Livro conta a história de Alex, o craque que brilhou em clubes mas não na seleção brasileira
21 novembro 2015 às 11h30
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Alex era um craque relutante? Brilhava na maioria dos jogos, tinha uma visão integral da partida, como se fosse um observador externo, fazia belos gols e dava passes incríveis. Porém, por não ser marqueteiro de seu futebol e por não disputar espaço, não se tornou um cracaço de seleção. “Alex — A Biografia” (Planeta, 256 páginas), de Marcos Eduardo Neves, tenta explicá-lo.
Alex jogou, sempre muito bem, no Coritiba, no Palmeiras, no Cruzeiro e no Fenerbahçe, da Turquia. Era um ídolo incontestável dos torcedores de seus times, mas também era respeitado e admirado pelos torcedores dos clubes adversários. Seu futebol vistoso e produtivo, ao estilo de Leonel Messi, sempre agradou todos aqueles que iam aos estádios ou assistiam jogos pela televisão, independentemente se torciam para seu time ou não.
Quando fui ao Japão em março de 1996, encontrei-me com Zico, o estelar jogador do Flamengo e da Seleção Brasileira, e percebi que os japoneses falavam muito bem dele (utilizei como intérprete o brasileiro Manzo, professor de uma universidade em Tóquio). Eles sabiam que era um grande jogador e um técnico capacitado. Mas o que mais ressaltavam era o “caráter” do homem. Zico era bem-visto como cidadão.
Alex não é muito diferente de Zico. Além de jogador de primeira linha, é um cidadão exemplar, o que não quer dizer perfeito (perfeito nem Deus). Ninguém discordaria se a biografia tivesse o título de “Alex — Um Jogador, Um Homem”.