Por Euler de França Belém

A senadora Lúcia Vânia (PSDB) viabilizou 2 milhões de reais para a construção de um centro de convenções no município de Aruanã. Os 800 mil reais restantes — a obra custará 2,8 milhões de reais — serão a contrapartida da prefeitura e do governo do Estado.
Na segunda-feira, 4, o prefeito Paulo Valério da Silva, mais conhecido como Paulo Peixe Vivo, esteve no escritório político de Lúcia Vânia, em Goiânia, para mostrar a maquete eletrônica do centro de convenções.
Aruanã, por ser uma cidade turística, há muito tempo que reivindica um centro de convenções para acolher eventos — como feiras de negócios, congressos da área de saúde e de outros setores — e atividades culturais.
10 milhões de reais
Nos seus dois mandatos, a senadora destinou mais de 10 milhões de reais para a cidade que é conhecida no país como "capital do Araguaia".
O Rio Araguaia, que passa no município, é um dos principais pontos turísticos de Goiás.
Numa entrevista polêmica ao repórter Ricardo Mioto, publicada na edição de segunda-feira, 4, da “Folha de S. Paulo”, o humorista Marcelo Madureira, um dos criadores do “Casseta & Planeta”, diz que não frequenta “muito o meio artístico”. Porque prefere “ficar em casa lendo, vendo filme”. E cutuca: “É lamentável o papel da classe artística. É digno de pena. Em um momento como esse [ele se refere ao processo de corrupção no governo petista, à Operação Lava Jato], os artistas completamente omissos. Cadê o Caetano Veloso, o Chico Buarque?”.
O repórter levanta a bola: “Muitos artistas e até jornalistas têm hoje situação muito complicada de dependência de dinheiro público, não?” (faltou, claro, acrescentar “e os jornais”). Madureira bate de primeira: “Sim, e não foi só a classe artística. Foi o meio acadêmico, uma parcela dos intelectuais. Veja o MST também. Está todo mundo imbricado de verbinhas. A explicação? Bom, no fundo, como sempre, basta seguir o dinheiro”.
Comenta-se que, quanto mais Jakes Rodrigues “prospera”, do ponto de vista individual, mas Rubiataba “piora”
As redes sociais não podem sobreviver sem uma boa briga, sobretudo se o barraco for armado por celebridades. A guerra da vez começou no Facebook e se espalhou por sites e portais nas internet. Estão no ringue o ator Paulo Betti (foto acima) e o antropólogo Roberto DaMatta.
Eis o jab de esquerda desferido por Paulo Betti: “Amigos, relutei em escrever aqui o que aconteceu comigo, mas como envolve pessoa pública, achei que seria relevante. Perguntado por uma ouvinte num programa da MPB fm, se fui agredido por ter feito o personagem gay Téo Pereira, na novela Império, de Aguinaldo Silva, eu já me preparava pra responder que não, tal a quantidade de carinho que recebo pelas ruas, quando me lembrei de um fato recente e não pude mentir para a ouvinte que me perguntou e disse no ar: Fui agredido sim, verbalmente e com muita violência, pelo famoso sociólogo Roberto DaMatta, professor e escritor, que, na frente da própria esposa, me falou barbaridades contra personagens gays em novelas, não direi as palavras pronunciadas em respeito aos meus amigos do Facebook, mas faço esse breve depoimento em nome da verdade e do respeito que os gays merecem. Contra a homofobia e sabendo mais sobre Roberto DaMatta”.
A pergunta é: pode um antropólogo ser preconceituoso? A resposta deve começar com uma pergunta: por que não? A sociedade do politicamente correto está tentando criar uma sociedade imaginária — mais utópica do que distópica —, na qual é possível a existência de cidadãos sem nenhum preconceito. Seria a “amebocracia”? Uma sociedade sem preconceitos é impossível. Não dá para “consertar” tudo que as pessoas pensam de, supostamente, “errado”. Agora, é claro que é preciso combater, basicamente por intermédio de leis severas, agressões físicas de qualquer natureza. Homossexuais não devem ser agredidos em nenhuma hipótese — nem mesmo verbalmente. No caso de violência, que o agressor seja penalizado pela lei, e com o máximo de rigor. Porém, impedir um indivíduo de ter preconceito é impossível.
Roberto DaMatta (foto acima), antropólogo respeitado internacionalmente, teria dito o quê, exatamente, a Paulo Betti? Não se sabe as palavras precisas. O que se sabe é o que o ator disse, de maneira relativamente desordenada. O pesquisador contrapôs, numa entrevista ao Portal da RedeTV!: “Estou perplexo com o que estou lendo e ouvindo. O sr. Paulo Betti, ator que eu sempre admirei e com quem falei uma única vez em toda a minha longa vida, terá resposta no fórum adequado”. Suspeita-se que o “fórum adequado” seja a Justiça. Já o artista da Globo contemporizou: “Não acho que seja caso de processar, é apenas uma revelação de um comportamento”. Paulo Betti teria mesmo falado com Roberto DaMatta? Teria sido um sósia? Parece que os dois se falaram mesmo — numa conversa privada, por certo,
O “debate” carece de mais informações para que se saiba o que de fato ocorreu. Roberto DaMatta teria sido irônico e Paulo Betti não percebeu? Até onde se sabe, o antropólogo nunca demonstrou preconceito contra os homossexuais. Nos últimos anos, o antropólogo tem vulgarizado críticas à esquerda, mas sem fazer campanha. Seus comentários são absolutamente palatáveis, até leves. Ele estaria sendo vítima de uma armação? Também não se sabe. A impressão que se tem é que o ator está fazendo muito barulho por nada, ou, quem sabe, está em busca de holofotes e de simpatia de setores cada vez mais poderosos na política, na imprensa e nas redes sociais?
Se eu tivesse duas vidas, uma seria dedicada à leitura de literatura (a chamada alta literatura), de história e de filosofia. A outra seria reservada para a leitura de romances policiais. Embora vista como “subespécie” da grande literatura, como se fosse uma arte do segundo time — ou nem arte, e sim apenas entretenimento —, a literatura policial é, no geral, de alta qualidade. Com acerto, costumam citar como de nível inquestionável Edgar Allan Poe, Dashiell Hammett, Raymond Chandler, Georges Simenon, James M. Cain, David Goodis, James Ellroy, Rubem Fonseca, Luiz Alfredo Garcia-Roza, Rex Stout, Dennis Lehane, Lawrence Block e John Dunning. Uma lista de primeira, sem dúvida, mas fica um pouco mais pobre se não incluir escritoras excelentes como Agatha Christie, Patrícia Highsmith, P. D. James e Ruth Rendell, o quarteto fantástico, Patricia Cornwell, Minette Walters e Andrea H. Japp. A prosa policial tem uma lógica implacável e uma arquitetura delineada com precisão. Escritores iniciantes, se quiserem aprender como se arma e se elabora uma história, deveriam ler, com lupa e caneta na mão, os clássicos policiais. Não há oficina literária mais instrutiva.
No sábado, 2, morreu uma das grandes damas do crime, quer dizer, da literatura policial: a inglesa Ruth Rendell, de 85 anos. Ela havia sofrido um acidente vascular cerebral em janeiro e estava internada.
Apontada como rainha dos thrillers psicológicos, Ruth Rendell era, acima de tudo, uma autora de uma prosa refinada, exata, e, ao mesmo tempo, rica em vieses, em nuances. Seus livros parecem perfeitos — tal a precisão milimétrica.
Pode-se dizer que, embora Ruth Rendell tenha escrito uma literatura popular, ou relativamente popular, se for incluída entre os grandes autores, não os chamados inventores, como James Joyce, William Faulkner e Guimarães Rosa, ninguém fará cara feia, exceto os críticos intransigentes e academicistas. Características dos livros de P. D. James, Patricia Higsmith e Ruth Rendell são, além da precisão, da lógica irretorquível, a qualidade literária e a construção de personagens consistentes. Os enredos, mesmo quando aparentemente ilógicos, têm uma amarração extraordinária. Ninguém “segura” o leitor tão bem quanto os autores de romances policiais. Ruth Rendell era uma mestre em fisgar o leitor e torná-lo seu escravo durante toda a leitura dos romances. Ninguém, em sã consciência, larga um livro da autora pela metade. Mais: procura terminá-lo rapidamente.
A literatura de Ruth Rendell tem uma regularidade que impressiona. Seus livros em geral são bons ou, no mínimo, razoáveis. Nunca ruins.
O inspetor Reginald (Reg) Wexford, principal personagem de Ruth Rendell, não fica nada a dever aos grandes personagens literários. Aliás, de tão vivo, de tão próximo de nós, fica-se com a impressão de que é um personagem histórico, de que existe na vida real. A magia literária de Ruth Rendell é tão intensa que às vezes o leitor fica com a impressão de que está acompanhando a história no momento mesmo em que ela está acontecendo.
“As pessoas gostam de meus livros porque estão ligados ao personagem de Reg Wexford. Sua vida, sua família, que foram construídas ao longo dos livros, apaixonam os leitores. Se você pensar bem, as histórias mais populares no mundo são as que contam o destino das famílias, os destinos do homem que evolui dentro de uma comunidade”, disse Ruth Rendell.
Uma curiosidade: Ruth Rendell era apreciadora da literatura da americana Donna Tartt, autora de “O Pintassilgo”.
Livros de Ruth Rendell editados no Brasil
O leitor brasileiro tem sorte: Ruth Rendell é um dos escritores mais traduzidos no país. Confira uma lista de alguns seus livros, que podem ser encontrados nas livrarias e sebos.
A Árvore das Mãos
A Dama de Honra
A Hora do Lobo
A Morte é Minha Amante
A Verdade Através da Névoa
Amor e Morte
As Máscaras de Morte
As Pedras do Caminho
Carne Trêmula
Feitiço Mortal
Herança de Sangue
Lágrimas
Mais Forte Que a Morte
Não Fale com Estranhos
Noturno Para Margaret
O Creme do Crime
O Gafanhoto
O Lago das Sombras
O Livro de Asta
O Tapete do Rei Salomão
Sem Perdão
Simisola
Um Assassino Entre Nós
Um Bando de Corvos
Uma Agulha Para o Diabo
Uma Despedida Para Sempre
Vamos Passear no Bosque
Almodóvar e Chabrol levaram Ruth Rendell ao cinema
O romance “Carne Trêmula”, de Ruth Rendell, foi levado ao cinema, de modo bem-sucedido, pelo diretor espanhol Pedro Almodóvar.
O francês Claude Chabrol adaptou “Analfabeta” com o título de “La Cérémonie” (“Mulheres Diabólicas”, em português).
Um trilogia entre o filipino e Floyd Mayweather pode render uma fortuna próxima de 1 bilhão de dólares para os boxeadores
O boxe é como o romance: volta e meia, sem nada para fazer, jornalistas criam pautas anunciando o seu fim. Mas eles continuam
O boxe não morre. O boxe é imortal. Mas volta e meia alguém, em geral quem não aprecia a nobre arte, decreta sua morte.
É sempre assim: depois da aposentadoria de um de seus mais notáveis artistas — esculpem com os punhos; diria, até, que é balé com os punhos —, alguém aparece nos jornais, ou nas revistas, para decretar sua morte.
O excepcional Joe Louis saiu de cena e, pronto, o boxe “morreu”. Aí surgiu Muhammad Ali, um fenômeno nos e fora dos ringues (talvez tenha sido o primeiro boxeador 100% midiático), e “matou” os que não paravam de falar na morte do boxe. Porém, com sua aposentadoria, mais uma vez disseram que o boxe estava moribundo — ou morto, assassinado, enterrado. Na cova.
Aí apareceu Mike Tyson, uma mistura da arte de Ali com a força de George Foreman. Com sua decadência, o boxe mais uma vez ganhou um caixão e sete palmos. Aí apareceu, sem discrição, boxeadores talentosos como Floyd Mayweather (americano) e Manny Pacquiao (filipino). O boxe é a fênix das artes: sempre ressurge das cinzas de aço “criadas” e “espalhadas” por seus críticos.
Na edição desta semana, a “Veja”, com texto de Alexandre Salvador — que parece entender mais de agência funerária do que de boxe —, mais uma vez investe contra o boxe, agora com a reportagem “A última chance do boxe”. De quebra, diz que o MMA, vítima de escândalos, começa a entrar em decadência. A revista da Editora Abril está se especializando na arte de decretar a morte de alguma coisa, ou de alguém. Porém, mesmo traçando o obituário do boxe, a “Veja” não tem como desconsiderar seus números. Como pode ser decadente um esporte que paga 300 milhões de dólares para Floyd Mayweather (60%) e Manny Pacquiao (40%).
Ah, a revista dirá: é um caso único. E tem razão. Mas outras lutas importantes pagam bolsas altíssimas e alguns dos atletas mais ricos do mundo são boxeadores. A maior bolsa do MMA fica a quilômetros de bolsas medianas do boxe.
O boxe, na verdade, é como o romance: volta e meia, sem nada para fazer, jornalistas criam pautas anunciando o seu fim. Mas o boxe e o romance continuam. Mudam, mas não morrem. Daqui a pouco surgem boxeadores de alta qualidade e os obituários definitivos da “Veja” serão esquecidos, inclusive pela própria revista.
Boxe, cinema (se for arte) e literatura são artes irmãs. Tanto que entre seus apreciadores podem ser listados: David Remnick (editor da revista “New Yorker” e autor de precisa biografia de Muhammad Ali), Ezra Pound, Hemingway, James Joyce, John Huston (diretor de cinema), Joyce Carol Oates (autora de um livro sobre boxe muito bom), Norman Mailer (autor do excelente “A Luta”, sobre a batalha do Zaire entre Muhammad Ali e George Foreman, em 1974) e Robert de Niro (ator do belíssimo filme “O Touro Indomável”).
[Acima, na foto, Floyd Mayweather e Manny Pacquiao]

[caption id="attachment_34459" align="aligncenter" width="620"] Jayme Rincón e Vanderlan Cardoso: a eleição de um deles em Goiânia pode cacifar o candidato de Marconi Perillo para o governo em 2018. Enfraquecendo Iris Rezende, reduzirá a força de Caiado | Fotos: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Cada eleição é seu próprio destino. Mas algumas contribuem para formatar o destino das outras. A de 2014, com a reeleição do governador Marconi Perillo (PSDB), deve formatar mais a disputa de 2016 do que esta deve influenciar a de 2018. Mas sempre há alguma influência, porque as prefeituras, embora em crise permanente, ampliam o capital político e, mesmo, o financeiro dos partidos. A Grande Goiânia tem pelo menos quatro cidades eleitoralmente importantes ou decisivas: Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade e Senador Canedo. Talvez seja possível incluir Anápolis, município próximo.
Hoje, o PT governa Goiânia e Anápolis. O PSDB dirige Trindade. O PMDB controla Aparecida. O PDT está no poder em Senador Canedo.
As oposições têm as três principais prefeituras e a situação, duas: Senador Canedo (Misael Oliveira) e Trindade (Jânio Darrot). Mesmo com este poderio todo, PMDB e PT não conseguiram eleger o governador de Goiás. Para 2016, examinando a partir do quadro que está relativamente estabelecido — mas que tende a mudar, se não inteira, parcialmente —, a situação é mais complicada para o PT.
Em Goiânia, a disputa final não se dará, possivelmente, entre o petismo e o tucanato (ou um aliado do tucanato), mas entre o tucanato e o peemedebismo. O PT tem nomes respeitáveis para a disputa — os deputados estaduais Humberto Aidar e Adriana Accorsi e o primeiro suplente de deputado federal Edward Madureira —, mas não populares a ponto de desbancarem, por exemplo, um Iris Rezende, do PMDB, ou um Vanderlan Cardoso, do PSB. Tanto que há integrantes do petismo — o prefeito Paulo Garcia e o deputado Luis Cesar Bueno — que preferem uma composição com Iris, bancando Adriana Accorsi na vice, do que uma candidatura-solo.
O prefeito de Anápolis, João Gomes (PT), é consistente. Assumiu o lugar de Antônio Gomide, um ícone na cidade, e manteve a qualidade da gestão anterior. Porém, se perder em Goiânia e Anápolis, o PT chegará com uma estrutura fragilizada para a disputa de 2018, o que o levará, provavelmente, a submeter-se ao projeto do PMDB — desde que o candidato a governador deste partido não seja o senador Ronaldo Caiado (DEM). O PSDB, se ganha em Anápolis, com Alexandre Baldy ou outro, encorpa suas forças para 2018 e, de quebra, contribui para enfraquecer o PT.
Mas é em Goiânia que se dará o grande enfrentamento. O governador Marconi Perillo, no momento, está mais preocupado em reorganizar sua gestão, com o objetivo de recuperar a capacidade de investimento do Estado e, sobretudo, de superar a crise, que é local e nacional. Porém, como político eficiente, articula, nos bastidores, com o objetivo de, principalmente, enfraquecer o PMDB, o DEM e o PT. Embora tenha um pré-candidato, Jayme Rincón, do PSDB, atraiu Vanderlan Cardoso, do PSB, para sua aliança. Qual é sua estratégia? A prioridade é derrotar Iris Rezende, porque, se conseguir, enfraquecerá o peemedebista e seu possível candidato a governador, em 2018 — Ronaldo Caiado. Ao mesmo tempo, se ganhar Goiânia, amplia sua estrutura e, também, reduz a estrutura dos adversários.
Marconi não aposta muito na disputa eleitoral de Aparecida, porque lá o prefeito Maguito Vilela (PMDB) é uma espécie de “deus”. Porém, se o deputado Waldir Soares, do PSDB, aceitar a missão de disputar a prefeitura do município — o delegado insiste que prefere disputar em Goiânia —, a possibilidade do tucanato cresce. No momento, Waldir é mais forte do que o candidato de Maguito, o economista Euler Morais.
Se Euler Morais for eleito, porque ele é a continuidade do projeto de Maguito na prefeitura e se Iris não for eleito em Goiânia, cresce a possibilidade de o deputado federal Daniel Vilela disputar o governo de Goiás em 2018 pelo PMDB.
Trindade, dada a questão da fé, é uma cidade de forte apelo simbólico. O prefeito Jânio Darrot organizou a casa, depois do “terremoto” chamado Ricardo Fortunato (PMDB) — que não tinha preparo técnico para gerir uma cidade —, e agora sua administração começa a deslanchar. A tendência é que seja reeleito — o que fortalece o projeto tucano. Deve enfrentar uma candidata dura e profissional, a deputada federal Flávia Morais. Mas a líder do PDT tem um esqueleto inescapável no armário — o marido George Moras, mais conhecido como Renda Cerveja, possivelmente, ao lado de Ricardo Fortunato, o político mais desgastado do município. É George “Renda Cerveja” Morais quem mais puxa Flávia Morais para trás.
Em Senador Canedo, até as pedras, seguidas pelos postes, apostam que o prefeito Misael Oliveira, do PDT, será reeleito. Se brincar, ganha por w.o., sobretudo por ter o apoio de Vanderlan Cardoso. Mas não só. Misael Oliveira tem méritos, pois faz uma administração consistente, com obras relevantes e com as contas em dia. É um dos raros casos de prefeito que está conseguindo cumprir os compromissos de campanha. É apontado como dinâmico e, aos poucos, está conseguindo mostrar o que fez. Não é pouco, mas só agora percebeu que quem tenta fazer “revolução silenciosa” desaparece do mapa, é esquecido pelos eleitores.

[caption id="attachment_34457" align="aligncenter" width="620"] Vinícius Luz: vereador pode deixar PSDB para disputar prefeitura | Foto: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
O vereador Vinícius Luz pode desfiliar-se do PSDB com o objetivo de disputar a Prefeitura de Jataí em 2016. O tucano de 39 anos sugere que, como a cúpula estadual pretende bancar o empresário Victor Priori, tende a ser candidato por outra legenda — talvez o PSB. “A sociedade, sobretudo os formadores de opinião, tem me incentivado e, se conseguir articular o mínimo de estrutura, vou postular mandato de prefeito. O vereador Thiago Maggioni apoia meu projeto. Na verdade, gostaria de permanecer no PSDB, mas, se não for possível, terei de procurar um partido que possa acolher meu propósito de renovação.”
Vinícius Luz assinala que o possível candidato a prefeito pelo PMDB, Leandro Vilela, está “cantando vitória antes da hora”. O ex-deputado pouco frequenta Jataí, segundo o vereador. “O principal cabo eleitoral de Leandro é o prefeito Humberto Machado, que, apesar da fama de gestor eficiente, transformou o setor de saúde de Jataí num verdadeiro caos. Até há pouco, faltavam médicos nas unidades de saúde do setor Colmeia,na Vila Sofia e no Centro Médico Serafim de Carvalho. O prefeito não fez campanha preventiva contra a dengue e o resultado é que Jataí é a terceira cidade de Goiás em número de pessoas doentes.”
Para o possível espanto de ministros do Supremo Tribunal Federal, alguns médicos ganham mais de 60 mil reais por mês da Prefeitura de Jataí. “Muitos ganham mais de 50 mil reais. Nós convocamos o secretário de Saúde, o ginecologista Amilton Prado, mas o Humberto Machado também compareceu e levou todo o seu secretariado. No lugar de apresentar propostas para melhorar o atendimento médico — os hospitais da cidade estão superlotados —, o prefeito ficou enaltecendo o secretário, contando que seu currículo é um dos melhores do país.”
Moderado na linguagem, Vinícius Luz vira uma fera quando se trata de defender a população do município ante a “democradura” de Humberto Machado, que, segundo ele, deveria mudar o nome para sr. Imposto Alto. “O aumento do IPTU, em alguns casos, chegou a 5.000%. O prefeito contratou financiamento na Caixa Econômica Federal para fazer asfalto e conseguiu prazo de 26 anos para pagá-lo. No entanto, está cobrando a Contribuição de Melhoria, conhecida pela população como ‘Taxa do Asfalto’, em 36 meses.”
Vinícius Luz frisa que Humberto Machado planeja construir um aeroporto e já torrou cerca de 5 milhões de reais. Porém, apesar da terraplanagem feita pela prefeitura, o aeroporto não está pronto, pois o governo federal não liberou os 100 milhões de reais planejados para a obra. Como é que se começa uma obra se não se tem garantia dos recursos?”
Humberto Machado é apontado por Vinícius Luz como uma espécie de ditador. “O prefeito não dialoga com a sociedade e rejeita conversar com os vereadores que mantêm posição crítica em defesa dos moradores da cidade. Estranhamente, Humberto só fala com sua base na Câmara, quer dizer, só com aqueles que dizem ‘amém’.” O peemedebista tem o apoio de sete dos 10 vereadores

Ao término da reunião que selou a fusão do PSB com o PPS, em Brasília, o presidente nacional do primeiro partido, o deputado federal Carlos Siqueira, disse que a nova legenda deverá bancar a candidatura do empresário Vanderlan Cardoso a prefeito de Goiânia. Há quem aposte que haverá uma briga de foice entre Vanderlan Cardoso e o deputado federal Marcos Abrão e a senadora Lúcia Vânia. Pura ilusão. Se eleito prefeito da capital, Vanderlan vai fortalecer tanto o projeto de Marcos quanto o de Lúcia. Como excluir da chapa majoritária em 2018 uma postulante que, além de senadora, terá o apoio do prefeito de Goiânia, se Vanderlan for eleito? Vanderlan, Marcos e Lúcia sabem que, unidos, são fortes. Separados, sobretudo brigados, são presas fáceis de adversários e mesmo de aliados.

[caption id="attachment_34454" align="aligncenter" width="620"] Sinval Zaidan Gama, presidente da Celg: seu objetivo é recuperar
e, em seguida, privatizar a companhia de eletricidade de Goiás | Foto: Fernando Leite / Jornal Opção[/caption]
Com a recomposição tarifária e com o fato de que passou para o comando da Eletrobrás — o que, em tese, significa investimento seguro nos próximos anos —, a Celg deve faturar 8 bilhões de reais por ano (descontados os tributos, o faturamento chega a 6 bilhões de reais). Como há uma demanda crescente, e as contas da companhia começam a ser postas em ordem, a valorização tende a aumentar, segundo analistas do mercado. O presidente Sinval Zaidan Gama, engenheiro eletricista, tem dito aos subordinados que está “otimista”.
Há duas teses sobre a Celg. A primeira sugere que a companhia de eletricidade de Goiás atraia um parceiro capitalizado e com expertise para revigorar suas finanças. Não é a tese mais aceita, diga-se. A segunda propõe a privatização pura e simples. “Hoje, como há o que se costuma chamar de ‘realidade tarifária’ — o valor da tarifa é o de mercado, real —, a Celg voltou a ser uma empresa valiosa, um objeto de desejo de empresas nacionais e internacionais. Se comprovar um lucro anual de cerca de 2,6 bilhões, por exemplo, tende a valer, no mercado, de 6 bilhões a 10 bilhões de reais”, afirma um engenheiro especializado em energia elétrica e mercado financeiro.
No caso de venda, como é sócio da companhia, o governo de Goiás receberia cerca de 3 bilhões de reais, o que possibilitaria investimento em obras de infraestrutura — como o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) no Eixo Anhanguera.
Porém, do ponto de vista da sociedade — dos comerciantes, das famílias —, a imagem da Celg ainda é “ruim”. O Jornal Opção perguntou a dois engenheiros da Celg: “Por que a energia ‘cai’ tanto em Goiânia?” Eles admitem que as “instalações” são velhas — daí as panes frequentes no sistema — e a manutenção é deficiente. “A Celg precisa ‘atualizar’ suas redes de distribuição”, dizem. A Eletrobrás acordou que deve investir cerca de 400 milhões de reais, este ano, na melhoria da qualidade da distribuição da energia elétrica em Goiás.

Se uma parte do PSDB, ao saber que Jayme Rincón havia saído na frente para a disputa da Prefeitura de Goiânia, reclamou horrores, como se fosse um nome da oposição, imagine com Vanderlan Cardoso. “O problema de Vanderlan é ‘Fila’”, afirma o deputado Jean Carlo. Jean Carlo avalia que, com dois candidatos a prefeito de Goiânia, a base governista tende a garantir o segundo turno.

[caption id="attachment_34451" align="aligncenter" width="620"] Jovair e Caiado contra a fusão | Fotos: reprodução / Facebook / Agência Câmara[/caption]
O senador Ronaldo Caiado e o deputado federal Jovair Arantes disputam a liderança do “campeonato de fúria”. Cada um se julga mais irritado com a possibilidade de fusão entre o DEM e o PTB.
Caiado e Jovair prometem recorrer à Justiça contra a fusão. Porém, como a ação possivelmente dará em nada, a tendência é que o senador deixe o DEM e Jovair abandone o PTB.
Na verdade, a situação de Jovair é pior que a de Caiado. Porque o “novo” PTB — sob a batuta da deputada federal Cristiane Brasil, filha do ex-deputado Roberto Jefferson — ficará na oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff. Isto é confortável para Caiado, mas não para Jovair, que é governista.

[caption id="attachment_22472" align="aligncenter" width="620"] Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Sobre a disputa pelo Diretório Regional do PSDB de Goiás há duas teses. Primeiro, o presidente deve ser um deputado, de preferência federal, para que, com seu prestígio e respeitabilidade, consiga fortalecer o partido.
Segundo, sugere-se que o presidente seja uma pessoa que não tenha mandato e, por isso, tenha disponibilidade de tempo e movimentação para articular politicamente em Goiás durante todos os dias da semana — no estilo de Paulo de Jesus, atual presidente. Há os que também sugerem que o presidente deve ser um nome histórico do partido (o deputado Giuseppe Vecci estaria operando a resistência a Alexandre Baldy).
Há quem defenda que o presidente seja o jovem deputado federal Alexandre Baldy. Porque seria um símbolo de que o partido está se renovando e valorizando aqueles que disputam eleições. Ele já teria conquistado o apoio do ex-senador e empresário Cyro Miranda.

O governador Marconi Perillo deve bancar um candidato do PSDB à sua sucessão. Por isso é quase certo, segundo deputados e secretários, que José Eliton se desfilie do PP, possivelmente em 2017, e se torne integrante do PSDB. A história estaria sendo atribuída ao deputado Roberto Balestra, desafeto de José Eliton. Mas agora chegou com força nas hostes tucanas. O candidato a governador de Goiás em 2018 será do PSDB. Portanto, José Eliton deverá se filiar-se ao partido, em 2017....