cabeça.
O candidato a presidente do PSB é o tucano Geraldo Alckmin, governador de São Paulo; Marconi e o político paulista, aliás, estão cada vez mais afiados.
Marconi, Alckmin e João Dória conversam com frequência sobre gestão e sobre política nacional. O PSD tem convidado Marconi Perillo com frequência para se filiar.

[caption id="attachment_77265" align="aligncenter" width="620"] Daniel, Maguito Vilela e Caiado[/caption]
No início da campanha de Iris Rezende, no primeiro turno, o presidente do PMDB em Goiás, deputado federal Daniel Vilela, ficou ligeiramente afastado. Porém, como percebeu que havia estagnado, o peemedebista convocou o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, e Daniel Vilela para ajudá-lo.
Articulado, Daniel Vilela aproximou-se dos iristas, no segundo turno, e começou fazer um trabalho de qualidade, ao lado de Maguito Vilela e Gustavo Mendanha, o prefeito eleito de Aparecida de Goiânia. Daí começou um ligeiro confronto com o senador Ronaldo Caiado, que, no momento, se apresenta como super-irista.
Ocorre que Ronaldo Caiado e Daniel Vilela querem disputar o governo em 2018 e, por isso, buscam se cacifar junto de Iris Rezende. Um procura enfraquecer o outro. Aliados do senador afirmam que, nas pesquisas de intenção de voto, Caiado está bem à frente de Daniel Vilela. A sugestão é simples: o mais jovem deveria abrir espaço para o mais velho, aceitando ser o seu vice. O problema é que Daniel avalia que Caiado tem teto e que ele, sim, tende a crescer, ao se tornar mais conhecido do eleitorado.

Um aliado do governador de Goiás, Marconi Perillo, afirma que a reforma político-administrativa que fará no governo será mais ampla do que os líderes dos partidos imaginam. O governador quer tornar a equipe mais produtiva e independente de suas ordens. A falta de dinheiro, por exemplo, não é desculpa para ninguém ficar parado. O tucano-chefe postula que, com um pouco de criatividade, se é possível fazer muitas coisas.

De um político paulista: “Depois que José Serra foi para a Suíça e Aécio Neves voltou para Minas Gerais, para resgatar um pouco do prestígio político que ainda lhe resta, só resta dizer: ‘Vá, Marconi, vá conquiatar o Brasil’”.
O que o paulista está dizendo é que com a debacle da liderança tucana, o político goiano precisa ocupar mais espaço na política nacional. O espaço está abertíssimo...

Tucanos dizem que, para atrapalhar a gestão do governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB, o senador Ronaldo Caiado, do DEM, trabalhou para aprovar uma emenda “jabuti” a respeito das elétricas. A emenda obriga o governo a pagar dívida com União em vez de investir em obras em Goiás com o dinheiro arrecadado com a venda da Celg. O tucanato frisa que a emenda atenta contra os interesses dos prefeitos e da sociedade, que preferem benefícios concretos do que deixar a grana evaporar rumo aos cofres da União. Na ânsia de inviabilizar a gestão tucana, o senador pode pagar um preço alto: como explicar à sociedade e aos prefeitos que sua emenda impede o governo de fazer mais obras?

O deputado estadual Jean Carlo, do PHS, defende o nome do deputado federal Thiago Peixoto para vice de José Eliton na disputa pelo governo do Estado de Goiás, em 2018. “Para o governo, meu compromisso é com Zé Eliton. Para vice, fico com Thiago Peixoto, que é um político competente e um técnico eficiente. A chapa com os dois mantém o discurso da renovação e da mudança.”

Pelo menos 15 prefeitos eleitos já manifestaram a intenção de ir para a base do governador Marconi Perillo.
Nesta semana, terminadas as eleições de Goiânia e Aparecida, Marconi Perillo vai começar a receber eleitos, sobretudo os de sua base.
Antes do fim do ano, o tucano-chefe pretende com todos os prefeitos que quiserem. Marconi deixará as portas do Palácio das Esmeraldas e do governo do Estado abertas para todos, independentemente da sigla partidária.
Mesmo os prefeitos que não aderirem, não serão perseguidos ou tratados como cidadãos de segunda categoria. Marconi Perillo será inteiramente republicano.

[caption id="attachment_67528" align="aligncenter" width="620"] Giuseppe Vecci em entrevista ao Jornal Opção | Foto: Renan Accioly[/caption]
O deputado federal Giuseppe Vecci, do PSDB, cotado para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, teria dito a um colega de Parlamento que a única secretaria que, no momento, lhe interessa é a da Fazenda. Mas esta será ocupada por Fernando Navarrete. Portanto, ele vai ficar em Brasília.

Os deputados federais Célio Silveira (PSDB), Thiago Peixoto (PSD) e Giuseppe Vecci (PSDB) foram sondados para ocupar cargos de secretários na equipe do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), mas sinalizaram que, se forem oficialmente convidados, não vão trocar a Câmara dos Deputados pelo governo. Os parlamentares afirmam que contam com uma estrutura razoável em Brasília. Por exemplo: eles têm 16 milhões de reais — do Orçamento Geral de União — para distribuírem em emendas para as prefeituras administradas por prefeitos aliados. O fato é que Heuler Cruvinel (PSD) é cotado para assumir a Secretaria de Desenvolvimento. Porque o governador Marconi Perillo fez um compromisso com Ciro Nogueira de que vai manter Sandes em Brasília.

O deputado federal Thiago Peixoto defende a presença de Jardel Sebba no governo de Marconi Perillo. “Com sua experiência de ter sido presidente da Assembleia Legislativa e também como prefeito, o médico Jardel Sebba (PSDB) poderia melhorar a interlocução política do governo com a sociedade e dentro do próprio governo”, afirma Thiago Peixoto. “Jardel é uma das lideranças mais qualificadas da nossa base política.” Líderes da base costumam sugerir que a ação política precisa ser mais desconcentrada. Jardel Sebba, pelo vínculo estreito com o tucano-chefe, poderia se tornar quase uma espécie de porta-voz do governo, ao menos na ação política.

Nas conversas com o prefeito eleito de São Paulo, João Dória Júnior, do PSDB, a secretaria da Fazenda do governo de Goiás, Ana Carla Abrão Costa, não economizou elogios à competência do governador Marconi Perillo.
Ana Carla frisou que, além de inteligente, o tucano-chefe é comprometido com o ajuste fiscal, com uma ação governamental efetiva e cada vez menos onerosa para a sociedade. A doutora em economia pela USP sublinhou que Marconi Perillo separa bem o que é política e o que é economia. E faz o que precisa ser feito para tornar o governo mais ágil, menos travado pela economia e não é um gastador inveterado, desses que contribuem para aumentar o déficit público.

Se Iris Rezende for eleito prefeito, o marqueteiro Jorcelino Braga — secretário da Fazenda do governo de Alcides Cidinho Rodrigues — deve ser o homem-forte de sua equipe.
Jorcelino Braga deve assumir a Secretaria de Finanças ou a Secretaria de Governo. O objetivo é fazer um limpa, demitindo todos os petistas comissionados, e caçar os esqueletos da gestão do prefeito Paulo Garcia, do PT. O que se quer é denunciar os supostos malfeitos do PT e, ao mesmo tempo, enrolar o prefeito judicialmente.
Iris Rezende tomou uma birra espantosa de Paulo Garcia. Sempre que ouve o nome do prefeito, fecha a cara e fica irritado. Aliados do peemedebista costumam chamar o prefeito de “esbirro de Marconi Perillo”.

De um peemedebista pós-irista: “A ex-deputada Iris Araújo informou aos seus seguidores mais próximos que, se Iris Rezende for eleito prefeito de Goiânia, vai disputar mandato de senadora em 2018”
O peemedebista avalia que se trata de uma candidata forte, desde que tenha estrutura. Mas acrescenta: “Pessoalmente, apoio dona Iris, mas nossos correligionários sustentam que ela se comporta como uma força desagregadora”.
Numa chapa com Ronaldo Caiado para governador, Iris Araújo para senadora, o que sobra para o grupo de Maguito Vilela e Daniel Vilela, do “PMDB Renovação”? Segundo o peemedebista, “sobra a vice”. Resta saber se os Vilelas vão aceitar serem escanteados sem mais nem menos.

Sem Ernesto Roller (PMDB), eleito prefeito de Formosa, e Adib Elias (PMDB), eleito prefeito de Catalão, a Assembleia Legislativa tende a ficar mais tranquila — quase um parque de diversões.
Se Iris Rezende for eleito, a Assembleia também perde o Major Araújo, que mantém um relacionamento agressivo com alguns deputados, notadamente Tales Barreto.