A remoção de Aldemir Ben­di­ne da presidência do Banco do Brasil para o comando da Petrobrás não seguiu aquele perfil de vulto financista do mercado privado que o ministro da Fazen­da, Joaquim Levy, procurou no mercado privado. Com apenas dois dias de busca, Levy não deve ter encontrado um nome expressivo que se dispusesse a enfrentar a petroleira no estado atual.

Pelo currículo que leva do banco, Bendine tende mais a criar problemas. Com a escolha de Bendine, as ações da petroleira caíram nove por cento na bol­sa. Não recebeu do mercado a­quela confiança que a presidente Dil­ma desejou. Em compensação, ele não deve cria resistência a imposições de Dilma na empresa.

Entre os 10 membros do conselho de administração que homologou sua indicação, Bendine recebeu três votos contra, vindos de José Mon­forte, representante de acionistas preferenciais; Sílvio Sinedino, em nome dos funcionários da empresa; e de Mauro Cunha, pelos acionistas minoritários. Cunha anunciou seu voto como um protesto contra intervenções do governo na petroleira.

Há seis meses, a própria presidente Dilma se negou a transferir Bendine par a direção do BNDES por causa de um escândalo em torno das relações dele com Val Mar­chiori, uma vistosa loura que apresenta programas para socialites em televisão de São Paulo voltado à exaltação da ostentação de luxo e riqueza.

É comum o casal voar junto dentro e fora do país. No destino, hospedam-se no mesmo ho­tel, mas pedem quartos separados. Bendine é investigado pelo privilégio que concedeu a uma empresa da amiga em financiamento do Banco do Brasil:

Ele aproveitou uma linha de crédito subsidiado do BNDES e financiou R$ 2,7 milhões a Marchiori com quatro por cento de juro ao ano – abaixo da inflação. Há ainda dúvida sobre a capacidade de a empresa da amiga em gerir o dinheiro e pagar a dívida.