Desafio será unir a legenda com o grupo da Rede Sustentabilidade no sentido de acatar as articulações feitas nos estados por Eduardo Campos. PT já estaria assediando pessebistas em busca de palanques regionais para Dilma Rousseff

Com a morte do presidenciável Eduardo Campos em acidente aéreo que vitimou outras seis pessoas na última quarta-feira (13/8), o grupo majoritário do Partido Socialista Brasileiro (PSB) defende que a ambientalista Marina Silva assuma a cabeça da chapa presidencial. A política, que se filiou ao PSB após ver seus planos de criar a Rede Sustentabilidade barrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no início de outubro de 2013, também já recebeu parecer favorável do governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB), que na última quinta-feira (14) disse que ela é “um grande nome”. Em 2010, com 20 milhões de votos, Marina Silva ficou em terceira nas urnas e foi responsável por levar o pleito ao segundo turno entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra.

[relacionadas artigos=”12655,12599,12628,12497″]

Enquanto seguem as investigações quanto às causas da tragédia e a expectativa em torno do reconhecimento dos restos mortais para que se dê a cerimônia de despedida do pessebista, morto aos 49 anos, a imprensa nacional estampa diversas manchetes nesta sexta-feira (15) quanto à escolha do sucessor, assunto inevitável nesta etapa da corrida presidencial.

Se sobressai a tese de que com Marina Silva como presidenciável pelo PSB, deverá ser ressaltado por parte dela e dos marinheiros que não haverá ataques a alianças firmadas por Eduardo Campos nos Estados e que em algum momento foram questionadas pelo o grupo da Rede, como o apoio aos tucanos em São Paulo e Paraná. A ex-ministra de Meio Ambiente sempre se posicionou favorável a candidatos a governador próprios.

Escolha do vice

Quanto à vice, lideranças pessebistas defendem que seja da legenda. Neste sentido, já é cogitado o nome do pernambucano Maurício Rands, conforme noticiado pela coluna Painel, da “Folha de São Paulo”. Ex-deputado federal pelo PT e atualmente no PSB, tanto o grupo de Marina Silva como o PSB consideram que ele reúne “condições” para o posto. Outro ponto a favor de Rands é o quesito confiança. Ele é primo da viúva de Eduardo Campos, a auditora do Tribunal de Contas de Pernambuco Renata Campos. Ronda nos bastidores que também é aventada a possibilidade de o posto ficar com o único irmão do ex-governador, o escritor Antônio Campos.

São cotados ainda os deputados pessebistas Júlio Delgado, de Minas Gerias, e Beto Albuquerque, do Rio Grande do Sul. Para ocupar o cargo os socialistas priorizam além de lealdade aos ideais encampados por Eduardo Campos, confiança de Marina Silva e capacidade de unir as alas petista e tucana existente no PSB.

A expectativa é que a decisão sobre a nova composição ocorra entre 19 e 20 deste mês, mas também há possibilidade de a sigla se pronunciar após domingo, quando está previsto o enterro do líder pessebista Eduardo Campos. É cogitada que a primeira reunião formal sobre essa questão poderá acontecer na próxima segunda-feira (18), no Recife.

PT inicia atuação por palanques do PSB nos Estados

“PT pressiona para rachar o PSB de Eduardo Campos”, estampa a manchete do jornal “O Globo” desta sexta-feira. Segundo é reportado, o Partido dos Trabalhadores já começou a articular na tentativa de abertura de espaço a Dilma Rousseff em palanques pessebistas. O objetivo da atuação, registra a reportagem, é rachar a antiga legenda aliada levando regionais do PSB a adotar a campanha petista, o que acarreta em enfraquecimento de Marina Silva –– cujo resultado das eleições passadas, não custa lembrar, é motivo de preocupação.

Os assédios de petistas a pessebistas se deram, por exemplo, em Sergipe na Bahia, sendo que a própria presidente Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ligaram na quinta-feira para o presidente em exercício do PSB, Roberto Amaral, responsável pela condução do processo eleitoral após a morte de Eduardo Campos. Oficialmente os petistas teriam apenas prestado condolências. O vice-presidente do PT, Alberto Cantalice, nega intervenção de cunho político nos contatos telefônicos.