Por Euler de França Belém

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Laudo comprova que assassino do cartunista Glauco e de mais duas pessoas é imputável

O promotor de justiça Fernando Braga Viggiano, autor da denúncia contra Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, pelos crimes de latrocínio, estava mesmo certo — desde o início. Os laudos de insanidade e psicológico feitos pelo Tribunal de Justiça de Goiás — de responsabilidade dos psiquiatras Leandro de Carvalho e Ítalo Rocha da Silva e dos psicólogos Melissa Pereira David Sousa, Kênia Camilo e Orion Tadeu de Amorim — concluíram que Cadu Nunes é perfeitamente imputável, porque tem plena consciência de seus atos. O réu sabe o que está fazendo. Além de admitir que matou duas pessoas em Goiânia — latrocínio —, Cadu Nunes sublinhou que sentia prazer ao cometer os crimes. Ele contou que era usuário de cocaína, mas, ao cometer crimes, não usava drogas. “No âmbito do direito, importava que se comprovasse que no dia e na hora dos crimes ele tinha capacidade de entendimento”, disse o promotor Fernando Viggiano. Tinha. Para Fernando Viggiano, segundo texto postado no site do Ministério Público de Goiás, Cadu Nunes tem “uma mente perversa, manipuladora e de grande periculosidade”. “Trata-se de uma pessoa extremamente manipuladora que, dependendo da situação em que se encontra, faz o discurso que se quer ouvir”, assinala o promotor. Se for solto, afirma Fernando Viggiano, Cadu Nunes poderá cometer novos crimes. “Há comprovações de que ele tem interesse de voltar para a seara da criminalidade”, frisa o promotor. O laudo será analisado pela defesa de Cadu Nunes e, depois, será examinado pelo juízo da 5ª Vara Criminal de Goiânia. O advogado apresentará a defesa e a magistrada do caso “poderá designar a instrução do julgamento para a retomada do processo criminal”. Cadu Nunes está numa cela individual, sem convívio com outros presos. Ao contrário do estaria dizendo, não tem sido ameaçado. Carta de um manipulador Uma carta escrita por Cadu Nunes, apreendida no Núcleo de Custódio, mostra a capacidade de manipulação do criminoso. “Eu vou dar munição para o promotor. Que esse papo de loko (sic) é tudo 171 e que eu sou é bandido. Essa é a minha posição. Você é minha família. Batem na tecla que eu sou é loko (sic), drogado e não tô (sic) falando nada com nada, inimputável!!! Eu preciso que você enrole até o máximo do máximo de tempo. Me mantenha na mídia. Vende entrevista p/ TV e revista. Irmão nasci p/ ser estrela e não medalha. Vive pra (sic) testemunhar. Família até o fim!!!” [Foto da Polícia Militar, retirada do site do Portal Imprensa]

Bruno Rocha Lima e Silvana Bittencourt assumem novos “cargos” em O Popular

As demissões de quatro editores provocaram mudanças na edição do “Pop”. Bruno Rocha Lima troca o cargo de editor de abertura pelo editor de fechamento. Silvana Bittencourt passa a ser a editora de abertura. Depois de Cileide Alves, a editora-chefe, são os jornalistas mais prestigiados na atual configuração da redação e, de fato, são do primeiro time. A jovem repórter Daniela Gaia [foto acima, de seu Facebook]é a nova editora do “Magazine”, caderno de entretenimento do jornal. Gabriel Lisita passa a colaborar no fechamento da primeira página. Nova orientação editorial A cúpula do Grupo Jaime Câmara vai cobrar que os editores escrevam mais nas páginas do “Pop”. A teoria deles é a de todos os grandes jornais: só existe uma profissão em jornalismo — a de repórter. Editor não é profissão — é cargo. Um jornalista que, durante um ano, escreve apenas dez textos, e em geral aleatórios, dificilmente será mantido em qualquer redação.

TV Anhanguera vai acabar com o programa Frutos da Terra

O programa “Frutos da Terra”, apresentado pelo publicitário Hamilton Carneiro, sairá da grade de programação da TV Anhanguera. Tido como o programa mais antigo da televisão goiana, o “Frutos da Terra” teria baixa audiência e, sobretudo, baixo faturamento. O Grupo Jaime Câmara pretende faturar mais com o espaço do “Frutos da Terra”. Isto, claro, se não perdê-lo para TV Globo. “Frutos da Terra” é um dos maiores divulgadores da música brasileira, notadamente da produzida em Goiás. [Na foto acima, Hamilton Carneiro aparece ao lado do cantor e músico Marcelo Barra]

Ed Motta disse aquilo que a maioria tem vontade de falar mas é contida pelo populismo caboclo

Jornalistas brasileiros, aderindo ao populismo da política, começam a exigir que as pessoas não tenham preconceitos (todos têm, sobretudo os que dizem não ter). O jornalismo está se tornando polícia. No programa jornalístico “Em Pauta” — no qual a notícia é tratada como entretenimento, com leveza, informalidade e inteligência —, da Globo News, na quinta-feira, 9, Elisabete Pacheco, Guga Chacra (o mais indignado), Sérgio Aguiar e Gerson Camarotti criticaram, de maneira ácida, Ed Motta (como Roberto Pontual faz falta). Na verdade, fizeram discursos contundentes. O curioso é que nunca se viu atacarem um corrupto com tanta virulência. O músico e cantor disse que brasileiros que vão aos seus shows no exterior são “simplórios”, nada sabem sobre sua carreira e preferem uma música mais popularesca. O que há de falso neste aparente gesto de desprezo? Nada. Parte, talvez a maior parte, dos brasileiros que mora no exterior é mesma simplória. Eles vão para o exterior “fazer” a vida, trabalhando em empregos pesados (faxinas, entregas de comida, construção civil). Não estão lá para “melhorar” o gosto. Nem tem tempo para isso. Nem dinheiro. (Ed Motta fará shows, entre maio e junho, na França, Alemanha, Holanda, Irlanda, Inglaterra, Itália, Áustria e Finlândia. Ele vai divulgar o álbum “AOR”.) É provável que a maioria dos brasileiros que moram no exterior, sobretudo nos Estados Unidos, não seja mesmo adepta de uma música mais sofisticada. Por isso prefere a música sertaneja de um Zezé Di Camargo ou o romantismo de um Roberto Carlos. Aquilo que é simplório não mais pode ser chamado assim? Dizer a verdade é ofensivo? Observe que Ed Motta não criticou todos os brasileiros. “Verdade seja dita, que meu público brasileiro de verdade na Europa é um pessoal mais culto, informado, essas pessoas nunca gritaram nada. O negócio é que vai uma turma mais simplória que nunca me acompanhou no Brasil. Público de sertanejo, axé, pagode, que vem beber cerveja barata com camiseta apertada tipo jogador de futebol, com aquele relógio branco, e começa a gritar nome de time”, lamentou Ed Motta. Suas palavras contêm alguma mentira? Nenhuma. É, mais do que uma crítica, uma constatação. Por que é vital discutir “gosto”? Com o único motivo de aperfeiçoá-lo, até mudá-lo. Mas fãs de Zezé Di Camargo e Luciano e de Leonardo dificilmente vão se tornar admiradores de Beethoven, Mozart, Chico Buarque, Billie Holiday e Elis Regina. Aquilo que é fácil de apreender — porque, no fundo, não precisa ser apreendido, e sim apenas ouvido, de maneira imediata e dispersiva — é mais prazeroso, para quem não tem paciência e o mínimo de cultura, do que uma arte que precisa ser ouvida, com atenção, e até estudada. Pode até parecer arrogância, é provável que seja, o músico dizer que não vai cantar nem falar em português nos seus espetáculos. Ele sublinha que não vai cantar “Manuel”, seu primeiro sucesso. “O mundo inteiro fala inglês, não é possível que o imigrante brasileiro não saiba um básico de inglês. A divulgação da gravadora, dos promotores é maciça no mundo europeu, e não na comunidade brasileira”, frisou. Há, aí, algum preconceito ou discriminação? Na verdade, quem mora em qualquer país tem de aprender a língua local, senão fica deslocado, isolado, sem sintonia com as pessoas, com as ruas. Não satisfeito com as primeiras estocadas, Ed Motta “orientou”: “Não gaste seu dinheiro e nem a paciência alheia atrapalhando um trabalho que é realizado com seriedade cirúrgica. Esse não é um show para matar a saudade do Brasil. É um show internacional. Que desagradável ter que toda vez dar explicações, e ter que escrever esse texto infame”. Um internauta disse: “Realmente, ser popular no Brasil é para poucos”. A resposta de Ed Motta, numa rede social: “Pra poucos idiotas”. Alguém que não queira fazer média com o público, apresentando-se como politicamente correto, pode realmente discordar das estocadas de Ed Motta? Ligue os canais abertos de televisão e algumas rádios. As músicas são de baixíssimo nível, com linguagem chula, e com verdadeiro massacre da Língua Portuguesa. Os brasileiros não merecem isto, mas é o que ouvem e pedem para ouvir. Paulo Francis gostava de comentar que Lênin tentou oferecer obras de arte sofisticada para os camponeses e trabalhadores soviéticos, mas eles queriam Repin. Como o Brasil está se tornando a segunda pátria do politicamente correto — a primeira são os Estados Unidos —, é saudável que alguém guarde o bom senso no violão e fale aquilo que precisa e deve ser dito. Ed Motta choca porque não mente.  

Laura Capriglione, Pedro Alexandre Sanches e Eduardo Nunomora lançam #JornalistasLivres

Laura Capriglione [foto acima; de seu Facebook] — repórter de política e geral — e Pedro Alexandre Sanches — crítico de música e repórter cultural — são jornalistas do primeiro time. Juntos e com o apoio do repórter Eduardo Nunomora e do repórter-fotográfico estão apostando no sucesso editorial do #JornalistasLivres, apresentado como rede de coletivos. Manifesto do #JornalistasLivres: “Existimos em contraponto à falsa unidade de pensamento e ação do jornalismo praticado pela mídia tradicional centralizada e centralizadora. Pensamos com nossas próprias cabeças, cada um(a) de nós com sua própria cabeça. Os valores que nos unem são o amor apaixonado pela democracia e a defesa radical dos direitos humanos. Não agimos orientad@s por patrão, chefe, editor, marqueteiro ou censor. Somos noss@s própri@s patrões/patroas, somos noss@s própri@s empregad@s. Almejamos viver em liberdade e vivemos na busca incessante por liberdade”. Criar órgãos tidos como independentes é sempre saudável. Mas em geral o que se descobre é que, no final, alguém precisa chefiar e pôr a mão na massa como organizador. Nada, em jornalismo, seja empresarial ou não, é muito livre. As amarras sempre existem. Os que acreditam em condições de trabalho ideais — e não as possíveis — costumam soçobrar. Porém, ante a qualidade dos jornalistas Laura Capriglione e Pedro Alexandre Sanches [foto acima; de seu Facebook], desejo vida longa à rede.

Amauri Garcia volta para a Rádio 820 para apresentar programa de cultura

Amauri Garcia consegue ser, a um só tempo, jornalista, radialista e artista (músico, cantor) do primeiro time. É competente, criativo e decente. Ele está de volta à Rádio Bandeirantes 820, às sextas-feiras, das 9h10 às 10h, para comandar, ao vivo, o “Sexta Cultural”. O programa terá entrevistas e informações. A estreia, na sexta-feira, 10, terá o cantor Pádua como convidado especial. Imperdível.

A face ignorada da delação premiada

Daniel Zaclis Era inevitável. Por mais contundentes que fossem as críticas relativas à natureza moral da delação premiada, parecia ser apenas questão de tempo até que esse meio de prova se tornasse o grande protagonista das investigações criminais de maior complexidade. Afinal, nada mais valioso – e, certamente, menos trabalhoso – do que a colaboração de quem “esteve lá” e se mostra disposto a dizer tudo que sabe em troca de uma redução ou perdão de sua pena final. É preciso, no entanto, ter cautela. Em meio ao atual frenesi de sucessivos escândalos, com notícias diárias de novos investigados dispostos a entregar antigos comparsas, algumas reflexões se mostram necessárias. Como primeiro ponto, cumpre destacar as hipóteses, cada vez mais frequentes, de acordos de delação que utilizam a liberdade do indivíduo como genuína moeda de troca. De modo simplificado: se o delator decidir contribuir, a prisão cautelar (aquelas impostas sem pena definitiva) é revogada; se não auxiliar nas investigações, permanecerá encarcerado. Trata-se de prática manifestamente ilegal e as razões são inúmeras. Talvez a mais óbvia resida no fato de que a prisão cautelar, a não ser que queiramos retornar a épocas nada saudosas, jamais pode servir de instrumento para obtenção de confissões ou informações. Como medida excepcionalíssima, ou bem estão presentes os requisitos para manter a custódia antes de encerrado o processo, ou então que se coloque o indivíduo em liberdade. Uma pessoa não está mais ou menos apta a responder um processo em liberdade apenas porque decidiu delatar. A própria voluntariedade (exigida por lei) do delator pode ser questionada nesses casos. Como bem descreve Dostoiévski, em "Memórias do Subsolo", na cabeça de um homem preso há somente um pensamento: “Quantos milhares de dias iguais a este tenho pela frente, imutáveis”. Na esperança de diminuir alguns desses imutáveis dias, o indivíduo se torna absolutamente vulnerável, sendo que o acordo de colaboração, nessas circunstâncias, é fruto muito mais de uma atuação coativa do Estado do que um desejo próprio do delator. De forma semelhante, discutíveis também são os acordos cujos termos exigem do delator a renúncia a determinadas garantias fundamentais. Nesse cenário, o instrumento de colaboração somente teria validade na medida em que o delator abrisse mão de questionar eventuais arbitrariedades cometidas ao longo da persecução penal. A hipótese, uma vez mais, demonstra claro abuso no uso do instituto da delação. Quando o indivíduo aceita tornar-se um colaborador, parece razoável sustentar que abdicará necessariamente de um só direito constitucional: o de permanecer em silêncio. As demais garantias permanecem intocadas. Ressalte-se que, nesses casos, de nada importa o aspecto consensual do acordo. Determinados direitos, por maior que seja a vontade de alguns, são irrenunciáveis. Até porque, amanhã ou depois nos depararíamos com acordos em que o delator, em troca de uma redução de pena, deseja abrir mão da sua sagrada garantia de não ser torturado, aceitando ser açoitado em praça pública. Ora, diriam alguns, se for consensual... Não menos problemática tem sido a divulgação reiterada do conteúdo das delações premiadas. Já nos acostumamos a ligarmos a televisão e nos deparamos com filmagens de sala de audiências em que delatores, sem sinais de enrubescimento (como se eles próprios não tivessem sua parcela de culpa), descrevem detalhadamente as peripécias de terceiros. E ansiosamente aguardamos o dia seguinte, torcendo para que mais uma empresa seja citada, mais um político seja incluído no “rolo”, enfim, que possamos ver saciados nossos mais primitivos desejos de ver a “Justiça” sendo feita. Esquecemo-nos, contudo, que o delator é um sujeito com interesse. É movido por uma possibilidade de decréscimo de sua pena, sendo que somente alcançará esse objetivo se fornecer informações eficazes para identificação dos coautores da empreitada criminosa. Ao depor, pode se restringir ao que sabe. Porém, pode também, como qualquer pessoa interessada, falar menos do que sabe; falar mais do que sabe; incluir supostos inimigos ou mesmo proteger amigos. Nessas circunstâncias, parece temerário não assegurar o devido sigilo, para pessoas que não guardam relação com o processo, do depoimento de delatores enquanto não advier uma sentença sobre o mérito da causa. Por fim, reitere: a delação premiada pode, sim, ser meio de prova de extrema utilidade para apuração de delitos. Imprescindível, contudo, evitar que ela se torne, ainda que a pretexto de combater a impunidade, em mero instrumento arbitrário à disposição do Estado. Certamente haverá quem diga que essas “formalidades” apontadas acima são desimportantes. Tais vozes normalmente bradam que, em nome de um “bem” maior - a tal da “verdade” -, há de se relevar certas coisas. Parafraseando Agostinho Marques Neto, pergunto normalmente a essas pessoas: e quem nos salvará da bondade dos bons? Daniel Zaclis é sócio do escritório Costa, Coelho Araújo e Zaclis Advogados e mestrando em Direito Processual Penal na Faculdade de Direito da USP.

Jornalista pede demissão de afiliada da TV Globo e planta bananeira dentro do estúdio

A felicidade às vezes está em pedir demissão — diria, quem sabe, um manual de autoajuda. A jornalista Gabriela Bordasch, apresentadora da RBS TV/repórter do tempo, afiliada de TV Globo no Rio Grande do Sul, pediu demissão e, para comemorar, decidiu plantar bananeira dentro do estúdio e, não satisfeita, postou a cena no Facebook. “Em um belo dia resolvi virar minha vida de cabeça para baixo”, disse. Literalmente, por sinal. Veja o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=5xodQvuMiX8

E um belo dia resolvi virar minha vida de cabeça para baixo... :)Depois de pouco mais de quatro anos deixei a RBS. Embora tenha escrito o título acima, não foi de uma hora para outra, não. A decisão foi tomada após meses amadurecendo essa ideia. Resolvi que precisava ir adiante. Sou muito grata à empresa que, além de ter me ensinado grandes lições sobre jornalismo, me presenteou com amigos pra vida inteira e ainda um marido (haha). Nada é por acaso mesmo! Mas agora é hora de dar vida às ideias que sempre me acompanharam até mesmo antes de entrar na faculdade. De tocar projetos que eu realmente acredito.Penso que, para sermos felizes, temos de estar constantemente sentindo frio na barriga. E, definitivamente, quem não arrisca não petisca.Obrigada a todos que acreditaram e torceram por mim até agora. Prometo não decepcionar. Pelo menos a mim mesma. Grande beijo a todos Posted by Gabriella Bordasch on Segunda, 6 de abril de 2015
Na RBS TV há quatro anos, Gabriela Bordasch contou que planejava pedir demissão há algum tempo. “Resolvi que precisava ir adiante. Sou muito grata à empresa que, além de ter me ensinado grandes lições sobre jornalismo, me presenteou com amigos pra vida inteira e ainda um marido”, sublinhou. Ela é casada com o jornalista Daniel Scola. “Agora é hora de dar vida às ideias que sempre me acompanharam até mesmo antes de entrar na faculdade. De tocar projetos que eu realmente acredito”, disse Gabriela Bordasch. A jovem é respeitada pelos colegas como uma profissional “competente e séria”. [Texto baseado em informação do Portal Imprensa]

O jornalismo precisa ser reinventado

["Leitura", de José Ferraz de Almeida Júnior, 1850-1899] Viviânia Araújo Medeiros Hoje [7 de abril], no Dia do Jornalista, tive a honra e a grata surpresa de ser lembrada pela Jacqueline Patrocínio para escrever sobre o tema. E esse convite veio mesmo a calhar, pois há menos de dois dias, falava exatamente sobre isso com o editor de um jornal da nossa cidade, o Jornal Opção, jornalista Euler Fagundes de França Belém, num de seus sempre muito bons posts no Facebook. E o assunto foi suscitado justamente no momento em que o principal jornal diário de nossa cidade, O Popular, tinha acabado de demitir, de uma só vez, seus quatro principais editores de fechamento. Já vinham acontecendo demissões ao longo dos dois últimos anos. Foram desligados diversos jornalistas. Porém, a novidade é que, desta vez, o corte tinha sido mais profundo, na carne. E eu me recordei de uma afirmação de um jornalista muito brilhante a respeito do futuro do jornalismo impresso, Raju Narisetti, há cerca de dois anos atrás, extraída de uma palestra que ele fez a alunos da faculdade de jornalismo da Universidade de West Virgínia, onde ele apontava nove desafios do jornalismo nos próximos anos e afirmava, no primeiro item que “o jornalismo impresso não estava desaparecendo e que, apesar de enxugamentos e cortes nos jornais mais importantes, o jornalismo impresso ainda continuava a oferecer aos anunciantes a maneira mais eficaz de atingir o público em muitos mercados”. Eu, hoje, fiz questão de reler esse artigo e não tenho como não discordar dessa afirmação. Ela é totalmente inócua e equivocada nos dias atuais. E veja que estamos falando de uma opinião que foi manifestada há apenas dois anos atrás. ["Menina lendo", de Vladimir Ezhokov, Rússia, 1975] O fato é que jornais no mundo inteiro estão sendo fechados. E eles são a maior expressão do jornalismo impresso. De fato, durante centenas de anos, eles foram a forma mais segura de retorno para o investimento dos anunciantes e, em muitos casos, a principal fonte de informação dos leitores. Nos dias atuais, não mais. A seção de classificados, por exemplo, foi reduzida praticamente a pó depois da entrada dos novos aplicativos e dos classificados online. Por que se limitar ao jornal impresso do dia tal para anunciar, se posso manter meu anúncio 24 horas no ar? E mais uma grande fonte de arrecadação dos jornais caiu por terra. Na internet, os classificados são online e o melhor, gratuito. Para começar, temos uma crise de identidade e uma crise das línguas faladas, lidas e escritas. A realidade nua e crua do analfabetismo nos países de terceiro mundo, cada vez mais populosos e com desigualdades sociais extremas, e o analfabetismo funcional dos ditos países de primeiro mundo estão impactando diretamente na morte dos jornais. O crescimento populacional experimentado pelas diversas sociedades não foi acompanhado também do crescimento equânime do público leitor. Isso simplesmente não aconteceu. Aliado ao fato de que, num mundo digital, onde tudo é retransmitido praticamente em tempo real, como comprar “notícias velhas”? Ou melhor, por que comprá-las? Alguns jornais estão sobrevivendo por força da tradição e ainda assim com receitas ínfimas. Enquanto isso, os tigres asiáticos foram criando cada vez mais novas tecnologias em hardwares e softwares de comunicação e as pessoas foram se encantando por esse novo mundo que, para atraí-las, investiu pesado em entretenimento pessoal, em especial em jogos e aplicativos cada vez mais interativos. Em relação ao novo continente, às Américas, é quase um segundo novo descobrimento. Talvez mesmo um redescobrimento. A diferença, desta vez, é que a nova descoberta se inseriu numa mudança que atingiu todo o globo terrestre. Com os novos meios de comunicação, temos cada vez mais acessibilidade, o que é ótimo em termos de acesso à informação, porém péssimo a partir do momento que as pessoas passaram a ler cada vez menos e a escrever de forma mais e mais pobre. O vocabulário de um leitor mediano, que já não era lá muito rico, foi sendo cada vez mais minimizado, a ponto de se reduzir a símbolos que pouco ou quase nada significam. Em vez de as populações procurarem melhorar, aperfeiçoar seus idiomas, aconteceu justamente um movimento contrário, a banalização do mesmo. Nem se tratam mais de gírias. Esse foi um primeiro momento. Trata-se de nem sequer mais pensar para escrever. Poucos se preocupam em escrever frases com sentido completo. E muitos até contradizem a necessidade de uma língua culta, bem escrita e bem falada. Vivemos num mundo em tempo real, onde os acontecimentos são compartilhados em questão de segundos. Onde os meios de comunicação de massa perdem espaço dia a dia. A informação produzida pelos grandes grupos de comunicação está sendo questionada o tempo todo pelos atuais internautas e membros das redes sociais, que se multiplicam pelo planeta quase que na velocidade da luz. E com muita justiça. Durante anos a fio, eles foram vítimas de manipulações da imprensa, que detinha todo o poder. A comunicação de massa, durante centenas de anos, constituiu-se num grande e poderoso instrumento de poder utilizado para a manutenção de grupos políticos e interesses de toda ordem. Hoje, com todas as novas tecnologias, a internet e as redes sociais, ficou cada vez mais difícil controlar o público, que não aceita mais assistir a um fato e, depois, ver nos meios de comunicação de massa o mesmo fato, horas depois, interpretado de forma diferente e às vezes até caricata da verdade dos fatos. E não fica só nisso. O próprio público corrige e restabelece a versão correta da informação nas redes sociais, graças aos dispositivos móveis, que revolucionaram a comunicação. Antes, o indivíduo ficava preso a aparelhos fixos, como rádio ou TV, ou dependiam diretamente de veículos impressos para consumir a informação. E até mesmo dependiam dos computadores pessoais. Hoje, esses dispositivos móveis estão cada vez mais potentes e transformam seus proprietários em repórteres em potencial. Imagine essa nova realidade: com apenas um celular, tablet, laptop, iphone, smartphone, qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo pode produzir notícias e viralizá-las em questão de segundos pelas redes sociais. O jornalista não detém mais a produção da notícia. Essa produção agora está compartilhada. A informação está se transformando em commodity e é um processo que não volta mais. A grande pergunta é se os jornalistas estão preparados para enfrentar e conviver com essa nova realidade e a resposta vem na mesma velocidade: não. E não mesmo. Jornalismo já foi símbolo de poder, de status. Hoje, a influência dos meios de comunicação tradicionais na vida do cidadão comum caiu drasticamente. O rádio, que era o meio mais popular e a TV, que o sucedeu, ambos estão passando maus bocados, sofrendo a concorrência direta do conteúdo produzido e disponibilizado ampla e gratuitamente pela internet e redes sociais. Onde poderíamos sonhar, cinco anos atrás, que até mesmo o peão do sítio mais distante, no interior mais longínquo do país, teria acesso a celular, internet? Hoje, cada vez mais, as pessoas buscam conteúdos na internet e não é à toa que as ações do Google não param de crescer. É quase automática a busca por qualquer tipo de assunto nesse provedor, que tem se reinventado dia a dia e se adaptado aos novos tempos. Mas o jornalismo não morreu. O jornalismo tradicional esse, sim, é um senhor moribundo, que está com seus dias contados e o profissional de jornalismo que não se integrar às novas tecnologias, também está ficando morto para o mercado. Daí a necessidade de nos reinventarmos. Assim, como a comunicação, com as novas tecnologias, foi reinventada. O papel do jornalista, de produtor da informação, mudou para analista da informação. O desafio é bem maior, exige muito mais do profissional. Só vão sobreviver aqueles veículos, digitais ou impressos, e profissionais que apresentarem uma análise melhor dessa informação, com argumentos e novas informações. Porém, para isso, é preciso pesquisa, um conhecimento geral maior e um domínio da língua escrita, falada e lida. Mas, e quanto aos jornais impressos, se continuarem trabalhando apenas com foco em notícia? Eles vão nascer todos os dias já mortos. Eles serão sempre notícias velhas e ninguém, nem anunciantes, nem público leitor, quer saber de algo que foi propagado e repercutido exaustivamente no dia anterior. A tendência é que se rendam ao formato eletrônico, e funcionem praticamente no mesmo formato das agências de notícias, com uma equipe mais enxuta, cujo foco deixaria de ser produzir, mas, sim, repercutir as notícias, com uma nova leitura, mostrando outras versões do mesmo fato e acrescentando novas informações. E em relação às revistas impressas, qual a diferença básica delas para os jornais impressos? Isso, sim, é algo curioso. Justamente por não se limitarem às novidades somente, ao imediatismo, as revistas acabaram encontrando um caminho mais estável nessa corrida pelo público leitor. Passaram a produzir conteúdos não perecíveis e foram se adaptando de uma forma muito interessante às novas tecnologias, buscando se integrar a elas, mantendo sites e criando páginas nas redes sociais, onde o assunto continua e onde passaram a publicar outros conteúdos complementares e até inovadores. As redes sociais e a internet são uma extensão das revistas, que souberam se integrar à vida das pessoas, de uma forma bastante inteligente. Então, observamos dois movimentos contrários acontecendo, enquanto os jornais impressos vão morrendo, vemos na mesma velocidade, as revistas tomando um novo fôlego e se reinventando.  Concomitantemente com isso, constatamos uma migração dos anunciantes tradicionais de jornais para as revistas e uma migração ainda mais expressiva para as mídias sociais, inclusive modernizando e diversificando a forma de se colocarem diante do público, com uma grande tendência para formatos mais interativos, com um poder maior de envolvimento e fidelização de marcas. Para continuar na profissão, o jornalista tem à sua frente um grande desafio: não só se adaptar aos novos tempos e às novas tecnologias, como também se reinventar. Felizmente, não existe mais zona de conforto na área de comunicação. Antes pelo contrário. O incômodo e a inovação constante são as nossas únicas certezas e, ao mesmo tempo, nossos novos instrumentos de trabalho. Claro, para quem quiser continuar na profissão. Viviânia Araújo Medeiros, jornalista profissional há 20 anos, é editora da Revista GO&AZ em Goiânia. O artigo foi publicado no site Comunique-se (www.comunique-se.com.br) e republicado no site do Jornal Opção com autorização da autora.

O empresário Osvaldo Zilli pode ser candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia pelo PSDB

O presidente da Associação Comercial e Industrial de Aparecida de Goiânia (Aciag), Osvaldo Zilli [foto], não é filiado a nenhum partido político, mas é o objeto de desejo de várias legendas atuantes no município. A única sigla que não o cobiça é o PT. Apontado como possível vice do provável candidato do PMDB a prefeito, Euler Morais, Osvaldo Zilli pode ser candidato a prefeito de Aparecida pelo PSDB. Tido como maior empresário de Aparecida, do ramo de logística, Osvaldo Zilli é discreto, diplomático e articula bem. Não tem arestas com nenhum setor da política local. Ele não põe a faca no pescoço de ninguém para ser candidato, porém, se o cavalo passar arreado na sua porta, pode, sim, disputar a prefeitura. Não é sua prioridade, claro, mas, se convocado — digamos pelo governador Marconi Perillo ou então pelo prefeito Maguito Vilela, políticos que respeita —, pode ser candidato. Aliás, Osvaldo Zilli é a única pessoa do município que, até por não ser político profissional, pode unir o PSDB do tucano-chefe e o PMDB do peemedebista-chefe. As relações pessoais e administrativas entre Marconi Perillo e Maguito Vilela são as melhores possíveis.

Estadão demite Wilson Baldini Jr., o jornalista que mais entende de boxe do país

Qual o jornalista que mais entende de boxe no Brasil: Wilson Baldini Jr. [foto] ou Eduardo Ohata? Difícil, talvez impossível, responder. Os dois entendem tudo sobre a verdadeira sétima arte. Há pouco tempo, Eduardo Ohata foi afastado da “Folha de S. Paulo”. Agora, o “Estadão” demitiu Wilson Baldini. Os fãs do boxe terão de se contentar com Eduardo Ohata (não sei se ainda está no ar) e Wilson Baldini comentando lutas de boxe na televisão.

O Popular copiou, colou e errou. “Reportagem” sobre aprovação do diploma obrigatório para jornalistas é velha

Luiz Cláudio Hum #‎Relato hoje os famosos CTRL+C e o CTRL+V fizeram uma vista a redação do jornal O Popular. E não poderia ter sido pior, na minha opinião, é claro. O site do jornal O Popular veicula HOJE que: Senado aprova diploma obrigatório para jornalistas... não "péra"... isso foi em 07/08/2012... mas como assim? Requentando matérias, Cileide Alves? Ou foi castigo por terem demitido grandes figuras do jornalismo impresso? Isso mesmo, o jornal O Popular veicula matéria sem se atentar para ‪#‎InformaçõesBásicas e ‪#‎Credibilidade da sua fonte. Apenas copiou e colou... deu no que deu... errou... Hoje estávamos lutando pela aprovação na Câmara dos Deputados. A informação do Senado é velha... bem antiga... lá no "patrásmente"... E o melhor foi ver colegas sendo induzidos ao erro de compartilhar a notícia velha como se fosse atual. ‪#‎SóAchoQue por ser uma redação que tem jornalistas, deveriam estar mais atentos para as lutas de nossa classe. Hoje estávamos lutando NA CÂMARA FEDERAL para a APROVAÇÃO da PEC do Diploma. Qual é mesmo o slogan do Jornal O Popular? Se o jornalista tivesse procurado a fonte mais confiável que é a entidade que o representa não teria cometido este erro: http://www.fenaj.org.br/materia.php?id=4298 Luiz Cláudio Hum é jornalista profissional. [O texto foi transcrito do Facebook do jornalista. O título é de responsabilidade do Jornal Opção.]

Historiador Norman Finkelstein denuncia a indústria do Holocausto

Tachado de opositor ideológico de Israel, Norman Finkelstein sustenta que o Holocausto nazista foi “recriado” para defender Estado judeu e enriquecer instituições judaicas

Ex-jogador do Goiás é eleito deputado no Rio Grande Sul, mas, com depressão, desaparece

Deputado Jardel demite gabinete e se afasta da Assembleia por depressão Reprodução/Zero Hora O ex-centroavante Jardel, que fez sucesso no Grêmio e nenhum sucesso no Goiás, onde chegou em decadência, foi eleito deputado estadual no Rio Grande do Sul, pelo PSD (o partido de Gilberto Kassab e Vilmar Rocha). Segundo o jornal “Zero Hora”, Mário Jardel “exonerou seu gabinete na Assembleia e se afastou temporariamente do parlamento sob justificativa de uma depressão”. “Jardel, único deputado estadual da sigla, estaria incomodado com ações praticadas por servidores de seu próprio gabinete — por razões como tomarem decisões sem consultá-lo e o que chamou de ‘má administração”, escreve Marcelo Gonzatto, do “Zero Hora”. O problema é que, além da depressão, Jardel reclama da ingerência do PSD na escolha de sua equipe. Há informações de que pretende abandonar a política. Mas seu chefe de gabinete, Cristian Lima, contesta: “Ele continua na política”. O vice-presidente do PSD no Rio Grande do Sul, o ex-goleiro do Grêmio Danrlei de Deus, rompeu com Jardel — “política e pessoalmente”.

Estadão demite Jotabê Medeiros, Roldão Arruda, Lourival Sant’Anna e vai afastar 125 funcionários

O Portal Imprensa diz que “O Estado de S. Paulo” deve demitir 125 funcionários. O Portal dos Jornalistas menciona um número bem maior — 200 pessoas deverão ser cortadas nas redações do jornal em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Entre os demitidos estão estrelas da redação, como Lourival Sant’Anna, repórter especial com experiência internacional, e Jotabê Medeiros [foto acima], experimentado repórter e crítico de música do “Caderno 2”. Roldão Arruda e Fábio Brandt (da sucursal de Brasília), da cobertura política, foram afastados. Saíram também: Sílvio Barsetti, de “Esporte” (sucursal do Rio de Janeiro), Gabriel Perline, do caderno “Divirta-se”, Caio do Valle, de “Metrópole”, e Andrea Pahim, editora de arte. Três repórteres juniores da seção “Guia” do “Caderno 2” estão na lista do passaralho. [Roldão Arruda: um dos mais experientes repórteres do jornal] O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo disse ao Portal Imprensa que os cortes isolados são uma “tentativa de ‘mascarar’ um processo de demissão em massa”. O diretor do "Estadão", Ricardo Gandour", não se pronunciou sobre as demissões. Mas comenta-se entre os demitidos que o Grupo Estado quer trabalhar com equipes mais compactas e mais baratas. Para o público externo, deve-se alegar a crise do país, daí a necessidade de redução de custos.