Elias Vaz deixa cargo no Ministério da Justiça para se dedicar às eleições

22 julho 2024 às 12h34

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Elias Vaz (PSB) deixará o cargo de Secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça até o final deste mês. Sua função era atuar como interlocutor da pasta com o Senado e a Câmara dos Deputados. O ex-deputado federal afirmou que está se afastando para se dedicar às eleições municipais em Goiás, onde é presidente estadual do PSB. Segundo ele, a decisão é de caráter político. O ministério ainda não anunciou quem assumirá o cargo.
“Comuniquei ao ministro em junho que permaneceria até julho apenas. É uma decisão política, pois, como presidente do PSB no meu estado, quero me dedicar à eleição municipal”, declarou.
Elias Vaz era o último remanescente da equipe do ex-ministro da Justiça, Flávio Dino, vinculado ao PSB. Vaz foi o único secretário da gestão de Flávio Dino que permaneceu no cargo quando Ricardo Lewandowski assumiu a pasta em fevereiro, após Dino ser nomeado para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Polêmica no Cargo
Vaz esteve envolvido em uma polêmica ao receber a mulher de um líder do Comando Vermelho. O encontro com Luciene Barbosa Faria ocorreu em março de 2023 no Ministério da Justiça. Luciene, acompanhada por uma comitiva de advogados, participou da reunião para tratar de questões de violência. Ela estava na reunião como presidente da ILA (Instituto Liberdade do Amazonas). De acordo com a Polícia Civil do Amazonas, a ONG atua em prol de presos ligados ao Comando Vermelho e é financiada com dinheiro do tráfico. Luciene é casada com Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas, líder do CV.
Após o encontro e a repercussão na mídia, Vaz admitiu que cometeu um erro. “Se houve erro, foi da minha parte, e devemos aprender com nossos erros. Acredito que precisamos ter um sistema mais adequado para evitar esse tipo de situação. Também lamento qualquer ilação ou consideração que possa desconsiderar o combate que este ministério está fazendo ao crime organizado”, lamentou.
Política Nacional de Segurança Única
A saída do secretário ocorre em meio à discussão de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que foi enviada para a Casa Civil e está sendo analisada. A proposta visa ampliar as prerrogativas do governo federal para estabelecer diretrizes para uma política nacional de segurança única, a ser seguida por todos os estados.
De acordo com a proposta, a União ficaria responsável, por exemplo, pela coordenação do sistema penitenciário. Também está sendo estudada a criação de uma nova força policial em nível federal. Não há prazo definido para a conclusão da análise na Casa Civil.
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