Por Henrique Morgantini

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A campanha que insiste em não começar

Partidos e possíveis candidatos estão quietos, “deitados em berço esplêndido” em relação ao pleito do ano que vem

Na política, isolar-se é mais impróprio que um incesto

Caso do deputado Waldir Soares, que ameaça um voo solo e independente rumo ao Paço Municipal, é recorrente e o fim é sempre o mesmo: ser engolido pelo violento sistema político

Rincón pode pavimentar mais que estradas: pode construir seu caminho ao Paço Municipal

Presidente da Agetop é o único pré-candidato que tem, de fato, o que apresentar aos goianienses

Água para os municípios: uma saída para o governo e para a população

Há solução para o problema de falta de abastecimento em algumas cidades? agua Na dinâmica do pensamento linear da opinião pública, um exemplo sempre sucede outro idêntico. Quando do surgimento do caso da Petrobrás, batizado no marketing político da imprensa de Petrolão, surgiu no embalo a sugestão de que igual ou ainda pior que este caso seria/será o do BNDES. É tão mais uma questão de torcida e exercício da tão presente ciência fantástica da futurologia que propriamente uma análise. Ao mesmo passo, há em Goiás quem afirme que a Saneago é a próxima Celg. Empresas goianas, geridas por gestões políticas desde a sua fundação, as responsáveis por abastecimento de energia e água agonizam. A primeira em situação mais avançada, já um passo à frente do cenário periclitante. Já a Saneago vem sofrendo com a ausência de investimentos, sejam quaisquer os agentes responsáveis. Afirmar que a Saneago é a Nova Celg em termos de falência em prestação de serviços pode ser torcida também, no entanto, a diferença do primeiro exemplo para este é que o cidadão goiano sente no seu cotidiano a recorrente falta de água e tratamento de esgoto. Todos os anos é a mesma agonia: por dias e às vezes semanas conseguir sobreviver sem um fio de água nas torneiras. É preciso ressaltar que, diferente das gestões políticas, as responsabilidades não devem ser politizadas. O Governo Marconi Perillo, que alternou brevemente com Alcides Rodrigues, está no comando destas empresas há 15 anos. Isto é fato. Porém, antes dele, os governos do PMDB, entre Henrique Santillo, Iris e Maguito também deram a sua contribuição para tudo o que é bônus e ônus neste cenário. Portanto, para longe das atribuições políticas, é preciso levantar um histórico do que trouxe estas estatais à condição em que se encontram. O fato é que o debate sobre a municipalização da água – e logicamente todas as suas responsabilidades – sempre foi recorrente. Alguns municípios usaram este tema como cabo-de-guerra contra governos, como aconteceu em Catalão no início dos anos 2000, que foi um exemplo que funcionou. Por lá, o debate levou de fato à municipalização. Em Anápolis, bem maior que qualquer outro município do interior e responsável por representativa parte da receita da Saneago, a discussão trouxe um caos à cidade. O ex-prefeito Ernani de Paula, hoje tentando voltar à cena política da cidade, afirma que foi perseguido por Marconi Perillo por conta da sua tese de municipalização. Dar exclusividade a isso é um exagero típicos de discursos políticos, no entanto, é inegável que retirar a receita que Anápolis dá à Saneago é um golpe na estatal. Da mesma forma como anualmente manter a lamentável tradição de falta d’água em dezenas de bairros por dias e semanas é igualmente sofrível. É um golpe na população que acredita que seus governantes irão resolver seus problemas e dificuldades. O que surge de novo neste horizonte é que pela primeira vez há uma sinalização do governo de Goiás em entregar a gestão e a captação de recursos para os municípios. A informação surge em um histriônico tom de ameaça. Setores do governo informam que caberia às prefeituras a árdua – e quase sempre inócua – missão de captar recursos junto aos ministérios do governo federal para investir no aprimoramento da captação, tratamento e abastecimento de água. Certamente que Chapadão do Céu, Anhanguera, ou mesmo tímidos municípios com maior número de habitantes veem este ensaio de medida como o que ela é: uma ameaça. A situação não se repetiria em cidades como Anápolis, Aparecida e algumas dezenas de outras que repassam suas receitas à Saneago, mas que não recebem o investimento do mesmo montante em suas estruturas. Com a receita disponibilizada pela arrecadação mensal dos anapolinos reinvestida na infraestrutura de Anápolis, seria possível equacionar as demandas atuais. Em Anápolis, já se tem notícia de que não falta água, mas, sim, estrutura e engenharia adequada para promover o abastecimento. A água literalmente não consegue chegar às torneiras e, para solucionar isso, é feito um sistema de rodízio das bombas. Como resultados, grupos de bairros ficam disputando a água num ciclo de, no mínimo, três dias. Resumo da Ópera: quem teve água na segunda só voltará a vê-la nas torneiras ou chuveiros lá pela sexta. É preciso livrar este debate do teor político, do uso deste discurso como uma derrota para um grupo ou meio de ataque de outro. Acima deste pensamento está a população que seca na umidade saárica do planalto central e sem ter a chance do mínimo: abrir a torneira e ver água sair. Portanto, se levado adiante, este processo de municipalização pode ser encarado como uma medida de modernização da gestão da água e não como uma derrota ou símbolo de quaisquer incompetências com a gestão da empresa. Afinal, se responsabilizados, todos os governos e gestores da estatal tem suas digitais e DNA representados. Colocar a culpa em um único nome ou grupo é esquecer a população e usar o adversário como escada para seguir ludibriando. No caso de cidades menores, cujas condições estão distantes de qualquer possiblidade de iniciar um investimento ou mesmo cuja chance de captação de verbas, podem ser criados grupos coletivos de municípios. Com a divisão das responsabilidades e a gestão independente, o governo pode facilmente ser desonerado desta incumbência que parece trazer mais incômodos que resultados efetivos. A proposta seria como uma privatização em esferas, ou seja, deixaria de ser uma missão do Estado para passar às mãos dos municípios. A Saneago, remodelada e enxuta, pode tornar-se a agência reguladora e gestoras destes modelos e até mesmo estabelecer um contrato com as cidades reunidas ou, no caso, com os municípios que assumirem seu abastecimento de forma independente. Caso dê continuidade ao que hoje parece mais uma ameaça ou um ensaio de proposta, o atual governo de Goiás pode ser protagonista de uma inovação cujo modelo certamente servirá de exemplo a outros Estados, assim como já existem referências de que Goiás exportou expertise em gestão pública e aplicação de recursos. A esperança é que, nesta direção ou em outra, algo seja criado para colocar um fim na triste tradição seca que anualmente afeta casas, famílias, comércios e indústrias: a falta de abastecimento.

Magda Mofatto ataca outra vez

A defesa de um posicionamento retrógrado é parte legítima da chamada democracia representativa, mas as explicações cometidas pela deputada goiana beiram a ofensa e o preconceito

PMDB: entre a sorte do incerto e a mesmice da tragédia

Partido chega ao momento de optar por renovação ou continuísmo de ideias que o tem levado às derrotas

Anápolis e a gestão que paralisa os adversários

[caption id="attachment_47458" align="alignleft" width="620"]Prefeito João Gomes: milhas  à frente dos possíveis adversários na disputa  pela prefeitura Prefeito João Gomes: milhas à frente dos possíveis adversários na disputa
pela prefeitura[/caption] Enquanto o clima em Goiânia é efervescente no cenário político, com direito ao suspense acerca da confirmação da candidatura de Iris Rezende e a organização dos demais candidatos que tentam desmentir a franca preferência do eleitor goianiense pelo peemedebista, em Anápolis, o tic-tac do compasso de espera pode ser ouvido a ecoar ao longe. A diferença principal entre os dois cenários já é, de partida, pelo tipo de disputa a ser concebida nas suas praças. Se em Goiânia, o jogo está aberto e a sucessão é compulsória, em Anápolis o prefeito petista João Gomes é o adversário a ser batido. Com direito a concorrer numa reeleição — a última prevista em lei — Gomes é o único candidato já fechado em seu partido e, de fato, é o principal nome. Se Iris é tido como o franco favorito, João Gomes está milhas à frente de seus adversários. E um dos principais motivos é: João Gomes nem sequer sabe quem são os seus concorrentes. O marasmo político anapolino é, em grande parte, fruto de um competente trabalho político desenvolvido pelo grupo que vem comandando a administração desde 2009. Quando João Gomes ainda era vice-prefeito e Antônio Gomide estava à frente, ambos já circulavam nos meios políticos apaziguando, pregando a união e abrindo espaços dentro da administração a todos os partidos. Até mesmo o DEM chegou a ter cargos na Prefeitura de Anápolis. Para uma cidade acostumada com gestões conturbadas, conflitantes e baseadas no discurso “nós contra eles”, o gesto paralisou os movimentos oposicionistas. E é neste mar congelado que, hoje, este grupo que tem João Gomes à frente, surfa com serenidade: a ausência de líderes oposicionistas em outras legendas na cidade fez com que o desenvolvimento de nomes competitivos ficasse limitado. Outro ponto fundamental é que a neutralização da oposição deu-se pela forma como o eleitor espera que seja: não pela força, pela opressão, mas pelo resultado do trabalho administrativo. A cidade passou por uma transformação estrutural e de mentalidade. O golpe de autoestima permitiu que o anapolino voltasse a defender sua terra sem constrangimento. O volume exponencial de obras, bem como o atendimento de demandas e superação de compromissos feitos em campanha (foram prometidas 5 mil moradias populares e este número hoje ultrapassa a casa das 7 mil unidades) inibiu a criação de um grupo opositor com um discurso forte. Os que se lançaram contra a gestão, criticaram o excesso de parques e praças construídos, ou a existência de muita água como ornamento destes espaços naturais. Enfim, a sublimação do inócuo. João Gomes tem a gestão ao seu lado. Já está devidamente acostumado ao “ser prefeito” em todas as vicissitudes e delícias deste conceito. Trabalha por talento nato o diálogo com todos. É evangélico, empresário e petista, mas transita com facilidade e naturalidade em todas as vertentes contrárias a suas crenças e ideologias. João fala a língua do povo porque tem a origem popular. Foi engraxate, lavador de carros no centro de Goiânia e veio para a Anápolis abrir uma empresa aos 18 anos. É um currículo de vida difícil de ser comparado. Tecnicamente, como gestor, já deixou sua marca. Se havia a dúvida sobre uma eventual queda no ritmo das obras, o prefeito mostrou serviço. Tem realizado com celeridade e resultado. A atual administração tem tocado obras, inaugurado escolas, postos de saúde, hospital e parques. Tem aberto novos projetos que estão em execução na cidade. Politicamente, a intimidade do João Go­mes em­presário e lí­der classista — bem antes de pensar em se tornar vice-prefeito — com o atual governador (na época em que ainda era deputado e postulante a candidato) facilitam sua vida. Mesmo de partidos diametralmente opostos, Perillo e Gomes conversam com tranquilidade, o que torna a cada dia mais improvável uma investida milionária e politicamente atroz de Marconi na cidade contra a reeleição de João Gomes. Em 2012, Perillo já tirou o pé do acelerador na cidade, deixando o caminho ainda mais livre para Antônio Gomide. Difícil imaginar um cenário em que ocorra algo diferente disso. Pesa contra Gomes o que pesa contra qualquer filiado ao PT: o processo já vicioso de desconstrução da legenda no Brasil. É grife, sinônimo de inteligência e conhecimento político falar mal do PT. Portanto, haverá – de fato – uma afetação de todos os candidatos do PT em 2016 por conta disto. No entanto, já ficou recorrentemente comprovado que uma gestão nacional positiva não salva uma municipal negativa. Bem como o inverso também não se toca ou se influencia. Nem mesmo no ninho tucano anapolino, local propício para a proliferação de discursos oposicionistas, a movimentação é digna de quem quer entrar para valer no embate de projetos com o atual prefeito. Fernando Cunha, Ridoval Chiareloto e Frederico Jayme — três dos possíveis nomes a candidatos do PSDB — são próximos de João Gomes. Cunha não tem qualquer constrangimento em visitar o gabinete municipal, na semana passada lá esteve para o anúncio do projeto do Daia 2, Chiareloto é amigo de Gomes há 30 anos quando ambos adotaram Aná­polis como sua terra. Por fim, Frederico Jayme que nem sequer se dispôs a filiar-se ao PSDB para enfrentar João Gomes. Destoa deste grupo tucano o deputado Alexandre Baldy. O parlamentar não possui sequer ligação com a cidade de Anápolis quanto menos com o atual prefeito. Distante do discurso e da realidade local, Baldy anunciou que é, sim, pré-candidato à Prefeitura de Anápolis. O deputado tem a pretensão de lançar-se candidato ao Governo do Estado e, para isso, precisa encontrar uma cidade que lhe seja sua sede política. Escolheu Anápolis pela facilidade de montar este discurso por intermédio do sogro, Marcelo Limírio, um anapolino nacionalmente conhecido. Baldy, como agente público, tem a necessidade de demarcar espaço e por esta razão tem de afirmar que é candidato em sua cidade. O que acontece é que o projeto de candidatura é um negócio de imenso risco ao jovem deputado cujas pretensões estão no Palácio das Esmeraldas. Pode concorrer e perder. E assim irá para o fim da fila na disputa pela vaga de candidato, afinal, se perdeu em sua própria cidade, como pode angariar apoio para tomar Goiás para si? Ao concorrer e perder, Baldy também perde a virgindade da derrota. Chega ao pleito de 2018 com um fracasso e não com uma expectativa da surpresa do novo. Se vencer, Baldy dificilmente encontrará discurso para abandonar a prefeitura com um ano e meio de gestão para tocar um novo projeto. Quem dá as costas para a cidade não pode querer cuidar do Estado. Baldy é a principal aposta do ex-prefeito Ernani de Paula, que volta à cidade depois de 12 anos e anuncia ser candidato a vereador. Deve ser ele o principal apoiador do projeto de Baldy porque, assim como Ernani foi para Anápolis, Baldy representa o Novo. Seria um Ernani de Paula 2.0. Neste sentido, é natural que seja demarcado espaço, mas que mais à frente Alexandre Baldy recue pela própria vontade de Perillo em não rivalizar com Gomes pela cidade. Se é diálogo que ele precisa e acesso político fácil à cidade, ele já possui isso com o petista. Há quem aposte que a afinidade e confiança de Marconi com João Gomes é infinitas vezes maior que com o jovem Baldy. Mas aí já são sussurros de bastidores. O fato é que hoje a cidade vivencia seu momento administrativo sem sequer se esquentar quanto ao debate político. E nomes se organizam lentamente para montar um discurso que contenha crítica e projeto ao mesmo tempo. Por enquanto, ninguém se apresentou.

Na velocidade das candidaturas, PSDB de Anápolis vai de 0 a 4 postulantes

Partido tem potencial e conhece bem o município, mas até o momento lhe falta um bom nome para concretizar os planos da legenda

Pela indignação de tudo o que termina em pizza, #SomosTodosPipa

Vereadores afastados pela Justiça, mas inocentados por colegas. A notícia da semana foi em Morrinhos, mas a cidade não é a única a presenciar esse tipo de situação

“Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” na sucessão goianiense

Semana foi pródiga em lances que podem influenciar diretamente o pleito na capital em 2016

Auge do embate entre o velho e o novo acontece em 2016

Eleição nos EUA vai confrontar a memória sobre os tempos de Clinton e a herança deixada por Obama

A hérnia de disco arranhado de Ronaldo Caiado

Com a corrupção do PT, políticos de uma direita velha como o senador do DEM ganham espaço