Por Euler de França Belém
A única voz regional que se levanta para defender o prefeito de Luziânia, Cristóvão Tormin, é o secretário de Gestão e Planejamento do governo de Goiás, Thiago Peixoto. Por que, se o eleitorado diz que a gestão de Cristóvão Tormin é “ruim”, o deputado federal licenciado a defende? Primeiro, porque Cristóvão Tormin é de seu partido, o PSD. Segundo, porque acredita na capacidade de trabalho do prefeito. E no seu poder de recuperação.

[caption id="attachment_50062" align="alignleft" width="620"] Fotos: Fernando Leite[/caption]
“Não há cedo em política — só tarde”, dizia o mestre dos mestres Tancredo Neves. Por isso, o vice-governador José Eliton (PSDB) trabalha, em tempo integral, tanto como gestor, na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, quanto como articulador político.
José Eliton está, desde já, operando a montagem de uma ampla frente política para bancá-lo para governador em 2018. Ele está aparando arestas e conquistando novas forças.
Entre os principais aliados de José Eliton está o secretário de Gestão e Planejamento do governo, o deputado licenciado Thiago Peixoto, do PSD.
Thiago Peixoto diz, com todas as letras, que a vaga do PSD na chapa majoritária em 2018 será de Vilmar Rocha, que pretende disputar mandato de senador. Isto é possível. Mas há outra possibilidade e nem o presidente do PSD seria contra: Thiago Peixoto pode ser o vice de José Eliton. O motivo?
Talvez motivos. Primeiro, uma chapa com dois jovens, com ideias arejadas, significará que o Tempo Novo sabe se renovar.
Segundo, Thiago Peixoto é, além de um técnico eficientíssimo — um poço de ideias criativas para modernizar o Estado —, um político articulado, agregador.
Ligados ao empresário Júnior Friboi, o advogado Robledo Rezende e o ex-deputado estadual Francisco Bento organizaram a Frente Alternativa em Porangatu — não apostam no deputado Júlio da Retífica e no prefeito Eronildo Valadares (“estão muito desgastados”) — e pretendem lançar candidato a prefeito. Robledo Rezende e Francisco Bento colocaram seus nomes à disposição da Frente Alternativa. “Só vou me filiar em março de 2016”, sublinha o primeiro. “Vamos lançar o nome do nosso candidato em janeiro.”
Há um desassossego geral com Vanderlan Cardoso tanto no PSB quanto no PPS. Integrantes dos dois partidos dizem que, além de viajar demais (agora, para Cuba de Raúl e Fidel Castro), o empresário faz mais política em Senador Canedo.
O ex-prefeito José Osvaldo, filiado ao PSB da senadora Lúcia Vânia e do empresário Vanderlan Cardoso, apoia a Frente Alternativa liderada por Robledo Rezende e Francisco Bento. Ele se diz perseguido pelo prefeito Eronildo Valadares, do PMDB. Eronildo Valadares teria movido processos contra o ex-prefeito de Porangatu.
Comenta-se que Vanderlan Cardoso (PSB) quer pacificar suas relações com o prefeito de Senador Canedo e admite até mesmo apoiar sua reeleição, desde que Misael Oliveira (PDT) o apoie em Goiânia.
Se não der certo a recomposição com Misael Oliveira, o socialista-capitalista Vanderlan Cardoso não deve bancar o empresário Zélio Cândido (traço em todas as pesquisas) para prefeito de Senador Canedo. O líder do PSB tende a bancar sua mulher, Isaura Cardoso, que deve voltar para o PSC de Joaquim Liminha, para a disputa. O problema é que eleitorado de Goiânia e Senador Canedo pode perceber o fato como uma espécie de “nepotismo político” e despachar tanto Vanderlan Cardoso, que pretende ser candidato a prefeito da capital, quanto Isaura Cardoso para as calendas.
Comenta-se que Vanderlan Cardoso (PSB), se não deslanchar nas pesquisas, pode aceitar ser vice do tucano Jayme Rincón na disputa pela Prefeitura de Goiânia.
A Rede deve jogar pesado contra Diego Sorgatto. O deputado estadual, embora tenha tentado ganhar a simpatia de Marina Silva, é visto como o mais governista dos governistas goianos. O chefão da Rede em Goiás, Aguimar Jesuíno, vai observá-lo, a partir de agora, com “telescópio da Nasa”.
Os marqueteiros Carlos Maranhão e Renato Monteiro, da agência de publicidade Cantagalo, estariam acelerando uma parceria com o objetivo de criar marketing político para a campanha de 2016 e 2018. Os dois são craquíssimos.
É provável que será eleito prefeito de Goiânia aquele que fizer um discurso positivo e crível para a cidade e um discurso anti-Iris.
Marqueteiros sugerem que Iris Rezende, do PMDB, é um candidato excelente para ser batido. Começa na frente, mas tende a não manter a liderança. Sobretudo, seu discurso está superadíssimo. Na semana passada, concedeu uma entrevista ao “Diário da Manhã” na qual conseguiu a façanha de falar muito e não dizer nada. Ele não apresenta uma ideia criativa para gerir Goiânia. Pelo que diz, o eleitor tem a obrigação de votar nele. Seria quase seu escravo. Faz-se aqui uma sugestão aos que estão lendo esta nota: leia a entrevista concedida por Fernando Henrique Cardoso, um homem de 84 anos, à revista “Veja”, da semana passada, e a entrevista de Iris Rezende, um homem de 82 anos, ao “DM”. Fica-se com a impressão de que FHC é nosso contemporâneo e que Iris Rezende é contemporâneo de Átila ou, no máximo, Danton.
A tendência é que o pré-candidato do PMDB a prefeito de Goiânia, Iris Rezende, saia em primeiro e, durante a campanha, se desidrate. Há um cansaço tremendo em relação ao prefeito, que fará 83 anos em 2016. Se eleito, terminará o mandato com 87 anos. O eleitor certamente vai pensar nisto. Não deixa de ser curioso que as pesquisas de intenção de voto indicam que Iris Rezende não passa de 30%. Para quem foi governador de Goiás duas vezes, prefeito de Goiânia três vezes, além de senador, o número não é alvissareiro. A pesquisa sugere que Iris Rezende está estagnado.
Os pré-candidatos do PSB e do PSDB a prefeito de Goiânia, Vanderlan Cardoso e Jayme Rincón, são gestores experimentados e são relativamente jovens. Os eleitores possivelmente pensarão nisto em 2016. Perto de Iris Rezende, em termos de idade, a dupla é quase criança.
O deputado petista Renato Rocha, embora o PMDB de Gilberto Naves esteja lhe oferecendo apoio, parece que não tem coragem de enfrentar o pré-candidato a prefeito de Goianésia, Robson Tavares (PSDB) — bancado pelo prefeito Jalles Fontoura (PSDB). Marqueteiros e políticos experimentados dizem que verdadeiros políticos nada perdem disputando eleições, mesmo se derrotados. Peemedebistas acreditam que Renato Rocha deveria “guardar” o medo e disputar a eleição. Gilberto Naves, do PMDB, não quer ser candidato. Mas, se Renato Rocha fugir da raia, terá de pôr o seu bloco na rua, sacrificando-se mais uma vez.