Cartola e a mulher, Dona Zica | Foto: Reprodução
Cartola e a mulher, Dona Zica | Foto: Reprodução

Francisco Kleber Paes Landim
Especial para o Jornal Opção

O saudoso e excelente compositor e cantor carioca Ciro Monteiro possuía o apelido de formigão. Tal apelido foi cunhado em razão do insaciável apetite que possuía. Ciro possuía a conhecida fome pantagruélica; comia muito mesmo, era um guloso.

Aos sábados, era comum a Dona Zica, então esposa do grande compositor Cartola, preparar aquela feijoada. E a feijoada dela era um banquete dos deuses, simplesmente arrebatadora, deliciosa. Ciro era o primeiro a aportar na casa de Cartola e Dona Zica. Chegava bem cedinho, ficava bebericando e só saia por volta das 15 horas.

Ciro Monteiro, o formigão | Foto: Reprodução
Ciro Monteiro, o formigão | Foto: Reprodução

Em um desses almoços, para variar, comeu feito um glutão. Ao terminar o almoço, foi diretamente ao banheiro.Pouco depois, atravessou a sala e começou a suar frio. Ficou morrendo de medo de ser a morte. Encostou-se na parede e ali ficou se lamentando do mal súbito. Um menino que se encontrava no almoço percebeu a situação e foi correndo avisar pra Dona Zica.

“Dona Zica, o formigão tá passando mal lá na sala. Tá friozim e suando.”

Imediatamente, Dona Zica, preocupadíssima com a situação, correu ao quintal, onde plantava ervas e colheu algumas para fazer um chá digestivo para o formigão. Em poucos minutos, estava feito o chá e Dona Zica se dirigiu à sala com a xícara em mãos e, logo, ofereceu ao Ciro: “Tome que vais ficar bonzinho com esse chá”.

Sem titubear, Ciro emendou de cara: “Ué, Zica, só o chá mesmo? Não tem nenhuma bolachinha pra acompanhar?”.

Ciro Monteiro – Falsa baiana