Juiz considera “inidônea” prisão e solta vereadora de Nerópolis

29 janeiro 2025 às 17h42

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A vereadora em Nerópolis Geyciane Rosa de Oliveira, a Geyci da Saúde, foi solta na audiência de custódia realizada na tarde de terça-feira, 29, na 2ª Vara das Garantias, em Goiânia. O Ministério Público a acusa de desviar mais de R$ 500 mil. A defesa, feita pelo escritório Demóstenes Torres Advogados, alegou que a prisão era desnecessária. O juiz Inácio Pereira de Siqueira decidiu: “Constato que não subsistem fundamentos idôneos para a manutenção da segregação cautelar da investigada, uma vez que a medida restritiva inicialmente imposta perdeu sua razão de ser”. Houve a concordância do MP, com três promotores de Justiça presentes, coordenados por Diego Osório da Silva Cordeiro.
“Conforme o próprio juízo reconheceu, foi uma prisão totalmente desnecessária, tanto que o Ministério Público, que no dia anterior a prendeu, na tarde seguinte já entendia o exagero cometido. [Geicy] é uma pessoa sem qualquer antecedente criminal, que inclusive já não era mais secretária de Saúde desde abril de 2024. Assim, era impossível que ela colocasse embaraço à investigação ou mesmo praticasse eventuais novos delitos”, diz o advogado Caio Alcântara, da banca de Demóstenes. O defensor ressalta que a vereadora tem filho menor de idade “que depende exclusivamente dela seus cuidados, além de os supostos crimes investigados não envolverem violência ou grave ameaça”.
O juiz aplicou a Geicy as chamadas medidas cautelares diversas da prisão, um mecanismo de manter a pessoa sob controle da Justiça, mesmo estando fora da cadeia. Entre elas, comparecer em juízo a cada 180 dias; não ir à Prefeitura de Nerópolis, muito menos à Secretaria de Saúde local; não ficar fora da comarca por mais de 15 dias nem mudar de endereço sem comunicar ao juízo; ficar em casa das 8 da noite às 6 da manhã.
Demóstenes, que foi senador por Goiás, lembra que a solução aplicada pela Justiça foi iniciativa sua: “No Senado, uma das leis que criei foi a das medidas cautelares diversas da prisão, que devem ser utilizadas quando o investigado ou acusado não apresenta qualquer perigo para a sociedade ou para o processo. Foi justamente o que a Justiça fez ao rever a desnecessária prisão da vereadora, que como secretária da Saúde atendeu a milhares de pessoas em Nerópolis”.