Por Yago Rodrigues

[caption id="attachment_65080" align="alignnone" width="620"] Reprodução/Tumblr[/caption]
Dando sequência ao projeto “Terça Poética”, que borda suas tardes modorrentas de terça-feira com versos de poesia, publicamos, desta vez, um poema do goiano Rômulo Chaul. Jornalista e DJ, Chaul publica seus versos no blog "Versos, Votos de Amor e Nomes Feios", que também intitula seu livro, lançado pela Kelps em parceria com a PUC-GO, em 2011. Quer participar da "Terça Poética"? Envie-nos seus poemas; o e-mail é [email protected]. Segue o poema "Dicotomia", de 2014.
Eu gosto das coisas simples
De dormir, acordar e dormir de novo
Eu gosto de coberta enrolada
Perna cruzada e braço dormente
Eu gosto daquele olhar
Carente e também voraz
Que ás vezes você me lança
Eu gosto quando a dança nos leva a desabrochar
(Eu gosto das coisas simples)
De me lambuzar, roçando no seu seio
Te abraçando em meio a olhares alheios
Em lugares impróprios
Sendo incorreto e até vulgar
São as pequenas nuances
Do seu lábio
A cara brava, irritada
Que sempre me colocam no meu lugar
- Eu sinto muito se ás vezes não sei me comportar.
Mas o jeito que você coloca o pé sobre o meu
E chama meu (sobre)nome na hora de gemer
Isso tudo me fascina.
Eu gosto das coisas simples
De ter você por perto, do lado
E em cima.
Rômulo Chaul

Goiânia é uma das cinco capitais brasileiras a receber a orquestra austríaca, regida pelo maestro alemão Rainer Roos. A apresentação foi no domingo, 1º de maio, no Palácio das Esmeraldas [gallery type="slideshow" size="large" ids="64991,64990,64989"] As portas que dão acesso aos jardins do Palácio das Esmeraldas, residência oficial do governo do Estado, foram abertas na noite do domingo, 1º de maio, para receber um seleto grupo de apreciadores da música de concerto e incentivadores das causas sociais patrocinadas pela administração pública estadual. Um público superior a 200 pessoas teve o privilégio de assistir ao vivo à apresentação da Orquestra Original Strauss Capelle Wien, uma das mais festejadas do circuito da música erudita de Viena. Goiânia foi uma das cinco capitais brasileiras escolhidas para receber a apresentação da orquestra, gerida pelo maestro alemão Rainer Roos e composta pelos solistas Augusto Caruso, tenor, a mezzosoprano Lorena Espina e a soprano Marcela Cerno. As demais apresentações serão em Belém (PA), Manaus (AM), Brasília (DF) e Curitiba (PR). A inclusão de Goiânia na turnê se deu graças ao empenho do governador Marconi Perillo junto à embaixada da Áustria, com a decisiva colaboração da secretária de Educação, Raquel Teixeira, amiga da embaixadora Marianne Feldmann, que há 30 anos reside no Brasil. O governador e a secretária da Seduce viram na participação da orquestra vienense em Goiânia a oportunidade de aliar uma programação de bom gosto a um ato de caridade em benefício de uma entidade. A vinda da orquestra foi viabilizada graças a vários patrocínios. Os ingressos foram vendidos a R$ 300,00 por pessoa. Toda a arrecadação, que chegou a R$ 52 mil, foi destinada à Associação dos Portadores da Síndrome de Down de Goiás (Asdown). Durante as boas-vindas, o governador lembrou que há menos de um mês esteve na Asdown e prometeu que de alguma forma ajudaria a entidade. “Menos de um mês depois, nós já estamos aqui para, concretamente, colaborar com vocês graças à generosidade de cada um dos que aqui estão”, destacou. A iniciativa do governo de Goiás em abrir a residência oficial para sediar eventos assistenciais tem encontrado respaldo da população. Todos os ingressos colocados disponíveis foram vendidos, gerando uma renda extra para a Asdown que, em agradecimento e a convite do casal Marconi Perillo e Valéria Perillo, esteve representada no concerto com sua diretoria e beneficiários. A apresentação durou cerca de uma hora e meia. O repertório, que contemplou ritmos variados, como polca, valsa e marcha, foi dividido em duas sessões com mais cinco minutos para o encerramento. Strauss Com uma história que remonta a 1823, a orquestra foi primeiramente criada pelo patriarca da família de músicos, Johann Strauss. Liderado pelo maestro alemão Rainer Roos, regente titular da Original Strauss Capelle Wien desde 2011, o conjunto que se apresentou com roupas típicas de época — casacas vermelhas e calças brancas como ordenou o Imperador da Áustria, Franz Josef I, em 1843 (veja a foto) — trouxe para Goiânia um programa que reuniu peças de Franz Lehar, Johann Strauss (pai) e seus filhos Eduard, Joseph e Johann Strauss. Hoje, a orquestra figura entre as mais conhecidas de Viena, com apresentações em seu país de origem assim como no exterior, onde acumula um currículo de 3 mil performances que incluem apresentações não só na Europa, mas também em outros continentes como Ásia e América do Sul.

Em “Há um mar no fundo de cada sonho”, o autor carioca mostra que já pode ser considerado um dos nomes mais interessantes da poesia brasileira contemporânea

Diretora da Quasar Cia de Dança, Vera comenta o atual cenário que, por sorte, ainda tem no calendário cultural a mostra de dança contemporânea Paralelo 16

[caption id="attachment_64811" align="alignnone" width="620"] Foto: Divulgação[/caption]
Entre 2 e 7 de maio, Goiânia recebe o festival de teatro Razões para Sonhar”. Em sua 2ª edição, o evento propõe uma programação voltada para bebês, adolescentes e crianças. São dez espetáculos que acontecem em sete diferentes locais da cidade. Na segunda-feira, às 12h, o Espaço Sonhus Teatro Ritual vira palco do “Txuu-Looso, Raio de Sol” da cia Theatro Arte e Fogo. Na terça, às 14h, o Sesc Centro recebe a Cia Flor do Cerrado com “O Pequeno Príncipe”. Quarta e quinta, em horários diversos, a Anthropos apresenta “Despertar da Primavera”, também no Sesc. Na sexta, às 20h, o palco é da cia Arthur Arnaldo (SP) com “Coro dos Maus Alunos”; e no sábado, às 16h, da cia La Casa Incierta, com “A Geometria dos Sonhos”. Ainda tem programação descentralizada que você confere na página do Facebook do festival. Os valores das entradas são diversos.

A fim de celebrar a diversidade e incentivar os intercâmbios culturais, potencializando a influência latina no Brasil, a Fósforo Cultural em parceria com a Difusa Fronteira abre a temporada 2016 do projeto La Bomba Latina, que acontece desde 2010, quando foram promovidos shows em Goiânia e Córdoba. A primeira edição do ano conta com o show do Francisco, El Hombre, que foi destaque no Bananada de 2015. A apresentação será na terça-feira, 3 de maio, no Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (CCUFG). Com entrada franca, o show tem início às 20h. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria antecipadamente, a partir das 14h.
Na terça-feira, 3 de maio, as artistas plásticas Fabiana Queiroga e Filomena Gouvêa realizam a abertura da exposição “Entre Dois Olhares”, na Vila Cultural Cora Coralina. Em cartaz até 31 de maio, a mostra reúne trabalhos que revelam o corpo através de olhares das artistas; um jogo de transparências e sobreposições do corpo enquanto lugar de transição, memória e afeição. “Entre Dois Olhares” tem curadoria do artista plástico e professor da UFG Zé César. O vernissage começa às 19h e a entrada é franca.

- Por meio do Drops Vaca Amarela, projeto do festival goiano que acontece em setembro, costumeniramente, a Banda Mais Bonita da Cidade volta a Goiânia para uma apresentação no Teatro Sesi. - Com abertura do grupo de indie rock Components, a banda paranaense apresenta o show registrado em seu primeiro DVD. - Os ingressos de 1º lote custam R$ 15, a meia, e podem ser adquiridos on-line. O show tem início às 20h do sábado, 7 de maio.

LIVRO
Eu Sou o Peregrino
Romance de estreia do renomado roteirista britânico Terry Hayes, “Eu sou o Peregrino” é uma jornada épica contra um inimigo implacável.
Autor: Terry Hayes
Preço: R$ 59,90
Intrínseca
MÚSICA
Encontros
Zé Nogueira se junta a Arthur Dutra para explorar novas sonoridades através de temas nacionais de Villa-Lobos, Tom Jobim, Milton Nascimento e Jacob do Bandolim.
Intérprete: Zé Nogueira
Preço: R$ 29,90
Som Livre
FILME
Dias de Amor
Com uma incrível trilha sonora, o longa, numa mistura de comédia e drama, conta a história das amigas Andy e Liv, que se reúnem para espalhar as cinzas do pai de Andy.
Direção: Drew Denny
Preço: R$ 29,90
Europa Filmes

[caption id="attachment_64727" align="alignnone" width="620"] Reprodução/Tumblr[/caption]
Raí Almeida
Especial para o Jornal Opção
Eu gosto de histórias curtas. Estas pequenas narrativas que costuram retalhos de vida nas frestas das horas; elas são como pequenas epifanias, sem relação obrigatória ao livro de Caio Fernando Abreu, que nos envolvem com tamanha força que, se durassem mais tempo que o necessário, nos sufocariam.
O mais fascinante, no entanto, é que elas são, acima de tudo, discretas. Costumam passar despercebidas. A gente se acostuma a ignorá-las e, por mais que estejam bem na nossa frente, não as enxergamos. É como um piscar dos olhos; você pisca e nem nota que aconteceu.
Vivemos com medo do relógio. Tememos que o tempo corra mais depressa do que possamos acompanhar e, na correria, tropeçamos em um cotidiano repetitivo e cada vez mais desgastante que nos engessa. Tornamo-nos insensíveis às peculiaridades que estão ao nosso redor.
Outro dia, fui ao barbeiro, o mesmo que vou desde que chovia em Goiânia, e o encontrei imensamente infeliz. Era quase fim do experiente de uma sexta-feira particularmente quente; uma fila de clientes aguardava atendimento e sua mulher havia pedido que ele fosse buscar o filho na escola que, por sinal, fica no mesmo quarteirão da barbearia.
Quando o sino bradou, lá foi o barbeiro contrariado por deixar os clientes esperando. De volta à barbearia, o menino disse ao pai que havia descoberto o que queria ser quando crescesse. Ao que o barbeiro perguntou com um desinteresse visível, o garoto respondeu que queria ser pintor de céu.
O barbeiro ocupado, bailando tesouras sobre os cabelos ralos de um homem de meia idade, não deu muita atenção. Eu, por outro lado, fiquei curioso com o desejo profissional do menino. Não pude evitar, perguntei-lhe por qual motivo ele queria pintar o céu.
Respondeu despreocupadamente que o desagradava ver o céu ser, quase sempre, azul ou preto. Isso faz com que as pessoas pensem que só têm duas opções na vida. Que coisa extraordinária a se pensar, perguntei-me como não me ocorrera antes. Fui embora.
No entanto, antes de chegar em casa, um desconhecido me cumprimentou. Era um senhor que estava agarrado às grades do portão, e mesmo sem nunca tê-lo visto, cumprimentei de volta, simpaticamente.
Curiosamente, ele não ficou satisfeito. Quis saber de mim, como eu estava; sem saber bem o que dizer, disse que estava bem. É o que todos dizem, respondeu ele amarrando a cara numa expressão de avô quando repreende o neto.
Disse-me que houve uma época em que as pessoas conversavam, importavam-se com o que o outro tinha a dizer. Mesmo que fosse um completo estranho. No que eu o ouvia, uma menina de uns treze anos escancarou a porta da frente da casa, caminhou em direção do portão como quem vai à guerra. Essa é minha neta, apresentou ele, ela veio me proibir de falar com você. Não leve para o lado pessoal, ela faz isso o tempo todo.
A menina sorriu para mim mais como uma obrigação do que por gentileza. Enquanto ela arrastava o avô pelo braço para dentro de casa, senti que também era puxado para fora de uma realidade paralela à nossa. Fui embora.
Às vezes, essas histórias podem ser mudas, mas cheias de significados, como o sorriso de um estranho na rua; vez ou outra, são barulhentas, como quando alguém canta seu amor debaixo do chuveiro. Outras vezes, são fortes como os abraços que afastam a saudade ou singelas como receber flores. Seja como for, são inúmeras. Cada uma com beleza e identidade única e, acima de tudo, são completamente desejosas de serem percebidas.

Bora descobrir quais as músicas mais escutadas pela equipe do Jornal Opção desta semana? Só dar play! Beyoncé – All Night BEYONCÉ - All Night//LEMONADE (Lyrics paroles... por mousic499 Beyoncé – Hold Up Hold Up (visual oficial) por videosvinface Beyoncé – Sorry BEYONCÉ - Sorry//LEMONADE (Lyrics paroles... por mousic499 Futuro – Mistério Guns N' Roses – I Used to Love Her Muse – Uprising Pearl Jam – Rearviewmirror Sebadoh - The Freed Pig The Neighbourhood – Daddy Issues

[caption id="attachment_64549" align="alignleft" width="300"] Divulgação/Sesc Centro[/caption]
Da terça-feira, 26, ao sábado, 30, a cia goiana Pulo do Gato Arte e Comunicação apresenta o espetáculo “MilkShakespeare” nos palcos do Sesc Centro. Salvo na sexta-feira, em que acontece o show de Grace Carvalho, o teatro recebe a pela que conta a história do General Ricardo.
Prisioneiro de guerra, ele vive sob os cuidados dos enfermeiros Horário e Ana. Em busca de liberdade, os personagens se debatem na jaula dos próprios valores e crenças, em um duelo de vida e morte, onde ambas figuram como uma condenação eterna.
A apresentação celebra o aniversário de 400 anos de morte de William Shakespeare. “MilkShakespeare” arranca das tragédias clássicas uma tragédia própria, humana e contemporânea.
Serviço
Espetáculo “MilkShakespeare”, da cia Pulo do Gato Arte e Comunicação (GO)
Dias 26, 27, 28 e 30 de abril
Horário: 20h
Entrada: R$ 15, a inteira, e R$ 5, comerciários e dependentes

[caption id="attachment_64541" align="alignnone" width="620"] Cartola e a mulher, Dona Zica | Foto: Reprodução[/caption]
Francisco Kleber Paes Landim
Especial para o Jornal Opção
O saudoso e excelente compositor e cantor carioca Ciro Monteiro possuía o apelido de formigão. Tal apelido foi cunhado em razão do insaciável apetite que possuía. Ciro possuía a conhecida fome pantagruélica; comia muito mesmo, era um guloso.
Aos sábados, era comum a Dona Zica, então esposa do grande compositor Cartola, preparar aquela feijoada. E a feijoada dela era um banquete dos deuses, simplesmente arrebatadora, deliciosa. Ciro era o primeiro a aportar na casa de Cartola e Dona Zica. Chegava bem cedinho, ficava bebericando e só saia por volta das 15 horas.
[caption id="attachment_64542" align="alignright" width="300"]
Ciro Monteiro, o formigão | Foto: Reprodução[/caption]
Em um desses almoços, para variar, comeu feito um glutão. Ao terminar o almoço, foi diretamente ao banheiro.Pouco depois, atravessou a sala e começou a suar frio. Ficou morrendo de medo de ser a morte. Encostou-se na parede e ali ficou se lamentando do mal súbito. Um menino que se encontrava no almoço percebeu a situação e foi correndo avisar pra Dona Zica.
“Dona Zica, o formigão tá passando mal lá na sala. Tá friozim e suando.”
Imediatamente, Dona Zica, preocupadíssima com a situação, correu ao quintal, onde plantava ervas e colheu algumas para fazer um chá digestivo para o formigão. Em poucos minutos, estava feito o chá e Dona Zica se dirigiu à sala com a xícara em mãos e, logo, ofereceu ao Ciro: “Tome que vais ficar bonzinho com esse chá”.
Sem titubear, Ciro emendou de cara: “Ué, Zica, só o chá mesmo? Não tem nenhuma bolachinha pra acompanhar?”.
Ciro Monteiro - Falsa baiana

Realizado no dia 30 de abril, a 7ª edição do projeto reitera o crescimento de marcas autorais em Goiás; evento antecede as compras para o Dia das Mães [gallery type="slideshow" size="full" ids="60384,60386,60385"] A fim de proporcionar uma tarde de compras sem o tumulto dos shoppings e, assim, agradar as mães, a Feiríssima, um dos eventos mais importantes no segmento da economia criativa e de produtos de arte e cultura de Goiás, realiza mais uma edição na Vila Cultural Cora Coralina. Na tarde do dia 30 de abril, você aproveita o melhor da arte, moda, artesanato, fotografia, decoração, design e gastronomia desta 7ª edição. A Vila Cultural vira um ponto de encontro artístico, aliando economia e cultural. Você curte ainda o Engroove, um evento musical realizado pelo projeto Discompasso, que leva para feira os DJs Pri Loyola e Angelo Martorell. São mais de 40 expositores com produtos autorais que reiteram as novas formas de consumo consciente. “Nosso objetivo é sempre valorizar e apoiar a economia criativa local e sendo um espaço para pequenos produtores que, como nós, que amam o que fazem”, diz o coordenador da Feiríssima Flávio del Lima. Serviço Feiríssima Dia Das Mães Data: 30 de abril Horário: a partir das 14h Local: Vila Cultural Cora Coralina Entrada Franca

[gallery type="slideshow" size="full" ids="64531,64532"] [relacionadas artigos="63495"] O projeto “Terça Poética”, que borda suas tardes modorrentas de terça-feira com versos de poesia, publica, desta vez, um poema não intitulado da poetisa goiana, de Pirenópolis, Teresa Godoy (1931-1997). Os versos a seguir integram o livro “Violetas Violadas” [que intitulou esta matéria], cuja 2ª edição foi publicada pela Editora Caminhos, em 2014. Quer participar? Envie-nos seus poemas; o e-mail é [email protected]. Com as formas vivas de teu vasto mundo, avivas o tom que em surdina traço, a translucidez do meu verso. Teresa Godoy (1931-1997)