Por Euler de França Belém

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Jornal Opção faz 39 anos com mais de meio milhão de acessos por semana

[caption id="attachment_24573" align="alignleft" width="620"]Patrícia Moraes Machado e Herbert Moraes: jornalistas e empresários responsáveis pelo amplo e histórico sucesso editorial do Jornal Opção / Foto: Fernando Leite/Jornal Opção Patrícia Moraes Machado e Herbert Moraes: jornalistas e empresários responsáveis pelo amplo e histórico sucesso editorial do Jornal Opção / Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption] Não é qualquer dia que um jornal (ou uma empresa) completa 39 anos, quase meio século. O Jornal Opção, que fez 39 anos na semana passada, é uma criação do jornalista e economista Herbert de Moraes, hoje dirigido por sua filha, a jornalista Patrícia Mo­raes Machado. Leitor da imprensa al­ternativa, aquela que combatia a ditadura com inteligência, coragem e talento, o jornalista decidiu criar, não um simulacro, mas um jornal ativo, regional mas sem perder a universalidade. Criado nos tempos da ditadura, que na época tinha 11 anos, o jornalismo comandado por Herbert Moraes enfrentava sua fúria ao fazer reportagens e análises inteligentes e sutis. Talvez tenha sido o jornal goiano que percebeu a oportunidade da distensão/Abertura, do governo Geisel ao governo Figueiredo, com mais perspicácia. Publicou reportagens questionadoras e abriu amplo espaço àqueles que defendiam a Anistia dos presos e dos exilados políticos. Hoje, como antes, o forte do Jornal Opção é sua capacidade analítica. Durante a campanha eleitoral, enquanto as oposições combatiam um governador Marconi Perillo “mutante”, sem compreendê-lo, o jornal apresentou algumas ideias que nortearam o debate. Primeiro, o jornal disse que Marconi estava recuperando sua popularidade por intermédio da gestão. De fato, o gestor recuperou o político e, em seguida, o político potencializou o gestor. Segundo, o jornal frisou que Iris Rezende era o opositor “adequado” para o tucano-chefe. Por­que, além de não ganhar dele, impedia a ascensão dos novos, dada sua es­trutura partidária e nome cristalizado. Marconi Perillo derrotou Iris Re­zende, mas foi este quem derrotou Vanderlan Cardoso e Antônio Gomide. As 39 anos, com corpinho de 20, quer dizer, sempre novo, o Jornal Opção mantém o semanário impresso e o Jornal Opção Online. Na semana passada, o jornal obteve 526.605 visualizações únicas — mais de meio milhão. O Jornal Opção se tornou um veículo de dimensão nacional. Na semana passada, obteve alta visualização nas principais cidades do país: São Paulo (só a capital) — 65 mil; Rio de Janeiro — 51.072; Brasília — 24.783; Belo Horizonte — 22.579; Porto Alegre — 12.920. Em Goiânia, sua base, foram 113.690 visualizações.

“Alzheimer” do Vaticano quase levou o padre Marcelo Rossi ao suicídio

marcelo rossiQuando o papa Francisco diz que há um “terrorismo do falatório” na Igreja Católica, nas suas várias seções, deve-se admitir que Marcelo Rossi, um padre pop, que canta e escreve livros, é uma de suas vítimas. Um bispo encaminhou “documentação” para o Vaticano informando que o religioso brasileiro “desvirtuava” a liturgia católica ao se apresentar como um pop star. Como a sanha persecutória existe em qualquer lugar, o Vaticano iniciou uma investigação das ações de Marcelo Rossi. Durante o processo, em que várias pessoas foram ouvidas, novos documentos foram apresentados, e imagens do padre em programas de televisão foram enviadas para a Itália. Depois de gastar dinheiro, e de deixar o padre doente — sofreu depressão, ficou magérrimo e chegou a pensar em suicídio —, o Vaticano descobriu o óbvio: Marcelo Rossi não oferecia risco algum à liturgia católica. Marcelo Rossi é o típico religioso que — apesar de aparecer muito, por ser um comunicador nato — nada tem a ver com ideologias de esquerda e de direita. É um tradicionalista que usa meios modernos para se comunicar com os fieis.

Papa Francisco, que mais atualiza do que muda a Igreja Católica, aponta suas doenças

papa-francisco-3 O surpreendente papa Francisco apresenta-se, ao dizer que a Cúria sofre de “Alzheimer espiritual”, como uma espécie de psicanalista ou psiquiatra dos homens da Igreja Católica. Há doenças incrustadas nas estruturas da Igreja Católica, sempre perniciosas, frisou o papa. Francisco fala em 15 doenças, apontando o “terrorismo do falatório”, “esquizofrenia existencial”, “exibicionismo mundano”, “narcisismo falso” e “rivalidades pela glória”. Setores conservadores da Igreja Católica começam a atacar o papa, às vezes não de maneira frontal. Os mais cautelosos sugerem que as ideias de Francisco têm sido distorcidas, para torná-lo, junto com a Igreja, mais progressista do que, de fato, é. Um religioso chegou a dizer que a Igreja está uma “bagunça”. Porém, o que parece caos, caos não é. O papa Francisco está implantando uma mentalidade mais arejada na Igreja Católica, atualizando-a, mas sem mudá-la nos seus valores básicos, que são religiosos e humanistas.

Quebra de sigilo telefônico de jornal vai espantar fontes em todo o País

O jornal “Diário da Região”, de São José do Rio Preto (SP), e a TV Tem, afiliada da Rede Globo, tiveram acesso ao processo e transcrições de escutas telefônicas de denúncias sobre corrupção na Delegacia Regional do Trabalho em Rio Preto. As denúncias eram verdadeiras — funcionários anularam multas trabalhistas e fiscalizações após receber propinas — e foram publicadas. Porém, por discordar do vazamento das informações, a Procuradoria da República pediu a quebra de sigilo telefônico do jornal. A Procuradoria da República quer saber qual ou quais são as fontes que vazaram as informações. A Justiça avaliou como correto o pedido do procurador Svamer Cordeiro e mandou quebrar o sigilo telefônico. O jornal entrou com mandado de segurança no Tribunal Regional Federal (TRF). Por lei, a imprensa tem o direito de preservar suas fontes, por isso os jornalistas decidiram não revelar o nome do autor ou autores do vazamento. “O jornal não concorda de maneira alguma [com a ação da Procuradoria da Repú­blica]. Nós [imprensa] temos um direito de sigilo a fonte, garantido pela Constituição”, disse o editor-chefe do “Diário da Região”, Fabrício Carareto. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo frisa que é “inconstitucional” a decisão da Justiça “e uma afronta ao exercício pleno de liberdade de expressão e jornalística”. A As­sociação Brasileira de Jornalismo Investigativo diz que é “uma afronta não só à prerrogativa constitucional do sigilo da fonte, mas à própria liberdade de expressão e de imprensa”. Em nota, a Abraji acrescenta que a preservação da fonte é um “instrumento constitucional para assegurar um direito humano fundamental no Estado Democrático de Direito, que é o da liberdade de imprensa”. O diretor-executivo da Associação Nacional de Jornais, Ricardo Pedreira, considera “absurda” a quebra do sigilo telefônico. “A própria Constituição garante que o jornalista tem o direito de informar dados de processos sigilosos, inclusive há decisões do Supremo Tribunal Federal a respeito disso”, afirmou o dirigente da ANJ ao Portal Imprensa. Se a Procuradoria da Repú­blica ganhar a batalha, poucas fontes vão repassar informações confidenciais para a imprensa.

“Depressão” de Dilma Rousseff sugere que não tem como escapar do cerco corrupto

A presidente Dilma Rousseff passa a impressão de que está deprimida. É uma depressão diferente, de matiz político. A presidente, mais lulista do que petista, está cercada por uma máfia de desonestidade, mas permanece honesta. Está sob cerco, não da oposição, e sim de um esquema corrupto, que não criou e não aprova. Mas do qual não pode se libertar. É prisioneira de seu governo. Quando chorou durante a divulgação do relatório da Comissão Nacional da Verdade, que apontou crimes cometidos pela ditadura, é bem possível que a presidente, apesar da tristeza por se lembrar dos muitos amigos torturados e mortos, tenha chorado também devido à sua atuação atual. Dilma Rousseff sabe que terá de governar com os homens e mulheres possíveis, por causa das alianças políticas, e não, como queria Marina Silva, com os melhores. Noutras palavras, Dilma Rousseff sabe que novos escândalos virão e, sobretudo, sabe que não terá muito a fazer.

Maior crítico brasileiro, Luiz Costa Lima diz que Everardo Norões é um grande contista

Luiz Costa Lima é, talvez, o mais importante crítico literário (além de teórico) brasileiro. E, dos críticos de primeira linha, é dos poucos (ao lado de Alcir Pécora) que examinam autores não consagrados pela crítica, seja acadêmica ou de jornal. Ele é um descobridor de talentos, um especialista que firma reputações. No suplemento de cultura do “Valor Econômico”, o “EU&”, de 19 de dezembro, escreveu uma crítica notável do livro de contos “Entre Moscas”, de Everardo Norões. Embora premiado pela 12ª edição do Prêmio Portu­gal Telecom, Everardo No­rões é pouco conhecido e ra­ra­mente é comentado nos jor­nais. O texto de duas páginas de Luiz Costa Lima certamente é a crítica mais consistente e empática que recebeu em toda a sua vida de escritor.

A “loucura” do presidente Jânio Quadros e o escritor Otto Lara Resende

Ao dizer que iria consultar o Ministério Público Federal antes de escolher seus ministros, a presidente Dilma Rousseff teve um surto? Não se sabe. O jornalista A. C. Scar­tezini conta uma história curiosa: em 1961, ao assumir a Presi­dên­cia da República, Jânio Quadros “in­sistiu em levar o escritor e jornalista Otto Lara Resende para o governo”. Ante as dúvidas de Otto Lara Resende, sempre irônico e travesso, o presidente Jânio Quadros explicou a escolha: “Tenho um fraco por mulheres bonitas e homens inteligentes”. Em seguida, acrescentou: “Imagine este país nas mãos de nós dois”.

Os nomes definidos e os praticamente definidos do secretariado do governo de Marconi Perillo

A lista inclui os nomes da Agetop, do Detran, do Goiásindustrial e da Saneago

Mozart Ramos ou Maria Helena Guimarães: um deles pode ser secretário da Educação em Goiás?

Pode não ser nenhum dos dois. Mas Maria Helena Guimarães de Castro e Mozart Neves Ramos (foto acima) são nomes que poderiam adequar-se aos projetos de modernização do governador de Goiás, Marconi Perillo, na área de educação, dando continuidade ao que foi feito pelo ex-secretário. Maria Helena e Mozart Ramos são competentes, entendem de educação como poucos e têm coragem para enfrentar problemas que muitos consideram que, por serem seculares, não podem ser resolvidos. Maria Helena foi o braço direito do economista Paulo Renato no Ministério da Educação. Sua prioridade é o ensino básico. Mozart Ramos, ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco e dirigente da ONG Todos pela Educação, é tido como um educador moderno, de ideias arejadas, que escapam ao discurso típico do corporativismo. Ele atua hoje em São Paulo.

Carlos Willian deixa a edição do Opção Cultural

[caption id="" align="alignleft" width="320"] Carlos Willian pretende se dedicar à "Revista Bula"[/caption] O jornalista e poeta Carlos Willian Leite vai deixar o cargo de editor de Cultura do Jornal Opção. Nas suas mãos competentes, criativas e ponderadas, o Opção Cultural se tornou uma referência nacional. Na internet, é um dos campeões de acesso. Carlos Willian pretende se dedicar à "Revista Bula", outro sucesso editorial em todo o País. Seu objetivo é torná-la ainda mais consistente e abrangente. A revista já está no portal R-7, do grupo que dirige a TV Record.  

O comentarista de Fórmula 1 Reginaldo Leme está internado no Albert Einstein. Com trombose

O jornal “O Dia” deu a notícia da internação de Reginaldo Leme, de 66 anos, no Hospital Albert Einstein, mas não apresentou a motivação. O UOL/Grande Prêmio, com texto de Evelyn Guimarães, acrescentou a informação de que o comentarista de Fórmula 1 da TV Globo foi submetido a cirurgia para combater uma trombose na perna esquerda. Daniela Leme, filha do jornalista, conta que “Reginaldo está sendo submetido a um tratamento com anticoagulantes, depois de ter passado por uma cirurgia para redução de coágulos”. A família diz que, apesar de internado a uma semana, Reginaldo Leme continua trabalhando.

José Taveira vai assumir o comando da Saneago

É mesmo oficial: José Taveira, conhecido como "craque das finanças" e dos "ajustes", vai mesmo para o comando da Saneago, como antecipou o Jornal Opção. Por onde passou, José Taveira deu conta do recado. Foi assim no Ipasgo, que ele deixou ajustado, no Detran, na Secretaria da Fazenda.  

Governo Dilma Rousseff gastou R$ 2,3 bilhões com publicidade e favorece monopólios de comunicação

[caption id="attachment_23995" align="alignleft" width="620"]Roberto Marinho, Ruy Mesquita e Roberto Civita: os três (falecidos) jornalistas e executivos do Grupo Globo, do jornal “Estadão” e da Editora Abril ficariam satisfeitos com a informação de que, embora defenda a regulação da mídia, o governo do PT beneficia os monopólios de comunicação. O petismo fala (e critica) uma coisa e faz outra Roberto Marinho, Ruy Mesquita e Roberto Civita: os três (falecidos) jornalistas e executivos do Grupo Globo, do jornal “Estadão” e da Editora Abril ficariam satisfeitos com a informação de que, embora defenda a regulação da mídia, o governo do PT beneficia os monopólios de comunicação. O petismo fala (e critica) uma coisa e faz outra[/caption] Os grandes jornais e revistas do País arrotam independência, mas também sobrevivem, em parte, graças ao financiamento estatal. A dependência comumente é apontada como típica da periferia do capitalismo, em Estados emergentes e pobres, nos quais os agentes políticos não raro seriam tratados como deuses do Olimpo. Na quarta-feira, 17, a “Folha de S. Paulo publicou a reportagem “Gasto de estatais com publicidade sobe 65%”, acrescentando, no subtítulo, que “empresas controladas pelo governo federal gastaram com propaganda R$ 16 bilhões [o dado preciso é R$ 15,65 bilhões] no período entre 2000 e 2013”. Dos 14 anos apontados, três são referentes à gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e 11 dos governos do ex-presidente Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff, ambos do PT. A “Folha de S. Paulo”, como acontece com as publicações de São Paulo e Rio de Janeiro — que tendem a tratar o governo federal como uma espécie de colônia —, parece lamentar a pulverização “dos veículos que recebem propaganda das estatais. (...) Eles saltaram de 4.398 em 2000 para 10.817” em 2013. Não há nada de ruim nisto e, neste sentido, pode-se dizer que o PT é mais democrático do que o tucanato. Porém, como os dados não mentem, há uma questão que a “Folha” não enfatiza. Os meios de comunicações da maioria dos Estados — do Nordeste, Norte e Centro-Oeste — receberam migalhas. É como se a pulverização fosse mais para inglês ver. Quem faturou alto mesmo foram os veículos de São Paulo e Rio. O maior faturamento é do Grupo Globo, com R$ 4,216 bilhões. A TV Record aparece em segundo lugar — com 1,177 bilhão. O grupo (Rádio e Televisão) Bandeirantes, em terceiro lugar, faturou R$ 1,004 bilhão. A Globosat Programação Ltda. figura em quarto lugar — R$ 380,22 milhões. A Rede TV! recebeu 303,46 milhões. O governo pagou à Abril Comu­nicações Ltda. R$ 298,43 milhões. A Editora Globo S. A., que pertence ao Grupo Globo, embolsou R$ 248,36 milhões. Ela edita as revistas “Época” e “Época Negócios”. A Globo Comunicações e Participações S. A. ficou com R$ 242,33 milhões. A Editora Abril S. A. — que edita as revistas “Veja” e “Exame” — ganhou R$ 224,97 milhões (o dado certamente deve irritar os petistas ortodoxos, que abominam sobretudo a “Veja”). A empresa Folha da Manhã S. A. — que publica os jornais “Folha de S. Paulo” e “Agora São Paulo” — pôs na sua conta bancária R$ 206,23 milhões. O jornal “O Estado de S. Paulo” faturou R$ 187,52 milhões. A revista “IstoÉ” levou R$ 178,96 milhões. Na conta da TV Globo Ltda. entraram “apenas” R$ 158,46 milhões. As aspas em “apenas” tem uma explicação: o Grupo Globo, ao qual pertence a TV Globo, faturou vários bilhões. O Valor Econômico S. A., que pertence aos grupos Folha da Manhã (informação não prestada pela “Folha”) e Globo, recebeu R$ 128,69 milhões. Nenhum dos grupos citados pertence a Estados do Nordeste, Norte, Centro-Oeste e Sul do País. Pode-se dizer, portanto, que, embora o PT seja crítico contundente dos monopólios na área de comunicação, os governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff, assim como o do tucano Fernando Henrique Cardoso, favoreceram (e, no caso da petista, favorece) os grandes grupos de comunicação. A pulverização é, por assim dizer, um verdadeiro mico. Jornais, rádios e emissoras de televisão de Estados como Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, Bahia, Paraná, Maranhão e Amazonas recebem tão-somente migalhas. E com outra desvantagem: o governo do PT anuncia, mas demora a pagar. A “Folha” mostra que publicações alinhadas com o governo petista recebem recursos que não levam em consideração audiência e acesso. “A ‘CartaCapital’, a revista semanal de menor circulação, aparece como destinatária de R$ 44,3 milhões.” O motivo do “presente”? O alinhamento automático da publicação dirigida e editada pelo jornalista Mino Carta. A revista publicou editorial assumindo que apoia o governo da presidente Dilma Rousseff — o que não é demérito algum. É melhor anunciar do que esconder apoio. A “Carta­Capital” é crítica, nem sempre sutil, do tucanato. Piada que se conta, nos bastidores: uma professora pergunta a um jornalista da revista — “Meu jovem, quem descobriu o Brasil?”. Ele responde, sem titubear: “Lula!” Em seguida, a mestra inquire: “Meu jovem, quem ‘afundou’ o Brasil?” Mais rápido do que um míssil americano, o repórter replica: “Fernando Henrique Car­doso e o tucanato!” A revista “Caros Amigos”, uma crítica radical do PSDB e defensora do petismo, pôs na sua conta, no governo petista, R$ 4,7 milhões. Os dois blogueiros que mais defendem o governo petista e atacam o governo tucano, Luís Nassif e Paulo Henrique Amorim, receberam, entre 2003 e 2013, R$ 5,7 milhões de R$ 2,6 milhões, respectivamente. O site Brasil 247 recebeu, desde 2011, R$ 1,7 milhão. O portal Carta Maior faturou, de 2003 a 2013, R$ 9,1 milhões. O site Opera Mundi ganhou R$ 2 milhões. A “Revista Fórum” faturou R$ 1,7 milhão. Todos defendem o governo do PT e são críticos viscerais do tucanato. O curioso é que deputados do PT de Goiás costumam dizer que a mídia local é pró-Marconi Perillo devido às verbas do governo estadual. En­tretanto, não fazem nenhuma referência ao fato de que a presidente Dilma Rousseff gastou R$ 2,3 bilhões com publicidade em 2013. “Um desembolso recorde”, frisa a “Folha”. Só as estatais, como Petrobrás, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, torraram R$ 1,4 bilhão. Acrescente-se que tais valores “não incluem gastos das estatais com patrocínio cultural e esportivo”.

Jornalistas de Goiás têm dificuldades em criticar filmes de fantasia

[caption id="attachment_23997" align="alignleft" width="620"]Divulgação Divulgação[/caption] Geralmente, a imprensa não consegue fazer bons textos sobre filmes de fantasia, pelo menos em Goiás. Quando o assunto são os filmes baseados nos livros do autor britânico J.R.R. Tolkien, então, a situação se complica ainda mais. No dia 10 de dezembro, data de estreia de “O Hobbit: a Batalha dos Cinco Exércitos”, o “Pop” publicou a matéria “A despedida do Hobbit”, assinada por Rute Guedes. Em 2013, a jornalista não foi muito feliz em sua análise de “A Desolação de Smaug”, mas neste ano o texto sobre a última parte da trilogia cometeu poucos equívocos, porém, não passou ileso. Pode ter sido erro de digitação, mas, segundo o “Pop”, o filme é baseado nas obras de R.R. Tolkien. Faltou o primeiro nome. O professor Tolkien se chama John Ronald Reuel Tolkien (J.R.R. Tolkien), e não apenas Ronald Tolkien. Também há uma falha em chamar Gandalf e Galadriel de feiticeiros. Ora, Gandalf é um istari pertencente à raça dos Maiar, comumente denominado mago. E Galadriel é uma senhora élfica, com grande poder, mas que jamais pode ser classificada como feiticeira. Além disso, o rei élfico se chama Thranduil, não “Tranduil”, como informa o texto. Tirando isso, o texto de apresentação do filme ficou bom. Os melhores textos sobre o filme, até o momento, foram publicados fora de Goiás. O melhor ficou por conta do colunista da “Folha de S. Paulo” Reinaldo José Lopes, publicado no dia 11. O texto chamado “Minutos finais salvam ‘Hobbit’ da overdose de pancadas” ressalta que há a impressão de que Peter Jackson “se tornou incapaz de distinguir entre a grandiosidade épica (que ele soube explorar na adaptação de ‘O Senhor dos Anéis’) e a overdose de pancadaria”. Sobre os minutos finais, Reinaldo Lopes diz que eles conseguiram amarrar a história à de “‘O Senhor dos Anéis’, de forma supreendentemente sutil e emocionante, criando a ilusão de um conjunto harmônico, a ‘hexalogia do anel’”, e declara: “Nem parece que a mesma equipe produziu essa passagem e as duas horas anteriores de filme”. No “Estadão”, o jornalista Luiz Carlos Merten focou sua análise nos efeitos, e no motion capture, “que Jackson criou para viabilizar o Gollum, personagem-chave de Tolkien. Elogia o diretor neozelandês por ter feito uma revolução técnica no cinema mundial, algo que pode visto de modo claro em “O Hobbit”: “Tolkien foi um filólogo que pesquisou e sintetizou lendas e mitos de diferentes culturas. Mas justamente por ser linguista, ele construiu primeiro as línguas dos povos exóticos de seus livros — ‘o repicar dos sinos’ da fala dos elfos —, convencido de que a palavra deveria vir antes da história, e isso é Homero. Se Tolkien criou línguas, Jackson fez uma revolução técnica. Toda a trilogia do ‘Hobbit’ investe no grandioso, mas o que fica com a gente, no fim de tudo, é outra coisa. Para quem sabe ver, ‘A Batalha’ é um monumento de intimismo”. O foco de Merten merece elogios, visto que poucas críticas destaque a este ponto. Além disso, na ausência de qualidades no roteiro do filme, resta elogiar o aspecto técnico, porque, nisso, Peter Jackson é realmente mestre. (Marcos Nunes Carreiro)

A agonia do “Münchener Post”, o jornal “errado” na Europa medieval do século 20

Iúri Rincon Godinho Os regimes totalitários de esquerda ou direita diferem no conteúdo mas se assemelham na forma. Um traço comum é a intolerância com a imprensa, que — numa metamorfose quase sempre mais imaginária que real — se transforma em inimigo a ser combatido. Na vizinha Argentina, a presidente Cristina Kirchner (e antes dela o marido Néstor) trava uma guerra judicial contra o grupo que edita o diário “Clarín”. No Brasil, o neototalitarismo civil do PT volta e meia tenta emplacar leis para calar a imprensa. Quando não dá, parte para a tentativa de comprar a opinião de jornalistas, veículos e blogs. Na medieval Alemanha nazista, o governo simplesmente mandava quebrar as redações e colocava os “do contra” na cadeia ou em um dos vários e famigerados campos de concentração. Mais fácil e rápido. Em Munique, um pequeno jornal socialista, o “Münchener Post”, acompanhava os primeiros passos do partido nazista desde 1920. A história é contada em “A Cozinha Venenosa — A História do Münchener Post, o Principal Inimigo dos Nazistas na Alemanha”, da brasileira radicada naquele país Silvia Bittencourt. Logo o “Münchener” identificou — tarefa fácil — o caráter antissemita nos discursos de Hitler, o que não podia ser considerado lá muito pecado pós-Primeira Guerra na Alemanha. Mas era um jornalzinho menor no caldeirão de dezenas iguais a ele que circulavam só na cidade de Munique nos anos 20 e 30. Em dificuldades constantes, vivia trocando de donos, editores, colaboradores e jornalistas. Sua acanhada sede devia rescender cigarro e suor. A redação vivia sendo atacada de tempos em tempos pelos nazistas. Ferido, o jornal parecia ter 70 vidas. Mas, quando Hitler assumiu a chancelaria do Reich (similar à Presidência da Alemanha), em 1933, em pouco mais de um mês o  “Münchener” foi literalmente quebrado. Só trabalhavam na redação 10 jornalistas e a publicação não chegava a 20 mil exemplares. Pouco importava, portanto, o tamanho do jornal, mas a força das palavras e a defesa do socialismo — chamava Hitler de “bacilo venenoso” e usava o humor para destruir as intenções belicistas do chanceler, classificando-o de “arremessador piolhento de lama”. Nas charges, retratava os líderes do partido nazista de forma humilhante — como levando chutes na bunda, por exemplo, ou estatelados no chão. Talvez o jornal não tenha sido, como diz o subtítulo do livro, o “principal inimigo” de Hitler, mesmo porque estava longe de Berlim, centro do poder e do Reichstag, o Parlamento alemão. Talvez nem o mais perseguido. Mas é simbólico por não ter abandonado a denúncia antinazista e circulasse em Munique, de onde o partido e seu líder emergiram para o poder. Se fosse em outro país, outra época, com certeza o “Münchener” também seria perseguido da mesma forma. Mas pagou caríssimo o preço pela audácia e insistência, durante o nazismo, o pior dos laboratórios de maldades do século 20 — ao lado do stalinismo e do maoísmo. Iúri Rincon Godinho é publisher da Contato Comunicação, poeta, jornalista e pesquisador da história de Goiás.