Por Alexandre Parrode

Eleitores de Goiânia sabem que o prefeito banca tanto o peemedebista quanto o democrata

Advogado Adriano Gustavo afirma que a Celg é a responsável pelo problema da energia elétrica e garante que cidade está limpa

Grupos de Leon Deniz, Miguel Cançado e Enil Henrique devem se unir para tentar derrotar o grupo de Lúcio Flávio

Empresário afirma que ele e seus irmãos não planejam disputar a suplência. Vereador diz que suplentes serão de Anápolis e Entorno do DF

Sem contato com o player Marconi Perillo, o jornal ignorou que uma das principais fontes dos jornais de São Paulo e Rio de Janeiro mora em Goiás “O Popular” tornou-se especialista numa arte: a de tomar furos. Ao cobrir — ou melhor, ao deixar de cobrir — a disputa nacional pela presidência do PSDB, o jornal do Grupo Jaime Câmara perdeu terreno para os jornais de Brasília, de São Paulo e do Rio de Janeiro. Motivo: apesar de um dos players do tucanato — o governador Marconi Perillo — ser de Goiás, os repórteres do veículo da Serrinha perderam contato com as fontes locais (e não têm fontes nacionais). O resultado foi uma cobertura pífia, serva do material de agências (como se sabe, algumas agências enviam, não material exclusivo, e sim o “restolho” — aquilo que vende para todos os jornais).

Um deputado estadual conta que perguntou a uma importante repórter de “O Popular” por qual motivo o Grupo Jaime Câmara decidiu não publicar a recente pesquisa do instituto Serpes — paga pela Associação Comercial e Industrial de Goiás (Acieg). Resposta do colunista: “Embora o instituto faça pesquisas para ‘O Popular’, a pesquisa não inspirou confiança”.

A base governista comemorou ao menos um dado da pesquisa Serpes/Acieg. O fato do pré-candidato do DEM, senador Ronaldo Caiado, aparecer com 44% é visto, paradoxalmente, como “positivo”. Estranho? Nem tanto.
Acredita-se que Ronaldo Caiado não tem como manter tais números, com o acirramento da pré-campanha e da campanha. Aí cria-se o clima de queda e virada.
Governistas sugerem que José Eliton, pré-candidato do PSDB, e Daniel Vilela, pré-candidato do PMDB, ainda não são conhecidos suficientemente dos eleitores, que, por isso, não têm como avaliá-los e mesmo mencioná-los. Aposta-se que, quando se tornarem conhecidos, tendem a crescer e vão, exatamente, retirar votos-eleitores de Ronaldo Caiado.

O governador de Goiás, Marconi Perillo, se tornou protagonista nacional com a vice-presidência do PSDB. A capacidade de aglutinação e o diálogo amplo com vários grupos do partido pesaram na escolha do tucano goiano.
Marconi Perillo é reconhecido pelos principais líderes do PSDB — como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o prefeito de São Paulo, João Doria Jr. — como uma de suas mais expressivas figuras nacionais.
Vale frisar que outro fator decisivo foi seu governo equilibrado, que hoje chama a atenção tanto do PSDB quanto do país. Num momento em que vários governos estão quebrados — como o do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, Estados governados pelo PMDB, e de Minas Gerais, gerido pelo PT —, o governo de Goiás paga salários em dia e faz obras em todos os municípios (com o programa Goiás na Frente).

[caption id="attachment_110962" align="aligncenter" width="620"] Marconi Perillo durante congresso “Senado e Câmaras Municipais” | Foto: Fernando Leite/Jornal Opção[/caption]
Quem conversa com ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso percebe que é pródigo em elogios ao governador de Goiás, Marconi Perillo. Os elogios são dirigidos tanto ao gestor — visto como responsável — quanto ao político, apontado como eficiente.
Mas recentemente, na escolha dos novos dirigentes do PSDB, hipotecaram apoio a Marconi Perillo: o senador José Serra; o prefeito de São Paulo, João Doria; o governador de Mato Grosso, Pedro Taques; o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja; senador-ministro José Aníbal; o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio; Paulo Bauer, o embaixador Sérgio Amaral. O tucanato de Minas Gerais também ficou ao lado do líder tucano.
Ao abrir mão de seu favoritismo, Marconi Perillo contribuiu, de maneira decisiva, para manter a unidade do PSDB.
A pesquisa do instituto Serpes/Acieg contém um dado que contraria a geografia: o município de Faina, que fica na região do Araguaia, aparece na região Nordeste de Goiás.
É provável que o Serpes aponte que o erro é da Acieg e a Acieg sugira que o erro é do Serpes. Só falta mesmo os dirigentes dizem que a geografia enlouqueceu.

O empresário Hugo Goldfeld — o Jair Bolsonaro do mundo pastoril —, ex-presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura e fã número zero do senador Ronaldo Caiado, pré-candidato do DEM a governador de Goiás, é apontado como líder do grupo que financiou a pesquisa Serpes/Acieg.
Hugo Goldfeld serviu ao regime militar com ardor e não se arrepende disso.

O PRB de João Campos e Gilvan Máximo está conversando com José Eliton, pré-candidato a governador pelo PSDB. Mas setores do partido sugerem que o advogado Djalma Rezende, se estiver bem de saúde — ele faz tratamento de câncer no Hospital de Câncer de Barretos (SP) —, pode ser candidato a governador de Goiás. Visto como self-made man, o proprietário de uma das mais poderosas bancas de advocacia do Estado começa a ser citado nas pesquisas de intenção de voto.

O presidente do PHS, Eduardo Machado, mantém forte ligação com o senador Ronaldo Caiado (DEM), do qual pode ser vice. Mas não sabe se o apoia para governador ou, se atendendo o governador Marconi Perillo, apoia José Eliton para governador. Os principais aliados do político estão na base do tucano-chefe.

[caption id="attachment_112053" align="aligncenter" width="620"] Iris Rezende e Gustavo Mendanha | Foto: reprodução[/caption]
O prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha, é apontado como um gestor mais eficiente do que o prefeito de Goiânia, Iris Rezende. Ambos são do PMDB.
Há até quem brinque que Goiânia está se tornando cidade-dormitório de Aparecida. Fica a sugestão de mudar o nome da capital para Goiânia de Aparecida.
Apesar de Gustavo Mendanha ser moderno e Iris Rezende primo e irmão do arcaísmo — o prefeito seria um “Arcairis” —, Aparecida não tem o peso político-eleitoral de Goiânia. Aquele tem menos de 300 mil eleitores e esta tem quase 1 milhão de eleitores.

Os repórteres mais categorizados dos principais jornais de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro falam com frequência às vezes diária com o governador de Goiás, Marconi Perillo. Os temas são, no geral, a agenda do PSDB, a crise econômica do país e a disputa presidencial de 2018.
Os jornalistas procuram conhecer as teses do tucano-chefe a respeito das reformas, como a da Previdência, sucessão presidencial, propostas para alavancar o desenvolvimento do Brasil e rumos e cenários da política.
Repórteres e editores dizem que Marconi Perillo está sempre atento aos fatos, dando informações precisas. Outra característica apreciada é que o tucano limita-se aos fatos, não se preocupando em “plantar” notícias.