Por Do Leitor

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“Quem plantou ódio nas redes sociais foram os petistas”

Talmon Pinheiro Lima Sobre o Editorial “A ‘prisão’ do jogador Neymar e a ‘morte’ do entertainer Jô Soares” (Jornal Opção 2085), conforme é sabido, quem plantou todo esse ódio disseminado nas redes sociais foram os petistas. Agora, como o jogo virou, qualquer figura pública que se simpatiza por Dilma Rousseff ou pelo partido saboreia o mesmo veneno criado e destilado pelos petistas. Por outro lado, mesmo eu não gostando dela, Jô Soares tem todo o direito de admirá-la. Isso é da essência democrática e deve ser respeitado. Quanto a Neymar, acho hilárias certas análises sobre futebol. Se jogou bem, tudo bem; se jogou mal, as teorias pipocam. Neymar, na mesma semana, passou pelas duas situações. Contra o Peru foi decisivo e encantou. Não ouvi ou li ninguém comentar que ele estaria com problemas com o fisco e a Justiça espanhola. Foi só jogar mal e tudo mudou. Não custa lembrar que vários astros do futebol tiveram problemas fiscais e jurídicos decorrentes de suas contratações: Zico, Maradona, Beckham, Messi e outros, mas não se ouvia dizer que tais problemas afetavam o desempenho deles em campo. A meu ver, Neymar, ainda muito jovem, sofre tremendamente com a responsabilidade que lhe é imposta e às vezes sucumbe. Logicamente, não vai jogar bem sempre. Foi o que deve ter acontecido no jogo contra a Colômbia, lembrando ainda que o estado de ânimo dele certamente foi afetado pela péssima lembrança do jogo da Copa contra a mesma Colômbia e que o alijou daquela competição. Talmon Pinheiro Lima é advogado.

“Iris mantém e até amplia seu séquito”
Donizete Santos No PMDB goiano Iris continua “hors concours”, maior que o próprio partido. O candidato a prefeito será ele ou aquele que ele “ungir” candidato. Podem chamá-lo de idoso, jurássico ou o que quiserem: dará seu último suspiro militando na política onde, com mandato ou sem mandato, mantém, prestigia e até amplia seus correligionários e seguidores. O encontro/congresso do PT, em Salvador, reafirmou a tendência de alianças com o PMDB para as eleições de 2016, o que cacifa a deputada estadual Adriana Accorsi, membro da corrente petista do prefeito Paulo Garcia, que, passadas as intempéries, já começa uma grande e positiva agenda de realizações. Portanto, não me surpreenderia uma chapa PT–PMDB ou PMDB–PT já no primeiro turno.
“Lamento não haver discussão de questões realmente sérias”
Wilson Carlos Basilio A heterogeneidade cultural da nossa população obviamente manifesta-se nos comentários das redes sociais. Só lamento não haver maior unidade nas questões realmente sérias em nosso País — ao invés das discussões predominantes, como religião, crenças, opções sexuais e até, pasmem, tatuagens. Analogicamente, isso seria como preocupar-se, exclusivamente, com a unha encravada de um paciente com prognóstico ruim. Wilson Carlos Basilio é veterinário.
“Malafaias e Sheherazades estão espalhados por aí”
Roberson Guimarães Isso daí tem a ver com os Bol­sonaros, Malafaias, Sheherazades e Majores Araújos que andam espalhados por aí. Reforçados pe­los idiotas que abundam nas redes sociais. Como bem disse Um­berto Eco: “O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a detentor da verdade.” Roberson Guimarães é médico mastologista.
“A educação que ressalta anacronismos é mais aceitável”
Elcival Machado Vivemos em uma sociedade ultraconservadora, sem noção da realidade, onde a maioria expressa suas opiniões com base nos mesmos preconceitos de origem religiosa (principalmente). Muitos não conseguem ter uma visão holística da situação e se perdem na pequenez de seus microcosmos ideológicos tradicionais. Quem está disposto a defender uma educação infantil estribada no respeito às diferenças ? Educação que ressalta e perpetua anacronismos é mais aceitável pelo senso comum. Elcival Machado é sociólogo.

“Um professor de língua deve ser um pesquisador da língua”

[caption id="attachment_38680" align="alignleft" width="620"]Professor Marcos Bagno: entrevista polêmica em debate | Fernando Leite/Jornal Opção Professor Marcos Bagno: entrevista polêmica em debate | Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] LAURA DUARTE Muito boa a entrevista com o professor Marcos Bagno (Jornal Opção 2084), de quem sou fã. Só questionaria dois aspectos. Um é quanto a divisão entre professores e pesquisadores na universidade. Sou formada em letras na USP [Universidade de São Paulo] e agradeço profundamente ao curso justamente por me oferecer os dois tipos de formação. Acredito que, para formar esse tipo de professor — que possa ensinar a usar e a pensar a língua —, é sim necessária uma formação linguística e literária de profundidade que se confunde com o trabalho do pesquisador. Um professor de língua deve ser um pesquisador da língua. Também estudei na Argentina e acho que, apesar da incrível qualidade, falta espaço para o estudo das línguas estrangeiras de forma científica. Quanto às políticas linguísticas do Brasil no exterior, concordo que ainda falta muito. Mas não dá pra esquecer das “Casas do Brasil”, que existem em vários países e promovem o estudo da língua e cultura brasileiras. Laura Duarte é professora. E-mail: [email protected]

“O linguista Bagno é um símbolo do retrocesso”
MOACIR ROMEIRO Gostaria de ter participado da entrevista com o sr. Marcos Bagno, para mostrar as incongruências da fala dele. Na ânsia de defesa de seu discurso corrompido, ele mente para o leitor. As línguas acompanham sempre o progresso ou o retrocesso ideológico e moral dos povos, já disse um excelente escritor; e o linguista Bagno é um símbolo do retrocesso moral e ideológica da sociedade brasileira. Moacir Romeiro é professor. E-mail: [email protected]
“Qualquer tentativa de “filtragem” da rede é censura”
MARCO LEMOS Li o texto “Entre bichas, padres, vadias e sheherazades perdemos o que jamais tivemos: a cidadania” (Jornal Opção 2084) e discordo do articulista Henrique Morgantini. Redes sociais são o que são, não o que desejaríamos que fosse. Portanto, há trigo e joio à vontade, e qualquer tentativa de “filtragem” disso é censura. Tenho como lamentável que a rede se torne terreno de pugilatos ideológicos, mas esse é um ônus da livre manifestação de pensamento. Segundo Rosa Luxemburgo, liberdade é sempre e fundamentalmente a liberdade de quem discorda de nós — e estamos conversados. Os dois casos narrados são apenas expressões de lutas políticas. No caso da vereadora [Tatiana Lemos, do PCdoB], ela se simpatiza com a sexualidade alternativa e quer favorecer os grupos LBGT. No caso do deputado [Major Araújo, deputado estadual pelo PRP], ele quer conferir maior ressonância ao trabalho e às posições da jornalista Rachel Sheherazade, e isto certamente porque ele, deputado, e a jornalista são críticos do PT e da esquerda de um modo geral. O que penso? Ora, a jornalista, de fato, não tem qualquer especial vínculo com Goiás. Mas isso é um problema do deputado e da Assembleia Legislativa. Não me cabe (e acho que a ninguém) achar bom ou ruim uma proposição feita por quem pode fazê-la — e o que os deputados decidirem, contra ou a favor, será isso que vai prevalecer. E fim de papo. De outro lado, sou contra o Estado financiar igrejas, clubes sociais e esportivos, ONGs (afinal, não são elas “não governamentais”?) e entidades de favorecimento a minorias. Não aceito que dinheiro público seja gasto dessa forma. A vereadora é livre para propor o que quiser, e a Câmara está à vontade para deliberar e aprovar ou rejeitar. Se aprovar, a questão passa à alçada do prefeito [Paulo Garcia], que pode sancionar ou não. Intolerância, ódio, hostilidade? Ah, tem demais. Basta, se for o caso, levar o caso à justiça. Marco Lemos é desembargador.

“PT no poder: quem pariu Mateus que o embale”

Donizete Santos Excelente análise do Editorial "PT plantou o discurso do ódio durante anos e agora é quase impossível colher paz" (Jornal Opção 2083). Há muito tempo venho alertando para os riscos deste plantio de "explosivos" sociais que os membros desse partido vêm fazendo sistematicamente. Nunca antes neste País um partido político tentou tanto se confundir com o Estado como o PT faz agora. Está certo o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) em atentar para isso. A índole pacífica do brasileiro cansou do surrado discurso sectário, pregado por décadas pelo PT; enfim, a intolerância ao petismo é a reação "alérgica" ao que o próprio PT enfiou goela abaixo nos brasileiros. Ao ocupar o poder, o partido fez pior que os que sucedeu, pois, na esteira do mar de corrupção e dilapidação do patrimônio público, trouxe de volta a inflação e destruindo a estabilidade econômica duramente conquistada. Quem pariu Mateus que o embale!

“O Brasil é maior que sua causa, sr. deputado”

Nelson Soares dos Santos Leio a nota “Deputado goiano anuncia processo contra transexual crucificada na Parada Gay” (Jornal Opção Online). Parece que todo mundo só quer mesmo colocar lenha na fogueira. Lenha e, pelo jeito, gasolina. A continuar nesse caminho, em breve teremos uma guerra civil. É triste que nossos líderes não percebam para onde estão levando nosso País. Então a guerra da intolerância continua. O que o Brasil não pode concordar, deputado João Campos (PSDB), é com a falta de respeito com sua Constituição. Um deputado que não respeita a condição de Estado laico de nosso País, um deputado que não respeita as minorias, um deputado que incita o ódio e a revolta. O Brasil já não pode concordar nem com a atitude dos homossexuais nem com a atitude de homens como senhor. O Brasil é maior do que a causa gay, o Brasil é maior do que sua causa, deputado João Campos. Nelson Soares dos Santos é professor universitário. E-mail: [email protected]

“Seu trabalho dignifica o Estado”

Sandro Jadir Parabéns, deputado João Campos. Seu trabalho dignifica o Estado de Goiás e o Brasil que não aceita esse tipo de baixaria, de violência, de preconceito, barbárie, com desrespeito total a uma Nação por uma minoria de ativistas que se beneficiam do nosso dinheiro para práticas delituosas como estas. Tentam se fazer de vítimas, deturpando sempre a verdade e os fatos.

“Qualquer sociedade se destruirá pela autofagia”

Serrano Neves Sobre a matéria “O crime do shopping: unindo o pior do homem primitivo e da era tecnológica” (Jornal Opção 2083), o grande problema é que o “desvio sistêmico” virou matéria prima para conquistar audiência. Se numa boiada nelore branca nasce uma rês malhada, a “desviada” precisa ser neutralizada: vai para outro pasto, é vendida, ou vira bife de vitela. Essa inclinação para a “pureza” ou “normalidade” é um impulso natural de sobrevivência: eliminar os mais fracos, os inadaptados e os de qualquer modo “desviados” é uma defesa do sistema. O ser humano tem — igualmente aos irracionais — tal inclinação para a eliminação, mas “briga” consigo mesmo quando isso conflita com a piedade, a misericórdia e os direitos humanos, e tenta fazer os sentimentos humanos prevalecerem quando o “sujeito desviado” está lá, de preferência bem longe, de modo que o desvio não atinja o brigão. Quando o “sujeito desviado” representa o perigo imediato, próximo, presente no cotidiano dos observadores, na melhor das hipóteses “é preciso acabar com isso cobrando dos ‘culpados’ uma providência”. E é isso que alimenta a “datenação” na TV brasileira. No fundo — e não precisa ser tão fundo assim — não queremos melhorar nada, nadinha, porque qualquer melhora coletiva nos obriga à melhora individual. E parar de ver BBB para ler Teilhard de Chardin [padre, filósofo, paleontólogo e escritor francês] nem pensar, pois talvez nem saibamos pronunciar o nome do cidadão. No fundo — e pode ser bem raso —, não queremos ter o cuidado de verificar se tem pedra no saco de feijão que compramos no supermercado, pois é só pôr para cozinhar, comer, quebrar um dente, procurar um advogado e mover uma ação indenizatória, depois de ter passado pelo “Reclame Aqui” e enchido o Facebook de impropérios contra a marca e o mercado. E por que digo que é assim? Digo por conta de ver, dos 12 aos 73 anos de idade, a cada dia as pessoas fazendo menos pelo coletivo e mais por si mesmas; a cada dia cobrando mais que o governo faça por elas o que elas deveriam fazer, mas não têm tempo. Qualquer sociedade racional ou irracional se destruirá pela autofagia, que nada mais é do que matar a fome individual com o sacrifício do entorno coletivo. Para melhorar tal cenário, as ciências, no geral, não produziram nada que funcionasse a contento. Nem as ciências, nem as religiões, nem a ausência delas. Nada mudará, porque não estamos fazendo nada para que melhore. Serrano Neves é procurador de Justiça aposentado.

“Pedido de colégio é patrimonialismo”

Roberson Guimarães Inacreditável [um colégio pedir à Universidade Federal de Goiás (UFG) benefícios para estudantes goianos]. Só pode ser brincadeira. Interessa-me ainda saber quem seria essa horda de invasores estrangeiros capaz de assaltar as vagas do pobres, indefesos e ignorantes estudantes goianos. Mais uma lição do patrimonialismo brasileiro: para mim pode; para os outros, não. Dá nojo. Roberson Guimarães é médico.

“Há um preço a pagar por estar na mídia”

Greice Guerra Eu, particularmente, adoro Roberto Carlos. Adoro suas canções, suas melodias, seu estilo, enfim, para mim ele é o rei da música brasileira, sim. Mas, como no mundo capitalista tudo gira em cima dos negócios e das oportunidades, sempre terá alguém buscando uma forma de atingir seus objetivos particulares. Seja com biografia autorizada ou não, toda pessoa pública e de fama, assim como o “Rei” Roberto Carlos, tem de estar preparada para lidar com este tipo de situação. É o preço da “fama” e do “glamour”, é o preço por estar na mídia. Greice Guerra é economista.

“Que a história de Juliana nos faça repensar esta sociedade violenta”

Jorge Antônio Monteiro de Lima Resolvi, como amigo íntimo de Juliana Paiva e da família, me manifestar sobre a tragédia de que ela foi vítima na sexta-feira, 29, em um shopping. Peço a todos um pouco de reflexão em respeito da família, que sofre muito. Existem crianças envolvidas e o sensacionalismo barato pouco se importa com as pessoas em questão. Por ter profunda ciência de toda a situação, venho me manifestar para tentar pôr termo às especulações baratas dos meios de comunicação e das redes sociais. Os rumos tomados pela imprensa e nas redes sociais com o tradicional sensacionalismo – com distorção da realidade, fofoca virando notícia, muita fantasia, tornando fato o ruído comunicativo – são impressionantes. Existem questões mais importantes a se discutir, como o aumento da violência contra a mulher, do despreparo de profissionais de segurança pública, de como portes de arma têm sido concedidos. Quem vai ser a próxima vitima? Hoje assistimos a mais um caso de mulher assassinada na região de Goiânia. Mais um dado na triste e péssima estatística. Mas por aqui a mulher é desrespeitada diariamente. No caso de minha amiga, ela deixa de ser vítima de uma atrocidade passando a ré: “ela provocou”, o mais típico absurdo deflagrado pelo machismo. Provocou por ser mãe, mulher, professora de dança, tímida, quieta? Ate quando nossa sociedade vai atenuar o estuprador, o que espanca, o que abusa? Conhecia Juliana desde os 4 anos de idade e por ela virei amigo da família. Em 2014, comecei a produzi-la como cantora, em uma segunda atividade que tenho como músico e produtor musical. Fomos bons amigos, conversando muito sobre tudo na vida, sabendo inclusive de seus relacionamentos. A primeira falha de todo o processo de comunicação começa quando o nome de Juliana é trocado por “Bruna”. O segundo absurdo é quando ocorre uma enxurrada de fotos da crueldade, reproduzida à exaustão nas redes sociais, um processo patológico de puro sadismo. Uma doença coletiva de seres humanos que vivem como urubus. Compreendemos que o fato tomou outra proporção pelo grau da tragédia e que isso impressiona as pessoas. Mas confesso-me chocado ao ver boa parte da imprensa embarcar no sensacionalismo sem checar fontes, reproduzindo o senso comum em um enorme ruído regado a sangue e sadismo. Convivi com Juliana por mais de 20 anos. Juliana não namorava o rapaz que a assassinou, como toda a imprensa insiste em repetir. Namoro é convívio pacífico, carinho, amor, respeito. Essa é mais uma história de obsessão patológica, com revolta diante da negativa e da frustração. Ele queria a namorar e ela não queria; por isto ele retirou sua vida, suicidando-se na sequência em ato de puro egoísmo, não pensando em seus próprios filhos, na filha de Juliana, em sua mãe ou em qualquer outra pessoa. Um assassino que é mais um egoísta como milhares que existem por ai. Rapaz problemático, violento, agressivo pouco dado ao respeito com outras pessoas, um indivíduo daqueles que ficam rondando, cercando, estudando os hábitos de sua vítima, em pura obsessão. Tipos que não conseguem estudar, ter carreira e que, pela brutalidade natural, tem vida social complicada. Um homicida nato esperando uma vítima que, infelizmente, foi nossa amiga. Eu, como profissional de saúde, não atenuo nenhum tipo de agressão ou de agressor. Conheço bem essa realidade, por ajudar várias instituições que têm mulheres e crianças como vítimas da violência urbana. O mesmo rapaz dito “bonzinho” com a mãe ou os filhos, com as pessoas na rua, por vezes é um crápula em seus relacionamentos pessoais. O rapaz, para a família da vítima, foi um desconhecido com o qual o convívio não existiu. Era o ser que não passou da porta da rua para dentro de casa, embora a imprensa sem checar as fontes queira dizer o contrário. Sou amigo de Juliana e ela sempre me apresentava seus amigos; na atualidade, estava solteira, mais caseira e quieta, preocupada com o trabalho, em criar sua filha. Aproveito o ensejo desse material para pedir a pais e amigos que jamais aceitem um filho ou filha se envolvendo com tal tipo de pessoa. Não devemos ser coniventes com pessoas que não mostram educação e respeito, cordialidade mostrando um lado violento. Educação deve ser exigida em um relacionamento sadio. O pretendente, homem ou mulher, deve se sentar conosco à mesa e nos olhar nos olhos, conviver, mostrar a que veio. Eu digo ainda que devemos ter tolerância zero com pessoas violentas, homens e mulheres: ao menor sinal de falta de respeito, rever o “relacionamento” e, diante da agressão ou ameaça, denunciar, pedir socorro a parentes e amigos. Juliana era uma pessoa doce, tímida, calma e extremamente reservada com sua vida pessoal. Estava sendo ameaçada há algumas semanas, mas como várias outras mulheres, se calou, achando que sozinha podia contornar a situação, com pena de seu assassino. Quantas outras mulheres não vivem isso? A violência e o silêncio não podem coexistir. Se você for um amigo ou parente, não se cale jamais diante disso – e lamentavelmente existe por aqui muita omissão e silêncio de todos, condenando a figura da mulher como a causadora de toda violência. Essa foi mais uma triste história com o enredo “se você não é minha, não vai ser de mais ninguém”, com pura imaturidade afetiva regada a violência e egoísmo. Mas nossa imprensa “bem informada” disse o contrário, que eram namorados e que tinham bom convívio. Quem convivia com Juliana sabia que, se para ele ela era sua namorada, para ela ele era um estorvo, um cara pegajoso que não largava de seu pé. A doença do querer e não poder. Mas o grave de toda essa história e que merece nossa atenção: o Estado tem parcela de culpa nesse fato. Primeiramente, porque hoje em dia não seleciona mais como deveria os responsáveis pela segurança municipal, estadual, federal. O treinamento rigoroso de uma academia de polícia é substituído por contratações temporárias, com laudos e testes feitos sabe se lá como. Quem foi o psiquiatra ou psicólogo que deu um laudo para este individuo ter porte de arma e integrar forças de segurança? Quantos laudos têm sido fraudados ou comprados no “bacião”, sem avaliação minuciosa? Quem assinou estes laudos exigidos como parte da seleção de um membro das polícias? Por que a imprensa não investiga isso a fundo? Por que as autoridades não responsabilizam tais profissionais que atestam como normal uma pessoa complicada? Quantos outros casos vão acontecer até que tenhamos uma providencia neste sentido? Quanto custa um laudo de sanidade mental para porte de arma? Lecionei vários anos no programa Escola Sem Drogas, para as polícias Militar e Civil. Respeito muito nossas polícias, todavia não respeito o descaso da atualidade. O Estado, para não ter ônus, burla a regra e quer o mais barato, evitando concursos e pondo qualquer um nas guardas. Vemos professores espancados no Paço e ameaças de morte a promotores de Justiça. Quantos vão morrer pelo descaso e descuido na segurança pública? Que toda esta história nos faça rever o quanto nossa sociedade é violenta. Peço às pessoas encarecidamente que poupem a família e as crianças. Oração e serenidade, isso é o que precisamos. Não basta reclamar desse mundo se nos nutrimos dos pedaços de escândalo que reproduzimos, sem reflexão.

Jorge Antonio Monteiro de Lima é analista pesquisador em saúde mental, psicólogo clínico e músico.
 

“O parque do Lago das Rosas está abandonado”

Fernando Henrique F. Machado Sou servidor público e morador do Jardim América. Venho respeitosamente informar o total abandono do Parque Municipal Lago das Rosas, no Setor Oeste. Sem policiamento nem vigilância da Guarda Municipal, consequentemente a esse fato, a iluminação pública das vias internas do parque se encontra bastante prejudicadas, trazendo risco aos frequentadores e transeuntes da região. Nessa localidade estão inúmeros atletas, ciclistas e grupos de caminhada e corrida. Faço parte desse contingente e está ficando praticamente impossível transitar no local, em virtude da escuridão e risco de assaltos. Vale lembrar o que ocorreu no Rio de Janeiro [um médico ciclista foi assassinado nas imediações da Lagoa Rodrigo de Freitas], dos assaltos e mortes lamentavelmente acontecidos. Solicito providências a respeito, que seja determinado o imediato reparo da iluminação e a substituição das lâmpadas queimadas, bem como a presença da Guarda Municipal como forma de restaurar a segurança e tranquilidade do local.
Fernando Henrique F. Machado é servidor público.

“Para quem fabrica placa de ‘aluga-se’ não há crise”

[caption id="attachment_37017" align="alignleft" width="250"]Arranha-céus e crises: há relação? Arranha-céus e crises: há relação?[/caption] Leandro Tex O editorial “Existe correlação entre arranha-céu e crises econômicas e financeiras?” (Jornal Opção 2080) traz uma tese interessante, uma "metáfora gráfica" dos arranha-céus sugerindo a crise econômica. Não tenho dados atualizados, mas somente em Goiânia, há pouco tempo, 9 mil imóveis esperavam por clientes (aluguel e venda). Uma certeza: para quem fabrica placas de aluga-se e vende-se não há crise. Leandro Tex é corretor de imóveis.

“Brasil deveria ser um país com lotes maiores”

João Bosco de Carvalho Eu sou leigo no assunto e aproveito para colocar uma observação um tanto longe, mas que tem algo em comum: o Brasil, em divisão de áreas de loteamentos, seguiu e segue o modelo europeu, ou seja, lotes pequenos (enquanto temos muita terra); já nos Estados Unidos os lotes são grandes, com espaço na frente, laterais e fundo. Como país emergente — e lá atrás, em início de desenvolvimento, pobres —, deveríamos ter áreas maiores que possibilitassem o plantio de hortas que ajudassem na mantença da família. Com o passar dos séculos e os aglomerados dos centros, criou-se a necessidade de construção de arranha-céus visando à proximidade do comércio. Já hoje temos a descentralização, com a autonomia dos setores e bairros, quase que “diversos centros” nas capitais e cidades grandes. Mesmo assim, continuam a fazer loteamentos com pequenas áreas nas periferias, onde uma horta seria de grande utilidade, além de proporcionar uma qualidade de vida melhor. Na produção de automóveis, foi o inverso, temos carros enormes “tamanho EUA”, digamos. E é raro ver um carrão com mais de um ou dois passageiros. João Bosco de Carvalho Freire é advogado.

“Se isso não for bolha, não sei como se chama”

Alberto Nery dos Santos Um ótimo texto que deu um passeio desde a famosa bolha imobiliária até o discutido a respeito do nosso Código de Posturas. Não acredito que haja a maldição dos arranha-céus. O que existe é que os empresários da construção civil foram com muita sede ao pote e valorizaram demasiadamente as obras; o povo não tem dinheiro nem os bancos estão dispostos a emprestar porque ninguém pode ter certeza de que vai cumprir seus compromissos. Mas que a coisa está ficando feia está. Ontem mesmo um corretor me ligou dizendo que o apartamento que ele havia me mostrado há alguns meses por R$ 270 mil agora está valendo R$ 215 mil. Se isso não for bolha imobiliária, não sei como se chama. E-mail: [email protected]

“Histórias sinistras em livro sobre o lado sujo do futebol”

bolasFrancisco Ferraz Muito bom o livro “O Lado Sujo do Futebol — A Trama de Propinas, Negociatas e Traições Que Abalou o Esporte Mais Popular do Mundo”, resenhado por Euler de França Belém para a coluna “Imprensa” (Jornal Opção 2026)! Além da morte da amante do ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, têm histórias sinistras com J. Hawilla [empresário e dono da Traffic Sports], com Sandro Rosell [ex-presidente do Barcelona], com a escória engravatada cinco estrelas do mundo do futebol e com as várias offshores envolvidas. E sabe o que é melhor? Tudo documentado — o que contrasta com o padrão Veja de jornalismo (sic). Francisco Ferraz é professor.

Obrigada por tudo, Carlos Sena

Viviânia Medeiros Apaixonei-me pela obra de Carlos Sena quando eu ainda era pequena, criança mesmo. Lembro das vernissages no Teatro Goiânia. Aquelas mulheres brancas, com corpos magros e expressões tão marcadas me chamaram muito a atenção. As telas muito coloridas sempre, e cheias de detalhes. Até mesmo um simples papel de parede tomava outra dimensão pelos olhos de Carlos Sena. Anos mais tarde, uma década mais ou menos, meu irmão, Valmer Araujo Medeiros, decidiu fazer Artes Visuais na Universidade Federal de Goiás (UFG). E eis que fiquei bem mais perto daquela arte que eu conhecera pelas telas de Carlos Sena. Muita luz, tranquilidade e excelente retorno à pátria celeste. Obrigada por tudo. Viviânia Medeiros é jornalista.

“Muito cedo para morrer uma pessoa de raro talento”
Maria José Silva Grande perda a morte de Carlos Sena. Apesar de a arte dele manter-se viva, sua presença fará falta pelo educador e artista que foi. Sessenta e dois anos é muito cedo para uma pessoa de raro talento morrer. Maria José Silva é jornalista.
“Sempre um inovador criativo”
Aunersa Lima Fui colega de turma de Carlos Sena, de 1978 a 1982, no Instituto de Artes da Universidade Federal de Goiás (UFG), que ficava na Praça Universitária, e de cuja turma saíram grandes artistas plásticos. Tínhamos grandes professores, como Cleia Costa, Maria Guilhermina, Cleber Gouveia, Maria Veiga etc. Carlos sempre foi um criativo inovador. Fará falta. Aunersa Lima é consultora do Sebrae em marketing e vendas.
“Descanse em paz”
Joca Lima Fui aluno dele. Graças a seus ensinamentos, em 1998, quando ingressei no curso de Artes da FAV [Faculdade de Artes Visuais da UFG], chegou a dizer que tinha já “estilo” de desenhar. Figuraça com a maiúsculo esse cara! Na defesa de meu trabalho de conclusão de curso (TCC), Sena disse que, “além do belo trabalho pictórico, o seu texto também é belíssimo, revelando o seu lado de jornalista”. Fui à loucura. Descanse em paz, nos esperando no calabouço do tempo. Joca Lima é jornalista, cantor e compositor.
“O brasileiro tem mania de denegrir suas expressões culturais”
Otavio Henrique Soares Brandão Lamentável a pintura o que foi feita em um prédio do Centro Cultural Oscar Niemeyer — e põe lamentável nisto. Tive a honra de ser convidado para realizar o concerto de abertura do Qwartz 2009, realizado na emblemática Coupole Niemeyer, em Paris. Verifiquei o respeito e admiração que a cultura francesa tem com o dr. Oscar. Ele é considerado em nível internacional um dos gênios do século 20. Qualquer intervenção em uma obra sua só poderia ter alguma justificativa se fosse realizada por gênios da altura do Niemeyer, como, por exemplo, Picasso [Pablo Picasso, pintor espanhol modernista]. O brasileiro, como afirmava o saudoso Nelson Rodrigues [jornalista e escritor], tem mania de denegrir suas expressões culturais e, no caso, a maior delas, que é o nosso Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho. Em Paris isto seria caso de polícia, seria o mesmo que pichar o Louvre [museu]. E creio que no Brasil também, porque não tenho conhecimento de nenhuma obra de Niemeyer pichada no Brasil. Em todo lugar do mundo as obras do dr. Oscar são consideradas como monumentos. Otavio Henrique Soares Brandão é maestro.
“B. B. King foi imensurável e incomparável”
Adalberto de Queiroz “E cada época reinventa o artista, a partir de novos padrões, os do momento, o que não significa um rompimento com a forma original, e sim, às vezes, uma expansão artística (ressalte-se que não há progressão linear na música).” Nada mais acertado como juízo de valor projetado ao futuro do que esse trecho do texto da coluna “Imprensa” sobre B. B. King [Jornal Opção Online, “B. B. King era o Louis Armstrong do blues, um verdadeiro rei, com súditos como Eric Clapton”]. Concordo com o crítico de “O Globo”, citado pelo jornalista Euler de França Belém, que diz “uma guitarra pungente com vibratos cintilantes e a voz marcante que expressava luxúria, saudade e amor perdido”. A história da música, da música em geral, certamente consagrará B. B. King como um dos grandes. Imensurável, incomparável, B. B. King repouse em paz!
“Cargo comissionado é dinheiro jogado no ralo”
João Paulo Silveira Sobre a nota “Deputado tucano nomeia cunhada para cargo comissionado de R$ 3 mil” (Jornal Opção Online), assessores e secretários parlamentares são, em sua maioria, sujeitos cuja capacidade técnica é inferior à disposição e paixão política. São militantes profissionais e muitos têm forte aspiração política. Dinheiro do contribuinte jogado no ralo e que só serve para preservar e projetar grupos políticos, chacareiros locais e demais sujeitos que, como essa mulher [Susie Gomes, cunhada do deputado Iso Moreira], querem se manter vinculados ao poder. E-mail: [email protected]
“Para quem fabrica placa de ‘aluga-se’ não há crise”
Leandro Tex O editorial “Existe correlação entre arranha-céu e crises econômicas e financeiras?” (Jornal Opção 2080) traz uma tese interessante, uma "metáfora gráfica" dos arranha-céus sugerindo a crise econômica. Não tenho dados atualizados, mas somente em Goiânia, há pouco tempo, 9 mil imóveis esperavam por clientes (aluguel e venda). Uma certeza: para quem fabrica placas de aluga-se e vende-se não há crise. Leandro Tex é corretor de imóveis.
“Brasil deveria ser um país com lotes maiores”
João Bosco de Carvalho Freire Eu sou leigo no assunto e aproveito para colocar uma observação um tanto longe, mas que tem algo em comum: o Brasil, em divisão de áreas de loteamentos, seguiu e segue o modelo europeu, ou seja, lotes pequenos (enquanto temos muita terra); já nos Estados Unidos os lotes são grandes, com espaço na frente, laterais e fundo. Como país emergente — e lá atrás, em início de desenvolvimento, pobres —, deveríamos ter áreas maiores que possibilitassem o plantio de hortas que ajudassem na mantença da família. Com o passar dos séculos e os aglomerados dos centros, criou-se a necessidade de construção de arranha-céus visando à proximidade do comércio. Já hoje temos a descentralização, com a autonomia dos setores e bairros, quase que “diversos centros” nas capitais e cidades grandes. Mesmo assim, continuam a fazer loteamentos com pequenas áreas nas periferias, onde uma horta seria de grande utilidade, além de proporcionar uma qualidade de vida melhor. Na produção de automóveis, foi o inverso, temos carros enormes “tamanho EUA”, digamos. E é raro ver um carrão com mais de um ou dois passageiros. João Bosco de Carvalho Freire é advogado.
“Se isso não for bolha, não sei como se chama”
Alberto Nery dos Santos Um ótimo texto que deu um passeio desde a famosa bolha imobiliária até o discutido a respeito do nosso Código de Posturas. Não acredito que haja a maldição dos arranha-céus. O que existe é que os empresários da construção civil foram com muita sede ao pote e valorizaram demasiadamente as obras; o povo não tem dinheiro nem os bancos estão dispostos a emprestar porque ninguém pode ter certeza de que vai cumprir seus compromissos. Mas que a coisa está ficando feia está. Ontem mesmo um corretor me ligou dizendo que o apartamento que ele havia me mostrado há alguns meses por R$ 270 mil agora está valendo R$ 215 mil. Se isso não for bolha imobiliária, não sei como se chama. E-mail: [email protected]
“Poderemos ter um estoque de apartamentos”
Everaldo Leite A bolha no Brasil foi de crédito, o que elevou os preços dos imóveis (demanda maior que a oferta). Agora vai cair, pelo menos até um limite. Se não vender, virará um estoque de apartamentos espalhado pelas cidades. Everaldo Leite é economista e professor.

“Novo Código Ambiental será avanço para políticas públicas para Goiânia”

[caption id="attachment_35641" align="alignright" width="620"]Biólogo Pedro Baima delineia itens importantes do Código Ambiental de Goiânia, como a proteção aos cursos d’água Biólogo Pedro Baima delineia itens importantes do Código Ambiental de Goiânia, como a proteção aos cursos d’água[/caption] Pedro Baima O Código Ambiental de Goiâ­nia — ou Consolidação das Leis Ambientais, como tem sido chamado — que está pronto para ser enviado à Câmara, representa um avanço para as políticas públicas ambientais da capital. Nos bastidores, representou o encontro de duas gerações de burocratas e especialistas, uma mais experiente, com nomes respeitadíssimos e com importantes trabalhos prestados a nossa cidade, e outra, de qual faço parte, que chega com vontade, novas ideias e provocações. Como disse Che Guevara, “ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética”. E essa frase sem dúvida explicita muitos debates travados pelo Grupo de Trabalho no Conselho Municipal de Meio Ambiente, que nos reuniu e nos incumbiu da tarefa de finalmente construir um conjunto de normas que consolidasse as leis ambientais dessa metrópole chamada de “sustentável”. Um longo e entusiasmante trabalho. Dessa experiência, destaco dois pontos para ilustrar a transição que está por trás desse projeto de lei e que representam as transformações que a sociedade experimenta ao longo do tempo em um determinado espaço, o Planalto Central brasileiro das últimas décadas. O primeiro ponto é a proposição de um novo conceito de sustentabilidade logo nos princípios da lei, na luta pela superação do conceito universalizante de Brundtland [relatório, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento em 1987], que separa o homem da natureza, coloca nossa espécie em nível evolutivo acima das demais e que, ao longo do último século, legitimou a destruição e degradação ambiental em alta escala em nome do desenvolvimento tido sustentável. Preferiu-se a sustentabilidade ambiental, entendida como o conjunto de ações e atividades que pressupõe indissociáveis os problemas sociais e os problemas ambientais, uma vez que o ambiente é o resultado de decisões e ações sociais, permeado, portanto, por processos socioculturais, físicos e biológicos passíveis de mudança. Um conceito que procura fugir do economicismo que se sobrepõe a qualquer outro pilar da sustentabilidade e escamoteia mecanismos de degradação ambiental e precarização das condições de vida de minorias da sociedade, normalmente mais expostas à poluição e à contaminação da água e do solo. Em contrapartida, a nova lei ainda não consegue superar definitivamente os interesses imobiliários que lançam seus olhares para a zona rural urbana, isto é, as áreas rurais que estão dentro da metrópole, que embora muita gente não perceba, ainda procuram sobreviver ao “desenvolvimento” obtuso da modernização, como o conhecemos. Com a justificativa de que as áreas rurais devem ser disciplinadas pelo governo federal, mantém um vácuo que permite a degradação ambiental de matas, corpos d’água e nascentes, afugenta os animais para a cidade em busca de abrigo e expulsa as famílias de pequenos produtores rurais em nome do crescimento econômico de investidores e grandes indústrias estrangeiras. Dessa maneira, continuamos a esperar que essas pessoas venham buscar melhores condições de vida nas cidades, onde a competição é desigual para suas aptidões, onde o tempo e as relações sociais são diferentes, deixando que muitas vezes acabem engrossando as estatísticas de violência e de marginalidade, sobrevivendo em péssimas condições de vida escondidas na escuridão das periferias ou às vezes expostas em muitos semáforos da cidade. Essa visão dicotômica insiste em desconsiderar que o rural e o urbano formam um sistema, um dependendo do outro, e que o urbano só tem a ganhar com a permanência do rural e suas famílias. E se chamarem Goiânia de “fazenda asfaltada”, tenha orgulho: é sinal de que nosso desenvolvimento garantirá água, e tudo que vem com ela no futuro. Pedro Baima é biólogo, cientista social, mestrando em Antropologia Social, gerente de manejo de resíduos sólidos da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma) e integrante do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).

“Uma pena que o menor não seja incentivado a trabalhar”
Antônio Luiz Teixeira Sou pai e bem vivido, fui trabalhar cedo e sempre estudei. Trabalhava de dia e estudava à noite; meu trabalho era no comércio, não é mole fazer as duas coisas, mas meus pais sempre me incentivavam a trabalhar e estudar. Hoje, o menor não é incentivado para um ofício. Hoje, existe o menor aprendiz, em que, a meu ver, não aprende quase nada. Dar emprego a um menor é proibido, o Ministério do Trabalho cai em cima das empresas. Os governos municipais no último ano do ensino fundamental deveriam realizar palestras nas escolas sobre tóxicos e suas consequências, doenças sexualmente transmissíveis etc. O jovem seria mais bem preparado ao sair da escola e poderia passar para outros jovens o bom aprendizado. Quanto diminuir a idade dos infratores para sofrer penalidades mais severas, eu concordo, mas temos de discutir mais o assunto, por exemplo, sobre como seria essas avaliações e punições. Antonio Luiz Teixeira é consultor de segurança do trabalho. E-mail: [email protected]
“Otávio Lage foi desafeto político de Henrique Santillo”
otavio_lage_2Reinaldo Assis Pantaleão Lendo a coluna “Basti­do­res” (Jornal Opção 2077), fica uma dúvida: quando se refere ao ex-governador Henrique Santillo, o governador Marco­ni Perillo (PSDB) sempre se recorda que ali esteve sua inspiração na carreira política. A­gora, pela primeira vez, ele diz que o ex-governador Otávio La­ge, desafeto político de San­tillo, também é sua inspiração — lembrando que Henrique foi um duro crítico político daquilo que defendia Otávio. Reinaldo Assis Pantaleão é professor e líder comunitário.
“Dilma, um grande erro do PT”
Manuel Ferreira Lendo o artigo “Dilma ‘piscou’” (Jornal Opção 2077), de Afonso Lopes, isso é a consequência de colocar uma pessoa sem a mínima condição política para governar. Sem jeito, sem capacidade de agregar forças a sua volta. Foi um grande erro do PT ter colocado uma liderança tão insossa no cargo mais alto e representativo do partido. E-mail: [email protected]
“Caminhões de refrigerante infrigem leis de trânsito”
Giovanni Rocco É impressionante o desrespeito com que caminhões de carga, especialmente os dos refrigerantes Coca-Cola, ocupam impunemente esquinas e faixas de pedestre em Goiânia. A fiscalização da Prefeitura precisa estar mais atenta a esse absurdo. Giovanni Rocco é comerciante. E-mail: [email protected]

Por que tirar do clube uma área que está sendo bem cuidada?

Carlos Mario Em relação à matéria “Clube Jaó e Estado travam batalha na Justiça por 400 mil m² de área pública” (Jornal Opção 2078), digo que sou associado do clube Jaó desde menino. A ação antes pertencente à minha mãe agora me pertence. Já se vão quase 40 anos. Nesse tempo todo, a área em questão nunca diminui de tamanho ou teve outro uso que não fosse a preservação. Se como está dito no artigo — que há interesse da Segplan em fazer um parque dentro da área —, que ela continue nas mãos do clube que, ao meu ver, vem fazendo bom uso do terreno em questão. Quem passa do Setor Santa Genoveva para a Rodovia BR-153, fazendo como atalho o trecho que passa na frente do TCU pode ver como a área é bem cuidada: apresenta uma matinha bem densa e, se a pessoa tiver tempo, observará também a diversidade de pássaros e outros animais residentes ali dentro. Então, pergunto: por que tirar do clube a gestão da área, se o Estado não tem condições para gerir a mesma com o mesmo cuidado com que o clube vem fazendo há 40 anos? E-mail: [email protected]

“O poder público não vislumbra meio ambiente”

Adalberto Campo A área verde não deve ficar nas mãos do Jaó, mas a verdade é que a primeira coisa que o Estado de Goiás fará é um estudo pra saber quanto vale a área e, depois, vender para uma construtora de condomínio horizontal. O Estado não vislumbra meio ambiente, mas somente lucro. Aliás, diga-se de passagem, isso é um mal dos entes públicos, senão todos municípios protegeriam pelo menos 50 metros de mata próximo de córregos e rios dentro da cidade. Mas o que vemos aqui são dois shoppings dentro de córregos e vários setores aonde as casas vão até dentro dos mesmos. Acham que no futuro terão como reverter. Ou que se danem seus descendentes. E-mail: [email protected]

“Que o Pangloss de Dilma esteja certo”

Layout 1Adalberto de Queiroz A respeito do editorial “PT está destruindo a Petrobrás, a gigante criada por Getúlio Vargas” (Jornal Opção 2077), que a Petrobrás, fruto do sonho nacionalista e da personalidade autoritária, não faça agora como fez na era FHC: denunciar jornalistas ao invés de fazer a boa gestão da sua cozinha — seus secos & molhados internos. E que o “Pangloss” da Dilma esteja certo em seu otimismo bilionário, haja vista que afirmou: “Na semana passada, Aldemir Bendine — não tem a ver com Arturo Bandini, personagem do romance “Pergunte ao Pó”, de John Fante; a única afinidade é que a estatal do petróleo está virando pó —, presidente da Petrobrás, divulgou o prejuízo da empresa em 2014. Anote: R$ 21,6 bilhões de reais. Leia sobretudo a palavra “bilhões”. Trata-se do primeiro prejuízo em 24 anos. Para piorar o quadro financeiro e sua imagem no país e no exterior — afinal, a empresa tem ações comercializadas na bolsa de valores —, admitiu-se, por fim, que a corrupção retirou R$ 6,2 bilhões do caixa da estatal...” A “malícia realista” que a raposa política Tancredo Neves disse dirigir o ato do ditador Vargas não seja agora vitoriosa na tese do Imperador do Bananão que disse, recentemente, sem o otimismo ingênuo do Pangloss que “o mensalão não existiu” e que a Petrobrás tem que ser “defendida”. Como assim, cara-pálida, defendida de quem? Dos bilionários “sócios” que abastecem campanhas ou do raso pensamento nacional-populista, que tem a hegemonia da política nacional? A polêmica está lançada. Adalberto de Queiroz é jornalista e escritor. E-mail: [email protected]

“1º de maio: simbologia para todos os dias”
Cíntia Dias Perdoe-me a nostalgia, mas tenho mais saudade do que não vivi. Este momento histórico retrógrado na moral e aguçado na violência não me alenta.  Eu ando pelas ruas e não vejo flores. Assisto TV, leio os jornais e acompanho as notícias que não me alimentam. Não compartilho o discurso do ódio. A história da sociedade “moderna” esta sendo construída dia a dia. Não só pelo parlamentar religioso que defende a pena de morte, ou os moralistas que aceitam concessões ao trabalho escravo, ou o defensor da família que não respeita as escolhas do próximo. Mas todos nós de braços cruzados ou não. É, minha gente, somos sujeitos históricos desta escrita, a responsabilidade também é nossa. Depende da nossa participação nas questões coletivas. Isto mesmo: participação. Há duas semanas trabalhadores ocuparam as principais ruas das capitais do Brasil para lutar, mais uma vez, pela manutenção dos direitos conquistados. Esses homens e mulheres têm rostos, sonhos, esperança, mas principalmente sabedoria. E sabem o quanto é danoso uma bancada “BBB”, de viés altamente “(des)moralista” e conservadores “discutindo” e aprovando os projetos contratrabalhistas (PL-4330, a PEC 369, MP 664 e 665 e tantos outros). Os trabalhadores brasileiros conhecem a dura realidade de governos e congressos patronais. Por isso, sabem que os dias de luta estão só recomeçando. Nesses movimentos e manifestações, a classe se distancia do conceito de “massa” e tende a enxergar além das amarras da alienação imposta pela situação da conveniência. Algo benéfico neste contexto, porque intelectual orgânico se forja nas lutas e pelas lutas. A classe trabalhadora tem consciência e está atenta aos cordeiros vestidos de carneirinhos. E como a barriga não dói só uma vez, “dará a César o que é de César”, porque isso, meus amigos, é História. O 1º de maio é uma vez ao ano, mas sua simbologia reflete-se em todos os dias. Sem descansos, façamos da luta nosso instrumento cada vez mais inabalável. Unidos rompemos as barreiras dos retrocessos. Por avanços nas conquistas, estamos nas lutas porque “direito se defende, não se entrega”. Cíntia Dias é cientista social.

“Quem transgrediu a lei, de ambos os lados, deve ser responsabilizado”

Elias Coelho Em relação à nota “Servidores da Educação são feridos em confronto com a Guarda Civil” (Jornal Opção Online), eu tenho uma função que de certa forma educa e reprime. O Estado de Direito foi criado pela própria sociedade e é este corpo abstrato e ao mesmo tempo subjetivo, que tem sua função de acomodar a sociedade, cuidar, zelar e manter em ordem, para que seja possível esse tal de Estado de Direito usar e cria seus meios para reprimir e conduzir os cidadãos. No entanto, a Guarda Municipal é um dos meios criados para que possa exercer seu poder. Se houve uma ordem partida do poder público, ela deve ser obedecida; se assim não for, passa a ser contrária à lei e o poder público utilizará todo o poder necessário para que a sociedade respeite e volte a normalidade. Quando foi dada a ordem conforme relatado e não foi obedecida, houve o uso da força embora não observamos neste relato nenhuma fala do agente acusado e só observamos as supostas vítimas. Mas algo escuso aconteceu e, se houve abuso, com certeza será averiguado e os culpados serão punidos. Mas a razão deverá ser buscada de forma esclarecida nas leis e quem transgrediu a lei deve, sim, ser responsabilizado em ambos os lados. E-mail: [email protected]

“Incorporação da bicicleta ao sistema de transporte de forma adequada”
Fernando Chapadeiro Excelente texto, a matéria “Andar de bicicleta é coisa de pobre: uma prova do atraso na mentalidade do brasileiro (e do goiano)” (Jornal Opção 2074). Parabéns ao jornalista Elder Dias por sentir e apresentar a bicicleta como modo de transporte viável para Goiânia. É necessário compreender as características locais, respeitando-as, para a incorporação da bicicleta no sistema de transporte, de forma adequada. Porém, quanto às limitações ao uso das bicicletas em Goiânia, observa-se uma tendência em dar valor extremo às desvantagens, consideradas por muitos como problemas. Todavia essa valoração parte normalmente de não usuários da bicicleta ou ainda daqueles que a utilizam forma esporádica. Muitas vezes as pessoas concentram-se nos casos em que a bicicleta não é possível, em vez de onde é possível. Fernando Chapadeiro é professor universitário.
“Vamos praticar a educação”
Adnaldo Malta Não defendo nem a Prefeitura nem os funcionários públicos. Mas as negociações deveriam ser feitas educadamente. Quaisquer tipos de agressão ou de insulto são atitudes de ignorantes, de pessoas sem educação. Acordem, professores, estamos em 2015, vamos praticar a educação. E-mail: [email protected]
“Guardas são despreparados e de baixa instrução”
Ricardo Rezende de Morais Os guardas municipais são na sua maioria despreparados. O grau de instrução deles é baixo e a falta de treinamento é enorme. Talvez por isso eles bateram nos responsáveis pelo ensino. Ricardo Rezende de Morais é perito criminal.
“Invadir local restrito não iria dar certo”
Otoniel Morais Essa ideia de invadir local restrito não tinha como dar certo. Questão de boa educação não entrar sem ser convidado. Lamentável. O grande culpado é o prefeito. E-mail: [email protected]
 “Solução para Goiânia não é ciclovia”
Debson Duarte Com o sol que brilha no Brasil e o calor que faz no Estado de Goiás — e quando chove é trovoada —, bicicleta é mesmo transporte pra este País? Acho que não, precisamos solucionar nossos problemas de forma original. Cópias aqui viram piada. Sobre o trecho “É o caso da capital goiana. Ironicamente, um olhar sobre o relevo goianiense deixa bem claro: 99% das vias da cidade são amplamente favoráveis ao uso da bicicleta como meio de transporte”, até podemos ter relevo favorável, mas o clima simplesmente impossibilita qualquer pessoa com uma cabeça sã optar por bicicleta no lugar de carro. A saída para melhorar o trânsito em Goiânia com certeza absoluta não é copiar ciclovias, mas sim investir em soluções que atentem para suas características particulares. E-mail: [email protected]

Fim das coligações proporcionais consolidará sistema partidário

José Carlos da Silva Quando o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) totalizou os votos de 2014, muitos se indignaram: como Jorge Kajuru (PRP), com 106.291, não foi eleito, e Pedro Chaves (PMDB), com 77.925, foi? Essa mágica tem nome: coligações proporcionais. Trata-se de uma distorção do sistema eleitoral. O fenômeno Tiririca (PR-SP), ocorrido em 2010, nos mostra claramente como se dá essa aberração. Já aprovada em segunda votação no Senado, a proposta de emenda constitucional (PEC) da reforma política da Câmara dos Deputados pode, se aprovada e devidamente sancionada, pôr fim a esse problema. Pela proposta, os partidos não poderão mais compor chapas conjuntas nas eleições de vereador e deputado. Uma iniciativa que tem seu lado positivo. Ao proibir as coligações ao Legislativo, o projeto força as siglas a apresentar chapas puras. Caso não invistam nisso, podem ficar sem representação. Isso contribuirá para o fim das “legendas de aluguel”, forçando a aproximação dos partidos com as bases eleitorais, o que consolidará o sistema partidário. Não posso afirmar que essa mudança será levada a efeito. Apesar de bem aceita pelos partidos grandes, a PEC pode ter dificuldades de ser aprovada. Partidos menores, como o PR e o PCdoB, podem se unir com os pequenos e criarem resistência — e uma PEC precisa de três quintos dos votos para ser aprovada (maioria qualificada). Para o relator Henrique Fontana (PT-RS), a proposta é equilibrada, e respeita, sim, os partidos pequenos, mas que deixa um recado tácito a eles: vocês precisam ter uma cara própria. Sendo otimista, vislumbro a necessidade de os partidos reverem suas estratégias eleitorais. Hoje todas as siglas se baseiam na regra das coligações para definir chapas. Essa estratégia pode significar um aumento no número de cadeiras, mas também o risco iminente de um partido menor ter um candidato recordista de voto. Para legendas menores com um nome forte em potencial, se aliar a partidos fortes é a chance de eleger um representante sem precisar formar chapa. O PTB lançou só quatro candidatos a deputado federal, mas contava com Jovair Arantes. Com isso, elegeu seu candidato sem precisar de quociente eleitoral – o mínimo de votos necessários para conquistar uma vaga no Legislativo Federal. Em Goiás, tivemos vários exemplos que podem ser considerados bons e ruins. Sérgio Bravo (Pros) foi eleito deputado estadual com o menor número de votos (8.607). Enquanto isso, ficaram de fora Júlio da Retifica, Vitor Priori e Daniel Messac (todos do PSDB) e Waguinho – (PMDB), com uma votação acima de 23 mil. Apesar das vantagens da coligação proporcional, o PHS e o PSL, considerados nanicos, tiveram sucesso usando uma estratégia oposta. Sem tradição na política estadual, conseguiram chapas quase completas. Com o “voto de formiga” de pequenas lideranças, com 200 a 1,5 mil votos, ambos atingiram quociente eleitoral sem precisar de coligações, elegendo dois deputados cada: pelo PHS, Chiquinho de Oliveira e Jean Carlo; pelo PSL, Lucas Calil e Santana Gomes. Todos com menos votos do que muitos suplentes de partidos mais tradicionais. Resumindo o fim das coligações tem como pontos positivos o seguinte: acaba com a distorção de se votar em um partido e eleger candidatos de outra legenda; pode reduzir o número e “legendas de aluguel”, forçando a fusão ou a extinção de partidos pouco representativos no país; acaba com coligações de ocasião, montadas com fins exclusivamente de estratégia eleitoral; e exige que os partidos busquem candidatos viáveis, forçando maior diálogo com as bases. Esse ponto é apenas uma das questões a serem debatidas no aprimoramento do sistema eleitoral. É palmilhando entre várias ideias que construiremos uma democracia verdadeira que faça prevalecer de a vontade do eleitor. José Carlos da Silva é psicólogo especialista em Gestão de Pessoas, secretário-geral da Associação dos Servidores da Guarda Municipal de Goiânia e secretário-geral do Partido Social Liberal (PSL) em Goiás. E-mail: [email protected].

“Eu me frustrei bastante com a presidente”

Manuel Ferreira Muito bacana a análise “Vai piorar mais”, de Cezar Santos (Jornal Opção 2072). Com efeito, a presidente Dilma Rousseff já desperdiçou muito (e muito) tempo para remediar a crise. Preocupada — e a serviço do marqueteiro — em transmitir mentiras, deixou o tempo passar. Agora não consegue mais esconder a própria mentira nem consegue apoio para resolver a situação caótica do país. Também me frustrei bastante com a presidente. Imaginava que ela, ao primeiro mandato, diminuiria o perfil populista de seu antecessor [Lula] e aplicaria um perfil mais técnico e pragmático. No entanto, ela se revelou muito contaminada com alinhamentos ideológicos e sem perfil gerencial. Está aí: estamos pagando por sua ideologia. E-mail: [email protected]

“Preocupação midiática de divulgar a parte podre”

Antonio Alves Reforma fiscal, aumento da alíquota do Imposto de Renda, corte de verbas, incoerência entre governo e promessas de campanha, burocracia para concessão do crédito educativo, manifestações de rua e a tentativa de colar o rótulo de mais de 500 anos de corrupção na imagem do PT. Tudo isso leva à falta de popularidade do governo. Há uma preocupação midiática de divulgar para o mundo a parte podre da Nação. Enquanto isso estiver em destaque, a tendência é a fuga do capital que gera emprego e movimenta a economia do País. E-mail: [email protected]

“Simve era um absurdo inconstitucional”

Roberson Guimarães Ainda nos resta alguma esperança. É absurda a vigência de um “pro­grama” claramente inconstitucional como esse. O governador Mar­coni Perillo e seu secretário de Se­gurança Pública [Joaquim Mes­qui­ta] pisaram na Constituição Federal para tocar esse serviço absurdo. Roberson Guimarães é médico titular do Serviço de Mastologia na Associação de Combate ao Câncer em Goiás (ACCG).

“Assim com Aécio como com Lula”

Antonio Alves Antes de ser eleito, Lula também esteve com a eleição ganha por três vezes, faltando um ano para o dia das eleições. Assim será com Aécio, quando chegar o dia da eleição: em 2018, vai aparecer um para ganhar dele. Quem sabe lá pela quarta vez ele ganha?! E-mail: [email protected]

“Que virem moda as denúncias contra as velhas raposas”

Fábio Borges A respeito da nota “Demós­tenes rebate Caiado: ‘minha agonia está no fim, a dele apenas começando’” (Jornal Opção Online), que a verdade venha a tona, pois é dela, somente dela, que o País inteiro carece. Que vire moda as denúncias contra as velhas raposas e também contra seus filhotes; que se quebrem os ciclos corruptos que estragam a sociedade e jogam a Nação em um abismo cada vez mais profundo.

“Divaldo Franco e a doutrina espírita”

Pedro Basseto O programa “Fantástico”, da TV Globo, apresentou recentemente uma reportagem com o admirável divulgador, palestrante e médium Divaldo Franco, o qual é o fundador deste grande movimento espírita, denominado Mansão do Caminho — uma alusão às “Casas do Caminho” nome dado às igrejas do cristianismo primitivo, pelos discípulos de Jesus. Vendo a reportagem, podemos ver e constatar que, enquanto a maioria das religiões se preocupa em construir templos suntuosos, a doutrina espírita se preocupa em fazer o bem indistintamente, construindo escolas, creches, asilos, hospitais, orfanatos etc., oferecendo tudo gratuitamente aos necessitados, atendendo assim aos ensinamentos de Jesus — quando diz “Tu­do o que fizeres a um dos meus ir­mãos mais pequeninos, a mim estará fazendo” — e como Allan Kardec também nos ensinou que “fora da caridade não há salvação”. E-mail: [email protected]

“Cadeira levada por alunos da UFG expõe insegurança no campus da PUC-GO”

  THAÍS MORAES Sobre a nota “Alunos das faculdades de Direito da UFG e da PUC brigam por uma cadeira. A guerra está declarada” (Jornal Opção Online, coluna “Bastido­res”), primeiramente tenho algumas preocupações para revelar. De fato reconheço o espanto ao me deparar com essa situação. Por um lado, um objeto levado de um ambiente privado sem autorização e, de outro lado, uma verdadeira “festa” ao receber tal objeto, inclusive com a participação de renomados professores, como se estivessem comemorando o que, em minha opinião, não passa de “justiça com as próprias mãos”. E, explico, seja lá qual o motivo daquela cadeira ter passado os últimos anos no CACB [Centro Acadêmico Clóvis Bevilácqua, da Faculdade de Direito da PUC-GO], com absoluta certeza, não é legal invadir o espaço físico e retomá-la sem ordem judicial ou uma mera autorização dos responsáveis. Por outro lado, a circunstância a qual a cadeira foi levada e a facilidade para que isso acontecesse me preocupa ainda mais, pois levanta mais uma vez o importante debate a respeito da segurança dos alunos da PUC no Campus V. Até quando seremos vítimas de furtos dentro da universidade sem que a reitoria tome medidas efetivas? Não bastassem os carros serem levados do estacionamento, os cotidianos furtos de celulares nas salas de aula, agora até patrimônio do CACB estão conseguindo levar? Qual é o problema da segurança do Campus V, se temos uma boa quantidade de guardas e câmeras espalhadas por todo lado? Se há uma coisa que pode ser proveitosa nesse caso é a oportunidade de “chacoalhar” de vez a Reitoria da PUC e fazê-los tirar as nádegas das cadeiras para discutir com a comunidade acadêmica qual a melhor solução para resolver esse notório problema na segurança do Campus V. Ah, sobre a cadeira? Sou da opinião que o tempo será a melhor resposta para esse caso, já que as medidas cabíveis já estão sendo tomadas. Thaís Moraes é estudante de Direito na Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO).  

“Cadeira é bem público e não tem usucapião”

ROGER KUHN O CACB considera um crime a restituição de um bem público fruto de um crime pretérito. As informações deveriam ser complementadas com o argumento utilizado pelos dirigentes do CACB utilizaram pra tentar reaver o bem: que eles teriam o direito de usucapião sobre a cadeira! Além de cúmplices de um crime, são desconhecedores da lei, pois a cadeira é um bem público e, portanto, não é passível de usucapião! Voltem para a faculdade e para os livros. Roger Kuhn é advogado, formado em Direito pela Universidade Federal de Goiás. E-mail: [email protected]  

“Corrupção só é investigada porque o PT está no poder”

SÍLVIO MIGUEL GOMES Está havendo investigação sobre um escândalo de corrupção no Brasil somente porque o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff são do PT. Isso já ocorreu no passado, é normal no Brasil. A grande imprensa não foi contra Getúlio Vargas por causa da ditadura e depois por causa da corrupção: a verdade é que os direitos trabalhistas é a grande mágoa dos barões da imprensa. Se Dilma cair, não tenho a menor dúvida de que os processos serão arquivados, como foram os das operações Satiagraha, Castelo de Areia e outros que envolviam “gente nossa/nossos amigos/aliados”. Para saber sobre os governos FHC leiam Delfim Netto [economista, político e ex-ministro]. O Brasil simplesmente quebrou e a frase de Delfim define bem: “FCH vendeu as joias da família e ficou devendo mais ainda.” Passamos por uma crise que atingiu toda a humanidade com situação de quase pleno emprego e com toda a grande imprensa querendo destruir o País juntamente com certa elite. Mas as grande obras estão em andamento. E-mail: [email protected]

FHC e Lula: um venceu o outro, o outro venceu o um. Agora os dois podem perder

[caption id="attachment_30692" align="alignnone" width="620"]Lula, o sapo, e FHC, o príncipe: ambos expressões da mesma mágica | Foto: Ricardo Stuckert / PR Lula, o sapo, e FHC, o príncipe: ambos expressões da mesma mágica | Foto: Ricardo Stuckert / PR[/caption] Marcelo Brice É conhecida a foto na qual aparecem FHC e Lula em 1978 entregando jornal em porta de fábrica no ABC paulista, lutando pela redemocratização, contra a política trabalhista da indústria automobilística, em específico, e contra as relações entre capital e trabalho no Brasil, no geral. Há na historiografia da ciência política ótimos trabalhos sobre a relação político-ideológica da redemocratização e desses personagens. Não é à toa que eles estivessem tão próximos na retomada da democracia brasileira. Era o que tinha para o momento, fruto do contexto pré-golpe e do próprio golpe. A exacerbação da luta política no regime militar fez com que as forças do período republicano no Brasil se digladiassem ao ponto de se destruir, enquanto protagonismo. A aliança, sempre oportunista, entre liberais e conservadores, a conciliação entre populismo e coronelismo — instigando novas formas de acomodação popular —, a ilusão modernizadora, advinda de um ideal ainda positivista e a formatação do Estado em suas técnicas necessárias ao desenvolvimento, maneira estratégica de pautar a integração da situação dependente brasileira, conseguiram forjar uma necessidade urgente de mudança. Em alguns momentos da nossa história o rompante circunstancial da população foi adequado aos desejos profundos da trajetória política das elites. O tempo atual tinha tudo para ser desse tipo, se não fosse o fato da conjunção estar baseada em antipatia pessoal, em raiva eleitoral, em configuração pelo espaço de luta circunscrito do poder. É tudo verdade o que causa antipatia e chateação com os mandos e desmandos, mas não deve ser suficiente para a alteração da ordem. Querer não é poder. Não no mundo dos jogos políticos. O problema político-institucional sobre a saída ou não da Dilma é um falso problema! Os destinos institucionais da aparelhagem política que toma conta do Estado brasileiro perderam várias chances de melhores rumos. Ficamos, com isso, relegados a ser farelo para as peças de xadrez do cenário atual. A aliança com os militares para as eleições indiretas é prova disso. Ansiosos pela sua vez, os bons democratas da época não quiseram perceber que a ditadura não se sustentava mais e acharam por bem um acordo (uma engenharia política, como disse Sarney em artigo recente) para tornar possível a eleição de um progressista, que era Tancredo àquela altura. Nos anos 80, Lula e FHC representavam, como veio a se concretizar depois, o máximo de seus grupos e classes sociais. FHC, o príncipe, e Lula, o sapo, duas expressões da mesma mágica. Fizeram disso a arma da vaidade. Digladiaram, um venceu o outro, o outro venceu o um, agora os dois podem perder. É inegável que o PT e o PSDB têm uma aproximação ideológica, que em alguns vieses se distinguiram, o apelo social e o apelo econômico marcaram essa diferença, mas era sempre a aliança entre capital e trabalho. Também sabemos que, em termos institucionais, tecnocráticos, as duas estruturas são as mais sofisticadas, avançadas até (pode-se questionar), e preparadas para lidar com as demandas e ideias a respeito da atuação do Estado. A história que se deve contar é a de dois partidos que esqueceram os trabalhadores, o social e a democracia, de um distanciamento feroz da sociedade civil, dos movimentos sociais, da inteligência humana, para entregar, tudo e a todos, ao que há de mais repugnante, desqualificado e monstruoso na esfera política nacional: o fisiologismo epidêmico e endógeno de estruturas partidárias como PMDB, PP, PTB e afins. Gostaram desse sentido de familiocracia. Não dialogaram, talvez tenham perdido o bonde (sendo pessimista) e as esperanças recaem onde sempre deveriam estar, em uma nova visão de mundo, que varra as oligarquias do mapa. Afirmar e radicalizar a democracia e as alternativas, e não o golpismo. Nem a tecnocracia, nem o mandonismo! Marcelo Brice, sociólogo, é doutorando em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e professor da Universidade Federal do Tocantins (UFT).

“O governo do PT está tomando de volta tudo que deu para a sociedade nos últimos anos”

Layout 1Greice Guerra Concordo plenamente com o artigo que a revista The Econo­mist publicou e foi tema do Editorial do Jornal Opção da última edição [“The Economist diz que culpado de o Brasil estar no atoleiro é o governo da presidente Dilma Rousseff”, edição 2069]. O Brasil vem sofrendo uma estagnação no setor produtivo desde 2009. A presidente afirmava o tempo todo que iria terminar o mandato com uma taxa Selic com apenas um dígito. Aconteceu totalmente ao contrário: terminou o mandato com taxa de dois dígitos e um pouco mais. Isso significa inflação, perda do poder aquisitivo, favorecimento do capital especulativo, encolhimento do setor produtivo da economia, desemprego, arrocho fiscal e monetário. Sem falar na queda dos investimentos. Além disso, a situação escandalosa da Petrobrás e todos os atos de corrupção contribuem ainda mais para o descrédito do governo. O País vive um difícil momento econômico. Tudo que o governo petista deu para a sociedade e, principalmente, para a classe trabalhadora nestes últimos anos está tomando de volta em forma de aumento de impostos, energia, combustível e inflação dos alimentos. Na realidade, está fazendo a sociedade pagar a conta de suas corrupções. Em 2008, a bolsa não parava de subir, mesmo com a crise mundial e com a questão do “subprime” americano, que, de certa forma, favoreceu os Brics [sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul]. O que mais puxava o Ibo­vespa [índice da Bolsa de Valores de São Paulo] para cima eram as ações da Petrobrás, com a tal da descoberta do pré-sal. Onde está o pré-sal hoje? A Bolsa desaba quase todos os dias por causa dos escândalos da estatal. E o pior: ainda temos quatro anos pela frente com esse governo. Concordo também com a revista quando fala que nossas leis trabalhistas são arcaicas. São mesmo. Esse “manto trabalhista” para o menor é uma das razões do nosso atraso, deveria ser repensada. Resta-nos acreditar e trabalhar. Greice Guerra é economista.  

“Agora somos a Geni na imprensa internacional”

Jeferson de Castro Vieira Li o texto da revista “The Eco­nomist” na quinta-feira, 26. Tra­duziria como “Brasil no atoleiro”. Duro pra caramba. Es­cu­la­cha com o Brasil como um ti­tâ­nico que afunda. Acho que ela foi longe demais. Não somos uma Argentina, uma Venezuela ou algo que o valha. A publicação vai na mesma linha do “New York Times”. Agora somos a Geni na imprensa internacional. Sou de um estilo mais conciliador: bato e assopro com os fatos. Jeferson de Castro Vieira é economista.  

“Texto que não se prende ao narrativismo”

Ana Paula Mota O texto “Espetáculo mergulha em Guimarães Rosa, escorrendo literatura e dança pelos palcos” [Jornal Opção 2069, caderno Opção Cultu­ral] é surpreendente! Parabéns ao jornal por criar esta justaposição entre jornalismo e arte. Parabéns ao jornalista Yago Rodri­gues Alvim, por tecer um texto que não se prende ao narrativismo de algo que vai acontecer. E-mail: [email protected]  

rico“Serei sempre fã de José Rico”

Anderson Maurício O meu amigo José Rico vai morar com Deus, ele também. Assim como escreveu na canção em que homenageou o grande campeão Ayrton Senna [“Herói da Veloci­dade”], é com muita tristeza que vejo esta notícia. Fui, sou e sempre serei incondicionalmente fã da dupla. Tenho certeza de que a música perde mais um de seus grandes ídolos. José Rico tratava as­sim a arte, sempre colocando aqueles que já nos deixaram, os grandes talentos, à frente. Que o grande Pai onipotente o receba de braços abertos. Vai com Deus, Zum [apelido com que José Rico chamava as pessoas e também era chamado por elas], fico aqui ouvindo suas músicas e lembrando com muito pesar suas canções escritas e interpretadas. Nossos sentimentos a toda a família e que o seu parceiro Milionário tenha força para seguir o destino que escolher. E-mail: [email protected]  

“Sua voz jamais se calará”

Carlos e Crystie É com profunda tristeza que postamos aqui nossa singela homenagem ao grande Zé Rico. Que você seja recebido pelos anjos do Bem. Sua voz jamais se calará. Seu estilo é só seu. Seu romantismo marcou muito para tantos casais, tantas pessoas. Perdemos uma grande estrela, um grande homem. Referência musical incomparável e insubstituível. Muito tristes! Carlos e Crystie são uma dupla sertaneja de São Paulo.  

tadeu“Professor Tadeu Arrais deu aula de gestão”

Maria Ester de Souza Perfeito posicionamento do professor Tadeu Alencar Arrais na entrevista intitulada “A administração de Goiânia erra por não parar para se pensar” [Jor­nal Opção 2069]. Aula de geografia, aula de gestão. Parabéns! Maria Ester de Souza é ar­quiteta e membro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). E-mail: [email protected]  

“Conhecimento sobre Goiânia”

Alberto Nery O professor Tadeu Arrais deu uma aula de conhecimento sobre Goiânia. Mostrou que conhece bem nossa cidade e seus problemas. Pena que nossos vereadores, com exceção dos três ou quatro por ele citados, desconhecem nossa capital. E-mail: [email protected]  

“Sem afetação nem pedantismo de acadêmicos”

Talmon Pinheiro Lima Gostei muito da entrevista do professor Tadeu. Ele discorreu com conhecimento e propriedade sobre os problemas de Goiânia, sem aquela afetação e pedantismo típicos de acadêmicos, e demonstrou ideias viáveis para melhorar a cidade. Parabéns. Talmon Pinheiro Lima é advogado.