Por Nathália Barros

Em “O Amanuense Belmiro”, obra-prima da literatura brasileira que completará 77 anos em 2014, Cyro dos Anjos constrói uma narrativa em que as peripécias são pretextos a longas reflexões sobre a natureza humana

“Entre Nós”, de Paulo Morelli, mistura reflexões ocas e dramas de classe média

Aconteceu na manhã da terça-feira, quando lhe telefonaram avisando que ela tinha ido embora — na noite da segunda, tinham feito amor e sofrido muitas outras alegrias. Avisaram para o rapaz não se espantar, quando encontrasse a casa vazia, e também disseram que a mulher não queria telefonar

Eu não sei se você, caro leitor, vive já em estado de apreensão com o que possa acontecer durante a tal Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014

Deputado de oposição prevê que a eleição indireta como vem sendo conduzida pode levar a desdobramentos imprevisível para o governo, como a cassação do mandato de quem for eleito

Ex-governador Marcelo Miranda garante que os pré-candidatos de oposição estão unidos em torno de um objetivo comum: vencer o siqueirismo. Há quem negue

Com dois terços da Assembleia Legislativa, o governo tem larga vantagem, mas não tem a vitória garantida na eleição indireta em que os 24 eleitores são também os potenciais candidatos

[caption id="attachment_1949" align="alignleft" width="620"] Foto: Diretoria de Comunicação[/caption]
O deputado Eduardo do Dertins, do PPS (foto), tem grandes possibilidades de ser indicado candidato a vice-governador na chapa de Sandoval Cardoso. Não que seja um bom nome para somar votos, mas porque atende aos interesses do governo de comprometer mais um partido de oposição. A indicação de Dertins pode ainda anular a pré-candidatura do procurador da República Mário Lúcio Avelar, um velho adversário do siqueirismo que deve dispor de artilharia pesada para usar nesta disputa.
Quem torce pela eleição de Dertins é o suplente de deputado Elenil da Penha (PMDB), que em caso de vitória do adversário pode ganhar a oportunidade de exercer oito meses de mandato. Com a oportunidade Elenil ganharia ainda mais força para garantir presença na lista dos novos deputados que vão compor a próxima legislatura.
Do limão a limonada. O ex-governador Marcelo Miranda não podendo combater a propaganda governista que espalha a informação de que ele não será candidato porque está inelegível, resolveu usar a própria campanha como exemplo de que se é temido pelo governo é porque tem condições de disputar as eleições. “Se não posso ser candidato, porque a minha candidatura os preocupa tanto?”, questiona o peemedebista, afirmando que a campanha do governo está ajudando a esclarecer melhor este assunto da elegibilidade.
O ex-governador Marcelo Miranda garantiu em pronunciamento durante seminário realizado pelo PSD em Palmas no final de semana, e que contou com a presença do ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que os candidatos de oposição estão unidos em torno de um projeto de mudança para o Tocantins. Marcelo inclui nesta lista o deputado Marcelo Lelis (PV), o empresário Roberto Pires (PP), o ex-prefeito Paulo Mourão (PT) e o senador Ataídes Oliveira (Pros), além dele próprio.
O deputado Freire Júnior observa que a insegurança jurídica que era privilégio da oposição agora atingiu também o governo. O deputado aponta que a candidatura do governador interino Sandoval Cardoso (SDD) à eleição indireta coloca o governo em situação desconfortável. “Se for candidato Sandoval corre o risco de ter sua eleição contestada, perder o mandato e ficar inelegível”, comenta o parlamentar, informando que a oposição está se preparando para questionar na justiça a candidatura governista.
A tese de que a senadora Kátia Abreu (PMDB), ao indicar o aliado João Oliveira para compor a chapa majoritária de Siqueira Campos em 2010, o fez pensando em “amarrar” o governo, é no mínimo estapafúrdia, para não dizer criativa demais. O que a senadora teria a ganhar com esta estratégia? Na semana passada Kátia revelou que acordo fez para apoiar o ex-governador. “Se o senhor fizer um bom governo eu é que vou apoiar a sua reeleição, e se o senhor não fizer um bom governo eu que não quero o seu apoio”, disse a senadora em resposta à oferta de apoio de Siqueira Campos a sua candidatura a governadora em 2014, que recusou prontamente. A senadora conta que recusou fazer compromisso de apoio com Siqueira porque queria apenas o melhor para o Tocantins. Como não viu resultado foi obrigada a romper.
Não pense que será fácil construir algum entendimento num cenário de incertezas, em que o governo já deu demonstração de que é capaz de tudo e a oposição de que não é capaz de resolver suas pendências internas. E não consegue por quê? Porque o governo tem sido eficiente em plantar obstáculos no caminho dos adversários. A desenvoltura do deputado Júnior Coimbra (PMDB) no combate ao prestígio político do ex-governador Marcelo.