Por Antônio Caiado

À medida que as tensões nucleares se intensificam com o crescente alinhamento entre China, Rússia e Coreia do Norte, os Estados Unidos enfrentam uma das maiores ameaças de sua história recente

Com um histórico de rivalidade que remonta décadas, os países estão em uma trajetória de colisão que pode desencadear um conflito de proporções devastadoras

As eleições na Venezuela têm sido caracterizadas por um histórico de fraudes e violência. As evidências de manipulação eleitoral, intimidação de opositores e repressão violenta contra manifestantes são abundantes. De acordo com contagens independentes, o candidato oposicionista Edmundo González teria vencido com 66% dos votos, enquanto Maduro teria recebido apenas 31%. No entanto, os resultados oficiais proclamaram Maduro vencedor com 51,21% dos votos, um número suspeitosamente preciso, possivelmente gerado por um algoritmo predefinido.
No dia das eleições, relatos de interferência pela "polícia eleitoral" surgiram, com locais de votação sendo abertos ou fechados arbitrariamente e muitas atas de votação sendo desconsideradas. O sistema eleitoral também sofreu interrupções antes de atingir 80% da contagem dos votos, exacerbando as suspeitas de fraude.
Enquanto a comunidade internacional observava com ceticismo, figuras como o presidente do Chile, Gabriel Boric, exigiam transparência e auditorias imparciais. Boric, em uma posição que contrasta fortemente com a de Lula e Harris, afirmou que não reconheceria resultados que não fossem verificáveis, destacando a necessidade de observadores internacionais não comprometidos com o governo de Maduro.
Em contraste, a reação do Brasil, sob a liderança de Lula, foi morna. O assessor de política externa de Lula, Celso Amorim, foi enviado como observador e emitiu uma nota que saudava "o caráter pacífico da jornada eleitoral" enquanto minimizava as preocupações sobre a transparência das atas. Essa posição foi criticada por muitos, incluindo a ministra do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, Cármen Lúcia, que cancelou a ida de técnicos da Justiça Eleitoral a Caracas, evitando assim a legitimação de um processo eleitoral suspeito.
Alexandre Garcia, em uma análise contundente, chamou de ingênua a crença de que um ditador como Maduro poderia submeter-se a um processo eleitoral justo. Ele apontou que, mesmo que Maduro fosse derrotado, ele poderia facilmente inventar um pretexto, como uma agressão da Guiana, para manter-se no poder.
O regime de Maduro respondeu às acusações de fraude com uma retórica familiar, acusando a oposição de conspirar com "interesses do imperialismo norte-americano" para realizar um golpe de Estado. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, e Jorge Rodríguez, presidente do Legislativo, ampliaram a retórica de golpe, pedindo a prisão de líderes oposicionistas como Edmundo González e María Corina Machado.
A força militar na Venezuela, um pilar do chavismo, reafirmou seu apoio incondicional a Maduro, prometendo atuar em perfeita união cívico-militar-policial para preservar a ordem interna. Essa declaração de lealdade elevou o temor de repressão, especialmente após relatos de violência e prisões durante os protestos liderados pela oposição.
A oposição, representada por González e Machado, apelou por manifestações pacíficas e pediu aos militares que assegurassem a veracidade dos resultados das urnas. No entanto, a resposta do regime foi dura. Mais de 900 observadores eleitorais, em sua maioria aliados de Maduro, participaram do pleito, enquanto a oposição denunciava um golpe midiático apoiado pelo imperialismo norte-americano.
A atitude de Lula e Harris perante essa eleição controversa é alarmante. Ao não condenarem abertamente as práticas autoritárias de Maduro, ambos os líderes se distanciam dos princípios democráticos que deveriam defender. Essa complacência não apenas mina a credibilidade deles como líderes democráticos, mas também ignora o sofrimento do povo venezuelano.
Diante da grave situação na Venezuela, torna-se imprescindível discutir a possibilidade de intervenção dos Estados Unidos. Há duas principais abordagens a serem consideradas: uma intervenção militar direta ou o apoio político e financeiro aos grupos de oposição.
Uma intervenção militar direta dos Estados Unidos poderia envolver a mobilização de forças para desestabilizar e derrubar o regime de Maduro. Essa ação, embora arriscada, poderia rapidamente enfraquecer o controle de Maduro e abrir caminho para uma transição de poder. No entanto, tal intervenção traria o risco de escalada do conflito e possíveis repercussões internacionais negativas.
Por outro lado, o apoio político e financeiro aos grupos de oposição seria uma abordagem mais cautelosa. Esse apoio poderia fortalecer a oposição interna, fornecendo recursos para organizar manifestações, campanhas e outras atividades destinadas a minar o regime de Maduro. Essa estratégia poderia evitar a violência direta, mas também seria um processo mais lento e com resultados incertos.
Nesse contexto, a eleição de Donald Trump para a presidência americana poderia ser crucial. Trump já demonstrou uma postura mais agressiva e direta em relação a regimes autoritários, e seu governo poderia ser mais propenso a tomar medidas firmes contra Maduro. A liderança de Trump poderia significar um apoio mais decisivo e eficaz à oposição venezuelana, bem como uma maior pressão internacional para isolar o regime chavista.
A situação na Venezuela exige atenção global. A crise humanitária e a repressão contínua são um lembrete de que o mundo não pode se dar ao luxo de ignorar as violações dos direitos humanos. A intervenção dos Estados Unidos, especialmente em uma situação tão volátil como a de Essequibo, torna-se uma necessidade para restaurar a ordem e a democracia.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) também condenou os resultados das eleições venezuelanas. Em um comunicado divulgado em 30 de julho de 2024, a OEA afirmou que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela se mostrou tendencioso a favor do governo de Maduro. A OEA declarou que os resultados não podem ser reconhecidos e que o processo eleitoral foi minado por uma estratégia coordenada para comprometer sua integridade. O relatório do órgão destacou ilegalidades e práticas ilícitas, afirmando que as evidências mostram um esforço do regime para ignorar a vontade da maioria expressa nas urnas.
A recente eleição na Venezuela expôs mais uma vez a natureza autocrática do regime de Maduro e a complacência inquietante de líderes como Lula e Kamala Harris. A falta de uma condenação clara e firme dessas eleições fraudulentas demonstra uma perigosa tolerância à erosão democrática. O povo venezuelano merece o apoio incondicional da comunidade internacional na luta por um futuro verdadeiramente democrático e livre de tirania. A intervenção, seja ela militar ou política, é uma necessidade urgente, e a eleição de Trump pode ser um fator decisivo para uma ação mais eficaz contra o regime de Maduro.

Antônio Caiado é brasileiro e atua nas forças armadas dos Estados Unidos desde 2009. Atualmente serve no 136º Maneuver Enhancement Brigade (MEB) senior advisor, analisando informações para proteger tropas americanas em solo estrangeiro.

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