Por Euler de França Belém
Vanderlan Cardoso é o candidato do PSB a governador de Goiás. O partido de Eduardo Campos e Marina Silva foi o primeiro a definir seu nome no Estado. A antecipação da convenção foi um indicativo de que o empresário pretende mesmo ser candidato e não apoiará outro postulante. Mesmo assim, o pré-candidato a governador pelo PMDB, Iris Rezende, e o pré-candidato a senador pelo DEM, Ronaldo Caiado, continuam insistindo para que Vanderlan retire a candidatura e integre a chapa PMDB-DEM como vice. O líder do Partido Socialista Brasileiro tem dialogado, mas não apresentou uma resposta afirmativa. A tese esboçada por um irista do alto clero é que uma chapa com Iris, Vanderlan e Caiado, “por se tornar altamente competitiva, pode liquidar a fatura no primeiro turno”. Aposta-se que, “com mais um candidato da Grande Goiânia – onde está o maior eleitorado do Estado –, a chapa tem mais chance de derrotar o governador Marconi Perillo”. A Vanderlan tem sido apresentada a possibilidade de, se aceitar a vice, Iris e Caiado apoiá-lo para prefeito de Goiânia, em 2016. Um dos sonhos de Vanderlan, se não for eleito governador, é exatamente disputar a prefeitura da capital (ele inclusive já mora em Goiânia, no condomínio de luxo Alphaville). O irismo avalia que a aliança com o PT terminou no momento em que Antônio Gomide, pré-candidato do partido a governador, não aceitou a aliança com o PMDB para a disputa estadual. Ao não apoiar Iris para governador, o PT teria rompido um acordo e, assim, o PMDB não terá compromisso de apoiar o candidato do PT a prefeito de Goiânia em 2016. O irismo tem apreço pelo prefeito Paulo Garcia, mas admite que, se tem certo controle do PT em Goiânia, não tem nenhum no Estado. Tanto que não conseguiu garantir o apoio do partido para a candidatura de Iris, como supostamente estava acordado.
O PSB de Goiás lançou o filósofo Almir Luiz Silva, formado pela Universidade de São Paulo, para deputado federal. Almir Luiz é de Morrinhos e tem amplo apoio dos professores de sua região. O socialista diz que os tubarões estão tentando atrapalhar sua postulação. “Mas não vão conseguir”, afirma. Faltará dinheiro na campanha de Almir. Mas pelo menos sobram ideias.
Os repórteres Ricardo César e Pedro Palazzo deixaram o “Pop” na semana passada. A redação está fazendo testes com possíveis substitutos.
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Ricardo César[/caption]
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Pedro Palazzo[/caption]
Ricardo César decidiu sair porque não queria mais participar do fechamento da edição do jornal, na área de economia, em três finais de semana — folgando apenas uma vez no mês. Outros colegas trabalham um fim de semana e folgam três. O editor Wanderley de Faria, no lugar de atender o pedido do repórter, decidiu que os demais repórteres também contribuiriam para o fechamento.
Pedro Palazzo aceitou a proposta de Elias Vaz (PSB) para trabalhar em seu site de campanha — o vereador será candidato a deputado estadual — e comunicou ao editor de “Cidades”, Márcio Leijoto. A editora-chefe, Cileide Alves, disse a Leijoto que era incompatível o jornalista trabalhar na área de política e assessorar um candidato. O repórter, que não queria sair do jornal, pediu para ser transferido para outra editoria, como “Cidades” ou “Economia”. Cileide Alves não permitiu. Mas um editor do jornal assessora um deputado federal e a editora-chefe não avalia que há incompatibilidade.
Vendas menores
A cúpula do “Pop” está preocupada no momento com dois problemas. Primeiro, as vendas de banca caíram e, como o jornal é “fechado” na internet, não há como aumentar o acesso. Segundo, caiu o lucro dos “Classificados” — que já foram apontados como a “galinha dos ovos de ouro” do jornal.
O vice-governador José Eliton, presidente do PP de Goiás, quer permanecer na vice e o governador Marconi Perillo tem o maior apreço pelo jovem político, apontado como “leal” e “íntegro”. No entanto, se o deputado federal Ronaldo Caiado, do DEM, assumir mesmo a aliança com Iris Rezende, do PMDB, candidatando-se ao Senado, a chapa governista pode sofrer uma ligeira mudança. Ronaldo Caiado é forte entre os produtores rurais. Por isso a chapa governista poderá incluir um político amplamente respeitado no meio — o deputado federal Roberto Balestra, do PP. Se confirmado Balestra para senador, Vilmar Rocha, do PSD, poderia ser o vice do governador Marconi Perillo.
A deputada federal Flávia Morais convocou prefeitos e líderes e disse que o PDT vai apoiar a reeleição do governador de Goiás, Marconi Perillo. A parlamentar sugeriu que, a partir de agora, o partido está enquadrado. Dois prefeitos do PDT não apoiam o governador Marconi. Os prefeitos de Senador Canedo, Misael Oliveira, e de Inhumas, Dioji Ikeda, apoiam, respectivamente, o candidato do PSB, Vanderlan Cardoso, e o candidato do PT, Antônio Gomide. A partir de agora, se quiser, a cúpula do PDT poderá puni-los — por falta de disciplina partidária. Não há intenção algum de expulsá-los, mas o partido vai seguir um único rumo.
O ex-deputado federal Marcelo Melo, do PMDB, será indicado para coordenar a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) e do vice-presidente Michel Temer no Entorno do Distrito Federal. O compromisso já está firmado com Dilma e Temer. Pré-candidato a deputado federal, Marcelo Melo é o único nome de expressão do PMDB que apoia Dilma para presidente no Entorno do DF. Aos aliados, Marcelo Melo tem dito que não pedirá nenhum voto, mas nenhum mesmo, para o pré-candidato do PMDB a governador, Iris Rezende, no Entorno ou em qualquer outra região. O ex-deputado federal Marcelo Melo, do PMDB, será indicado para coordenar a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) e do vice-presidente Michel Temer no Entorno do Distrito Federal. O compromisso já está firmado com Dilma e Temer. Pré-candidato a deputado federal, Marcelo Melo é o único nome de expressão do PMDB que apoia Dilma para presidente no Entorno do DF. Aos aliados, Marcelo Melo tem dito que não pedirá nenhum voto, mas nenhum mesmo, para o pré-candidato do PMDB a governador, Iris Rezende, no Entorno ou em qualquer outra região.
O tucano Maione Padeiro diz que sonhou que o prefeito Maguito Vilela assumiria a coordenação da campanha da reeleição do governador Marconi Perillo em Aparecida de Goiânia. O sonho está prestes a se tornar realidade, acredita Maione Padeiro. Em 2014 ou 2018.
O grupo petista de Pedro Wilson-Olavo Noleto deve bancar Marina Sant’Anna para senadora na chapa de Antônio Gomide. No caso de chapa pura, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, pode emplacar o vereador Tayrone di Martino para vice de Gomide. Aí o ex-reitor da UFG Edward Madureira, que estava cotado para vice, permanece como candidato a deputado federal. Gomide não quer chapa pura e articula intensamente para atrair políticos de outros partidos.
Na semana passada, o vice-governador José Eliton (PP) comemorava, sorridente, a ida de Ronaldo Caiado (DEM) para a chapa de Iris Rezende. Presidente do PP, José Eliton acredita que agora está definido como vice na chapa do governador Marconi Perillo. “Sua” vaga estava ameaçada.
O petista Olavo Noleto (PT) começou fazendo um trabalho de formiguinha e, de repente, consolidou-se como candidato fortíssimo a deputado federal. Na semana passada, pré-candidatos a deputado federal faziam listinhas de possíveis eleitos e, em todas, o nome de Olavo Noleto era unanimidade, ao lado de Rubens Otoni, também do PT. Apesar de ser citado por todos, Olavo Noleto trabalha cada vez mais. Porque é realista. Ele sabe que muitos candidatos dormiram eleitos e acordaram derrotados. Muitos apoios, por exemplo, são pro forma. O político diz que apoia para vários candidatos e, em seguida, fecha com quem tem dinheiro. A campanha de Olavo será franciscana, no máximo, dominicana.
Doente, a combativa deputada federal Iris Araújo esteve afastada da política de Goiás na semana passada. A líder peemedebista está com problemas pulmonares, em larga medida devido ao condicionado e aos carpetes da Câmara de Deputados. Entretanto, quando perguntam se vai desistir do pleito deste ano, Iris Araújo garante que vai disputar de qualquer maneira. E mais: ela aposta que Iris vai surpreender e vai ser eleito governador.
A prova de que o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) articula sozinho, e para si, é que, na sexta-feira, 13, a maioria de seus aliados (como Marcos Cabral, ex-prefeito de uma cidade do interior) sabia das articulações com Iris Rezende pelos jornais. Líderes democratas cobram que Ronaldo Caiado convoque os militantes para participações efetivas no partido. E mais: sustentam que o deputado leva o tempo de televisão para Iris, mas não o partido (as pessoas), que vai ficar com o governador Marconi Perillo (PSDB).
Um grupo de friboizistas planeja sugerir a Iris Rezende que impeça a candidatura de Iris Araújo a deputada federal. Missão praticamente impossível. Os friboizistas afirmam que o afastamento de Iris Araújo seria um gesto de boa vontade da parte de Iris Rezende. Eles alegam que Iris Araújo invade seus “distritos” eleitorais e ninguém pode reclamar.
Pesquisas qualitativas indicam que o eleitor goiano percebe Iris Rezende como “velho” (em termos de idade mesmo) e “superado” (em termos de ideias). Há uma questão que ninguém quer discutir, porque é indelicada, mas a idade de Iris Rezende, quase 81 anos, não agrada o eleitorado. Mas a principal questão é que os eleitores não avaliam o ex-prefeito de Goiânia como moderno. Dizem que é um político correto, até competente para administrar, mas preocupa-se mais com asfalto do que com questões humanas. E sua resistência entre o funcionalismo público é muito alta. Vanderlan Cardoso e Antônio Gomide, candidatos a governador pelo PSB e pelo PT, respectivamente, sabem de tudo que está dito nos parágrafos acima. Por isso não querem compor com Iris Rezende. Eles acreditam que, embora se considerem “novos”, não conseguirão transferir isto para um candidato que a sociedade avalia como “velho”. No lugar de fortalecer Iris, eles é que ficarão mais frágeis pela associação com o peemedebista. Quem aliar-se a Iris, apostam, perde o discurso da renovação. Por que, então, Iris está melhor nas pesquisas de intenção de voto do que Gomide e Vanderlan? Porque é mais conhecido, acreditam aliados do petista e do socialista.
Esquizofrenia política: em Goiânia, parte do PT vai pedir voto para o candidato do partido a governador, Antônio Gomide, e parte vai pedir voto, discretamente, para o candidato do PMDB, Iris Rezende. Sim, isto já no primeiro turno. Um deputado diz que ouviu de um importante político do PT de Goiânia: “Vou trabalhar para Antônio Roberto, mas, por uma questão de lealdade pessoal, vou votar em Iris Rezende”. O político acredita que, devido à estrutura do PMDB, mesmo com a divisão partidária, Iris, e não Gomide, irá para o segundo turno. Ele também está preocupado com a eleição para a Prefeitura de Goiânia em 2016. Iris pode bancar candidato do PMDB na cidade.

