Atuação do Dragão foi digna de campeão. Já Verdão precisa de um milagre, ou um futebol muito acima do que mostrou, para ser campeão estadual

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Cilas Gontijo

O Campeonato Goiano chegou na fase final com o primeiro campeão da competição, em 1944, vencendo o jogo de ida de forma incontestável no Estádio Olímpico por 3 a 0. O Dragão praticamente assou o Periquito com seus jogadores em uma tarde inspirada. Tudo deu certo. O esquema tático de Wagner Lopes engoliu o do rival Maurício Barbieri.

O Atlético foi a campo no domingo, 14, com um meio de campo arrojado, muito consistente nas roubadas de bola e na marcação. Matheuzinho e Jorginho jogaram muito. A zaga mais parecia um paredão com o ótimo goleiro Kozlinski, que é o melhor camisa 1 da competição, fechando o gol como sempre.

Aquilo que praticamente toda a imprensa dizia antes do jogo, que o Atlético iria sentir o cansaço dos jogos que antecederam a final e a falta que três dos titulares poderia fazer toda diferença a favor do Goiás, não se concretizou dentro de campo. O Dragão voou dentro das quatro linhas, cuspindo fogo no Periquito, que parecia rastejar no gramado.

Os jogadores que substituíram os ausentes não permitiram que a torcida lembrasse dos considerados titulares. Oliveira, que entrou na zaga no lugar de Gilvan, jogou muito. Gilsinho, substituindo Pedro Raul, apresentou o fino da bola e marcou de pênalti. Moacir, no lugar de Washington, encheu os olhos dos torcedores. Além de Mike, que também foi muito bem.

Decepção esmeraldina
Já o Goiás foi uma decepção total. Chegou até o momento do jogo como a melhor equipe do campeonato. Não conseguiu desempenhar um bom futebol. Muito pela baixa qualidade de seus jogadores como também pelo esquema de jogo do seu adversário.

Uma das maiores contratações de 2019 do Goiás, o mais ou menos zagueiro Rafael Vaz cometeu uma penalidade infantil logo no início do jogo que culminou no primeiro gol rubro-negro. O atleta não é mais unanimidade nos bastidores do clube esmeraldino, assim como o contestadíssimo goleiro Sidão. Ao lado do seu companheiro de zaga, Sidão tem um dos maiores salários.

Mas façamos justiça. Neste jogo de ida da final não comprometeu com nenhum frango, mas a bola do segundo gol era defensável. Muitos no Goiás já falam em sua saída se de fato o Goiás não levantar o caneco. Muito por causa do peru que levou na desclassificação do time na Copa do Brasil e as besteiras que disse diminuindo o clube esmeraldino.

Com um meio de campo ruim e um ataque inoperante, além de Michael não conseguir jogar, o Verdão foi facilmente envolvido pela velocidade e a marcação atleticana imposta pelo seu treinador.

É fato que no Goiás as coisas não estão muito boas após a peia levada no domingo e com a grande possibilidade de ver seu segundo pentacampeonato ir água abaixo. Até o bom técnico Maurício Barbieri já está com seu posto ameaçado caso isso ocorra.

O certo é que o Goiás precisa reformular seu elenco, fazer novas contratações e dispensar muitos jogadores ruins que ali estão, senão irá lutar para não ser rebaixado para Série B do Campeonato Brasileiro.

Chances do Goiás
Isso não quer dizer que o time não pode dar a volta por cima, devolver o placar no segundo jogo e levar para as penalidades. Ou até mesmo reverter tudo dentro de campo. É difícil, mas no futebol nada é impossível.

Já o Atlético mostrou que não tem só um time mas sim um elenco pronto para a Série B. Não estou dizendo que está tudo ótimo, mas no caminho certo e tem tudo para realizar um bom Brasileirão, independente do resultado do segundo jogo da decisão no próximo domingo, 21, às 16 horas, no Estádio Olímpico.

O Dragão que não chegava a uma final do estadual desde 2014, quando sagrou-se campeão justamente em cima do Goiás. No próximo domingo promete não relaxar na base do já ganhou e lançar fogo para cima do Periquito, assim como foi no primeiro jogo, para chegar ao seu 15º título estadual.