O Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) expediu o mandado de prisão contra o ex-cartorário Maurício Sampaio, condenado por júri popular como mandante do assassinato do radialista Valério Luiz. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça. “Pelo exposto, determino a expedição do mandado de prisão dos réus Ademá Figueiredo Aguiar Filho e Maurício Borges Sampaio, restabelecendo, portanto, o decreto de prisão já determinado na sentença”, diz o documento.

A defesa de Sampaio informou ao Jornal Opção que o empresário está em viagem e deve se apresentar após a próxima quinta-feira, 20, e que a informação já foi peticionada em juízo. Além disso, Ricardo Naves aponta que deve buscar um novo habeas corpus. A defesa ainda informou que, assim como todas as outras, devidamente respeitada até que haja uma contraordem reparando o que considerou um “erro”, afirmou em nota.

O pedido foi emitido pela 4ª Vara de Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal do Júri do TJGO e é assinado pelo juiz Lourival Machado da Costa. A decisão inclui ainda o réu Ademá Figueiredo Aguiar Filho, que é ex-policial militar.

Em maio, a quinta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu por unanimidade, rejeitar agravo regimental (recurso) da defesa do empresário Sampaio. Com a decisão, as penas dos quatro condenados pelo tribunal do júri em novembro de 2022 foram mantidas.

Veja a decisão na íntegra

Relembre o caso

O crime foi cometido por volta das 14 horas de 5 de julho de 2012, na Rua T-38, no Setor Bueno, a poucos metros da emissora em que a vítima trabalhava. Segundo apurado no inquérito policial, Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, em “conluio, repartição de tarefas e contando com a participação dos demais denunciados, efetuou vários tiros em Valério Luiz de Oliveira, causando-lhe a morte imediata”.

Foi verificado ainda que as críticas que Valério Luiz de Oliveira fazia à diretoria do Atlético Clube Goianiense, no exercício da profissão de jornalista e radialista esportivo, nos programas Jornal de Debates, da Rádio Jornal 820 AM, e Mais Esporte, da PUC TV, teriam desagradado Maurício Sampaio, que era dirigente do clube de futebol. Os comentários da vítima geraram “acirrada animosidade e ressentimento no empresário, com desentendimentos”, segundo a denúncia apresentada.

A investigação destacou que, no dia 17 de junho de 2012, em meio aos comentários que a vítima fazia no programa Mais Esporte, ao falar a respeito de possível desligamento de Maurício Sampaio da diretoria do time de futebol, ela teria dito que “nos filmes, quando o barco está afundando, os ratos são os primeiros a pular fora”. Em represália, narrou a denúncia, a diretoria do Atlético Clube Goianiense proibiu a entrada das equipes jornalísticas nas dependências do clube.

Sentindo-se ofendido na sua honra, ressaltou o relato dos promotores, Maurício Sampaio passou a almejar a morte da vítima com o auxílio de comparsas, responsáveis pelo planejamento e execução do crime. Marcus Vinícius Pereira Xavier emprestou moto, capacete e camiseta para Ademá Figuerêdo, além de guardar no açougue de sua propriedade a arma e o celular que seriam utilizados no homicídio. Os chips dos telefones utilizados na comunicação foram habilitados em nomes de terceiros.

Conforme demonstrado na denúncia, no dia do crime, Ademá Figuerêdo foi até o açougue de Marcus Xavier, pegou a moto, o capacete, a camiseta, o telefone e a arma e se dirigiu até as imediações da emissora de rádio. No local, comunicou-se com Urbano Malta, que estava na espreita, aguardando o momento em que Valério Luiz de Oliveira sairia. A vítima foi morta quando já estava dentro do veículo, ao final de uma jornada de trabalho.

Matéria em atualização

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