Por Redação

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Precisamos falar sobre a saúde pública

Divino Rodrigues

Divino Rodrigues

Desde o surgimento do SUS o Estado brasileiro vem tentando corrigir as distorções históricas ligadas à dificuldade de entregar um serviços de saúde, extremamente caros e complexos, de forma abrangente a toda a sociedade, constitucionalizando o acesso universal à saúde. Mas será que só tornar as políticas públicas de saúde são o suficiente?

Desde a constituinte de 1988, uma série de políticas públicas foram institucionalizadas por meio de emendas constitucionais, dando ao Estado uma série de dificuldades para enfrentar os problemas que surgiram dali em diante, advindos do alto custo da oferta de serviços gratuitos, e é claro, a partir da difícil operacionalização destes serviços.

Cabe dizer que a unidade federativa que padece mais das dificuldades que surgiram com o tempo, são os municípios, a quem a Constituição relegou o difícil papel de conceder o acesso aos serviços de atenção primária na saúde pública.

A população, por sua vez, é a grande afetada pelo desenho federativo da saúde brasileira. Os municípios são aqueles que ficam com a menor parte das arrecadações, no entanto, são, justamente, aqueles quer têm as maiores atribuições de entregas de serviços. A consequência prática disso é um serviço entregue em unidades mal preparadas para o atendimento, em termos de equipamentos, falta de estruturas físicas, problemas com a entrega adequada de medicamentos e dificuldade na contratação de profissionais.

Os problemas estruturais da saúde pública estão, quase que em seu todo, ligados ao corriqueiro bate-cabeças que os gestores públicos têm em relação à legislação, o orçamento e as questões políticas que envolvem o gerenciamento das unidades de saúde. Infelizmente, para a população transparece (e com razão) que se trata de descaso. Entretanto, não se trata de querer fazer, mas de poder fazer.

Em meus anos como vereador de uma das maiores metrópoles do país, que é Goiânia, tenho visto uma série de dificuldades que os gestores das unidades de saúde enfrentam. O argumento mais corriqueiro é a imobilidade legal e as amarras políticas. Na minha avaliação estamos olhando a saúde pública pelo retrovisor. Somente enxergando o que fizemos (conquistando o direito de acesso integral à saúde), mas não entendendo o que podemos fazer (ofertá-lo como prometemos no ato da sua institucionalização).

O exemplo disso é o estado de Goiás que hoje já firmou parcerias com entidades do terceiro setor (viabilizadas pela reforma do Estado de 1998), para o gerenciamento e operacionalização de quase a totalidade de suas unidades de saúde. Isso implica na dispensa de licitações para compra de insumos e metas de produção e de qualidade para o fornecimento dos serviços (podendo implicar em sansões legais), o que em termos práticos reflete-se em serviços de saúde mais ágeis, eficientes e que aplacam as amarras burocráticas que o Estado brasileiro impôs ao cidadão, quando prometeu acesso integral à saúde, e em contraposição, ofertou imobilidade e em muitos casos, até a descumpriu com seu dever constitucional, seja pela falta de aparato burocrático, ou mesmo pela dificuldade em investir em formação continuada de seus profissionais.

Hoje, 13% das unidades de saúde do Brasil já estão sob gerenciamento privado, o que não implica na ausência do Estado. O Estado é fiscalizador, não operacionalizador. Firmar parcerias com entidades privadas para operacionalizar a saúde não se trata de privatizar a saúde, nem de o Estado descumprir com seu dever legal de formular e executar as políticas de saúde. Se trata, de fato, de ofertar a solução para boa parte dos problemas que os mais de trinta anos de SUS já nos mostraram. Enquanto Goiânia ainda lida com o gerenciamento das suas unidades de saúde, quase que em sua integralidade, a população continua sofrendo com as amarras supracitadas. Como eu disse no título deste artigo de opinião, precisamos discutir a saúde pública. Mas precisamos fazê-lo abrindo mão de dogmatismos e preconceitos ideológicos, visando o que é melhor para o bem da população, não para o projeto político de quem quer que seja.

Eu acredito em uma saúde pública que realmente confronte seus dogmas e enfrente os problemas de peito aberto. Eu acredito em Goiânia, acredito no SUS.  

Divino Rodrigues é Graduado em Gestão Pública (UEG) e Vereador por Goiânia.

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Formou-se em Jornalismo e, por concurso, ingressou no serviço público federal; desde então, vem construindo “a poesia de consciência e a escritura de combate”, conforme destacou o escritor Ronaldo Cagiano em resenha definidora da obra do autor de “O Susto de Viver”. Ainda na década de 1970, Salomão Sousa fez algumas incursões no movimento da Poesia Marginal e publicou “A Moenda dos Dias” (1979), livro inaugural de “uma poesia inovadora, sem as camisas de força estilísticas, arejada, original, portanto moderna”, como aponta Ronaldo Cagiano na resenha referida. “Safra Quebrada”, que reúne os livros publicados até 2007, dá a dimensão humana e artística de quem soube produzir sem pressa e, ao mesmo tempo, manter-se consciente de cada etapa de sua carreira. A obra de Salomão Sousa dá seu contributo ao cenário da moderna poesia brasileira de forma muito contundente. Das muitas leituras já feitas sobre essa poesia, é importante destacar a observação crítica de Naomi Hoki Moniz — atual diretora de Estudos Portugueses na Universidade de Georgetown —, publicada em 1979 na “Revista Ibero-Americana”, sobre “A Moenda dos Dias”, quando a articulista fazia mestrado na Harvard University: “Sua utilização de uma tradição poética permite diferenciá-lo do muito que existe no país de modismo de vanguarda superficial que caracteriza certos movimentos. Ele evita traços de populismo e espontaneísmo, constrói um discurso despojado e simples, mais comprometido com a veracidade do que está sendo dito do que com obscuras e vazias ordenações estéticas”. Ao resenhar “Estoque de Relâmpagos” para o “Correio Braziliense”, a professora de literatura Lígia Cademartori, respeitada tradutora e ensaísta, contextualiza a poesia que Salomão Sousa passou a praticar a partir do livro em epígrafe: “... a particularidade de sua poesia não reside nos efeitos de som e, sim, na organização das imagens. A profusão delas provoca o leitor para que procure as relações que estabelecem e, por esse modo, descubra a mitologia autoral que as ordena. Ao extrair força poética do substantivo, Salomão Sousa compõe sua própria lição de coisas. Nem todas imediatas, é verdade. Algumas são inalcançáveis. Mas, no radical contraste entre certas imagens, podem-se encontrar essenciais efeitos de sentido e o provável princípio que preside as expressões figuradas. Pois a linguagem não faz concessões. Concisa e avessa ao voo livre, essa é poesia de linhagem autorreflexiva”. Antonio Miranda, poeta de múltiplas invenções e vasta obra publicada, no Portal de Poesia Ibero-Americana, registra o seguinte sobre “Ruínas ao Sol”: “Não é uma leitura fácil, muito menos óbvia, por causa da linguagem densa e das desavisadas associações de imagens e de ideias, da ausência de pontuação, do automatismo verbal que vai anunciando, mas não necessariamente enunciando, numa espécie de neobarroco consciente”. Salomão Sousa é um poeta moderno em estado puro, na sua exaustiva utilização do real, seja do tempo presente, seja dos fragmentos da memória. Intelectual consciente, ele sabe enriquecer essa veia com uma crítica mordaz das mazelas humanas e do contexto social em que está inserido. Sua poesia se alimenta, por vezes, dessa cosmovisão para fundar uma solidez estrutural muito próxima da estética pós-moderna, com suas vanguardas posteriores. Sua linguagem é construída mais de impulsos fragmentados do que de uma forma gramatical preestabelecida. Seu verso é livre e geralmente curto, as frases raramente se completam, a pontuação nem sempre está presente, e as estrofes não têm compromisso com a uniformidade. Outra característica de sua poesia mais recente é a ausência de títulos nos poemas. Quem não acompanhou a trajetória deste poeta, julga-o sempre jovem, pois ele se insere no contexto do tempo presente. Mas tem plena consciência de seu ofício. Bibliografia de Salomão Sousa 1 — “A moenda dos dias”, Ed. Coordenada, Distrito Federal, 1979. 2 — “A moenda dos dias” / “O susto de viver”, convênio INL, Ed. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1980. 3 — “Falo”, Thesaurus Editora, Distrito Federal, 1986. 4 — “Criação de lodo”, edição do autor, Distrito Federal, 1993. 5 — “Caderno de desapontamentos”, edição do autor, Distrito Federal, 1994. 6 — “Chuço”, zine xerocopiado (19 números até 1999) 7 — “Estoque de relâmpagos”, prêmio Bolsa Brasília de Produção Literária, 2002. 8 — “Ruínas ao sol”, Prêmio Goyaz de Poesia, Ed. 7Letras, 2006; 9 — “Safra quebrada” (reunião dos livros anteriores e de dois inéditos), publicado com recursos do FAC, 2007; 10 — “Momento crítico”, textos críticos, crônicas e aforismos, Brasília: Thesaurus Editora/FAC Fundo de Apoio à Cultura, 2008. 11 — “Vagem de vidro”, poesia, Brasília: Thesaurus Editora, 2013. 12 — “Descolagem”, antologia de poesia, Goiânia: Kelps, 2016, apresentação de João Carlos Taveira. 13 — “Despegues y ressonâncias”, plaquete de poesia, Peru, Lima: Maribelina, Casa do Poeta Peruano, organização e apresentação de José Guillermo Vargas. 14 — “Desmanche I”, edição do autor/Gráfica Serafim, Brasília, DF, 2018. 15 — “Poética e andorinhas”, edição do autor/Gráfica Serafim, Brasília, DF, 2018. 16 — “Cascos e caminhos”, edição do autor/Gráfica Serafim, Brasília, DF, 2020. João Carlos Taveira, poeta e crítico literário, tem diversos livros publicados, entre eles: “Aceitação do Branco” (1991), “A Flauta em Construção” (1993) e “Arquitetura do Homem” (2005). É colaborador do Jornal Opção.

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