Presidente de agência na universidade, Vanderlei Bagnato ressaltou importância do programa no aproveitamento da competência e vocação das regiões produtivas

Presidente da Agência USP, Vanderlei Bagnato | Jota Eurípedes/SED Goiás
Presidente da Agência USP, Vanderlei Bagnato | Jota Eurípedes/SED Goiás

O programa Inova Goiás está tão bem elaborado que extrapola as fronteiras do Estado. A avaliação é do presidente da Agência USP, Vanderlei Bagnato, durante a posse do Conselho Superior do programa goiano, na segunda-feira (16), no Palácio Pedro Ludovico.

Ele falou em nome dos 11 integrantes do órgão consultivo ligado ao gabinete do governador Marconi Perillo (PSDB) destinado a discutir e acompanhar a execução do Programa de Inovação e Tecnologia do Estado de Goiás.

Como resultado da excelência do projeto, Bagnato disse ter sido convidado pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PMDB), para elaborar, nos mesmos moldes do Inova Goiás, programas de inovação para os estados do Maranhão, Piauí, Bahia e Tocantins. “Isso mostra que vocês [em Goiás] estão pensando de forma não tradicional. Uma forma que não envolve gastar muito dinheiro, mas utilizar com inteligência aquilo que foi instalado”, explicou.

O Inova Goiás, continuou o especialista da USP, tem outro diferencial, que é o aproveitamento da competência [e vocação] das regiões produtivas. Dessa forma, acredita, fica mais fácil “ir até lá” e formar os recursos humanos. “Com esse programa, o Estado de Goiás dá exemplo de que é necessário se preparar para dar o passo seguinte.”, afirmou.

Empreendedorismo

Por meio do programa, continuou Bagnato, o governo de Goiás identificou as empresas, o que elas podem produzir, bem como as redes de que o estado dispõe, tanto na educação quanto na pesquisa. “O programa, inclusive, contempla a cultura do empreendedorismo. Parece trivial, mas a gente pode ir a qualquer universidade brasileira e fazer uma pergunta aos estudantes: “Quem quer emprego? Todos levantam a mão; mas, se perguntar “quem quer gerar emprego”, poucos levantam”, conta.

O presidente da Agência USP diz que o caminho da inovação é instituir a cultura pela qual se crie nas universidades pessoas que assumam a responsabilidade de serem geradores de emprego. É dessa forma, acredita, que o sistema produz. “Essa é a cultura da inovação, e isso o Inova Goiás faz”, assevera, para explicar. “É necessário inovar na forma de pensar. Não se pode pensar da forma quadrada. É necessário fugir dessa angulação, para que a gente possa inovar no Brasil. E mais do que isso, é necessário inovar com responsabilidade social.”

Bagnato reafirmou que é fundamental conjugar esforços com a educação. “E o Estado de Goiás é um exemplo, com as redes que vem criando”, reforçou. “Se a gente, de alguma forma, não acoplar isso com nosso desejo de inovar, obviamente, não estamos fazendo nosso serviço de forma correta”, aconselhou.

Excelência na pesquisa

Bagnato continua na linha de pensamento que valoriza, além da excelência na pesquisa, a excelência na geração de recursos humanos e da educação. “Nós temos cada vez mais de fazer nossa tarefa de educar. Realizar pesquisa na fronteira do conhecimento. Além disso, e não em vez disso, realizar a inovação. Tudo isso que falei é o programa Inova Goiás”, repetiu.

“Ele (o programa) procura usar o sistema que foi criado, não da noite para o dia, mas com muito esforço, com muitos programas independentes”, disse.E o Inova Goiás, quer exatamente complementar as competências existentes no Estado, acoplando o sistema educacional com o sistema de pesquisas, para fortalecer a vocação que o Estado já desenvolveu. “Mais importante que isso, o programa cria uma equipe dentro do próprio governo que é competente o suficiente para levar esse processo adiante”, observou.

Em uma análise que denota preocupação e, ao mesmo tempo, uma comemoração, Bagnato deu mais um exemplo da necessidade de inovar sempre. “Goiás é um grande produtor de commodities. Mas queria dizer para vocês que as commodities mudaram. Hoje se fala das commodities tecnológicas, e muitos componentes (tecnológicos) são vendidos em tonelada. E nós temos tecnologia agrícola”, destacou, para conclamar. “Vamos adicionar inovação na competência que temos. Vamos transformar, de fato, as commodities em commodities tecnológicas. E o Estado de Goiás, pela relevância que têm nesse contexto, está dando o exemplo”, disse.