Sem querer, o líder do PMDB colaborou para a volta ao cartaz do caso da refinaria
24 março 2014 às 16h53
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Eram antigas as suspeitas sobre o superfaturamento na compra da refinaria no Texas, mas adormeciam. Eis que caso voltou à cena para valer quando os deputados do PMDB, à frente Eduardo Cunha, anunciaram que se reuniriam há duas semanas para repensar o apoio ao governo Dilma numa reação à força com que o PT busca a hegemonia entre os partidos.
A presidente pagou para ver se o PMDB romperia mesmo com o Planalto. Sustou aquela reunião de deputados e apostou em sua disposição pessoal em não oferecer um quinto ministério aos rebeldes. Entre a noite daquela terça-feira, 11 de março, e a manhã seguinte, peemedebistas e outros deputados dissidentes se rebelaram em votações contra o governo.
Recordemos, para montar o mosaico político que trouxe Pasadena de volta com poder imprevisível. Apoiados pela oposição, 267 deputados, contra 28, aprovaram a criação da comissão para investigar na Holanda a denúncia de que a empresa SBM corrompeu pessoas na Petrobrás ao alugar plataformas. Ainda chamaram dez ministros para discutir irregularidades no governo.
Tendo a holandesa SBM como exemplo, a Polícia Federal decidiu investigar o prejuízo da Petrobrás na compra de 50% da refinaria de Pasadena. Transação que deveria custar 360 milhões de dólares, mas consumiu 1,19 bilhão na moeda americana. Um ano antes, a empresa belga Astra Oil comprou a refinaria inteira por 42,5 milhões de dólares.
Apesar de toda a ressonância de Pasadena, Dilma revidou ironicamente a pressão dos deputados do PMDB para indicar um ministro que representasse. Há dez dias, anunciou a nomeação de seis ministros. Entre eles, dois estranhos aos deputados que passaram a ocupar as duas vagas que seriam dos peemedebistas da Câmara: Vinicius Lages no Turismo e Nuri Geller na Agricultura.
Veio a semana passada e o cenário mudou logo quando “O Estado de S.Paulo” recebeu uma dica e procurou o Planalto para saber o que a presidente Dilma teria a dizer a respeito de novas informações sobre sua participação na decisão do Conselho de Administração da Petrobrás que aprovou a compra de Pasadena. Como efeito, surgiu a reabilitação do líder Eduardo Cunha.